Pokémon Origens - Ano 1 escrita por VersalhesTodd


Capítulo 3
003 - Amigo e Rival


Notas iniciais do capítulo

De volta a Hoenn, temos Brendan em sua primeira batalha Pokémon e começando a explorar o novo mundo de aventuras (escrevi isso cantando a abertura de Pokémon Johto, sim) que o aguarda. Não sei se ele está mais emocionante que o(s) anterior(es), mas estou dando o meu melhor. Aproveitem!



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A ansiedade vem de forma traiçoeira. Ela não está lá e você está bem, então você começa a sentir uma pontinha de ansiedade que, no começo, é algo bom. E ela fica assim durante algum – talvez muito tempo – até que ela se lança sobre você como uma onda que não pode ser impedida.

Naquele momento Brendan se sentia assim. Ele não tinha certeza do que fazer, não tinha certeza de qual Pokémon escolher e nem se queria escolher um. A vida toda ele quis que esse momento chegasse, e agora que estava ali, ele desejava que não precisasse fazer essa escolha. Como a vida e o destino podiam ser tão traiçoeiros?

Uma pequena força o enviou para trás e ele instintivamente fechou os braços ao redor da criatura que o “atacara”. Tudo acontecera muito rápido e Brendan não teve tempo de processar direito o que aconteceu, apenas fez o que parecia certo e agarrou a criatura alaranjada.

De repente, uma explosão de risos vinda do Professor Birch invadiu os ouvidos de todos, fazendo Brendan “despertar”. Ele olhou para seus braços e viu Torchic, que parecia feliz. O garoto podia jurar que o Pokémon estava sorrindo, mesmo que isso não fosse exatamente possível com seu bico.

– Parece que ele te escolheu, hein? – Falou o professor depois de alguns segundos.

– Torchic? – O pintinho respondeu com um pio. – Você quer que eu te treine? Tudo bem. Vamos ser ótimos parceiros. – Com uma das mãos, Brendan fez carinho na cabeça do Pokémon, que pareceu ficar mais feliz.

– Bom, nesse caso eu vou escolher Mudkip! – May parecia animada com sua escolha. O Pokémon aquático a olhou de maneira estranha, como se não tivesse certeza de que ela falava consigo. – Isso mesmo, pequeno. Eu estou escolhendo você.

Mudkip virou a cabeça como se estivesse pensando e correu para a garota, alegremente. Treecko, por sua vez, continuou com uma expressão confiante e desinteressada. Ele não parecia triste, o que era bom.

– Ótimo! Agora que já escolheram seus iniciais, é hora dos presentes! Cada um de vocês vai ganhar um pequeno kit de iniciante. Cinco Pokéballs e sua Pokédex. E, para iniciarem bem sua jornada, uma Potion para cada. – O professor falava alegremente, enquanto caminhava até uma mesa de rodinhas e a trazia para perto das crianças. Lá havia duas bandejas, cada uma com cinco Pokéballs e um frasquinho da Potion, acompanhadas do dispositivo avermelhado.

Sorrindo, eles pegaram os itens e agradeceram ao professor. May se despediu dele e avisou Brendan que iria começar suas pesquisas ao norte da Vila Oldale, onde ela acreditava ter alguns Pokémon interessantes de se estudar. Brendan gostou da ideia e decidiu que iria encontrar seu pai no Ginásio e tentar vencê-lo. Era uma despedida, por hora.

Saindo do laboratório, o garoto olhou para a cidade que era seu novo lar. Seria possível que em um único dia tudo aquilo tivesse ocorrido? Parecia que sim. Com um sorriso no rosto, ele voltou para sua casa, despedindo-se da mãe e lhe mostrando o novo Pokémon. Torchic era engraçado e parecia gostar instantaneamente de todos, já que começou a circular os pés da mulher, piando alegremente.

Brendan então partiu, após a despedida com a mãe, que durou alguns minutos emocionantes e fez seu caminho até a Rota 101. Não sabendo muito bem onde era o local, o garoto olhou no seu mapa digital, descobrindo, ao chegar lá, que a Rota 101 era o local onde ele salvara (ou quase) o Professor Birch.

Era uma aventura, e ele não estava mais sozinho. Torchic estava dentro de sua Pokéball, pronto para começar a treinar com seu novo mestre, e ambos partiram para dentro da rota.

