Escuridão. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 4
Capítulo 4.


Notas iniciais do capítulo

Ei! Desculpa ter demorado pra postar, mas aconteceu muitas coisas ultimamente e não consegui escrever. Não quero entrar em detalhes, mas o importante é que o capítulo está pronto.
Ah, e como pediram pra eu mostrar como é a Meg, ela é a Kiersey Clemons, essa moça lindíssima aqui:
http://img005.lazygirls.info/people/kiersey_clemons/kiersey_clemons_kiersey_clemons_tumblr_3sgQCqbd.sized.png



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Bella abraçou Michael tremendo. Ela chorava em seu uniforme e Michael apenas não conseguia desviar os olhos daquela cena. Gritos histéricos os rodeavam; Raphael, Gabriel e Meg iam à direção dos dois, junto com a diretora.

– Michael Laurent e Bella Khan, saiam daqui junto com todos. – disse a diretora, pondo a mão no ombro de Bella, já que não alcançava o de Michael. – Vão para o ginásio, por favor.

Michael concordou com a cabeça e começou a puxar Bella, que parecia estar plantada no chão.

– Vamos vulcão ativo. Vamos sair daqui.

Bella tirou o rosto do peito de Michael, que havia ficado com a camisa empapada de lágrimas. Continuou com os braços em volta dele e o acompanhou junto com os amigos até o ginásio.

Sentaram-se numa arquibancada e Raphael foi buscar um copo de água para Bella. Todos estavam em choque e alguns jogadores que estavam no ônibus naquela manhã encaravam Michael estranho.

– Laurent! – Ryan gritou e correu em direção de Michael, agarrando-o pela camiseta. – O que você fez com a minha namorada?!

– O quê?! Nada! O que você acha que eu poderia fazer com ela?!

– Você me ameaçou de manhã no ônibus e agora ela está morta!

A discussão já havia atraído a atenção de todos os alunos, que cochichavam entre si.

– Ryan, eu jamais faria nada pra Linda, muito menos seria capaz de assassiná-la. Você está fora de si. Por favor, se acalme.

– Me acalmar? Como posso saber que não foi você? Todos aqui nessa merda de ginásio sabem que você não se importa em arranjar briga e se você é louco o suficiente para entrar no bosque no meio da noite, pode muito bem fazer isso. Afinal, você estava com uma garota lá dentro, não? E ninguém além de você viu ela. Aposto que você é um psicopata nojento e largou a garota sozinha pra se divertir com ela depois...

Aquilo fora o suficiente pra Michael, que acertou uma cabeçada no nariz de Ryan.

– Cale a boca! – gritou alto o suficiente para fazer eco. – Diga qualquer coisa sobre esse assunto de novo e acerto um chute nas suas costelas! Eu não fiz nada e o que aconteceu no bosque não é da sua conta!

Raphael começou a puxar Michael pelo braço. Michael tinha quase o dobro da altura do amigo.

– Vem Mike. – Raphael disse. – Vem, por favor. A Bella já está nervosa o suficiente, vai se sentar e ajudar ela a se acalmar.

Michael abaixou a cabeça para olhar o amigo nos olhos.

– Por que eu?

– É sério que você pergunta por quê? Você é o único que consegue acalmar ela.

Michael suspirou, olhou uma última vez para Ryan e deu as costas, indo na direção de Bella.

– Ei, ruivinha. – disse sentando-se ao lado dela e passando o braço em volta de seus ombros.

Bella ainda chorava e soluçava. Estava em estado de choque.

– Vai ficar tudo bem, amor. – disse baixinho e beijou a cabeça da garota.

A menina abraçou-o, enterrando o rosto na curva do pescoço do amigo.

– Atenção todos vocês. – a diretora chegou dizendo. Todos viraram-se para prestar atenção nela, exceto por Bella, que continuava abraçando Michael. – Vocês estão liberados o resto da semana. Todas as provas serão adiadas para segunda. Agora vão para casa descansar.

Todos começaram a sair, ainda aflitos. Michael ajudou Bella a se levantar e continuou com os braços em volta dela enquanto caminhavam para fora da escola.

– Quer que eu vá para a casa com você? Posso te ajudar a estudar Física pra prova. – Michael disse.

Bella apenas concordou com a cabeça.

