Pov Evelyn (Lyn) Blake

–Não to crendo no que eu to vendo.

Hanna diz com um sorriso gigante estampado em seus lábios, eu dou de ombros, já estamos em frente ao local em que a festa ocorre todos os anos são apenas 7 horas mas já está começando, a fazenda é realmente enorme –não há nenhum tipo de animal ali excerto os cavalos, mas estes estão no curral bem longe de onde a festa ocorre- e está toda enfeitada, ah sons por toda parte e locais para dançar e luzes piscando, é uma verdadeira loucura.

–É assim todos os anos.

Eu digo dando de ombros,

–Cara eu morri e fui para o céu das festas...

Ela diz me fazendo rir ainda mais,

–Néh. Isso aqui ta tipo perfeito.

Colin –o filho de minha madrinha, ele tem tipo uns 11 anos- diz concordando e rindo.

–Então vocês duas, juízo. Não façam nada para se arrependerem depois hein.

Alyne diz rindo, ela sabe que faremos. Dizer para adolescentes não fazer algo de que vão se arrepender depois é o mesmo que manda-los não respirar. Ainda mais num local cheio de desconhecidos lindos. É tentação de mais para nós duas. Para qualquer adolescente pra falar a verdade.

–Claro...vamos ser dois anjinhos aqui.

Digo em tom provocativo e Hanna solta um gritinho de ‘’ Ai meu deus essa é minha música!’’ e sai me puxando até uma das pistas de dança. Minha mãe não pode vir desta vez, estava se sentindo meio doente. E isso é simplesmente...divino.

Dançamos sem parar por pelo menos umas duas horas seguidas, vez ou outra algum garoto tenta flertar comigo ou Hanna mas acaba levando um leve fora. Gus e Guto ainda não deram as caras, estão como sempre atrasados.

–MANOOOO EU QUERO BEBER ALGUMA COISA!

Hanna grita para que eu possa ouvi-la,

–É! TAMBÉM QUERO! VI JUNIOR E O TEL BEBENDO ALGUMA COISA! ELES ESTÃO LÁ PERTO DA FOGUEIRA!

Ah uma fogueira enorme juntamente com marshmallows para serem assados nela, e a churrasco também, Ede e Murilo estão tomando conta das churrasqueiras hoje. A Festa tem literalmente tudo e um pouco mais.

–VAMOS LÁ NELES ENTÃO!

Junior e Tel são dois amigos nossos, Junior tem 18 e Tel 17, Tel estuda na minha escola e na minha sala –ele é repetente- em quanto que Junior estuda na escola de Hanna no terceiro ano. Andamos calmamente até eles que como de costume já chegam abraçando a nós duas.

–Oi Ruiva! E baixinha!

Tel diz em quanto me dá um beijo no rosto todo animadinho, ele já está meio alto, mas ainda está consciente o bastante de suas ações para ser capaz de se lembrar delas amanhã. Até a metade da festa ele já vai estar completamente bêbado e cheirando a cigarro. É sempre assim.

–Me chame de baixinha de novo e eu te faço conhecer o inferno alguns anos adiantado.

Digo, ele finge estremecer e sorri, Junior esta –por algum milagre-totalmente sóbrio, apesar de segurar um copo e uma garrafa de alguma cerveja em mãos-não consigo ver o nome da marca-

–Paula sabe que você está aqui?

Eu pergunto, ele dá de ombros:

–Ela veio junto. E disse que se eu ficar bêbado é adeus namoro.

–Eu adoro a Paula...

Hanna murmura rindo eu rio também:

–Eu sempre disse que uma hora você ia achar alguém pra te por juízo…quem diria que seria a irmã do Noah, alias onde está o nosso grande pegador?

–Pegando uma garota baixinha de cabelos assustadoramente laranjas. Não seria o Noah se ainda não estivesse pegando alguém.

Noah Justin Everton é um amigo nosso que está no primeiro ano e está na minha sala. Ele não ganhou o apelido de ‘’ Mestre do Romance’’ atoa. Não importava onde ele estivesse, em menos de 20 minutos teria uma garota se agarrando com ele. Em alguns casos especiais eu já havia até trocado um ou dois beijos com ele. Mas nós dois sempre estamos dispostos a negar isso até a morte.

