Rosas escrita por Stefany Elize


Capítulo 1
Capitulo um




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Já era madrugada. E cinco – quase seis – pessoas estavam acordadas. A noite estava fria e silenciosa. As arvores farfalhavam baixo e o animais da fazenda faziam pouquíssimo barulho. Mas isso era do lado de fora.

Do lado de dentro daquela enorme casa branca, fazia muito calor. O suor descia pela pele bronzeada da mulher que estava aos gritos. Gritos que ecoavam pela casa inteira, embora a mulher que estava com ela no mesmo quarto parecia não se importar. Renée parou de gritar e se jogou pra trás na cama imensa. Seus cachos loiros ao redor de seu rosto estavam molhados de suor, e seus olhos verdes jade estavam marejados. Ela passou a mão sobre o ventre protuberante e fitou a mulher ao seu lado.

— Eu não vou conseguir Esme! – ela falou com a voz rouca. A Mulher que estava a sua frente, sorriu embora Renée não pudesse ver. Esme estava sem dormir. Seus cabelos ruivos mesmo presos com um lenço estavam com um cheiro atípico de suor e agua quente, mas seus olhos azuis não pareciam cansados. Ela estava feliz por ajudar a trazer uma vida ao mundo.

— É claro que você vai conseguir Dona Renée. E vai ser uma criança saudável, acho que nasce na próxima contração. – ela respondeu amavelmente. – Como vai se chamar?

— O mesmo nome do pai. Charlie. – Ela disse com perceptível orgulho.

— Bonito, e se for menina?

— Quero que seja menino... mas se for menina, Charlie gosta de Isabella. – Ela respondeu, e passou segundos antes de Renée ofegar e os gritos recomeçarem e depois de uns minutos o sorriso de Esme aumentou. Os Gritos de Renée cessaram e um choro de criança tomou seu lugar.

— É Isabella! – Esme disse sorrindo.

— Isabella. – disse Renée ainda ofegante, o nome soou como um xingamento em seus lábios rubros.

Esme não havia prestado atenção. Ignorando o choro estridente ela cortou e prendeu o cordão umbilical da bebe, e aproveitou a bacia de agua morna ao seu lado para banhar a criança, tirando dela os restos de sangue, liquido amniótico e placenta. E a enrolou em uma manta branca que ela mesma havia tecido para dar de presente ao bebe.

Era uma linda criança, Esme pensou, antes de coloca-la nos braços de Renée.

— Ela deve estar com fome. – disse Esme. Sem nada responder Renée pôs-se a alimentar a filha, embora não tivesse o mesmo entusiasmo que teria se fosse um filho homem.

— Uma menina...- ela murmurou tristemente para si mesma. Já estava quase acabando quando Esme se levantou e foi em direção a porta.

— Eu já vou indo, tenho que por meu filho na cama. A senhora quer que eu chame seu marido?- Esme perguntou gentilmente. Mas a palavra filho atingiu Renée como uma faca. Em seu arrogante coração ela não compreendia como uma parteira, esposa de um peão podia ter tido um filho homem, forte e saudável, enquanto ela já havia perdido um e agora tinha só uma menina em seus braços. Ela estendeu a menina na direção de Esme.

— Leve-a para ele. – Renée disse rispidamente. Esme estranhou aquela reação, ela esperava que Renée não tirasse a menina dos braços tão cedo. Mas acatou a ordem e pegou a bebe nos braços cuidadosamente, e foi leva-la para o pai.

~~><~~

No andar debaixo um homem de cabelos Castanhos andava de um lado para o outro. Sendo observado por Carlisle, um homem alto, loiro e forte, e um garotinho de seis anos que parecia com uma das crianças pintadas em um retratos antigos representando um anjo. Seu cabelos ruivos estavam despenteados e seus olhos azuis observavam o homem andar com visível tedio.

— Me desculpe Carlisle, mas Esme era a única parteira que poderia arranjar a uma hora dessas. – Charlie se desculpou, enquanto ainda andava. O gritos de sua esposa tinham dado uma pausa.

— Não se preocupe com isso. Esme ama trazer crianças ao mundo. – Carlisle tentou acalmar seu patrão e amigo, mesmo sabendo que era uma missão fadada ao fracasso.

— Mesmo assim, vocês serão recompensados. – O moreno falou com veemência, e Carlisle balançou a cabeça.

— Sabe que não é necessário.

— Mesmo assim... O filho de vocês deve estar assustado com todos esses gritos.

— Edward está acostumado. – disse um pouco mais alto já que os gritos recomeçaram. Carlisle olhou para o filho mas esse realmente parecia estar alheio a situação.

— Realmente Carlisle, muito obrigado a você e a Esme! – ele agradeceu mais uma vez.

— É pra isso que servem os amigos Charlie.

Então os gritos finalmente pararam e um choro típico de bebe tomou o ambiente. Todos olharam para cima, como se pudessem ver o bebe através do teto, até o pequeno Edward demonstrou interesse.

— Bem, acho que não precisa mais de nós, vamos esperar Esme lá fora. – Carlisle falou já se levantando.

