–para o carro, tenho uma ideia –disse Cristina, eu parei perto de onde a Izzie estava porem meu carro era todo preto e quem estava de fora não dava pra ver nada por dentro -anda, troca de lugar, vai lá pra trás
–pra que?
–troca logo!
–ta bom, ta bom –quase me matei dentro do carro mas consegui passar para o banco do carona e Cristina para o do motorista. Ela abriu o porta luvas e pegou um óculos escuro e ela achou um distintivo de brinquedo
–oque é isso? –perguntou ela segurando o distintivo
–um brinquedo do Bailey... eu vivo dizendo pra ele não deixar os brinquedos no carro mas ele não me ouve
–não... isso acabou de incrementar nosso disfarce! –disse ela fazendo um coque no cabelo
–nosso oque?
–só fica quietinha ai atras... –eu me encostei no banco de trás sem entender nada e Cristina acelerou o carro, não muito, o suficiente para ele se mover e se aproximar mais da Izzie. Ela parou do lado da loira e abaixou o vidro –Isobel Stevens? –Ela olhou com uma cara séria, não sabia se estava preocupada ou com medo
–Sim...
–Pode nos acompanhar?
–Porque?
–sou do FBI -disse Cristina mostrando o distintivo de brinquedo do Bailey -só queremos conversar
Ela assentiu com a cabeça e entrou no banco de trás. Ela entrou e fechou a porta, quando se virou pro outro lado foi que me viu
–Meredith?
Cristina se virou pra trás tirando o óculos e soltando o cabelo
–Cristina? ah meus deus querem me matar do coração?!
–Sério que você entrou no carro sem nem saber quem era? e se fossemos sequestradores?
–vocês são?
–não... –Respondi com uma expressão de “que pergunta besta, claro que não somos”
–Então pronto! Relaxa ... Gente e essa bebe? Resolveu ter filhos Cristina? -perguntou Izzie olhando pra Lexie
–Eu? não... É da Mer!
–Que linda! Filha do Derek?
Respirei fundo e respondi com a voz pesada
–Sim
Cristina acelerou o carro
–Pra onde ta indo? -perguntei
–Pra casa, temos muitas coisas pra conversar!!

***

–Pra que vieram pra Suíça? -perguntou Izzie -tirando a Cristina porque a resposta dela eu já sei
–Eu não conseguia mais ficar em Seattle, sozinha com 3 filhos
–Sozinha? e o Derek?
–Ele... Morreu
–OI? como assim?
Cristina raspou a garganta interrompendo os comentários de Izzie e perguntou
–Porque o "menos a Cristina" ?
–ata... Eu já sei que o Burke te deu um hospital
–andou me espionando?
–ah claro, é meu hobby!! -disse Izzie sendo irônica -logico que não!! Meu filho tem arritmia e o Burke tratava dele
–Ah é isso me lembra de uma outra pergunta, como assim filho? Ta casada? -Perguntei
–De novo? Não... Digamos que eu fiz inseminação
–Ah...
O celular da Cristina tocou
–É o Alex. Ja volto -disse ela levantando e saindo da cozinha
–O Alex mora aqui tbm?
–sim... Izzie, aqui pra gente -me aproximei dela e abaixei o tom da voz- Você fez a inseminaçao com o semem do Alex?
–Meredith eu... -Ela começou mas foi interrompida pela Cristina entrando na cozinha
–a emergencia ta cheia e teve um acidente de carro. Eles chegam em cinco minutos. Uma gravida, duas criança. Acha que da tempo?
–Da se sairmos agora! -falei
–Então vamos!! -Disse Cristina pegando a bolsa dela e saindo da cozinha, levantei e fiz o mesmo junto com Izzie. Passei na sala e peguei Lexie que estava brincando
–então Izzie acho que tchal! -disse Cristina abrindo a porta
–Você disse que tem uma gravida, eu posso ajudar. Sou da obstetrícia e neonatal
–Você ainda pratica medicina? –perguntei
–unhum... –respondeu ela
–você estudou esses anos todos pra ir pra essa área?