–Ele realmente não perde tempo.

Eu digo rindo em quanto pego a garrafa das mãos de Junior e pego um copo de plástico que Tel me oferece.

–Bem, pelo menos um de nós teve sorte instantaneamente. As garotas daqui sempre bancam as difíceis comigo.

Tel diz num ar de falsa tristeza,

–Talvez se você parasse de pintar a droga do seu cabelo de loiro por cima. Esse topetinho ai já é ridículo o bastante sem estar pintado de amarelo.

Hanna diz fazendo com que eu e Junior soltemos gargalhadas altas

–Então, onde Paula está?

–Com duas amigas dela, eu fui jogado pra escanteio pela minha própria namorada! Ela prefere bater papo com as coleguinhas da sua escola –ele aponta pra mim fazendo um biquinho fofo- do que dançar e ficar comigo.

–oh, coitadinho do Junior Zinho a Papa está sendo malvadinha com você é?

Hanna diz fazendo voz de criança e apertando as bochechas dele, agora é a vez de Tel rir.

–Ela consegue ser retardada sem ao menos ficar bêbada.

Junior diz num tom irritado eu passo a garrafa para Hanna e ela simplesmente resolve que pegar um copo e desnecessário e bebe diretamente do bico.

–É a Hanna. Ela é retardada até quando tenta ser normal.

–Se você ta aqui-Tel aponta para Hanna-quer dizer que os boatos do teu termino com aquele mauricinho babaca são verdadeiros.

–Totalmente. Dei o pé na bunda dele.

–Não minta Ruivinha. Dizem por ai que você foi trocada por uma guria mais nova que a gente.

Ela bufa para Tel:

–Se não calar a boca agora juro que você vai morrer hoje.

–Ok, parei...parei.

–Pode por favor trazer a Paula para mim?

Junior diz com carinha de cachorro sem dona, eu suspiro:

–Vamos Hanna, precisamos achar a Paula e fazer ela lembrar que tem um namorado mega carente aqui.

Hanna continua com a garrafa na mão, e isso não parece incomodar aos garotos, então seguimos andando por ai e conversando com algumas garotas ou garotos que nos param pra dizer ‘’ olá’’ e dizer que se lembram de mim do ano passado. Quando finalmente encontramos Paula ela está num canto mais afastado encostada em uma caminhonete preta com mais duas garotas e um garoto com ela. Reconheço na hora Clara Redboom, Kelvin Stuart e Alexia Agron. Eles sorriem quando me veem e Paula também, ela aproveita para me dar um abraço de urso me tirando do chão e em seguida fazer o mesmo com Hanna.

–Não achei que você iria convencer nossa Ruivinha maravilhosa a vir hoje Lynzinha!

Ela diz animadamente,

–Oi Evelyn, Hanna.

Clara diz tímida como sempre, Kelvin rouba a cena puxando tanto eu quanto Hanna para um abraço em trio.

–AAAAIN MENINAS EU TOW TÃAAOA TRISTE! RICHARD TERMINOU COMIGO!

O abraço dele é tão apertado que chega a doer, quando ele finalmente nos solta preciso tomar uma ou duas respirações para falar:

–Você não deixa seu namorado ficar bêbado mas deixa nossa bicha má ficar pra lá de bêbada com poucas horas de festa. Maldade isso.

–Ele levou um pé na bunda 1 hora antes dessa festa começar. Ele merece afogar as magoas.

Ela diz rindo, dou de ombros, estou prestes a responde quando Alexia finalmente resolve falar:

–Oi Lyn e Hanna! Faz muito tempo que a gente não se vê em Ruiva!

Ela não abraça nenhuma de nós duas, mas sorri amigavelmente, Hanna a olha e torce o nariz murmurando um ‘’ É.’’ Meio irritado, eu lhe dou um sorrisinho de volta:

–Eu por outro lado já te vejo todos os dias, apesar de a gente mal se falar hein.

–O correto seriam todas as manhãs…e é você quem nos trocou pra ficar em sala com a Jena e suas outras amiguinhas que aliás, estão aqui.

