A Incrível História do Garoto que Ofegava escrita por PepitaPocket


Capítulo 7
Habitando a Escuridão




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Desde que se conhecia por gente, seu mundo tem sido um interminável campo de batalha.

Nascida em Inuzuri um dos locais mais pobres e violentos de Rokungai.

Na verdade, surgida seria a palavra. Um dia acordara sobre uma poça de lama, totalmente perdida sobre onde estava ou sobre quem era.

Não demorou para ela descobrir que naquele mundo aquele tipo de coisa era comum.

E, não demorou ela descobrir o quão sangrento era aquele mundo que agora ela habitava.

Quando se viu cercada por quatro homens, que tentaram lhe fazer mal usando sua força e seu tamanho, como modo de subjugá-la, ela descobriu um instinto mortal dentro de si.

E, sua maior satisfação, foi cortar a jugular de um deles, perfurar o coração de outro... E, ela só parou quando os quatros jaziam mortos a seus pés.

Suas vestes rasgadas, e sua pele clara e leitosa encharcada pelo sangue, de outrem.

Olhara para suas mãos trêmulas, sem saber o que tinha se passado, ou como tinha acontecido... Mas, não sentiu nenhum tipo de remorso, apenas um frenesi, no âmago de sua alma. Um tipo de euforia, que era o mais perto do sentimento da alegria, que ela experimentara desde que acordara ali.

Não demorou que sua proeza chegasse aos ouvidos de um larápio local, que quis usá-la como modo de aumentar seus domínios, em meio aquele inferno de gente desesperada e sem perspectiva nenhuma de futuro.

Por uma questão de sobrevivência, ela aceitou sua suposta proteção.

Mas, não demorou muito para que seus olhos mesquinhos começassem a cobiçar o que ela não lhe ofereceu em momento algum.

Sua silhueta feminina, desenvolvera-se de modo inapropriado na concepção da jovem. Que contava com um corpo curvilíneo, adornado por seios fartos, coxas bem torneadas, por conta dos treinos físicos, e um bumbum firme e empinado, que se realçavam mesmo sob as vestes discretas que ela sempre usava.

Seus cabelos negros e seus olhos azuis, a pele clara, e a melancolia que tinha em seu semblante, em conjunto ao sorriso escondido detrás de seus lábios carmesins, incitavam um mistério que atraia os homens, como o mel atrai as abelhas.

Mas, ela não estava interessada.

E, infelizmente, naquele mundo alguns homens achavam que só por serem supostamente mais fortes, podiam tomar a força o que lhe era negado.

Até, se depararem com uma mulher que era mais forte, mais astuta e mais fria do que eles.

E, não demorou para que ela decapitasse o seu então protetor.

E não demorou, para que sua presença se convertesse em uma ameaça para muitos e desde então... Sua vida tem sido um ciclo de perseguições e mortes.

Por onde passava, a chamavam de demônio.

Colocavam cruzes e estátuas de oni nas portas, como se isso fosse impedi-la de entrar caso assim o quisesse.

Mas, ela não tinha interesse nas pessoas.

Apenas nos trabalhos que arranjava para viver, como caçadora, clandestina.

Já que ela não tinha reconhecimento dos figurões que residiam na capital.

...

Seus olhos azuis correram para o céu, e por um motivo inexplicável ela pensara nos dois bobalhões, que ela havia quase massacrado instantes antes.

Já que não dava para chamar aquilo de confronto.

Então um farfalhar, mais ruidoso de galhos se partindo chamou sua atenção, e ela diminuíra ainda mais o nível de sua reiatsu, quase ao ponto de sua energia fluir fracamente em torno de seu coração apenas.

Esconder sua presença, é o mesmo que reduzir sua vitalidade, no mundo o qual habitava.

Então, dois homens que carregavam a carcaça de um animal sobre os ombros, passaram pela estreita trilha, a qual ela havia percorrido instantes antes.

Suas roupas esfarrapadas, e aparência desleixada, denunciava que eram apenas ryokas comuns, sem habilidades espirituais.