–Cristina eu vou sentar a mão na sua cara!! –disse Izzie nem um pouco agressiva, não me assustei porque eu já havia conhecido esse lado desbocado da Izzie antes
–Vai encarar? -disse Cristina se virando pra ela. Eu sabia que as duas não iam brigar de verdade mas me senti no dever de parar com aquilo
–Ouou parou né!! Vamos logo!!
Cristina riu e pegou Lexie do meu colo e a colocou na cadeirinha enquanto eu entrava no banco do motorista, Izzie foi atras com a Lexie e Cristina entrou na frente.
–qual o nome dela Mer? -disse Izzie mexendo na mãozinha da bebê
–Lexie –respondi acelerando o carro
–Esse não era o nome da sua irmã?
–sim... Coloquei por isso mesmo!
–Ela ainda trabalha no Seattle Grace?
–Não, ela morreu a uns anos atras -falei naturalmente
–E o hospital não é mais Seattle Grace. É Memorial Grey Sloan, em homenagem a minha irma e ao Mark
–ah meu Deus.... -Disse ela com um tom pesado. Lexie começou a resmungar me chamando
–Oh amor, mamãe ta dirigindo, fica quietinha. Izzie da o patinho que ta na bolsa dela –e assim a loira fez, pegou um patinho amarelo de pelúcia e entregou pra Lexie. Ao tocar na mãozinha da bebe ela logo percebeu
–Meredith ela com febre -disse Izzie
–não... acho que não, se esta eu não percebi
–bom, porque ela ta quentinha
–Não deve ser nada demais não...
–Olha esse transito! -disse Cristina desviando minha atenção de Lexie para o transito. Olhei e tinha duas fileiras de carro, completamente paradas. Reduzi a velocidade e parei atras do ultimo carro da pista da direita. Bati no volante do carro
–Merda!!
Ouvi um leve som de sirene que foi ficando mais intenso. Era uma ambulância, nossa salvação. A ambulância parou na pista do nosso lado enquanto os carros se organizavam para dar lugar. Abaixei o vidro e reconheci o paramédico
–Scott?
–Dra. Grey! -cumprimentou ele -o negocio aqui atras ta feio! Pode vir alguém aqui pra ajudar?
–quem ta ai?
–A gravida!
–Izzie...!! -me virei pra trás e ela já estava desafivelando o cinto
–Já to indo
–Quem é ela? -perguntou Scott a vendo quado Izzie saiu do carro
–Doutora Stevens, ela ta com a gente
Izzie saiu do carro e entrou na ambulância. Os carros se ajeitaram e deram passagem pra ambulância. Acelerei e fui logo atras, os motoristas não gostaram muito mas não fizeram nada. Chegamos no hospital e saímos rápido do carro, eu e Cristina. Fechei o carro e fui andando rápido pra entrada do hospital, Cristina ficou parada perto do carro. Parei e olhei pra ela. -Não ta esquecendo nada não? -perguntou ela. Fiquei quieta. Não estava lembrando de nada que eu tinha esquecido.
–Alguma coisa ,ou melhor alguém, que chora...
–Meu Deus a Lexie!! -falei voltando. Juro por Deus que tinha esquecido dela. Tadinha da minha pequena...! Eu tenho que aprender a exercer medicina e ao mesmo tempo ser mãe! Voltei pro carro e peguei Lexie, fui com ela no colo pra direção em que as ambulâncias estavam. Os paramédicos foram abrindo e tirando os feridos
–5 anos com pulso fraco, já deu duas paradas -informou
–trauma 2! -disse Cristina, ela assumiu e foi entrando com a maca. Fui pra outra ambulância e vi Scott, era ambulância em que estava a gravida com a Izzie. Ela saiu da ambulância falando
–Cesariana agora!!