Ela diz fingindo falsa magoa. Alexia é a garota famosinha da escola em que estudo, a super popular, super feliz, o tipo de garota com quem só os populares andam. Eu não estou necessariamente no time da galera mais popular, mas algumas determinadas coisas haviam nos aproximado bastante. Claro que não por mais de algumas semanas, quando o assunto morreu e ela voltou a ser a ‘’ normal mega popular’’ eu voltei a andar com minha turma de amigos loucos que estão sempre fazendo alguma merda muito cabulosa. Ela não é e nem nunca seria o tipo de garota que frequenta as festas de Gus e Guto. Essas festas são pra adolescentes que não ligam para regras e nem pra má fama. O meu tipo de adolescentes e jovens. Não o tipo dela.

–Eu já imaginava que minha turma do barulho iria estar no meio dessa loucura aqui, mas vocês duas aqui não parece algo muito comum hein....

–Guto meio que nos forçou a vir. Ele ta namorando com a minha irmã agora.

Clara diz em quanto fita os próprios pés fazendo Hanna rir baixinho,

–Isso explica porque a dupla de boas garotas está aqui.

Ela diz, e Clara fica ainda mais vermelha.... Clara e Alexia conheciam a mim e Hanna desde que tínhamos 6 ou 7 anos mais ou menos, em algum ponto entre os 8 e 9 elas haviam ficado metidas demais e haviam parado de vir até nossa cidade brincar com a gente. Nós nunca demos muita bola para isso. Preferíamos brincar com crianças que não ficassem de ‘mimimi’ por qualquer coisinha. O fato de termos ido para escolas diferentes e eu ter voltado a pelo menos dizer ‘’ oi’’ para as duas todos os dias era apenas meio irritante para Hanna. Ela ainda as achava duas patricinhas mimadinhas irritantes as quais preferia ignorar friamente. Mas Clara, apesar de negar, tinha claramente uma queda por Hanna. Mas ambas preferiam fingir que não sentiam nada uma pela outra. Negar é mais fácil que aceitar.

–Então...vieram aqui a mando do Junior?

Paula pergunta rindo, Kelvin está agora chorando e bebendo uma bebida vermelha.

–Uhn, não a mando. A pedido. Ele quer a namorada. Ele não bebeu quase nada até agora. Está sendo um bom garoto e quer ser recompensado.

Digo, Hanna ri:

–Ele está quase pirando por ter de ficar sóbrio ou você termina com ele, coitadinho. O garoto é louco por você.

–E eu por ele.

–Então porque ta aqui e não lá se pegando com ele?

Eu pergunto, ela pensa um minuto e diz:

–Elas estavam meio perdidas aqui, e o Kel estava totalmente mal..eu só resolvi que eles precisam um pouquinho mais de mim que o Junior. Além do mais eu tinha quase certeza que estaria solteira antes mesmo de conseguir beijar ele.

–Acho que se depender dele vocês nunca vão terminar.

Eu digo, ela solta um suspiro apaixonado:

–Ele é mesmo surpreendente quando quer ser.

–Pode ir lá, Paulinha, ficamos numa boa aqui. E pelo visto…a bicha má acabou de arrumar um namorado novo.

Alex diz rindo e apontando para Kel que agora está se agarrando com um rapas alto e moreno.

–Ele não tem vergonha na cara mesmo...

Clara murmura,

–Ele ta bêbado. Quando contarem pra ele amanhã que ele se agarrou com um desconhecido ele vai chorar que nem um bebezinho.

Hanna diz,

–Então...eu vou lá...pegar o meu homem.

–Ok, até depois amiga!

Paula abraça cada uma de nós e sai correndo na direção onde eu disse que havia deixado o Junior, Clara e Alex olham para mim e Hanna-quer dizer, Alex olha, Clara continua fitando os próprios pés- e sorriem calmamente.

–Então...como esta as coisas na sua escola, Hanna?

Alex pergunta, Hanna as encara com uma cara nada amigável, ela suspira:

–Ah, normais. Não tenho mais a baixinha aqui pra passar cola nas provas...mas ainda consigo tirar notas na média.

