Pov Hermione Granger.

Eu me lembro perfeitamente do dia em que o conheci. Éramos jovens crianças sem responsabilidade e preconceito e eu confesso, sinto falta disso. Aos meus onze anos eu andava junto a meus pais por Hogsmeade para comprar o meu material escolar. Pedi para os meus pais para eu explorar o local e então acabei andando admirada pelo lugar o que consequentemente me fez acabar esparrando em um menino extremamente loiro. Eu quase caia no chão, quase, pois o menino me segurou impedindo que eu caísse.

–Desculpe- eu disse um pouco corada.

–Não tem pelo que se desculpar- falou o loirinho- Eu me chamo Draco Malfoy

–E eu me chamo Hermione Granger- falei saindo dos braços do meu novo amigo- pode me chamar de Mione se quiser.

–Pode me chamar de Draco e por favor não me chame de Draquinho, detesto quando fazem isso- falou fazendo uma careta e eu acabei rindo um pouco.

–Tenho que ir- falei- prometi para os meus pais que não iria demorar

–Mione não vai por favor- insistiu e eu confesso que não resisti aos seus olhos azuis acinzentados me encarnando de forma tão intensa.

–Tudo bem só mais um pouco- falei e ele sorriu e começou a me arrastar para um lugar qualquer. Assim que chegamos percebi que ele havia me trazido a uma sorveteria.

–Meus pais estão com o dinheiro, não dá para mim pagar sem eles- falei um pouco triste

–Não se preocupe eu pago para você- ele falou soltando a minha mão.

–Não posso aceitar- falei

Somos amigos certo? - eu assenti- amigos fazem favores uns para os outros e eu não vou aceitar um não como resposta

–Tudo bem- me rendi

–Olá crianças- falou uma idosa

–Oi- falamos ao mesmo tempo

–Qual o sabor que vão querer? – perguntou

–Chocolate - dissemos ao mesmo tempo e nos encarnados e começamos a rir.

–Que gracinhas! - sussurrou a senhora nos entregando o sorvete.

–Quanto é? - perguntou Draco

–Para um casalzinho tão fofo? Hora é de graça- falou a doce velinha

Draco e eu saímos felizes do local. Ele me encarava fixamente e eu então o encarei curiosa.

–Esse foi o melhor encontro da minha vida – disse me fazendo corar instantaneamente.

–Um... um... encontro?- perguntei sorrindo

–Sim. Um encontro de amigos- falou sorrindo e o meu sorriso acabou desaparecendo. O que está havendo comigo?

–Tenho que ir- falei quando avistei os meus pais entrando em uma loja qualquer.

–Onde você vai estudar? - perguntou

–Hogwarts- falei e ele sorriu. Ah seu sorriso é tão lindo, assim como ele... para com isso Hermione!

–Nós veremos lá então- falou e eu sorri também.

–Adeus- disse beijando a sua bochecha e será impressão minha ou ele ficou corado?

Sai andando e no meio do caminho olhei para trás e então nossos olhares se encontraram. Me senti estranha como se borboletas voassem em meu estomago.... Me senti viva.

Assim que chegamos em Hogwarts eu acabei virando melhor amiga de Luna Malfoy a irmã de Draco que por acaso é a sonserina mais legal da história. Conheci Harry e Ronald que por acaso hoje são os meus melhores amigos. Draco e eu nos separamos afinal eu sou uma “sangue-ruim” e ele é um Malfoy, um maldito “sangue-puro”. Quando ele me viu com Harry e Ron pude perceber a dor em seu olhar, mas a dor dele não se compara a dor que eu senti ao ouvir os seus insultos. Eu chorei muito por ele, chorei todas as vezes que ele me chamou de “sujeitinha de sangue-ruim”, “rata- de- biblioteca” entre outros. Gina, Harry e Ron não sabem disso alias Harry e Gina acham que eu choro por causa de Ron, para ser sincera a única que sabe a verdade é Luna.

–Mione o que o que meu irmão fez dessa vez? - perguntou minha amiga já adivinhando o motivo de minhas lagrimas.

–O baile vai ser hoje e ninguém me convidou- falei tentando secar as lagrimas- e adivinha só. A Parkinson passou o dia inteiro se gabando pois ele a convidou.