Muito verde, as árvores que lá cresciam eram grandes e faziam bastante sombra, deixando o clima mais ameno, entretanto, também deixava tudo mais escuro, mesmo não sendo tão escuro quanto seria durante a noite.

Brendan podia ouvir o som dos Pokémon se movendo, mas nenhum estava à vista, e ele atravessou a rota praticamente sem encontrar nenhum Pokémon. Apensa quando estava quase chegando na Vila Oldale que viu um animal correndo em sua frente e se escondendo. Tão rápido quanto um vulto, mas já foi o bastante para animar o garoto.

Com toda essa animação, Brendan correu para a cidade. Se ele estivesse certo, essa era a cidade antes da cidade onde seu pai era Líder de Ginásio. A vila era pequena e não havia muito o que fazer nela, O dia ainda estava longe de acabar, mas será que ele conseguiria chegar na outa cidade a tempo? Conferindo em seu mapa, pode perceber que o caminho até a Cidade Petalburg não era tão extenso, mas levaria algum tempo.

Respirando fundo, o garoto decidiu enfrentar a rota e assim o fez. Passou cerca de uma hora caminhado pelo local, observando tudo ao redor. Tudo era novo, tudo era incrível e foi ali que ele começou a ver novos Pokémon. Alguns foram oponentes, outros estavam apenas de passagem, mas Brendan se maravilhava com tudo, mas logo se via chegando na grande cidade, sem poder acreditar que era ali que seu pai trabalhava.

Logo que chegara na cidade, o garoto se deparou com construções simples e majestosas ao mesmo tempo. Casas e jardins se estendendo até onde sua visão alcançava. Um grande lago próximo de onde ele estava e, claro, o Ginásio de seu pai majestosamente construído ao norte da cidade.

Era uma grande construção, que parecia se estender infinitamente enquanto ele se aproximava. Era difícil se perder com tal prédio para lhe guiar, mesmo com as várias pessoas caminhando pelas ruas e os carros passando com pressa. O som de pessoas falando, do trânsito das músicas, tudo isso era familiar a Brendan, mas ele não conseguia não ficar encantado. Claro que algumas coisas eram comuns para ele, vindo de uma cidade relativamente grande de Johto, mas em uma região diferente, tudo tinha seu toque especial.

Não demorou muito para que ele chegasse no Ginásio. A construção era ainda mais bonita de perto. Um grande salão de pedra branca com detalhes laranja e o símbolo dos ginásios: uma Pokéball, porém com um triângulo partindo do centro da parte branca até sua borda. As portas de vidro permitiam que Brendan visse a parte de dentro do local que, na verdade, não mostrava muita coisa. Era apenas um grande salão com duas portas e uma mesa de recepção.

Brendan ficou um pouco desapontado, mas aquela era só a fachada do Ginásio, o que estava por trás das portas poderia ser muito mais interessante, afinal, era um Ginásio para treinadores Pokémon. Será que ganharia a sua primeira insígnia? Ele não parava de se perguntar isso, até que, por fim, o garoto decidiu entrar.

Assim que passou pela porta, a garota que estava na recepção olhou para ele com um grande sorriso. Ela era jovem, deveria ser cinco anos mais velha que ele, talvez um pouco mais. Tinha cabelos louros, lisos e longos, com uma parte presa nas costas da cabeça. Seus olhos azuis ficavam escondidos atrás dos óculos redondos, e ela parecia muito inteligente.

– Olá, bem-vindo ao Ginásio de Petalburg. Eu sou Nancy. – Ela se apresentou, fazendo uma leve reverência. Brendan caminhou até o balcão enquanto ela falava e retribuiu o gesto assim que parou.

– Meu nome é Brendan, muito prazer. Eu sou um novo treinador e... – Era estranho falar isso e o garoto quase riu. – Vim aqui para desafiar meu pai, o Líder do Ginásio.

A expressão da garota era de surpresa e admiração. Um sorriso surgiu no rosto dela antes de a garota voltar a falar.

– Você é o filho do Sr. Norman? Nossa, que incrível! Seu pai é um ótimo treinador, eu vi o teste que ele fez pra conseguir a vaga. Infelizmente ele está em batalha nesse momento. Mas enquanto isso, eu posso te mostrar o Ginásio.

