Ao Pôr do Sol escrita por Vick Alves


Capítulo 18
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Notas iniciais do capítulo

Que o jogo comece, os jogadores já estão prontos. E o cupido já chegou? Em uma manhã de Natal Ashley pode se surpreender com um pedido de Ammy que se torna mais do que o esperado.
Personagens:
Ashley,
Thomas,
Ammy,
Zoe.



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Na manhã seguinte eu me levanto mais do que desanimada, eu sentia como se meus olhos fossem pular para fora, nariz entupido e cheia de bolsas nos olhos. Eu sempre achei o Papai Noel a coisa mais ridícula do mundo, mas me olhando no momento estou começando a mudar de ideia. Com toda essa beleza de dia, não poderia ser outra coisa a não ser manhã de Natal, sim, aquele dia estranho onde as pessoas compram roupas novas e se arrumam para ficar em casa se entupindo de refrigerante e carne. O pior dia do ano, para resumir. Eu caminho até a cozinha puxando pela milésima vez a respiração, eu sei que é nojento. Imagine se toda as vezes que precisasse fosse ao banheiro, sério, eu iria pirar! Por outro lado, era mais cansativo ouvir Ammy toda hora: “Pare com isso e vá logo limpar isso, é um mau exemplo para seu sobrinho!”, o lado bom é que até amanhã não vai existir sobrinho nenhum para arrepiar meus cabelos.

Entro na cozinha e observo que Ammy e Zoe param a conversa quando me veem, eu não costumo me importar com isso, mas o papo parecia estar interessante. Elas me olham totalmente paralisadas, diante daquela cena eu também as encarava franzindo o cenho.

– O que foi? – eu as pergunto.

Ammy caminha até eu, acaricia meus ombros e me coloca sentada á mesa. Isso me parece um pedido de favor quando a pessoa não vê nenhuma solução, pode parecer estranho só que isso não acontece muito comigo.

– Eis então a pessoa que pode te ajudar Zoe, é sério... Ashley pode conversar com ele – Ammy diz a cutucando.

Eu tento abrir a caixa de suco, como que eu não tivesse prestando atenção. Se elas estiverem tão desesperadas quem sabe saí um dinheiro dessas “Senhoras-mãos- de-vaca”?

– Ele quem? – eu pergunto um pouco mais curiosa.

– Thomas, querida ele descobriu que a mãe dele está com anorexia. Ele não é aquela coisa de ser apegado com a mãe, só que ele está apresentando um comportamento estranho... levando grande quantidade de garotas para casa, eu estou preocupada.

– Somente em dois dias foram seis garotas, eu sei como é... – eu respondo já abrindo um sorriso maléfico. – Posso falar com ele, não há problema.

Ela tira uma quantia em dinheiro da bolsa jogando na mesa e dando um pequeno empurro até minha mão.

Ouuh, não precisa! Não, Ashley devolva isso – Ammy me obriga encarando. – Não se cobra para ajudar em amigo.

– Mas ele não é meu amigo, já foi mas... – ela me olha mais brava. – Tudo bem, eu te odeio – cochicho devolvendo o dinheiro.

Saio da cozinha, vou direto para o banheiro onde lavo o rosto, escovo os dentes e prendo o cabelo num imenso rabo de cavalo. Visto a blusa do meu primeiro dia aqui, ela está mais feia ainda toda amarrotada no fundo da mala, um short branco com bolinhas rosa que minha mãe comprou mesmo para vir, ela disse que era para usar com o biquíni, mas se o biquíni foi feito para mostrar o corpo então para que vesti-lo? Calço os chinelos de couro de Ammy e saio até a casa de Zoe.

A porta está fechada, mas de fora consigo ouvir barulhos de pratos sendo quebrados. A casa de Zoe é mais esquisita ainda quando é natal, a parede verde dá lugar para piscas-piscas vermelhos e um Papai Noel descendo uma escadinha, é ridículo. Eu bato na porta com a esperança de que ele não abra e assim eu falo para Ammy: “Eu tentei, ele que não abriu!”, mas logo ele abre a porta. Eu estico um sorriso falso e cumprimento graciosamente:

– Oi, eu posso entrar?

Ele me dá espaço, e eu entro observando o ambiente: Vários pratos de coleção quebrados e a casa completamente revirada. Um fato: Se eu fosse tia dessa pessoa, quem iria conversar com ela seria o chinelo de couro de Ammy na cara dele. Procuro um lugar onde não tenha cacos de vidro e me sento, ele logo bate a porta e me encara como se quisesse dizer: “Então o que faz aqui?”.