As aulas acabaram no ano passado, pois estavam todos ocupados lutando contra Lord Voldemort. O diretor decidiu fazer um baile após Hogwarts ser reconstruída para celebrar a vitória contra o lord e também para comemorar que estamos vivos e que podemos assim repetir o ano letivo. Draco e Pansy indo juntos a esse maldito baile me fez sentir como se eu não fosse nada para ele, o que de fato eu devo ser.

–Não chore- disse acariciando o meu cabelo- Às vezes nem tudo é o que parece.

–Como assim Luna?

–Draco gosta de você não vê amiga? - perguntou com um ar sonhador

–Não pira Lu-falei tentando não alimentar falsar esperanças. No amor quanto menos se iludir menos sofrera.

–Não estou pirando Mione- falou- no fundo ele só está com medo do que vão pensar.

–Para de mentir por favor. Se ele gostar de mim ele dirá se não gostar ficara quieto. - falei secando as lagrimas.

–Amiga não sabemos o que passa na cabeça dele- falou me puxando da cama- agora vamos que você tem um baile para ir.

–Por falar me baile com quem você vai? - perguntei fazendo minha amiga soltar um risinho

–Com o Ron- disse e eu a abracei pelo menos uma de nós vai ser feliz. Luna tem uma quedinha por Ronald desde segundo ano, mas ele sendo bobo como sempre não percebeu até eu dar um “empurrãozinho” e dizer que Luna não havia sido convidada para o baile. E além disso ela tinha medo do que iriam dizer afinal ela é uma Malfoy e ele um Wesley.

–Agora vou te fazer brilhar- falou Luna

Passamos horas nos arrumando. Eu não comprei o vestido então Luna resolveu usar um feitiço dela –muito útil se querem saber- que transfigura o vestido que você pensar. O vestido dela é bege, curto e delicado e o meu é verde musgo tomara que caia, curto e simplesmente maravilhoso. Ela magicamente deixou o meu cabelo liso e sem aquele volume todo. Peguei um scarpin-preto emprestado de Luna e a deixei me maquiar

–Está linda Mione! - disse Luna me admirando de cima a baixo. Fui me ver no espelho e quase pulei para trás, essa garota maravilhosa ai sou eu? Meu Deus, Luna caprichou de verdade.

–Agora vamos que eu quero sambar na cara das recalcadas! - falou Luna animada e eu sorri afinal há uma semana que Luna não agia como ela normalmente agiria. Ela estava desesperada por causa da morte de seu pai e também estava pesando que Ronand não a convidaria tanto que quando eu fui visitar ela na semana passada minha amiga não estava arrumada e parecia que havia deixado a Vogue para participar da revista Famoso também é gente. Naquele dia eu fiquei mais confusa em relação a Draco do que em tod a minha vida:

–Oi querida como vai?

–Bem obrigada tia Ciça- depois da guerra eu me aproximei cada vez mais de Narcisa Malfoy que parecia inconsolável com a perda de seu esposo Lucio Malfoy que preferiu o poder a sua família.

–Ela está lá em cima- falou sorridente- tente anima-la por favor

–Claro pode deixar tia

Subi as escadas da gloriosa mansão Malfoy até escutar alguém tocando perfeitamente bem um violão. Me aproximei e olhei pela porta meio aberta.

–Droga! - ele disse rabiscando um papel- ela nunca vai gostar disso

Meu coração se despedaçou quando ele disse isso. Eu me afastei da porta e ele finalmente percebeu minha presença

–O que faz aqui? - perguntou surpreso pela primeira vez sem sarcasmo ou frieza na voz.

–Vim ver Luna

–Tem certeza que veio ver ela? - perguntou ele se aproximando e me colocando contra a parede.

–Te...te... tenho- não consegui raciocinar direito. Estávamos numa distância nada segura para a minha sanidade mental. Ele ia se aproximando cada vez mais de mim nossos lábios estavam quase se encostando quando alguém bateu na porta.

–Draquinho abre a porta- disse a voz enjoada da Parkinson.

–Já vai- disse voltando ao tom frio e revirando os olhos.

–Até outra hora- falou tirando o seu corpo de perto do meu.