– Ok. Vou avisar meus pais então.

Michael mandou uma mensagem para o pai, resumindo a situação em apenas fatos: alguém havia morrido, eles haviam sido dispensados o resto da semana, Bella estava nervosa e Michael iria para casa com ela. Detalhes naquele momento poderiam ser dispensados.

Raphael e Gabriel despediram-se e Michael, Bella e Meg seguiram para a casa dos Khan.

As garotas sempre iam de carona com o pai para a escola, e voltam com ele também. Por sorte Michael tinha dinheiro o suficiente para pagar a passagem dos três.

Michael tinha a estranha sensação de estar sendo vigiado.

Suspirou.

– Ah, Cristo... – disse e pode jurar que a mulher passando ao lado revelou olhos completamente negros, como se toda a escuridão estivesse contida em seus olhos.

Se o ditado popular estivesse certo e os olhos são as janelas da alma, Michael tinha certeza que aquela mulher não tinha uma.

...

Chegando à casa dos Khan, Lílian, a mãe das garotas, recebeu-os preocupada.

– Filhas? O que aconteceu? Por que você está chorando, Bella? Mike, qual o problema?

– Aconteceu um incidente na escola, mãe. – Meg disse. – Vamos pra sala que eu te explico melhor. Só deixe o Mike subir com a Bella para o quarto. Ele vai cuidar dela até ela se acalmar direito e vai ajudar ela a estudar pra uma prova.

Lílian olhou para Michael e Bella por um momento e suspirou.

– Tudo bem, podem ir.

– Obrigado, tia.

Michael subiu com Bella até o quarto da garota. Vários pôsteres que haviam sido emoldurados cobriam quase que uma parede inteira. Encostada numa janela havia uma cama com colcha vermelha e travesseiros brancos. Uma grande prateleira que cobria quase que uma parede inteira estava recheada de livros dos mais diversos tipos, incluindo o livro de sonetos de Shakespeare que Michael havia presenteado a amiga no Natal passado.

Bella sentou-se na cama e deu tapinhas no colchão, convidando Michael para sentar-se ao seu lado. O garoto sentou-se, mesmo acanhado.

– Posso te perguntar uma coisa, Mike?

– Pode.

– Por que nós ainda fazemos isso?

– Isso o que? – Michael perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

– Deus e o mundo sabe que nos gostamos. Por que fingimos que somos só bons amigos?

Michael coçou a nuca, procurando a resposta certa.

– Acho que temos medo, não é? Pelo menos eu tenho. Não quero te magoar e sinto que eu vou acabar fazendo isso alguma hora.

Bella segurou o rosto de Michael.

– Eu não me importo. Esse jogo que fazemos já está me magoando o suficiente.

Michael olhou-a nos olhos. Bella era linda, inteligente, engraçada e o entendia melhor do que ninguém. E ele realmente gostava dela. Então por que sentia que aquilo era perigoso?

“Dane-se”, pensou. E beijou-a. Já conhecia o gosto daqueles lábios há um tempo, mas de qualquer forma sempre seria bom.

Colocou a mão na cintura dela. Também já conhecia aquelas curvas. E aquele cheiro. E o gosto daquela pele. E mesmo assim era bom como se fosse a primeira vez.

– Minha mãe está lá embaixo, Mike. – Bella disse enquanto tentava recuperar o fôlego.

– Da última vez ela estava no quarto ao lado e isso não nos impediu. – o garoto responde com um sorriso cafajeste.

– Mas da última vez ela estava dormindo...

– E nós quase a acordamos.

– Então. Agora ela pode subir aqui.

O garoto riu e se afastou.

– Tudo bem. Só porque você está pedindo.

A ruiva sorriu e deu um selinho em Michael.

– Obrigado por ficar comigo, Mike.

Michael colocou uma mecha do cabelo da garota para trás da orelha dela, para que pudesse enxergá-la melhor.

– Você sabe que é importante pra mim. Sempre foi, desde quando éramos crianças. E agora mais ainda, já que a minha namorada.

– Isso é um pedido oficial?

– E eu ainda preciso pedir? Porque, se fosse você a me pedir, nem precisaria perguntar a resposta.

– Bobo. – Bella o ombro de Michael.