–Soube que não está mais com aquele garoto...

Clara pergunta num tom meio animadinho,

–Umhum, eu acho que vocês já sabem o que rolou então nem vou ficar contando.

–Ah...sinto muito. Ele é um babaca. Perdeu uma garota incrível.

Clara diz ficando ainda mais vermelha, consigo ver isso porque ela é extremamente branquinha assim como Hanna, porem Hanna é alta e com cabelos ruivos vivos e cheia de sardinhas em quanto que Clara é pouco mais alta que eu com cabelos castanhos claros, pele branquinha e olhos verdes.

–Eu...obrigada Clara...dizer isso é muito gentil da sua parte.

Hanna diz e agora é ela quem está corando, Alex parece perceber as coisas tão bem quanto eu e gira os olhos rindo da cena, eu apenas solto um suspiro e murmuro um ‘’ Parece até que ainda estamos na terceira série’’

–Entãao, eu preciso voltar para aquela pista de dança e encontrar o tal do Gus que quer me pegar. Vocês vem com a gente garotas?

Hanna pergunta, Clara parece ficar meio triste com a informação que acaba de receber mas olha para Alex como se pedindo permissão para ir, Alex dá de ombros:

–Pode ir lá, Clarinha. Acho que vou ficar aqui mais um pouco. Me faz companhia Blake?

Ela diz meu sobrenome num tom que pelo menos para mim soa meio provocador e consegue arrancar um risinho de Hanna, quase como se ela tivesse pensado o mesmo que eu.

–Huhnm...Por mim tudo bem. Estou meio cansada de dançar mesmo. Fizemos isso desde que coloquei os pés nesta festa.

Clara e Hanna se afastam indo em direção a festa, Hanna puxa clara pela mão...

–Eu diria que até o final da noite uma delas vai se assumir hein.

–isso se as duas não se assumirem.

Digo rindo, Alex ri também.

–Mas e você? Quando você vai se assumir, Blake? Metade da escola já sabe de você e a sua cidade inteirinha desconfia...porque ficar no armário?

–Porque sair dele? Não tem ninguém por aqui disposto a ter um lance serio comigo, quer dizer uma garota, os caras adoram a ideia de me chamar de ‘’ minha namorada’’ e coisas assim.

–Bom ponto. Mas uma hora você vai ter de sair.

–Vou...talvez ano que vem...quem sabe. Aliás eu poderia estar negando isso se eu já não estivesse meio alta...

–É eu sei. To aproveitando o fato de você estar meio alta pra confirmar que você joga mesmo pros dois times como a Clara. Mas relaxa, teu segredo ta seguro comigo, pequenina.

Ela diz em tom de brincadeira, estou agora encostada na caminhonete ao lado dela, meu copo já está cheio com uma bebida azul a qual não sei o nome, mas ela é forte e faz minha garganta arder um pouco, Alex tem um copo com a mesma bebida em mãos. Mas ela não faz o tipo que bebe.

–Então, soube que você também está solteira agora...Ta rolando uns boatos de que você terminou com o Leandro.

Ela ri e bebe um pouco fazendo careta logo em seguida para finamente me responder:

–Peguei ele me traindo com aquela tua amiguinha esquisita, como é mesmo o nome dela? Marcia? Mayra?

–Marlene.

–isso! Peguei eles no flagra. Daí terminei com ele e agora to solteira...

–Isso não deve ter feito nada bem pra tua reputação.

–Ultimamente to dizendo um foda-se pra minha reputação.

–Marlene sempre foi meio puta, mas nunca achei que pegasse homem comprometido...

–Bem, ela pega. E pegou o meu. Mas tudo bem, ela pegou os meus restos. Que faça um bom proveito.

–Cara tu é bem venenosa pra uma patricinha.

Digo, ela ri

–E você bebe muito pra alguém de apenas 16 anos.

–Se não contar que eu bebo pros meus pais eu não conto pras suas amigas que você disse foda-se em voz alta.

Digo em tom de zombação, ela ri:

–Claro, claro. Mas conta ai, qual o problema da Hanna com a gente? Ela parece me odiar...