Eu fiquei alguns segundos parada tentando raciocinar e depois respirei fundo e corri para o quarto da minha amiga. Pansy pareceu irritada ao me ver no quarto de Draco, mas não falou nada.

Eu ainda me admirava no espelho quando Luana soltou um gritinho animado.

–O que foi? Alguém morreu?

–Credo vira essa boca pra lá Mione! O que aconteceu é que você tem um admirador secreto!

–Eu o que!?- perguntei surpresa

–Olha só- ela disse me entregando um bilhete numa caligrafia perfeita.

– “Quando eu tiver a chance de falar com você espero que finalmente possa me entender” - eu li com um sorrisinho se formando em meus lábios. - Será que é ele?

–Talvez. Do jeito que ele te olha é bem possível

–Ele nã...

–Ele te olha sim! Você que é cega e não percebe. Ele também escreve canções para você a última vez que ele tocou foi semana passada lembra?

–Vamos- eu disse encerando o assunto

–Toma- disse me entregando uma máscara verde com safiras ao seu redor. Ela colocou no rosto uma máscara bege elaborada e com algumas safiras.

A festa já devia ter começado a muito tempo. Atrasamos um pouco para dar como diria Luna “Uma entrada triunfal perfeita!”. Ela foi primeiro e uns minutos depois eu entrei e todos viraram para me olhar. Uns tinham um olhar de admiração, outros de inveja e uns até babaram quando eu desfilei pelo salão.

Avistei Harry e Gina dançando pelo salão, eles não me perceberam, pois estavam ocupados curtindo a dança romântica deles. Ronald e Luna estavam dançando e Luna sorria e chorava ao mesmo tempo... perai aquele é o anel de compromisso da família Wesley? Toda família tem o seu anel de compromisso e o dos Wesley é um de ouro com um monte de rubis formando um W.

Luna não poderia estar mais feliz e eu desejo de todo o coração que eles se casem e vivam felizes. Desejo isso a Harry e Gina também, pois eles merecem a felicidade mais do que tudo depois de todos esses anos de guerra. As pessoas continuavam a cochichar sem reconhecer a garota misteriosa por trás da máscara verde. Avistei em um canto menos amontoado de gente Pansy Parkinson beijando um garoto extremante loiro.... não pode ser! Draco estava beijando Pansy Parkinson eu sabia que ele nunca veria nada em mim afinal eu sou uma rata-de-biblioteca, sangue-ruim, cabelo de vassoura! A festa já estava acabando e eu corri desesperada para a torre de astronomia onde o meu diretor favorito foi morto.

Fiquei lá apreciando a lua e as estrelas que hoje estavam especialmente mais bonitas. Chorei por todos esses anos em que eu dizia para mim mesma que um dia ele iria parar de preconceito e voltar a ser meu amigo e quem sabe algo mais. Com o passar do tempo a quedinha que eu tinha por ele se transformou em uma paixão platônica não correspondida.

–Não chora você sabe que isso é fraqueza aos olhos dele- eu falei limpando as lagrimas que ainda teimavam em surgir.

–Pelo menos você aprendeu alguma coisa comigo Granger- falou uma voz que me fez estremecer. Eu conheço essa voz fria é ele!

–O que faz aqui? - perguntei tentando soar indiferente

–Você fugiu do baile- ele comentou olhando para o céu distraidamente.

–Não me senti bem- de todo modo essa não era uma mentira, pois quando vi os dois se beijando eu realmente me senti muito mal.

–Você me viu beijando a Pansy- não era uma pergunta

–Como sabe?

–Eu estava olhando para você desde que chegou. A Pansy me agarrou e então você simplesmente sumiu

–Por que você estaria olhando para mim? Acha mesmo que eu iria sair por sua casa?

–Não adianta esconder Granger nos dois sabemos que temos uma história inacabada

–Temos? - perguntei agora com raiva- eu não tenho mais nada com você. Malfoy você me fez sentir tão bem e depois quando descobriu que eu virei amiga de Harry e Ron e que não tinha sangue-puro me deixou e ainda me tratou como seu eu fosse o coco do cavalo do bandido! Luna não fez isso comigo assim que ela me viu chorando por SUA causa ela me ajudou sem se importar com o meu sangue-ruim.

