Capítulo Quatro

Depois do incidente na praia eles não tocaram mais no assunto e ele sabia que tinha que revelar a ela o que tinha acontecido, mas sabia que ela nunca acreditaria.

Quase uma semana depois, num sábado, Booth resolveu ir até o apartamento dela para conversarem, bateu a porta e esperou. Segundos depois foi aberta e uma Temperance Brennan vermelha, despenteada e com ar de cansada abriu a porta.

– Bones? Você está bem?

– Estou, Booth. – Ela falou fanhosa. – Só um pouco resfriada.

– Um pouco? – Ele perguntou incrédulo, entrou no apartamento e colocou a mão na testa dela. – Você está queimando em febre, Bones.

– Eu estou bem.

– Está nada. Vem aqui. – Ele falou e a puxou até o sofá. – Eu cuidarei de você.

E durante todo o dia foi isso que Booth fez. Trocou os panos para abaixar a febre, fez uma sopa e mesmo um pouco inconsciente conseguiu que ela tomasse um banho. Á noite ele continuou com ela, velando o sono dela. E ali ele tomou uma decisão, iria embora, sabia que tinha interferido na vida dela, mas ainda havia tempo de deixá-la. Assim ela seria feliz.

Cuidadosamente ele levantou-se da cama e beijou a testa dela. E antes de sair deixou um recado em cima do laptop dela.

~.~

Na manhã seguinte Temperance acorda bem melhor, olha ao redor a procura de Booth. Sabia que ele tinha passado a noite ali, do jeito que era protetor duvidava que ele fosse embora sem ter a certeza que ela ficaria bem. Saiu do quarto e não encontrou nenhum sinal dele, mas ao virar-se encontrou a nota que ele tinha deixado:

Hoje eu acordei mais cedo e fiquei te olhando dormir.

Imaginei algum suposto medo para que tão logo pudesse te cobrir.

Tenho cuidado de você todo esse tempo, você esta sobre meu abraço, minha proteção.

Tenho visto você errar, crescer, amar e voar.

Você sabe onde pousar.

Ao acordar já terei partido, ficarei de longe escondido, mas sempre perto, decerto, como se eu fosse humano.

Vivo, vivendo para te cuidar, te proteger, sem você me ver.

Sem saber quem sou.

Se sou anjo ou se sou o seu amor.

Booth

Quando leu aquelas palavra Temperance não pode segurar as lágrimas, ele não podia abandoná-la. Então imagens dos últimos seis meses apareceram na mente dela. Ela se viu sufocada com as lembranças e por mais irracional que fosse ela acreditou, acreditou que existiam anjos e uma força superior que ela não sabia explicar.

Toda a proteção que ele tinha com ela, os cuidados, os sorrisos que ele tirava dela tentando deixá-la feliz. Então ela lembrou do dia da praia, do que tinha presenciado no jardim.

– As marcas... – Ela sussurrou – A pena.

Voltando para o quarto ela procurou por dentro dos livros e encontrou. A pena que ela tinha visto na mesinha de cabeceira do hospital. Booth tinha acabado de sair quando ela encontrou a pena. Trocando de roupa o mais rápido que podia ela saiu correndo do apartamento e foi pegar o carro. Tinha que chegar na praia o quanto antes.

Continua...