– Claro, seria ótimo! – Mesmo desapontado por não poder enfrentar seu pai, Brendan parecia animado com a ideia de conhecer o Ginásio onde ele trabalhava.

Nancy passou a ser uma guia para o garoto, começando pelo salão onde estavam. Brendan acabou descobrindo que não era apenas uma sala com um balcão de recepção, e ficou impressionado pelas coisas que haviam lá. Seguiram seu caminho pelo resto da instalação até retornarem ao ponto inicial. A esse ponto, eles já estavam rindo juntos de uma piada que Brendan fez sem querer, mas que havia sido realmente engraçada.

Mal eles pararam na recepção e uma das portas se abriu. De dentro saiu um garoto magro e mais ou menos baixo. Ele parecia animado e contente. Vestia um sobretudo azul e calça jeans, e tinha seus cabelos pintados de um verde. Atrás dele, o homem que Brendan conhecia muito bem sorria e falava algo que ele não conseguiu ouvir, mas sabia pelo tom de voz que seu pai estava orgulhoso.

– Obrigado, Sr. Norman! Agora estou pronto para vencer a Liga! – O garoto apertava algo na palma da mão, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

– Calma, ainda tem mais sete insígnias pra conseguir antes de poder enfrentar a Liga, mas você foi muito bem, Wally. Tenho certeza que logo estará pronto para desafiar a Liga... – Nesse momento, o homem viu seu filho e seu semblante mostrou felicidade. – Brendan! Já está aqui? Você não me deu tempo nem para sentir saudades, campeão!

Brendan correu para abraçar o pai, que devolveu o abraço fortemente.

– Wally, esse é Brendan, meu filho. Brendan, esse é Wally, o primeiro treinador a me derrotar no Ginásio de Petalburg.

– Você já ganhou uma insígnia? – Brendan estava realmente impressionado com o feito. Seu pai era um treinador incrivelmente forte, e o garoto já o havia derrotado.

– Sim, minha primeira insígnia. Assim que eu conseguir as oito, vou desafiar a Elite 4 e vencer a Liga.

– Nossa, eu tô mesmo atrasado... Pai, eu preciso de uma batalha com você agora!

O homem riu e bagunçou os cabelos do filho por baixo da toca, que ele precisou arrumar depois.

– Ainda não, Brendan. Acabei de sair de uma batalha, preciso dar um tempo para meus Pokémon retomarem as energias. Além do quê, acho melhor para você começar por outro Ginásio. Assim poderá me enfrentar quando for mais experiente. O que acha?

– É... parece legal. – Respondeu o garoto, visivelmente desapontado.

– Ei... pode me dizer quais os seus Pokémon? – Perguntou o mais novo, tentando mudar de assunto. Isso parecia chamar a atenção de Brendan.

– Claro, eu tenho um Torchic. – Brendan sorriu ao pensar no seu pequeno companheiro.

– Nossa, um Torchic! Posso ver?

– Pode sim... Mas só tenho ele.

Eles saíram do Ginásio, depois de se despedirem de Norman e Nancy e foram até a Rota 102, onde Brendan podia soltar Torchic livremente e, talvez, capturar algum Pokémon novo.

Lançando sua Pokéball, Brendan liberou Torchic, que estava animado, mesmo com a noite chegando aos poucos.

– Torchic, esse é o Wally. Ele venceu meu pai no Ginásio. Ele é nosso amigo. – Apresentou o garoto.

– Oi Torchic, tudo bem? – Perguntou o menino, sorridente. Torchic soltou um pio alegre. – Ele parece ser bem forte... Será que não podemos batalha?

Antes de Brendan conseguir responder, um barulho chamou a atenção deles. Instintivamente, eles se viraram para o local de onde vinha o barulho e detectaram um movimento entre a grama. Logo puderam ver o que se movia ali, uma pequena criatura que, à primeira vista, parecia um cogumelo verde com detalhes em vermelho, mas olhando melhor, o corpo era um corpo de verdade, não apenas um caule.

O pequeno Pokémon olhou para os dois treinadores e para Torchic ligeiramente espantado. Com certeza não estava esperando outros seres por perto.

– Um Ralts! – Exclamou Wally, animado. – Eles são bem raros!