–Ela sempre foi a mais corajosa tanto que o Wesley e ela pediram minha permissão e de minha mãe para o casamento e adivinha só eles vão realmente se casar- disse- eu tive medo... as pessoas esperavam que eu me casasse com Pansy ou Astoria e que tivéssemos um bando de filhinhos sangue-puro. Meu pai esperava isso e eu tive medo de decepciona-lo. Eu sempre gostei de você Hermione e por isso mandei aquele bilhete....

–Foi mesmo você?

–Claro. Luna disse que seria um bom jeito de concertar as coisas.

–Ela sabia? - eu perguntei perplexa

–Que eu sempre gostei de você, mas tinha medo do que iam pensar? Sim ela sabia e se não fosse por ela eu não teria coragem de fazer isso. - ele se ajoelhou em minha frente e ai sim eu não consegui controlar as lagrimas- Hermione me perdoa por tudo o que eu te fiz passar, eu juro que nunca mais vou mentir para mim mesmo e para você. Eu não tenho ideia do que mais posso dizer- ele confessou me fazendo rir- acho que deveria tocar a música que eu passei o mês inteiro escrevendo para você. Quer cantar comigo?

–Eu não canto muito bem e além disso nem sei a letra

–Sem problema- ele disse retirando um papel com a letra, eu suspirei vendo que não tinha muita escolha

–Você é impossível- eu disse sorrindo

Ele se levantou e fez um feitiço não verbal sem varinha que fez seu violão surgir em suas mãos.

–Novidade- ele disse começando a tocar

–I remember what you wore in our first day
You came into my life and I thought
"Hey, you know, this could be something

Cause everything you do and words you say
You know that it all takes my breath away
And now I'm left with nothing

So maybe it's true that I can't live without you
And maybe two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life
And you've already got me coming undone
And I'm thinking two is better than one

I remember every look upon your face
The way you roll your eyes, the way you taste
You make it hard for breathing

'Cause when I close my eyes and drift away
I think of you and everything's ok
I'm finally now believing

Maybe it's true that I can't live without you
Well maybe two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life
And you've already got me coming undone
And I'm thinking two is better than one

I remember what you wore in our first day
You came into my life and I thought "hey..."

Maybe it's true that I can't live without you
Maybe two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life
And you've already got me coming undone
And I'm thinking

Oh I can't live without you
'Cause baby, two is better than one

There's so much time to figure out the rest of my life
But I'll figure out with all is said and done
And two is better than one
Two is better than one

Cantamos como se fossemos um só foi tão...perfeito? Não isso não descreveria o quanto me senti bem cantando essa musica incrível ao lado de Draco. Nem consigo acreditar que ele fez essa música sobre nos dois!

–Me enganou direitinho Granger. Quase acreditei que você cantava mal

–Você também não canta tão mal assim

Ele pigarreou e com um estalar de dedos o violão sumiu.

–Então Granger o que acha de trocar esse seu sobrenome cafona pelo meu sobrenome? Você ficaria muito mais bonita como Hermione Malfoy, se não acreditar pergunte para minha mãe ou Luna, elas vão te dizer a mesma coisa.

–Nunca pensei que esse dia realmente chegaria! - confessei sem esconder a alegria que sentia. - Nem preciso perguntar, pois de fato sobrenome nenhum combinaria comigo a não ser é claro o seu- eu disse e pela primeira vez ele e eu nos beijamos. Um beijo calmo, apaixonado e sem pressa.

–Vamos aproveitar o resto do baile- ele disse ainda me abraçando.

Ele me soltou gentilmente e pegou o seu celular após algum tempo uma música lenta estava tocando. Ele colocou o celular em um canto qualquer e começamos a dançar uma valsa lenta.

–Eu te amo senhora Malfoy- sussurrou em meu ouvido fazendo meu corpo inteiro se arrepiar

–Também te amo senhor Malfoy- eu disse olhando em seus lindos olhos azuis acinzentados.

Todos esses anos de espera valeram a pena, pois agora eu tenho Draco Lucius Black Malfoy só para mim.

Fim? Não, apenas um começo...