Certamente, havia algum vilarejo ali por perto.

O que era ruim para ela.

Quanto mais perto ela estivesse dos moradores, mais perigoso se tornaria para ela.

Por isso, sua ideia era afastar-se, porém uma forte presença espiritual lhe deu um aviso, de que em breve ela teria problemas.

Não sabia porque aquele velho esquisito a estava caçando, mas ela sabia que não poderia se permitir capturar, porque assim ela seria culpada por algo que ela não fez.

Já Yamamoto, sabia que precisava encontrar aquela pirralha, ou ela continuaria causando danos aos outros, e também a si mesma.

Pena, que ele não conhecia outro modo de proporcionar livramento, a uma alma que sofre, que não fosse ceifando sua vida.

Era por isso, que ele recusava a alcunha de caçador.

Estava mais para algo mais sombrio, que combinava com aquele mundo maldito que eles viviam.

Algo como um ceifador.

Alguém que existe apenas para tomar para si a vida de outras pessoas, em nome de uma causa maior.

Enquanto se deslocava pela floresta, Yamamoto, não sabia o nome que deveria dar para aquela causa, mas ela era tão obscura... Quanto o mundo no qual eles se encontravam.

E, ele já não acreditava que houvesse algum modo de trazer luz, para aquele lugar, sombrio e esquecido.

...

— Já te disse que o velhote não vai ser encontrado, se não quiser. – Ukitake dissera em meio a mais um espirro, enquanto limpava com um lenço a coriza que saia de seu nariz.

— Aquele velhote não vai ficar com minhas moedas. – Shunsui dissera com uma peculiar determinação que não combinava com seu habitual jeito de ser.

O que serviu para que Ukitake rolasse os olhos com impaciência perante a teimosia de seu melhor amigo.

— No mural tem uma porção de trabalhos que a gente pode fazer... Hm. Como capinar, por exemplo. – O rapaz dissera sem muita animação para pegar no cabo da enxada, sinceramente, talvez sua falta de saúde o impedisse de fazer algo assim, mas era algo que Shunsui poderia fazer pelos dois, se quisesse.

Mas, a julgar pelo modo como ele o encarou, certamente ele não queria.

— Trabalhoso demais e não vai render moedas de prata, no máximo algumas poucas gorjetas de bronze. Vamos ficar exaustos e quebrados financeiramente do mesmo jeito.

O rapaz dissera com certa eloquência, e Ukitake convenceu-se desse argumento, embora ele não lhe parecesse o melhor de qualquer maneira.

Então, uma forte pressão espiritual chamou a atenção dos rapazes, que tentaram correr em direção a ela, mas eles acabaram paralisados temporariamente sem conseguir se mover.

— Merda! Será que ele se deu por conta de que estamos tentando segui-lo? – Shunsui dissera trincando os dentes cheio de frustração.

— Nós nem sabemos se seguimos na direção certa, para começo de conversa. – Ukitake protestou igualmente cheio de frustração.

— Mas, não tem nada que mostre que fomos pelo caminho errado também. – Shunsui dissera fazendo força para se mover.

— E, eu já disse que aquelas moedas serão nossa. – Ele disse tentando lembrar os ensinamentos do guru espiritual, contratado por seu pai, para ajudá-lo a canalizar sua energia naturalmente elevada quando criança.

Na ausência de uma instituição formal de ensino, muitos professores recebiam a alcunha de “guru” e com diferentes técnicas ensinavam os discípulos a controlar, seu reiatsu.

Porém, Shunsui nunca foi um bom aluno em nada, mas estava na hora de mudar isto, então ele fez o inesperado e de olhos fechados, tentou se concentrar e colocar a cabeça para funcionar.

O que deixou Ukitake parcialmente admirado, embora ele duvidasse que aquilo iria servir de alguma coisa, mas não é como se eles tivessem alternativa melhor, então ele tratara de fechar seus olhos também, e torcer que tudo se resolvesse da melhor maneira possível, ou pelo menos da maneira menos pior.


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