–o centro cirúrgico fica no segundo andar. Chama alguém pra te ajudar a se orientar -falei enquanto tiravam a maca da ambulância
–Ta... -Disse ela tomando a direção da maca
–Ah Izzie, cuidado pra não encontrar com o Alex -ela concordou e entrou com a maca. A terceira ambulância abriu
–7 Anos baço completamente lacerado e pressão oscilando
–ok... -O paramédico viu que eu estava com Lexie no colo e empurrou a maca pra mim. Entramos no hospital e eu chamei o primeiro residente que vi
–Leva ela pra creche!! -falei entregando Lexie pro medico e ela começou a chorar
–Filha não chora, daqui a pouco a mamãe vai la te buscar
–Mamãe... Mamãe! -dizia ela chorando com a voz manhosa e se jogando pro meu colo
–Pressão caindo -informou o paramédico. Olhei pra Lexie e depois pro paciente e vice e versa
–Me da ela... -Falei pegando Lexie de novo -leva a maca pro trauma 1 -falei pro residente que tinha pegado a Lexie. O paramédico saiu e o residente assumiu a maca. Fomos pro trauma 1 e eu coloquei a Lexie em pé no chão, ela resmungou um pouco
–fica quietinha! Mamãe tem que trabalhar!! -falei com a voz um pouco brava e ela parou de resmungar. Voltei a atenção pro paciente. Apalpei o abdômen dele e estava flácido
–Fala que agente ta subindo!! Esplenectomia de emergência -falei pro residente. Ele telefonou pro centro cirúrgico e segundos depois colocou o telefone de volta no gancho
–Eu vou sair e você leva a Lexie pro Karev e sobe pra cirurgia. Se ele estiver ocupado você fica na galeria com ela. Se ela for ficar com o Alex você fala que é porque eu to em cirurgia e ela ta com febre -falei e sai do trauma 1 empurrando a maca. Levei pro elevador e um andar acima chegamos. Deixei o paciente com o anestesista e as enfermeiras e sai pra me lavar. Uns breves minutos depois eu entrei pra sala de cirurgia. Fiz a primeira incisão e saiu sangue pra todo lado... Ele estava com hemorragia interna. Muito sangue escorreu. Uns minutos depois do começo da cirurgia o residente que estava com Lexie chegou na sala de cirurgia segurando a mascara em frente a boca
–Ela ficou com o Dr. Karev –informou ele
–Ela chorou?
–Não...
–Ótimo! Vá se lavar e entra aqui
Ele concordou com a cabeça e foi se lavar

*** (Alex)

Acabei de sair do quarto de um paciente e um residente estava passando com a Lexie no colo. Fui até ele
–Cade a Meredith?
–Ah dr. Karev!! A Dra. Grey pediu pra você ficar com a Lexie. Ela esta em cirurgia
–E a creche?
–Ela disse que a Lexie esta com febre
–Ta... Me da ela aqui -falei pegando a menininha. Ele me deu a bolsa dela e saiu andando. Logo meu pager apitou. Sai com Lexie no colo até o quarto em que me chamaram, quando entrei percebi porque estavam me chamando, tinham acabado de fazer um parto, tinha uma doutora com o capote de cirurgia mal colocado, ela era magra, não estava usando o uniforme do hospital e tinha cabelo curto e loiro, ela segurava um bebe todo sujinho
–Alguém chamou? -perguntei colocando Lexie no chão. A doutora estava cortando o cordão umbilical, percebi que quando falei ela hesitou no ato de cortar. Quando ela se virou percebi o porque daquela hesitação. Eu conhecia aqueles olhos meigos e ao mesmo tempo sedutores, aquele cabelo loiro e curto na altura do ombro, aquele corpo em uma forma perfeita. Eu conhecia aquela doutora ali na minha frente, eu já fui apaixonado por ela... ela era a Izzie!! Acho que ela não ficou tao perplexa em me ver, como se soubesse que aquilo poderia acontecer. Mas tinha um pouco de surpresa em seu semblante, acho que era mais por causa de eu ter me tornado um pediatra do que o fato de nos vermos após ela ter fugido sem nem olhar pra trás.