Ao Pôr do Sol escrita por Vick Alves


Capítulo 26
Criadores de Confusão


Notas iniciais do capítulo

Não precisou nem Scarlett chegar e a confusão já começou, Scarlett está pronta para apagar o fogo com álcool
Personagens:
Ashley,
Thomas,
Connor,
Ammy,
Scarlett,
Senhor Wood.



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Eu deslizo a mão pelo seu peito desejando que aquela noite não acabasse, para ser sincera estava me sentindo o pior o possível. A regre número um e ser eu é que; sempre que as coisas estão indo perfeitamente bem, então Deus me do alto dos céus e pensa “É aquela a menina que fingia que cantava no coral, quer saber? Eu vou fazer que tudo dê errado para essa miniatura de vaca”, - essa é a melhor teoria que encontrei. Ele levantou levemente jogando a cabeça encima da minha, deixou a saliva escorrer pelo canto da boca e reclamou um pouco de eu estar grudada nele por causa do calor infernal. Eu tentei dormir, mas para ser sincera nada daquilo saia da minha cabeça, é horrível quando você ama um fantasma e eu não quero que aconteça o mesmo com o Thomas – eu não quero namorar um fantasma, se é que me entende -, ele é o único que não é assim, as pessoas que eu conheço ás vezes parecem sempre estarem mortas, e eu não estou brincando se você jogar a bola na cara da minha mãe ou de qualquer pessoa que me cerca e falar “pega”, vai passar três dias até ela achar.

Eu senti um leve acaricio nos meus cabelos e senti um leve mau-hálito de quem acabou de acordar, eu olho para cima e vejo que ele me observa enquanto ri.

– Você não dormiu?

– Claro que dormir, é que seu mau-hálito me trouxe pesadelos – eu o respondi rindo, até perceber que ele está com a consciência pesada sobre tudo que aconteceu. – Eu soube da sua mãe, meus pêsames. Eu acho que você não deveria fazer isso sabe? Literalmente, essa guerra não é sua!

Ele fechou o sorriso e me puxou um pouco para cima, deu um pequeno tapa na minha cabeça e disse:

– Ash, é uma coisa que não se pode voltar atrás. Você sabe como é esse negócio, só quero que me prometa algo – eu concordo. – Você não vai me esperar...

Eu acabo achando idiota aquela promessa, não me aguentei e comecei a rir um pouco alto.

– Thomas, para fazer isso se tornar idiota e clichê! Eu não vou te esperar, a fila anda! – ele esmurrou as minhas costas. – Okay, parei!

.

.

Quando começou á amanhecer, eu já me via tomando o espeço completo da cama enquanto Thomas somente ficava na beirada, babava praticamente o lençol inteiro. Quando eu sinto um dedinho fino cutucando o meu pé, tento faze-lo parar dando chutes, mas ele continua insistentemente, ainda de olhos fechados eu o mando parar, quando a pessoa responde:

– Ashley, você não contou para a mamãe que iria trazer alguém para dormir, ela vai ficar muito estressada – a voz do Diabo.

Eu me levanto assustada e o puxo para mais perto, é claro que até ele se assustou de como eu estava no momento.

– Aonde a Ammy está?

Ele abre um sorriso maléfico e continua me encarando com aqueles olhos de quem estava me chantageando eu odiava isso. Ano passado eu fiquei mais de um mês servindo ele por causa disso e qualquer coisa que ele soltasse era como um vulcão entrando em erupção - criança endiabada, ou Connor se preferir. Thomas logo acorda e fica mais surpreso com a cena do que eu, rapidamente ele veste a camisa como se fizesse alguma diferença, não perde tempo e logo me ajuda a subornar Connor.

– Se minha mãe saber disso, ela vai contar para a vovó que vai ficar muito irritada e você vai apodrecer no castigo.

Thomas começa a rir baixo enquanto eu o encaro, é impossível a pessoa estar numa fria daquela e ainda conseguia rir.

– Uma pessoa de dezesseis anos fica de castigo e ainda é chantageada por um pirralho.

Minha paciência estava quase se esgotando, então decidi que não o responderia, pois se isso acontecesse eu não responderia pelos meus atos. Connor continuava com suas chantagens cada vez mais absurdas e hilárias, pensando bem eu acho que ele parece mais comigo.

– Tudo bem, o que você quer?

– Seu queridíssimo skate... Eu sempre o amei, mas você nunca me deixou brincar com ele. Pense tia Ash, você vai ter que ir embora e então não vai mais ver Thomas.

Eu viro o olhar para Thomas que só faltava se ajoelhar, ele sempre mexe com meu ponto fraco. Me fazendo concordar tudo que ele quer, como eu digo uma vez conhece Ashley sempre será um Ashriano. Thomas toca minha mão de leve pedindo para aceitar o que Connor pede, eu volto o olhar para Connor.

– Pode pegar, é todo seu – eu digo sentimental.

Ele volta a abrir o sorriso maléfico e então sai declarando:

– É muito bom fazer negócios com você!

Eu volto o olhar para Thomas que novamente está fazendo com aquela expressão, ele se aproxima e devagar me beija já sabendo a minha reação, assim que o beijo termina eu puxo o seu cabelo até sair umas mechas em minhas mãos. Isso não é maldade, meu skate era como um filho que eu tive quando ainda não sabia nem como se fazia um filho, eu tinha dado até um nome para ele Chucadinho, pois sempre que eu subia nele eu me espatifava no chão criando um maChucadinho.

– Calma, eu sei o quanto...

– Você não sabe de nada.