– Sério? – Perguntou Brendan, pegando sua Pokédex, para ter mais detalhes do Pokémon.

O aparelho logo exibiu alguns detalhes do pequeno ser de “chapéu” verde.

– Nossa, que legal. Ele parece ser forte.

– E é, é difícil perder com um desses. – Wally tinha um sorriso bem confiante, parecia conhecer bem sobre aquela espécie.

– Bem, que tal tentar capturar esse, Torchic? – O Pokémon piou animado. – Certo, então use seu Scratch duas vezes!

E assim foi, o pintinho logo correu na direção do outro, para usar uma de suas patinhas para arranhar o adversário, que não teve tempo para se defender. Mas uma vez atacado, a guarda do Pokémon subiu e ele partiu para o ataque, com um ataque invisível que deixou Torchic um pouco tonto. Mesmo assim, o Pokémon de Fogo não desistiu e continuou atacando, usando o bico para arranhar o outro, dessa vez.

Apesar de boba e pequena, a batalha – aos olhos de Brendan – era incrível. O garoto estava maravilhado em como as coisas mudam de acordo com o Pokémon que ataca e é atacado e o tipo do Pokémon que se treina.

– Continue assim, Torchic, comece agora com um Growl e depois um Scratch! – Ordenou o garoto, após Ralts utilizar o mesmo ataque de antes.

– Um Ralts é difícil de ser vencido não é? – Perguntou Wally, que assistia a batalha com os olhos vidrados em cada movimento dos Pokémon. – É um Pokémon Psíquico, não é comum encontrar muitos desses em um lugar como esse. Pokémon Psíquicos são muito fortes e sempre se instalam em lugares onde os outros Pokémon são mais fortes também, assim ninguém se machuca muito com o Confusion deles.

Wally parecia entender bem dos vários Pokémon, o que seria um desafio a ser vencido por Brendan que, apesar de ter um pai Líder de Ginásio e ter frequentado a escola até então, não conhecia tanto assim. Talvez nunca conhecesse as cosias como o garoto de cabelos pintados, além da vantagem que ele tinha de conhecer a Região de Hoenn.

Torchic e Ralts se atacavam enquanto Wally falava, o que fazia o mais novo falar vagarosamente. O grito estridente que saia do bico do pintinho desorientou por alguns segundos o sentimental, que ficou à mercê do ataque desse, mas apenas para revidar com o mesmo Confusion de antes.

– Se quiser capturar o Pokémon, sugiro que tente agora. Jogue a Pokéball e espere o melhor... – Aconselhou Wally, visivelmente fascinado com a batalha.

Brendan decidiu que o conselho era sábio e lançou uma Pokéball vazia na direção do Psíquico, rezando silenciosamente para que tudo desse certo. Ralts entrou na cápsula com um brilho avermelhado e a mesma caiu no chão, balançando levemente para os lados, como se Ralts estivesse lutando contra isso, até um brilho branco sair da Pokéball e ela parar.

– Você conseguiu! – Exclamou o de cabelos verdes.

– Consegui? – Perguntou Brendan, sem conseguir acreditar em sua primeira captura Pokémon. – Eu consegui! Eu tenho um Ralts! Obrigado, Wally!

– O quê? Eu não fiz nada, você é um ótimo treinador em batalha, Brendan. Vamos batalhar, mas não agora, preciso descansar meus Pokémon antes de outra batalha. Vamos até o Centro Pokémon.

O pequeno era realmente muito entusiasmado, mas naquele momento, Brendan estava mais entusiasmado do que ele. Pegando a Pokéball com sua nova aquisição, Brendan a beijou e murmurou algumas palavras de vitória e de como Ralts ficaria forte. Assim, Brendan e Wally voltaram para a Cidade Petalburg, afinal, já estava escurecendo.


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo, eu queria deixar claro de que a escolha do inicial de fogo clichê não foi intencional. Na verdade, John deveria escolher o Squirtle e Gary ficaria com o Charmander, já que eu tinha decidido que Brendan teria o Torchic, mas então mudei de ideia. Enfim, só queria esclarescer isso, não me matem, por favor, outros Pokémon virão pra balancear isso.

Comentem o que acharam, deem suas opiniões, criticas, dicas e o que vier pela frente, só não me martirizem, please!

Obrigado por lerem e até a próxima!



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