— Não, por favor esperem aqui dentro, lá fora deve estar um gelo. – Charlie interviu, ele estava realmente um pouco preocupado com a saúde deles, mas o motivo principal era o receio de ficar sozinho em casa com Renée agora após o parto.

— Não, obrigado mas precisamos ir, você deve estar ansioso para ficar a sós com sua esposa e seu filho- Carlisle foi interrompido por uma voz baixa e hesitante ao seu lado.

— Mas papai, nós não vamos ver o bebe?- Edward perguntou.

— Você nunca quis ver bebes, Edward. – Carlisle falou, mas Edward não respondeu. Ele ainda era um criança, não conseguiria descobrir o porquê disso, e nem se já tivesse dezoito anos conseguiria.

Carlisle tinha acabado de abrir a boca pra dizer que poderiam vir ver o bebe outro dia, quando ouviram passos na escada. E de lá desceu Esme com um embrulho branco nos braços.

— Já dei banho, e Renée já amamentou. Pediu que trouxesse para você.- ela se dirigiu a Charlie entregando o bebe.

— É uma menina. Isso explica porque ficou tão pouco tempo com a criança. Parece que ainda agora eu a ouvi dar o primeiro choro... – disse Gerald baixo, para ninguém em especial. E Edward que ainda estava curioso correu para perto dele.

— Posso ver? – O garotinho perguntou, e longe de se zangar Charlie sorriu.

— Viu Bella? Não sou só eu que estava ansioso pra te conhecer.- e ainda com a bebe nos braços se abaixou até que o garotinho ao seu lado conseguiu ver o rosto rosado da filha dele. – Ela é uma menina. – Charlie falou para Edward.

— Ela parece uma boneca. – Edward disse parecendo admirado. Toda aquela curiosidade de Edward deixou Charlie contente. Ele queria que ela fosse amada por mais pessoas, já que no intimo dele, ele sabia que Renée estava decepcionada por ser uma menina.

— Parece sim, linda como uma boneca de porcelana. – ele continuou abaixado, enquanto Edward passava delicadamente a mão sobre os cabelos Castanhos dela. Delicadamente de mais, até para uma criança. Ele parecia ter medo que Isabella se despedaçasse debaixo de seus dedos.

— O cabelo dela parece com o do senhor. – Edward disse, e apontou para o topo da cabeça de Charlie, que tinha os cabelos do mesmo tom de Chocolate que a filha.

— Filho, vamos indo. – Esme disse docemente, mas de nada adiantou sua voz suave, Edward pareceu estar aborrecido por ter que ir.

— Quando ela estiver maiorzinha, vocês podem brincar juntos. Você pode mostrar pra ela os roseirais, e tomar banho no lago. Mas hoje é melhor você ir dormir, quando quiser pode vir. – Charlie disse baixo, para que apenas ele Edward e Isabella o ouvissem.

— Tudo bem. Tchau Bebe. – Ele falou, e aconteceu o que Charlie mais queria. A bebe abriu os olhos. Eles eram grandes e verdes como jade. Eram os olhos da mãe, e ela não focava nada em especial. Edward e Charlie sorriram ao mesmo tempo para a bebe. Charlie fez um gesto com a cabeça para que Carlisle e Esme chegassem mais perto. E quando eles viram aqueles belos olhos verdes descobriram o porque do sorriso de seu filho que costumava ser uma criança muito séria.

— Eu sei, ela é linda, mas temos que ir Edward. – disse Carlisle para o filho, e ele assentiu. Depois que Carlisle e Esme se despediram de Charlie, o garotinho seguiu seus pais para irem para casa.

Charlie se sentou um pouco no sofá com a criança no colo.

— Não fique brava com sua mãe, ela tem um jeito diferente de pensar. Lembre-se que ela te amou durante nove meses- disse Charlie para a filha querendo profundamente que ela o entendesse. Renée a amou, até descobrir que era uma menina. – De qualquer maneira, você tem a mim, eu vou amar você até meu ultimo suspiro, e não a nada que ninguém possa fazer para mudar isso. Você tem Esme, ela é muito boa, tem um coração enorme. E o Carlisle também, mas não acredite em nada que ele disser a meu respeito ouviu?- ele riu. – e o filhinho deles o Edward, também gosta de você. Ele até te deu um sorriso, isso é bem raro pra ele. Vocês vão ser bons amigos, e com tantas pessoas que gostam de você, você pode esquecer, e perdoar sua mãe por ser assim não é? – ele deu um beijo na testa da filha. – Não importa o que ela diga, eu te amaria sendo menina ou menino. Mesmo que você tivesse três olhos e escamas você ainda seria a minha Bella. – ele brincou, enquanto se deliciava olhando os belos olhos verdes que ela tinha. Tirando a cor eles não pareciam em nada com os de Renée. Os de Isabella eram inocentes. Os de Renée estavam sempre tingidos de algo. Raiva, Rancor, Ódio.


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Notas finais do capítulo

comentem, e me digam o que acharam!



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