After Midnight escrita por Lina


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então gente, ai vai o primeiro capitulo, espero que gostem e boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644479/chapter/1

Derek havia morrido ontem e o Alex, Maggie e a Amy se ofereceram para passarem a noite comigo, eles não queriam me deixar sozinha. Hoje foi o enterro e depois todos vieram aqui em casa onde tinha uma pequena recepção mas eu não tinha falado uma palavra sincera, só falei “obrigada” quando me davam os pêsames e eu só falei isso o dia todo.

Anoite, depois de colocar as crianças para dormir eu fui pro meu quarto, me deitei e coloquei meu braço esticado pro lado dele da cama como se estivesse abraçando ele mas não havia ninguém ali, e isso me doía muito. Fechei os olhos e como flashbacks veio em minha memória todos os nossos momentos, dos mais normais ao mais quentes e divertidos, tudo passava na minha cabeça como um filme e por fim descobri que não conseguiria dormir ali. Levantei e fui pro quarto das crianças, Zola e Bailey dormiam como anjos, parei na porta e fiquei olhando eles. Como eles iriam crescer sem um pai? O Bailey ainda era pequeno, provavelmente lembraria do Derek bem vagamente mas a Zola, ela iria se lembrar muito bem dele, e oque eu iria dizer quando eles me perguntarem do pai? Vou dizer que morreu? Nem que eu quisesse dizer a eles eu não teria estrutura para olhar nos olhos dos dois e dizer que nunca mais veriam o pai, eu não consigo. Olhei pros dois e por mais que o Bailey parecesse com o Derek, quem mais me lembrava ele era a Zola, eu olhava pra ela e eu lembrava de quando vi ele com ela no colo a primeira vez, ela tinha 6 meses e precisava de uma cirurgia e quando ele me mostrou ela, eu achei que não poderia. Eu sempre achei que seria uma mãe horrível, pq digamos que eu não tinha um modelo de mãe muito agradável mas quando eu a vi no colo do Derek eu pensei “é ela”. Eu não estava pensando em adotar mas digamos que foi amor a primeira vista e quando a peguei no colo me senti mãe pela primeira vez. Quando levaram ela eu fiquei sem chão mas claro, eu não demonstrei, nunca demonstro meus sentimentos. E quando nos devolveram ela e eu a peguei no colo era como se eu não me imaginasse não sendo mãe daquela garotinha linda. Ao lembrar de todos esses momentos uma lagrima desceu pelo meu rosto.

Eu estava ali na entrada do quarto dos meus filhos quando me veio uma tonteira súbita e eu me apoiei na porta que bateu na parede e Zola se mexeu na cama e abriu os olhos me vendo

–Mamãe, você ta bem? –perguntou ela se sentando na cama. Eu passei a mão secando a lagrima e me aproximei dela

–Estou... –me sentei na cama dela e a abracei –tudo vai ficar bem

***

A fiz dormir novamente e pensei em voltar pro meu quarto mas não dava, não conseguiria dormir lá, eu não iria conseguir ficar nessa casa, na casa que ele construiu, na casa que ele viveu, onde tivemos os melhores momentos, mas eu não poderia sair daqui, não poderia fujir como minha mãe fez quando o Richard a deixou, eu não sou como a minha mãe. Peguei um travesseiro e um edredom e me deitei no tapete que ficava entre a cama da Zola e o berço do Beiley e foi ali que consegui descansar um pouco.

Eu estava com 8 meses e meio de gestação, o Derek falava tanto nessa bebezinha que eu carregava, ele cantava pra ela, contava piada, contava histórias e fazia planos mas agora isso foi por água abaixo junto com a minha vida. Acordei no meio da madrugada e fiquei encarando o teto por um tempo e cheguei a conclusão de que não passaria por aquilo sozinha, eu não conseguiria.

–Zozô filha, acorda. –falei passando a mão pelos cabelos dela e ela logo acordou, acho que ela não tinha dormido direito. Zola tinha 6 anos e era bem esperta, acho que ela sabia oque tinha acontecido mas não tinha chegado a entender a gravidade daquilo. Ela se sentou na cama e eu fui ao armário e peguei um casaco

–Veste isso filha, lá fora esta frio

–onde vamos? –perguntou ela colocando o casaco

–pra longe –respondi prestando atenção nas minhas palavras. Eu tinha me tornado a minha mãe e isso me assustava mas a solidão me assustava mais então não me importei em me tornar ela por um momento. Abri as gavetas do armário das crianças e joguei as roupas em uma mala, peguei Beiley que continuava dormindo e o coloquei no carrinho. Pedi Zola pra empurrar o carrinho até a sala e fui no meu quarto e joguei algumas roupas minhas na mala junto com as dos dois, cheguei na sala e os dois estavam la, peguei na mão da Zola, coloquei a mala no suporte do carrinho do Beiley e o levei até a porta, abri, sai com as crianças e fechei a porta

–Mamãe, minha boneca –pediu Zola com um pouco de aflição na voz. Eu me lembrei quando tinha 5 anos e minha mãe fugiu pra Boston, eu deixei minha boneca em cima da cabeceira do meu quarto e só voltei a vê-la novamente quando já estava terminando minha residencia. Pra muitos uma boneca não é nada, mas para uma crianças a boneca é uma amiga, uma companheira e só Deus sabe como eu senti falta daquela boneca, como sentia falta dela quando me sentia sozinha e a Zola ja esta com coisas maiores pra suportar. Abri a porta novamente e ela entrou correndo, foi até o quarto, pegou a boneca e voltou; fechei a casa mais uma vez e fui pro carro, ajeitei as crianças dentro do mesmo e olhei uma ultima vez pra casa, uma lagrima escorreu do meu olho e eu sai com o carro deixando minha vida pra trás.

Depois de muitas horas chegamos a nosso destino, fui olhando o endereço pra não errar a localização, até que finalmente cheguei a uma casa que aparentemente era bem grande e muito bonita, toquei a campainha e instantes depois a porta se abriu e a pessoa atras dela me encarou com uma expressão de surpresa mas acho que ela ficou sem reação

–Cristina, posso ficar aqui por um tempo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse primeiro capitulo... obrigado por começarem a ler, obrigado mesmo!! Bjus