Ao Pôr do Sol escrita por Vick Alves


Capítulo 23
Último Dia do Ano


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo você pode rir e ficar com raiva, já avisando.
Personagens:
Ashley,
Connor,
Dylan,
Ally,
Thomas,
Ammy,
Zoe.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644311/chapter/23

No dia seguinte, Ammy também não estava em casa, eu ainda estava irritada com ela, contando tentei esquecer após ver as cartas de cobranças que estavam chegando; contas de luz, água e principalmente cobranças da casa. Eu acordei com a luz do Sol no meu rosto, Connor estava deitado na minha frente, seu cabelo escorria pelo rosto o fazendo soar, eu tentava incansavelmente empurrar o lençol que também fazia-me soar. Connor abriu os olhos e bocejou fazendo seu bafinho vir diretamente para o meu nariz – que filho da puta - , ele abriu os olhos os cochando e os arregalou brincando logo a me ver com os olhos pregados nele.

– Só pode ser pesadelo, tia Ash eu não sei o que Thomas vê em você. Parece o capeta.

Eu fechei o rosto, e o fitei irritada, logo dei uma pesada na sua perna o fazendo cair no chão. Ele reclamou um pouco e logo voltou, dessa vez sentou-se nas minhas costas, particularmente eu adorava que ele fazia isso, o seu leve peso dava um alivio nas costas, mas eu estava quase fervendo de raiva. Eu estava fervendo de raiva, o Sol no meu rosto e aquele calor infernal já são o suficiente, então junta Connor, agora fodeu com tudo. O último dia do ano, poderemos pensar que deveríamos ficar felizes por termos vivido mais um ano, então agora pense que seus tecidos internos estão descamando e virando sangue e que seu corpo está soltando uma espécie de catchup pela sua região intima, agora junte isso àquilo que as pessoas vão querer sorrisos para as fotos, e tudo que você quer são se entupir de chocolate enquanto assiste aqueles documentários de pessoas que caíram de skate, se foderam toda e ainda são felizes e vai perceber que tudo que você faz é um saco então vai precisar de muitos baldes para encher com suas lágrimas após descobrir que o Augustus Waters morreu. Ou pode querer somente isso; menstruação. Todos sabem que sou um pouco irritada e bem sensível, então me imagine de TPM.

Connor estava me balançando e gritando a cada dez segundos para me tirar da cama, minha paciência estava quase se esgotando e minha mente estava trabalhando algum jeito que eu pudesse arrancar a cabeça dele com um lençol de algodão, o que é um pouco impossível se você pensar que eu não sou o tipo de pessoas que tem força. Eu ainda peço para minha mãe abrir a tampa da garrafa, mas ela sempre diz “Como você vai ser quando eu morrer hein, Ammy-J?”, e é claro que eu a respondo “Órfã” e depois saio correndo tentando que ela não me acerte a bolsa maldita dela.

– Vá tomar no cú Connor, e me deixe pensar um pouco – eu grito.

– Está pensando no que? – ele pergunta agora olhando no fundo dos meus olhos, dando para perceber que eu não sou a única que se parece tanto com Ammy.

– Não te interessa – eu suspiro empurrando o rosto dele e me sentando na cama. – O que você quer?

Ele se ergue pulando na cama fazendo-me balançar, até eu o puxão pelo braço e o prender entre minhas pernas. É sempre assim, no entanto sentimos falta das vozes finas e irritantes de minha mãe ou da minha irmã. Ele começa a gritar até ficar vermelho, então eu o solto percebendo que ele já estava chorando, ele vai ficar bravo por alguns segundos e depois esquece e fala comigo como se nada tivesse acontecido, algo como um irmão do capeta.

– A mamãe não vai não é? Quero dizer, ficar aqui conosco.

Faço um gesto de modo negativo, os olhos dele começam a marejar. Mesmo que nós não comemoramos o natal – eu -, nossa família nunca deixou de passar um Ano Novo separados, eu sorrio para ele tentando conforta-lo, mas como ele não está costumado com isso recusou o meu agrado.

– Sua mãe deve trabalhar, para que vocês não voltem para a minha casa; não tomar meu quarto, não roubar minha mãe e estragar as minhas coisas. Mesmo assim se quiser passar as férias comigo você é bem... Pensando bem você não é bem-vindo, mesmo assim a tia Ash te ama.

– Eu sinto saudade da vovó, de quando minha mãe e meu pai me levava para ficar com ela. Agora somos só eu e minha mãe, por isso eu gosto de quando você vem porque eu me sinto muito sozinho.

🌴

A hora da virada estava quase chegando, minha paciência também estava chegando ao final com aqueles jogos de virada cortando á cada dez segundos o documentário que eu assistia. Connor estava brincando de correr pela sala com seus dinossauros ridículos que me pareciam daqueles que não voavam porque não tinham assas, mas para Connor eles tinham virado dragões. Eu havia passado o dia inteiro cuidando dele, não tive nenhum sinal de vida de Thomas. Eu estava ficando muito preocupada e acabando de roer todas as unhas das não quebradas que me restavam, já tinha chorado com músicas que não sei o que estavam falando e estava bem deprimida, é sempre assim.

Eu ouvi algumas buzinas então saí para a varanda á espera de que fosse Zoe trazendo Ammy ou algo do tipo, mas não. Era um pequeno carro verde escuro com Dylan no volante e Ally do lado, então Thomas correu para o carro até me ver e caminhar em minha direção, ele estava brincando com a morte. Ele chegou dando um beijo na minha testa junto com um abraço e logo se justificando:

– Vamos, acho que você vai gos...

– Eu estou com Connor não posso ir – o interrompi.

Ele aos poucos foi se afastando até eu o puxar pela blusa e ele virar rápido soltando o hálito no meu rosto, ele não estava com cheiro de leite azedo e sim de bebida alcoólica.

– Você bebeu? – eu perguntei intrigada.

– Não – ele respondeu tentando esconder o rosto.

– Para de mentir, você não veio aqui para me chamar e está bebendo.

– Posso ir? – ele perguntou por fim.

– Claro que pode, eu não te proíbo. Pelo contrário, vai e não volta mais . Você é covarde, uma hora promete e outra está saindo com seus amigos FILHOS DA PUTA!

Ele tentou se aproximar, porém eu o empurrei com nojo. Quando o carro de Zoe chegou e Ammy saio do carro, eu entrei sem nem mesmo querer me despedir de Thomas ou dos babacas dos amigos dele. Ela já entrou desconfiada quando eu a prendi num abraço encostando a cabeça no ombro dela enquanto acariciava meus cabelos, eu tentava ser forte, mas a TPM não estava ajudando muito então me desmontei nas lágrimas.

– Você tinha razão, você tinha razão.

– Eu sei que tinha querida, eu te avisei, pois te amo – ela dizia no meu ouvido com a voz já falha.

– Eu não quero mais vê-lo, nem pintado de chocolate.

Okay.

Agora me pergunta “Ash, e os fogos?”, ah, vá tomar no seu cú né? Eu não vi nada a não ser o meu travesseiro, e o brigadeiro que Ammy fez perto da virada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua: Não vou contar - surpresa.
COMENTEM, PAPAI DO CÉU GOSTA DAS PESSOAS QUE COMENTAM ESTÓRINHAS.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ao Pôr do Sol" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.