Paws - Um Amor de Cão escrita por FireboltVioleta


Capítulo 7
A Fazenda - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas!
Novo capítulo para vocês!
Boa leitura!



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Depois do almoço, eu ensinei Isabella á ordenhar Crystal, já que ela me encheu a paciência dizendo que sempre quis tirar leite de uma vaca.

Enquanto ela tentava, em vão, extrair o leite da vaquinha do meu avô - enquanto Julia troçava, sem dó, de seu insucesso - fiquei mastigando um comentário indiscreto sobre onde ela poderia encontrar outras vacas – e de cor rosa, ainda por cima.

Crystal ficaria bem ofendida se soubesse da comparação.

A idéia me fez rir.

Pensar no Ministério me fez, ao mesmo tempo, lembrar-me de Rony.

A saudade me invadiu, quase dolorosa.

Sentia tanta falta dele...

Por mais que eu soubesse que Rony era, sem dúvidas, o legume mais destrambelhado que já surgiu na face da Terra, era com ele que eu me sentia bem. Segura.

Seria sempre em seus braços que eu conseguia todo o conforto do qual poderia precisar no futuro. Era ele, o garoto mais irritante e incompreensível do mundo, que residia em meu coração agora.

E ela aquele rapaz enlouquecedor que estava fazendo meu coração latejar, saudoso.

Recordei-me de sua proposta de vir me ver.

No entanto, com tudo que acontecera, não queria que nosso reencontro pesasse com a tragédia que havia ocorrido. Nunca pediria aquilo dele - ainda mais quando Rony ainda não havia superado a morte do irmão.

Sorrindo – foi quando Isabella deu um gritinho vitorioso, fazendo Julia bufar desdenhosa, enquanto olhava os dois centímetros de leite dentro do balde – olhei Teddy se esgueirar em minhas pernas, com a expressão mais abelhuda e fofa do que eu já havia visto até então.

Afaguei seu peso sedoso, rindo quando ele deitou a cabecinha em minha mão.

– Vem cá, garoto – peguei-o no colo, afagando seu pescoço.

Teddy pousou o rostinho em meu ombro, o rabinho abanando alegremente, como se estivesse adorando a adulação.

Eu não me conformava com a doçura e o carinho que aquele cachorrinho tinha por mim. Chegava a ser assustador. Nunca havia visto nenhum animal de estimação demonstrar afeição pelo dono com tanto fervor.

Exceto... exceto Bichento.

Um nó se instalou em minha garganta.

Teddy fungou, erguendo o olhar para mim, parecendo pressentir a angústia em meu corpo.

Para minha surpresa, Teddy repousou a testa em meu pescoço, colocando a pata em meu ombro.

Com um assomo de choque, reconheci a posição familiar de alguém consolando uma pessoa.

Onde ele aprendera aquilo?

Não pude pensar muito mais naquilo, já que Isabella e Julia saíram do cercado – Isabella carregando o balde de leite com a pompa de uma guardiã do tesouro real.

– Viu só, Julia? Falei que ia conseguir ordenhar a Crystal!

Dei risada, soltando Teddy no chão, quando Julia estreitou os olhos.

– Chama esse forro de balde de ordenha?

– Parem, parem – não sabia se ria ou se impedia as duas de se matarem – quer saber? Deixe esse balde aí, Bella. Tive uma idéia...

_____________________O______________________

Com Teddy me ladeando, levei as meninas até o estábulo dos cavalos.

Não foi preciso muito para Julia e Isabella esquecerem o drama adolescente da ordenha de Crystal, já que ambas quase morreram de euforia ao conhecerem o haras de vovô Granger.

Retirei dois cavalos dos estábulos, dando as amarras para Julia e Isabella, que estavam completamente encantadas com os animais.

– Esse é o Paladino – entreguei o cavalo alazão para Isabella – e esse carinha aqui – afaguei o focinho do cavalo branco que Julia montaria – é o Dragão.

– Seu avô curte histórias medievais, não? – Julia riu, maravilhada com a mansidão de Dragão.

Dei de ombros, rindo.

