Mike saltou para a direita, e a criatura foi de cara com a parede, já se reerguendo após isso, e esticou o braço tentando pegar Melody, a garçonete. Mas Mike a puxou rapidamente e a jogou para trás.

–Fica ai atrás, eu resolvo isso.

–C-Certo.

Ele tentava achar uma maneira de lutar sem a arma, até que ouvira o grito de Emily. Ela saltou, já se tornando a espada. Mike a segurou. Nesse momento, a criatura atirou bolas de fogo, e Mike se atirou ao chão, e, pegando impulso, foi em direção a coisa. Ele brandiu a espada na direção do pescoço, mas a coisa se esquivou e desferiu um chute, que passou de raspão em Mike quando ele saltou.

–Mike, o que faremos? É muito quente.

–Se for rápido, você aguenta?

–Como assim?

–Vai ver. – Ele esticou o braço esquerdo para a coisa. – Ei, quer um pedaço? Vem pegar.

Como se aceitasse a provocação a coisa agarrou fortemente o braço dele.

–Mike!! – Emily gritou. O cheiro de carne queimada subiu ao ar.

–Cheque mate.

Com a mão direita, que segurava Emily, Mike passou a lâmina pela barriga da coisa, que gritou de dor, num som agudo e alto. O sangue que saia dela logo se tornava vapor, com um cheiro horrível de se sentir. A criatura caiu de joelhos, fitou Mike com seus olhos laranja, e soltou mais um urro de raiva. Mas antes de poder fazer qualquer coisa, a lâmina da foice de Drake decepara sua cabeça, que ao cair no chão se desfez em chamas assim como o resto do corpo. Mike estava suando e a dor era imensa, Emily voltou a forma humana para ampará-lo.

–Mike, você é maluco?! – A voz dela realmente mostrava preocupação.

–Desculpa. – Ele riu. – Mas no fim, o importante é vencer, não? - Nesse momento um cascudo acertou a cabeça dele.

–Do que adianta vencer se você vai estar morto para cantar vitoria babaca? – A voz de Drake estava indiferente, como sempre.

–Primeiramente, foi um plano muito bem pensado. Segundo, eu só machuquei o braço. – Ele mostrou a queimadura

–Você ainda diz “só”?! – interveio Emily. – Olha pra isso!

–Deus, quanto drama. Vamos cuidar logo disso e ir atrás do professor.

–Tem certeza que é uma boa ideia agirmos separados? – Perguntou Helena. – E se algo atacar de novo?

–Não precisa se preocupar, o professor já deve ter visto isso, deve estar vindo. - Enquanto conversavam, a garçonete se aproximou a passos tímidos. Ela estava pálida.

–Muito obrigada por me salvar. – Disse ela se curvando.

–Não foi nada. – Ele sorriu – Estava me salvando também.

Ela deu um sorriso tímido e beijou a bochecha dele. Drake e Helena estavam procurando o professor Stein, já fazia duas horas e não havia nem sinal de sua presença.

–Onde será que o professor foi? – Helena perguntou.

–Não sei, mas é esquisito. Ele sumiu do nada. – Respondeu Drake. – Por enquanto, vamos nos reagrupar com o Mike.

Sem nem perceber, se é que tinha como perceber, os dois estavam em um corredor cheio de espelhos, completamente diferente da rua que eles estavam alguns segundos antes.

–Mas que merda está acontecendo?

–Senhor Drake, o que é isso?

–Não sei, mas é melhor prevenir. Vire arma.

Helena assentiu e se tornou foice. De repente, Drake sentiu uma dor em suas costas. Ao se virar, tudo que havia era um espelho, mas em suas costas descia sangue, e havia marcas de garras.

–Senhor Drake?!

–Estou bem...

Mãos saíram de cada espelho, com enormes garras de até cinco centímetros, golpeando por todos os lados. Drake logo cortou as que podiam lhe causar algum dano. As mãos se recolheram.

–Helena, prepare-se.

–Ok.

Um vulto preto se atirou na direção dele. Drake golpeou com a foice, mas tudo o que acertou foi um espelho.

–Um espelho?

–Senhor Drake, se o espelho está refletindo o inimigo, quer dizer que ele está...

Antes de ela terminar de falar, Drake foi atirado pelo corredor com um soco. Ele se recompôs rapidamente. A sua frente havia um espelho que refletia o inimigo vindo em sua direção. Ele iria contra atacar no ultimo minuto, quando ele estivesse bem próximo ele viraria sua foice. Mas, o golpe veio da frente, do espelho que deveria estar refletindo o inimigo.

–Mas que merd... – Ele disse, com raiva.

Drake girou a foice, destruindo todos os espelhos que conseguiu em um giro, e percebeu que atrás de si havia um penhasco que levava direto para uma forte correnteza. Olhou em volta, mas nada de seu inimigo. Até que de repente, uma enorme mão lhe acertou um soco no rosto, o fazendo perder a consciência, antes de caírem do penhasco. Helena voltou à forma humana e segurou Drake na ponta do penhasco. A enorme mão agarrou a cabeça de Helena, a ergueu e sacudiu para que ela soltasse Drake, que caiu penhasco abaixo enquanto Helena soltava gritos abafados.