– Não pense que eu vim aqui te pedir desculpas, pelo contrário foi a Ammy que mandou. Thomas eu acho que se você quebrar as coisas de casa não vai trazer a saúde da sua mãe, nem mesmo as garotas.

Ele solta uma curta risada irônica.

– Estava bom demais para ser verdade, mas se veio aqui para isso pode ir embora – ele diz ainda rindo.

Eu prendo um pouco a respiração e olho para franzindo o cenho como: “Está brincando que quer que eu me ajoelhe e peça desculpas?”, eu me levanto e dou um curto abraço.

– Me desculpa por ter quebrado suas tartarugas, por aquele dia do Noah, por me perder no show e por agir como criança. Agora para de ser idiota e pode falar o que sente – eu digo entre os dentes.

Ele bufa um pouco e senta no meu lugar.

– Não sou aquele tipo de pessoa que vive na saia da mãe como você, mas eu a amo meio que odiando. Mas isso não significa que a quero numa cama de hospital, eu não estou maluco, só quebrei tudo isso porque foi minha maneira de descontar. E sobre as garotas, eu não trepei com elas. Na verdade elas só vieram aqui porque...

– Você ficou com seis garotas em duas noites na sua casa sem camisa e não...? Você é gay? Sem preconceito, mas você é estranho.

Ele levemente me puxa até seu quarto que está inteiramente revirado, é azul e tem livros o que muda um pouco meu pensamento sobre ele. Ele tira as coisas da cama, para sentar-me e revira mais o quarto em busca de algo, quando finalmente acha. Me entrega, é um papel todo amaçado como os outros que enchem sua lixeira. Diz o seguinte:

Sim Ashley, você estava lá. Seus cabelos estavam molhados pela chuva e docemente me beijou, pode sentir-se encantada porque é a primeira pessoa em que eu não escrevo algo para chamar de filho da puta. Você é a única garota que consegue ser atraente, inteligente e chata ao mesmo tempo, eu não sei como te dizer isso porque você nunca me dá tempo e quando finalmente dá acha que é brincadeira. Eu também não sei como dizer isso, sabe, eu nunca fui de ter uma namorada ou algo do tipo que eu verdadeiramente amo, eu sinto como se conhecesse durante toda a vida... Enfim, eu te amo”.

Não tinha palavras para dizer, minha língua havia se enroscado e não conseguia entender nada. Eu suspirei fortemente e me entreguei a um beijo que rapidamente foi correspondido, e quando finalmente seus lábios se desencostaram do meu eu disse:

– Eu não sei como jogar isso, eu só sinto que é certo...

Ele me empurrou até a parede, eu sentia sua respiração ofegante e seu coração mais do que acelerado. Quando finalmente respondeu:

– Talvez você deva parar de se preocupar como se joga, somente aperte start e deixa que eu te ensine - sua mão apertava fortemente minha cintura, eu sentia meus olhos se arregalarem e engolia seco a cada três segundos.

Ele novamente beijou-me me empurrando fortemente contra á parede, suas mãos tocaram meu pescoço me dando arrepio. Foi quando eu senti que era real e rapidamente o correspondi. Até ouvirmos um barulho da porta e nos separar, era Zoe, ela entrou no quarto.

– E então?

– Ashley me ajudou bastante, com certeza...

Eu mordi os lábios sentindo minhas bochechas corarem de vergonha, com um pulo desci da cama e me despedi de Zoe com um pequeno beijo na sua bochecha destruída pelo tempo que parecia mais um maracujá estragado com aquelas rugas. Thomas levantou-se e me acompanhou até a porta, a fechou e pude rapidamente me despedir dele com um leve beijo.

– Você é uma ótima amiga Ashley, então não seja somente minha amiga.

– Não seja patético, essas coisas se desenrolam com o tempo, então não as apresse!

Ele levemente sussurra em meu ouvido:

– É inevitável.


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Notas finais do capítulo

Continua: "- Você ficou com Thomas? - ela arregalou os olhos. - E como foi?
— Incrível, é estranho e eu sei que é besteira, mas eu acho que gosto dele. Não ria - eu a respondo."
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Atenção: Só voltarei a postar novos capítulos segunda-feira (28- Set- 2015) por causa da nova história: Crystal!



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