–jura? Não tinha hora melhor pra querer nascer não? –disse Cristina olhando pra mim e depois pra paciente e pros enfermeiros –injeta atropina e epinefrina

–dra. Yang, o desfibrilador já esta carregado –informou uma enfermeira e Cristina colocou as pás sobre a adolescente

–afasta! –e foi dado mais uma descarga elétrica e o coração começou a bater de novo -leva pra cirurgia e seu eu não estiver lá em 7 minutos chama o dr. Smith –os enfermeiros concordaram com a cabeça, subiram as laterais da maca mas antes de saírem todos os enfermeiros do quarto Cristina pediu pra irem chamar o Alex, instantes depois a enfermeira voltou dizendo que ele já estava vindo e ela subiu junto com os outros. Cristina veio e se sentou do meu lado

–ta tendo contrações de quanto em quantos minutos?

–cinco em cinco –respondi com a cabeça baixa, ainda com a mão na barriga –ahh –senti outra contração ainda mais forte, levantei a cabeça e comecei a respirar fundo

–cade o Alex? Será que eu que vou ter que fazer esse parto? –disse Cristina alto, instantes depois ela saiu do quarto, foi nos leitos da emergência e trouxe um pro quarto de trauma –deita aqui –ela me ajudou a levantar e a me deitar

–ahh!! –estava cada vez mais forte. A sensação era nova pra mim porque por mais que eu tenha sentido dor no parto do Bailey ainda assim foi cesariana –três em três Cristina!

–ALEX!!! –gritou Cristina tirando minha roupa da cintura pra baixo e colocando uma daquelas toalhas azuis grande sobre minhas pernas e finalmente o Alex apareceu na porta

–que gritaria é essa? oque foi?

–a Meredith entrou em trabalho de parto

–e eu vou ter que fazer o parto?

–você é cirurgião pediátrico, o mais próximo de obstetra que ta tendo agora, sem contar que você já fez uns 100 partos

– você é médica também, você sabe fazer um parto

–vocês vão discutir ou vão tirar essa criança de dentro de mim? –falei ja brava

–ta! Sai dai Cristina –disse Alex tomando a posição em que cristina estava e olhando por debaixo do pano –ah meu Deus, vou levar anos pra esquecer essa imagem, mas vamos lá. Empurra Mer

–Eu sei oque eu tenho que fazer!! –falei com raiva por estar sentindo tanta dor. Cristina foi do meu lado e segurou na minha mão

–ahhhh –gritei fazendo força, apertando a mão da Cristina

–ta quase lá, empurra mais!! –disse Alex

–ta quase lá o caramba!! Sei que é mentira!! Ahhh –a cada contração eu apertava ainda mais a mão da Cristina, ela com certeza se arrependeu de ter me dado a mão

–ta, que seja, mas continua, empurra Meredith

–ahhh –gritei apertando a barra de ferro da cama

–saiu a cabeça, só mais um pouco

–ahhh –empurrei com toda a força que tinha sobrado e quase instantaneamente senti um alivio muito grande

–pronto!! –disse Alex pegando minha filha no colo enrolada em um pano mais parecido com um cobertorzinho, porem eu não ouvi nenhum choro –éhh, Cristina, pode vir aqui um pouco? –chamou Alex

(Narrador)

Cristina foi até o Alex que segurava a bebe com um braço e com o outro fazia massagem cardíaca.

–Pega o balão de oxigênio, o coração quase não ta batendo –sussurrou ele. Cristina foi até a um tipo de armário da sala de trauma e pegou o balão, separou os lábios da bebe e começou a ventilação

–porque ela não ta chorando? Cristina, oque ta acontecendo? Qual é o problema com a minha filha?

–a pressão esta quase imperceptível, o coração quase não ta batendo, por conta disso estamos fazendo a ventilação manual e temos que colocar ela no suporte

–mas... eu nem a vi

–Meredith, eu sinto muito mas temos que leva-la agora! E você fica ai!! –disse Cristina saindo da sala com Alex. Meredith jogou a cabeça pra trás apoiando-se na cama e respirou fundo. “Aquilo não estava acontecendo! Não podia ser verdade, como assim minha filha quase não tinha batimentos?” Pensamentos ruins invadiram sua mente e ela acabou dormindo, estava extremamente cansada.

***

Alex e Cristina foram no elevador e subiram rápido pra UTI neonatal, deitaram a pequena em uma pequena caminha que fazia parte do próprio suporte.Enquanto Alex assumia a ventilação manual Cristina esterilizou o tora da criança com um liquido escuro, colocou as luvas de borracha, pegou um bisturi esterilizado e fez uma incisão de uns 5 cm no peito da bebe e ligou um dos fios do aparelho no coração e os batimentos dela logo aumentaram aos poucos, cobriram o corte junto com o fio com um curativo e a medida em que os batimentos aumentava Alex foi parando com a ventilação e instantes depois a bebe finalmente chorou pela primeira vez. Alex e Cristina sorriram ao ouvir aquele chorinho fofo, Cristina a pegou no colo com cuidado para não atrapalhar o fio do D.A.V.

–calma bebezinha... você vai ficar bem! –disse ela balançando a pequena bem levemente de um lado pro outro e aos poucos ela foi parando de chorar -to pensando aqui, quanta ironia, lembra quando éramos internos e ajudamos a Izzie a cortar o fio que mantinha o Denny vivo? E agora é esse mesmo fio que ta fazendo a filha da Meredith viver.

–Ainda bem que eu não participei disso -disse Alex sorrindo e Cristina riu colocando a bebe dormindo na caminha de novo e ficou olhando pra ela um pouco

–oque vamos falar pra Meredith? Nem sabemos oque a filha dela tem. Pode não ser nada, como pode ser tudo

–vamos fazer um ECO –sugeriu Alex

–e se ela tiver uma má formação cardíaca ou uma doença congênita

–ta com medo do resultado do exame?

–a Meredith é minha melhor amiga e ela ta passando por tanta coisa...

–eu falo pra Meredith, independente do resultado –disse Alex colocando a mão no ombro de Cristina

–vamos fazer os exames –disse a morena tirando a mão do Alex e indo pra porta –vou trazer o aparelho do ECO –continuou ela saindo da sala. Ela foi a um dos corredores e a maquina estava encostada na parede. Os corredores do hospital tinham varias maquinas pra exames nos corredores, pra em caso de emergência não ter que ficar procurando muito. Ela levou a maquina pro quarto, passou um paninho limpando o abdômen e o tórax da menina e conectou os fios sobre o peito e os braços

–não vamos seda-la?

–ela já esta dormindo, não vai precisar –respondeu cristina colocando um gel no abdômen da bebe para que a sonda se movimente facilmente sobre a pele. Cristina foi mexendo a sonda e vendo ângulos diferentes do coração, ela parou em um angulo e capturou a imagem

–ta vendo isso? –disse ela apontando para a imagem borrada na tela do aparelho e Alex se aproximou

–parece...

–não parece, é!! –disse Cristina interrompendo Alex - As paredes cardíacas estão inflamadas

–Cardiomiopatia –concluiu Alex

–agora avisa a Meredith que a filha dela precisa de um transplante de coração –disse Cristina colocando a sonda em cima do aparelho e saindo do quarto