A Incrível História do Garoto que Ofegava escrita por PepitaPocket


Capítulo 9
O Inimigo Oculto




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— Ryuujin Jakka, Banshou Isai Kaijin to Nase (Reduza tudo a cinzas).

Depois que Yamamoto dissera isto, o ar em torno deles tornara-se imensamente quente e seco, como se estivessem no centro de uma queimada.

Não havia fumaça, mas sentiam a pele arder com o calor que emanava da ponta da espada do velho, que encarava Unohana com olhos frios.

— Sinto muito menina, mas aqui não é lugar de ímpios. – Ele disse secamente, e Unohana o encarou com seus olhos azuis, cristalinos como água, duros como aço.

Ela não se importava de morrer.

Estava cansada de lutar.

Desde que despertara naquele inferno, sua vida fora apenas luta.

E, luta trás morte.

Traz sofrimento.

Não queria lutar.

Mas, não conseguia evitar.

Porque aquela era uma terra onde os fracos não sobrevivem.

Não tinha culpa de saber segurar uma espada melhor do que muitos homens.

De ter a força necessária, de sobrepujar muitos riquinhos treinados desde o berço na arte de matar. Enquanto ela só tinha suas roupas surradas, como bem.

Os pés descalços sobre o chão enlameado, eram seu único sustento.

— Se você não se importar, peço que me solte. – Ukitake dissera vermelho como um tomate.

Estava sendo segurado como se fosse “uma noiva” pela moça dos cabelos negros, como as penas de um corvo. E, os olhos azuis como um céu diurno e ensolarado.

Mas, havia algo de profundo e obscuro lá no fundo, como a profundeza de um oceano, oras calmo, oras turbulento.

A voz dele de certa forma, a despertou e a fez fazer um movimento para longe de Yamamoto, que emanava uma quantidade descomunal de reiatsu.

Shunsui estava estirado no chão, segurando sua pequena e inútil, arma que era pouco maior que uma faca de cozinha.

Era um milagre, ele não ter ficado inconsciente ou coisa pior ainda. Pois, tudo ao redor, como o nome estava sugerindo, o velhote estava transformando tudo em cinzas.

Desde folhas de árvores, pedras, e de certa forma até o ar. O calor era insuportável, e o mais prudente seria correr, mas ao invés disso Shunsui continuou ali atirado no chão, a espera de alguma coisa. Mas, o que?

Nem ele sabia.

Vendo isso, Ukitake teve ganas de gritar por seu amigo, mas se antes estava difícil para respirar. Agora era muito pior.

Unohana, olhara para o idiota que continuava no chão, esperando virar churrasco, não tinha outra explicação.

Aqueles dois idiotas, tinham de cruzar seu caminho, justo quando aquele piromaníaco, metido a justiceiro, estava em seu encalço?

Não lembrava como tudo aquilo começou, só era mais um lutador errante, querendo provar sua força, novamente em um mundo em que essa era d diferença entre quem vivia ou morria.

Começou a chamar a atenção.

Conforme os inimigos iam caindo.

Gente que vivia como ela. No fio da espada, arriscando a vida a troco de nada. Apenas pelo prazer da luta. Não havia outra coisa para preencher seus dias, além disto.

Era uma vida desgraçada, mas a única que tinha.

Desgraçada e cansativa.

Sem perspectiva de coisas boas.

Um dia após o outro.

Cortando gargantas.

Perfurando corações.

Ceifando vivas.

Mas, estava cansada.

Desde que seu rosto fora parar no mural.

Desde que sua existência fora considerada tão nociva a ponto de ela ser considerada um demônio.

Mas, aqueles dois idiotas, não tinham nada haver com seus problemas existenciais.

Desamarrara o obi de suas vestes, e deixara que esse caísse no chão, revelando sem nenhum pudor sua nudez.

Não era demais, ao seu ver. Apenas mais uma mulher, com os traços femininos de seu gênero. Seus seios eram fartos e suas nádegas graúdas e proeminentes, e tinha um tufo de pelos espessos encobrindo sua pelve.

Ainda assim, para ela essas eram características genéricas.

Mas, Ukitake não compartilhava dessa opinião.

Ele que já vinha lutando com seus pulmões desesperadamente para que eles exalassem o oxigênio e liberassem o gás carbônico, de modo a mantê-lo vivo.

Ou ao menos consciente.

Entretanto, a moça do nada tirara a roupa e se revelara.

A parte cavalheiresca de sua personalidade. Queria muito que ele fechasse os olhos, mas ele não conseguira desviá-los de sua nudez.