– Não posso nem me declarar mais? Cadê o romantismo, menina?! – ele responde com tom de indignação.

A ruiva ri.

– Fica aí, vou trocar de roupa e já volto.

Enquanto Bella sai Michael levanta-se da cama e dá mais uma olhada na estante da menina. Eram tanto livros que deixava o garoto confuso. Puxou um que dizia “Cartas de Amor Aos Mortos” na lombada. Na capa havia uma garota escrevendo, sentada no nada e observando o céu com as cores de uma nebulosa colorida e salpicado de estrelas. Quando foi devolver o livro, pode ver ao fundo do espaço que o livro ocupava um pequeno caderninho. Puxou-o. Tinha capa de couro e parecia ser um pouco velho. Abriu-o. Era completamente escrito à mão, com uma letra que não pertencia à Bella. Mas o assunto era o mais intrigante: criaturas sobrenaturais. Histórias sobre casos, aonde elas apareceram e mais: como matá-las. Era um diário de caça escrito, porém não era sobre como caçar cervos. Era sobre como caçar monstros.

Bella entrou no quarto.

– Bella, o que é isso? – Michael perguntou apontando para o diário.

A garota franziu o cenho, confusa.

– Não sei. Onde achou isso?

– Atrás de um livro na sua estante.

A garota tomou em mãos o diário e folheou-o.

– Que estranho. Nunca vi isso na vida. Geralmente quem arruma meus livros é a minha mãe, porque tenho mania de lê-los e deixá-los em pilhas na escrivaninha.

– Parece um diário... – o telefone de Michael tocou. Era sua mãe.

– Oi mãe? Quer que eu vá agora? Tá, tudo bem. Tchau. – desligou.

– Você precisa ir? – Bella perguntou.

– Sim. Você está melhor? Se não estiver eu posso ficar.

– Eu diria que estou mal só pra você ficar, mas está escurecendo, você precisa ir mesmo.

Michael beijou Bella uma última vez.

– Tchau. Quando chegar em casa te mando uma mensagem.

– Tá bom. Tome cuidado. Tchau.

O garoto desceu as escadas. Lílian estava sentada no sofá.

– Já vai, Michael?

– Vou sim, tia.

“Tenho que parar de chamá-la de tia.”- pensou. “Agora ela é a minha sogra e chamá-la de tia é meio estranho.”

– Não quer que eu te leve, querido? Está ficando escuro.

– Não, está tudo bem. Eu vou bem.

– Certeza?

– Sim, obrigado. Tchau.

– Tchau. Avise quando chegar na sua casa, tá bom?

– Tá. Tchau. Diga pra Meg que eu mandei tchau.

– Tudo bem.

Michael saiu, fechando o casaco. O ar gelado parecia cortar sua pele, como naquela outra noite.

Estava realmente ficando escuro e tudo que Michael mais queria era chegar em casa rápido. Olhou para o bosque tentado... Não era possível que aquela garota ainda estivesse ali. Ela morreria de hipotermia usando apenas aquele vestido branco.

Ligou a lanterna do celular e dessa vez achou a trilha antes de entrar.

– Está tudo bem... – disse para si mesmo. – São só árvores e corujas. Talvez alguns morcegos e aranhas, mas nada pra que se preocupar.

Sentia como se estivesse sendo vigiado, e aquela sensação parecia estar tomando todo o ar de seus pulmões.

Decidiu olhar para atrás, só pra ter certeza. A garota de branco estava lá, parada, encarando-o fixamente. Só que dessa vez algo estava faltando: a parte de baixo de sua mandíbula. Do nariz para baixo a garota era apenas sangue e carne em putrefação, com os cabelos negros e compridos emaranhados e jogados para a frente.

Michel respirou fundo e fechou os olhos.

– É só uma alucinação, é só uma alucinação, é só uma alucinação...

Abriu os olhos novamente... O pior erro que ele podia ter cometido. A garota estava em sua frente e o cheiro era horrível. Era o cheiro que o fazia lembrar o porquê enterramos nossos mortos.

Definitivamente, não era uma alucinação. E logo Michael estaria morto.


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Notas finais do capítulo

Ficou um pouco curto, mas é que estou com problemas pra escrever mesmo.
Digam se gostaram, digam no que posso melhorar e tchau, beijão.



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