–Ah, não é nada contra vocês em especial, ela detesta gente metida no geral.

–Ah...entendi...

–Não que eu ache vocês metidas é só... Vocês são um pouquinho metidas, sabe? Desculpe te dizer isso assim.

Eu digo, ela suspira:

–Eu sei. Ta tudo ok Lyn…você é legal e tals. Como anda os pulsos?

Ela pergunta e sei que está olhando para as pulseiras de Spike que estou usando provavelmente imaginando que mais uma vez eu me cortei. E ela tem, é claro, razão.

–Na mesma acho. Os seus estão bem pelo que vejo.

–Foi só uma fase...meio ruim.

–É. Fico...feliz.

–Eu estou te fazendo perder essa festa alucinante aqui conversando comigo, não to?

Ela diz e eu dou de ombros:

–É sempre bom falar com você.

–Mas e dançar comigo, será que é bom?

Eu solto um riso fino, não sei se ela está mesmo querendo me provocar, mas definitivamente ela está meio alta.

–Não sei, nunca dancei com você. Mas sei de uma coisa: Você fica bêbada muito rápido.

–Uhn...não to bêbada, só levemente alterada.

–Sei…mas isso ai foi um convite para dançar?

–Sim, foi sim. Vem Lyn, vamos descobrir se você vai gostar mais de dançar comigo do que de falar.

Ela sai em direção a uma das pistas de dançar e eu vou junto. A partir daí as coisas simplesmente saem do meu controle, dançamos juntas o resto da noite inteira, ela faz questão de dançar coladinha em mim em determinadas músicas, e deus ela é maravilhosa.... Alex é alta e magra-mesmo que não ache isso- os cabelos longos são castanhos meio avermelhados cacheados nas pontas, a pele é branca e cheia de sardinhas assim como Hanna, e ela tem olhos castanhos do mesmo tom do cabelo, ela usa um vestido vermelho lindo meio curto que se encaixa perfeitamente nela e sapatilhas pretas, não vou descrever sua maquiagem pois para variar ela usa algo bem leve, quase inexistente, excerto pelo batom: vermelho vibrante. Alex é definitivamente um pedaço de mal caminho. Eu sou baixinha-daí os apelidos néh, mas acho que vocês já tinham sacado isso- meus cabelos são negros e vão até minhas costas, eles são totalmente rebeldes e incontroláveis –tal como eu- minhas pele é morena clara, tenho olhos negros e hoje para variar não estou de calça jeans: uso um short jeans colorido –verde- uma camiseta de uma de minhas bandas preferidas –Nirvana- uma jaqueta jeans por cima da camiseta e como sempre um all star, o dessa noite é de cano médio e preto. Não uso nenhuma maquiagem além de meu batom roxo.

–PORRA SÃO 4 HORAS DA MADRUGADA MANOOO!

Hanna grita, de alguma forma eu e Alex fomos parar bem ao lado delas no meio da pista, a música da vez é de alguma dupla sertaneja, mas estou muito alta –quase bêbada para ser sincera-para saber quem é que está cantando.

–EU SEI CACETE! TO MORTA AQUI!

Grito de volta em quanto danço colada a Alex, Hanna também está dançando com Clara, mas Clara está quase dormindo...

–MELHOR A GENTE IR DORMIR OU VAMOS ESTAR MORTAS AMANHA...QUER DIZER HOJE!

–TAMBÉM ACHO! ALEX? BORA IR DORMIR....

Eu grito, Alex murmura algo que eu não consigo entender mas aceito como um sim e nós vamos em direção a casa verde onde Guto disse que eu e elas poderíamos dormir caso quiséssemos, mesmo sendo tão tarde/cedo ainda há várias pessoas dançando e bebendo e comendo como se não houvesse amanhã...

–Cara, minha cabeça vai me matar amanhã cedo.

Alex diz, o barulho ainda é insanamente alto mesmo dentro de nosso quarto, mas já dá pra conversar sem precisarmos gritar umas com as outras, Clara está literalmente desmaiada em uma das camas do quarto, Hanna ri:

–Vocês definitivamente não estão acostumadas a beber. Ela aqui é a prova viva disso.