– Acho que sim – destranquei a baia mais próxima, sorrindo quando a égua negra se retirou de lá por conta própria, focinhando meu ombro mansamente – ei, Rubi. Como você está, sua linda? – abracei o pescoço dela.

Rubi também era uma velha amiga de infância. Chegara á fazenda Granger ainda pequena, desnutrida e machucada, provavelmente abandonada por algum monstro que não quis cuidar da cria de seus cavalos.

E foi ali, assim como eu, que Rubi crescera, ficando forte e saudável. Era campeã invicta de trote nas competições locais, e simplesmente me adorava.

– Ela é tão bonita, Hermione! – Julia suspirou, já montada em Dragão.

Coloquei o pé no estribo, dando impulso e sentando na sela - já afivelada por vovô – de Rubi.

Isabella estava de olhos arregalados, parecendo receosa. Já havia cavalgado antes, num sítio de um parente distante – mas o histórico não fora agradável, já que literalmente caíra do cavalo, torcendo o pé.

– Paladino trota devagar, Isabella – meneei a cabeça, tentando acalmá-la – não se preocupe.

Isabella assentiu, parecendo recuperar a pose. Flexionou um pouco a rédea, dando o comando para Paladino andar.

Em parte para começar a cavalgada, em parte para ladear Isabella, Julia e eu também colocamos os cavalos em movimento. Teddy veio atrás de nós, trotando quase com a mesma graciosidade dos cavalos, o que me fez rir.

A cavalgada foi muito gostosa. Demos a volta no sopé, visitando os demais cercados, e, assim que Isabella sentiu-se mais á vontade, subimos a colina, já aproveitando a locomoção rápida das montarias para voltarmos á casa.

Teddy chegou ofegante, se jogando no chão com desnecessário drama.

Gargalhamos com o teatro do cachorrinho, enquanto amarrávamos os cavalos á base de frente para o quintal da casa.

Beijei o focinho de Rubi, acariciando suas orelhas.

– Obrigada pelo passeio, amiga – despedi-me, assobiando para o pequeno cachorro que já se recompusera atrás de mim – vamos, Teddy!

O cheiro da comida de vovô Granger já se expandia pela janela, fazendo meu estômago roncar.

Sem demora, entramos correndo na grande casa, com Teddy em meu encalço.

Mamãe nos cumprimentou, rindo enquanto Teddy deslizava pelo piso de madeira.

– Olá, meninas! Como foi o passeio?

– Ótimo – esfreguei as mãos, enquanto o cheiro de lasanha torturava meu olfato – quero jantar.

– Já vai, bebê – ela brincou, rindo.

O jantar estava tão delicioso quanto o cheiro havia acusado.

Como eu havia me esquecido de trazer as latas de frango de Teddy, achei por bem, para desencargo de consciência, ao menos lhe oferecer uma das coxas do frango assado que mamãe fizera.

Teddy adorou a regalia, praticamente fazendo uma dancinha quando pousei o prato com o frango ao lado de minha cadeira.

Aquilo me lembrou tanto Bichento que senti outra pontada no peito.

Balancei a cabeça. Tinha que esquecer aquelas lembranças dolorosas. Bichento tinha que descansar em paz em minha mente.

Olhando Teddy descarnar animadamente o frango, voltei minha atenção para o prato de lasanha, comendo em silêncio.

Julia e Isabella pareceram perceber o quem se passava por minha mente, mas, como sempre, notaram que era melhor não fazerem nenhuma observação.

Isabella me encarou de modo tácito, meneando a cabeça para Teddy.

Vi, nos olhos de minha amiga, a intriga que também me assolava.

Mas ali, vendo a tensão nos olhos de Isabella, decidi que não deixaria aquelas recordações e meras coincidências torturarem a memória de meu último bichinho de estimação.

Bichento jamais me perdoaria se me visse remoendo o que acontecera.

Estava na hora de guardar afetivamente o passado e olhar para o futuro.

E eu sabia que, agora, precisava tanto de Teddy quanto Teddy precisava de mim.


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Notas finais do capítulo

Então? Comentários? Opiniões? Gente ainda indignada por que os Granger tem uma granja? (pior piada ever :P)
Beijinhos de tangerina e até o próximo capítulo! :D



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