Achara-a simplesmente maravilhosa, e sentia algo pegajoso escorrendo de seu nariz.

“Tsc. Porcaria, não é hora para isso”.

Ele pensara enxugando as mangas de seu nariz, tentando evitar que o mesmo continuasse sangrando.

Entretanto, ela em um tom monótono e vazio, ordenou que ele tirasse as roupas.

Vendo que Ukitake não reagia, ela puxou o nó de seu quimono, e o desatou. Desprendendo o tecido fino de seu corpo, e este entreabriu-se revelando seu peitoral.

O ar quente chamuscou os pelos de seu dorso, fazendo a pele arder.

Com um puxão, a parte de cima, fora ao chão. A calça de um tecido similar também fora ao chão, e Ukitake viu seu pênis ali balançando ao ar quente, e se encolhendo por causa disso de um modo terrivelmente constrangedor.

— Posso ganhar algum tempo, mas não espere, pegue seu amigo e saia para longe. É a mim que ele quer.

Unohana dissera com a voz entrecortada, até para ela estava ficando difícil respirar entre aquele ar escaldante.

Ukitake estava mais preocupado, em perguntar porque eles estavam pelados, mas quando viu os tecidos da mesma, começarem a esfumaçar, ele entendeu sua intenção e ficou grato, mas não menos constrangido.

E, isso lhe deu um motivo a mais para se preocupar com seu amigo.

Mas, também não queria sair e deixar Unohana lidando com o velhote psicótico sozinha.

Mesmo, visivelmente ela sendo mais forte do que ele.

Mas, havia algo em sua postura que mostrava que ela estava esmorecendo.

Yamamoto observava os três garotos, com peculiar interesse.

O outro continuava inerte, talvez querendo uma brecha para uma taque suicida contra ele.

E a garota se despira, e despira o outro, numa tentativa de aliviar a combustão que se iniciaria pelo tecido.

Mas, agora a pele desnuda era um alvo fácil, sem nenhuma proteção.

Não se interessava por crianças, então não sentiu nada de incomum ao ver a nudez da jovem, e do rapaz que parecia mais constrangido com isto.

Estavam na flor da idade.

E, bastava um movimento, e ele liquidaria com tudo.

Mas, ao invés dele ele se via hesitando.

Comprimido ao máximo a reiatsu dentro de si, apenas para ver o que aquela pirralha insolente faria.

E, o que viu o destituiu da certeza, que ela era um monstro desalmado que matava por matar.

Ela mostrara empatia por aqueles dois desconhecidos.

E, o que lhe dava essa certeza, era já ter visto monstros de verdade, mais do que ele gostaria.

Tais monstros, eram capaz de arrancar o coração de uma mulher grávida de oito meses, como fizeram com sua esposa, diante de seus olhos.

Não havia clemência, nem piedade.

Apenas a promessa de uma morta rápida, mas não menos dolorosa.

E a certeza foi ainda maior, quando a viu colocar seu corpo desnudo, na frente de Ukitake, enquanto firmava a espada em suas mãos, e movia os lábios para ele, ordenando que ele se salvasse e tentasse salvar o outro que continuava inerte no chão, mas ele podia ver a lâmina girando entre seus dedos... Aquilo o deixou impressionado, de uma maneira que ele não esperou que fosse ficar.

Já vira guerreiros experientes, caírem mortos aos seus pés, antes mesmo dele usar o poder de seu shikai.

Mas, aqueles três pirralhos cada qual por um motivo diferente, mantinham-se em pé, ante a ameaça. Olhavam nos olhos dela, e a desafiavam indiferente ao qual mortal ela poderia ser.

E, a surpresa foi ainda maior que mesmo ofegante, suando frio, quase sem nenhuma gota de oxigênio em seu corpo que o deixasse vivo.

Ele ainda ele queria ajudar a garota, mesmo sem ter demonstrado uma única habilidade de luta.

Por mais, que o campo de batalha tenha o endurecido. A perda abrupta de sua família, e a severidade do caos do mundo em que se encontravam.

Aquilo comoveu o duro caçadora, como há muito tempo não acontecia.

E, ele teria de tomar uma decisão: seguir aquela comoção desconhecida, mas fascinante ou continuar movendo-se sobre a égide de uma frieza insensível e sombria.

Embora, ele no fundo soubesse que o inimigo se ocultava por toda a parte, escondido entre as sombras daquele mundo, mas ainda não era ele. 

O que fazer?


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