– VOCÊ ESTAVA ME CHAMANDO DE BURRO – ele grita fazendo meus pelos se arrepiarem pelo corpo inteiro. – Agora feriu meus sentimentos.

Eu soltei uma leve risada e logo me levantei já pensando numa desculpa que eu teria que inventar, enquanto eu sinto um toque descendo sob minhas costas. Logo me viro para trás e vejo que é Thomas aparentemente surpreso.

– O que foi?

– Você viu que tem uma mancha de sangue na sua roupa, não fui eu não é?

Eu balanço a cabeça negando, ele abre um sorriso fazendo parecer que aquilo não foi uma pergunta muito idiota. Caminho até o banheiro, e visto a minha calça que já estava no fundo do cesto de roupa suja, não estava sujo eu somente coloquei lá porque estava com preguiça de guardar. Caminho até a cozinha, onde Ammy prepara o café como todas as manhãs e Connor gruda na perna dela, aparentemente pedindo algo. Eu me sento na cadeira de frente com a TV, e espero Thomas chegar o que demora uns trinta segundos. Ele se senta ao meu lado, quando Ammy o vê ela torce o nariz e coloca a língua para fora, quando se aproxima abre um sorriso e finge como se tudo estivesse bem entre todos nós. Ela logo senta junto á nós, Connor por sua vez senta no colo dela.

– Ashley, você deixou mesmo Connor brincar com seu skate?

– Claro que deixei, tudo pelo meus sobrinho do fundo do coração – disse seco enquanto mordia a língua.

– Por quê? – ela perguntou ingênua.

– É porque mamãe, eu encontrei o Thomas na cama dela hoje quando você mandou chama-la. Ela falou que se ela me dê-se ele não era para eu contar nada, mas você me ensinou a ser um menino bonzinho – Connor abriu a boca.

Eu comecei a fita-lo, eu sentia meu olhar queimar de raiva e meu sangue borbulhar como lava. Naquele momento a única coisa que passava pela minha cabeça era como seria legal enforcá-lo com a toalha-de-mesa. Eu estiquei minha mão para puxar o cabelo dele, Ammy só conseguia gritar para parar, mas a minha vontade mesmo era de puxar até o cérebro minúsculo dele sair. Mas a única coisa que consegui foi uns fios de cabelo.

– Que história é essa? – Ammy pergunta enquanto me olha do mesmo jeito que eu olhei para Connor.

– Faça-me um favor Ammy, chega com essas suas besteiras. Você dava o cú mais do que chuchu na horta e eu nunca te tratei de forma tal, porque você é minha irmã. Eu te amo e por isso deixei que você quebrasse a cara com Joseph. O Thomas é idiota? É. Ele tem retardo? Tem, mas ele é a pessoa que eu amo e acabou. Eu não preciso de você, eu não sou mais criança, então cuida dessa sua praga que eu me cuido só.

Eu me levantei da mesa, e não puxei Thomas, pelo contrário, eu queria que ele brigasse. Só me esqueci de um detalhe, ele é o maior bunda mole da história da humanidade. Eu caminhei até a sala até perceber que havia um reflexo na televisão, sempre que você deixa a cortina aberta tudo que está atrás da porta pode se ver na televisão. Eu abri a porta, era Scarelett. Isso mesmo, Scarlett Mary Wood. Aquilo me apareceu como um anjo, eu logo pulei no abraço dela. Por alguns minutos, até ela me empurrar porque ela estava sentindo um calor que não costumava sentir. É, Scarlett é um pouco é uma mistura de canadense, australiano e americano e isso lhe rendeu uma pele extremamente pálida, olhos pretos brilhantes e com cabelo escorrido, por isso bem é bem diferente nunca estava de cabelo preso.

– Vamos dizer que eu preciso de uma ajuda, o carro parou e meu pai é um mongão você sabe. Não existe ninguém por aqui que entenda disso?

Thomas topou na hora ajudar, mas mesmo ele amando carro aquilo me parecia que daria muito errado. Mesmo que eu entenda muito disso, eu não vou ajuda-lo, eu perdi o meu skate por causa dele e não deixaria aquilo nada barato. Enquanto Thomas tentava descobrir o que estava acontecendo com o carro, eu e Scarlett estávamos na varanda.

– Ele então é o Thomas? Nossa... – ela suspirou olhando para o além e voltou a me olhar. – Está tudo um inferno, todos sentimos sua falta Ash...

Eu demorei um pouco para responde-la e quando as palavras estavam quase saindo da boca, eu senti uma mão nas minhas costas, era Ammy e ela estava furiosa.

– Não terminamos de conversar! Você não pode trazer um homem e transar com ele na minha casa sem a minha autorização, Ashley você está na minha casa e as regras são minhas!

Eu nem precisei levantar a voz, Scarlett logo se levantou como um arranha-céu. Scarlett sempre adorou uma confusão, sempre provocando briga com todos, inclusive eu.

– Eu estou ficando louca ou a puta ali está falando da minha biscate? Quem é você para falar dela Ammy? Todo mundo sabe quem você é queridinha, só paga de santa, mas dá que é uma beleza. Você sabia que a Ashley é virgem? Sabia que ela está menstruada? Você já viu alguém...? Linda, o cú é dela, ela faz o que quiser. Não lembro da Ash te impedir, pelo contrario ela sempre te ajudou com os segredos! – Scarlett gritava tanto que até o pai dela parou para assistir o confusão.

– Scarlett, não gaste saliva. Não vale á pena! – eu a alertei.

...


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Notas finais do capítulo

Continua: Ainda é só o começo da confusão, mas em meio a tudo isso será que Ashley vai se despedir direito de Thomas?
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