–Mano, quanto de bebida você deu pra ela?

Eu pergunto me jogando na outra cama –ah duas camas no quarto, sendo uma de casal, e um colchão jogado no chão, clara está jogada na de casal.- Ela dá de ombros:

–Ela bebeu quase tanto quanto eu…e eu acho que vou capotar ali com ela.

Hanna diz se deitando ao lado de Clara e fechando os olhos, Alex fica em pé em frente à minha cama e suspira:

–Não quero dulmir nu chão...

–É uma bêbada que ainda fala mais ou menos certo. Parabéns!

Eu digo rindo, ela tenta dar de ombros mas não consegue e isso me faz rir ainda mais alto, apesar de esta praticamente bêbada anos frequentando festas do gênero já haviam meio que me acostumado e fortalecido contra altos níveis de bebida alcoólica. Existem vários tipos e estágios para pessoas bêbadas, eu em geral só ia até o estado ‘’eu sou engraçada mesmo e é pra vocês rirem porra!’’ porque até ai eu poderia me lembrar das merdas que havia feito no dia anterior. Eu sou forte quando se trata de beber. Hanna também. Clara e Alex nem tanto pelo visto.

–Eu posso dormir ai com você?

A cama é pequena, mas realmente cabe nos duas ali…penso um minuto e digo um ‘’ tá legal’’ e ela se joga em cima de mim na cama.

–Hey! É pra deitar na cama e não em mim!

Eu digo tentando parecer brava, ela solta um risinho fraco.

–Você é mais macia que o colchão...eu gosto do teu perfume, Lynzinha...

Ela está com a cabeça afundada no meu pescoço…. Nossa diferença de altura deveria me incomodar ou incomoda-las mas no momento temos coisas mais importantes para fazer do que isso.

–Sai de cima de mim, Agron! É sério.

Ela ri de novo e levanta a cabeça um pouco olhando nos meus olhos:

–Você se afastou de mim.

Alex é claramente a bêbada que ainda pode falar e fala tudo o que não consegue falar sóbria e fazer.

–Vocês voltaram a andar com aqueles idiotas mimados e eles claramente não gostavam da minha presença.

Digo, ela suspira:

–Ta mas eu gostava! E a clara também! Você não podia ter simplesmente se afastado.

–Vocês não foram atrás....

–Eu queria ir…mas…não podia…eu...

–Sua popularidade te impedia de ir atrás da garota problema da escola. É.Eu sei.

–Gosto de você.

Ela diz assim do nada mudando o assunto, eu suspiro:

–Você é uma boa amiga, também gosto de você.

–Amigas não podem fazer o que eu quero fazer com você.

Ela diz num tom baixo meio envergonhado, eu levanto levemente uma de minhas sobrancelhas e pergunto:

–O que?

Ela parece ficar ainda mais tímida mas responde a minha pergunta:

–Eu quero beijar você, Lyn...

Eu solto um longo suspiro e desvio meus olhos dos olhos dela, ‘’ não posso ficar com essa garota! Ela vai me matar se conseguir lembrar disso amanhã…e se não lembrar vai ser pior…’’ eu penso, ela já está aproximando seus lábios nos meus mas eu murmuro mesmo assim:

–Não faz isso. Você ta bêbada, vai se arrepender disso depois...você é hétero Alex, gosta de caras e eu sou uma garota e.…e....e....você provavelmente...nem vai se lembrar disso amanhã...

Ela solta um risinho fino, seus lábios a poucos centímetros dos meus e diz num tom provocativo:

–Se eu esquecer...você me faz lembrar......e não é você que sempre diz, Lyn, que na vida sempre tem uma primeira vez para tudo?

Eu estou prestes a retrucar mas ela me beija. É algo lento, carinhoso e cheio de algo que eu quase posso chamar de amor. Eu levo poucos segundos para começar a retribuir mas nosso beijo não dura muito porque pouco depois ela o termina me dando um selinho e murmura:

–Eu to cansada agora. Continuamos isso amanhã, Lyn.

E desmaia em cima de mim.