A fuga da herdeira escrita por Nathaly Switt


Capítulo 6
Sonho não,aviso!


Notas iniciais do capítulo

Hello meus lindos... atualizando a fuga da herdeira pra vcs. Tava com saudade dessa história. Agora que estou conseguindo escreve-la, depois de tanto bloqueio criativo.
Quero dizer que tenho uma leitora nova que me animou demais essas semanas, ourmilk, me divirto bastante com seus comentários.. Obrigada.
Boa leitura lindos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/644019/chapter/6

Um mês e meio se passou desde que gancho me beijou, e pior, eu correspondi. Isso ficou martelando em minha cabeça. Eu não devia ter correspondido, e pior parte vem agora, eu gostei. Sim, eu gostei de sentir seus lábios nos meus. Eu fico repetindo para mim toda hora que eu não gostei para poder tentar acreditar nisso, afinal, quando repetimos a mentira várias vezes, ela se torna verdade em seu subconsciente.

Mas porque não está funcionando comigo?

Minha reação foi a mais inesperada possível. Em vez de gritar e fazer um escândalo eu apenas sai do seu quarto sem dizer nada e voltei para o escritório dele, onde fiquei me punindo em minha mente por ter tido vontade de puxa-lo para roubar um beijo dele, da mesma maneira que ele fez comigo. Ele tentou puxar assunto comigo durante esse tempo, mas eu o ignorava respondendo apenas as perguntas básicas envolvendo minhas tarefas no navio, mas visitei o porão várias vezes por que não respondia suas insistentes perguntas. Não foram as melhores noites da minha vida. Por sorte faltavam apenas duas semanas para atracarmos em Andalasia, onde mais uma vez eu tentaria fugir desse navio e desse capitão.

— Não vai falar comigo? - Jones perguntou escorado na porta do porão.

Sim, eu estava no maldito porão, recebendo meu castigo por não querer conversar.

— Falar o que? - perguntei de maneira cínica e irônica - Se o senhor quiser falar sobre esse beijo mais uma vez, eu juro que irei me jogar no mar e morrer - alterei o tom de voz impaciente - Assim você ficará sem seu lindo tesouro. Que triste final pra você.

Ele riu com ar de superioridade. Nossa como isso me estressava.

— Você sabe que não conseguiria, eu estou com os olhos fixos em você vinte quatro horas ao dia. Não te aturei esse tempo todo para não conseguir o dinheiro com você - Killian reclamou revirando os olhos e com num sorriso cínico no rosto.

— Como se fosse ruim, você até me beijou - rebati sobre o fato de ele ter que me aturar, mas ainda me beijar - Não pareceu ruim me aturar nessa hora não é capitão? - perguntei em ironia

— Ah! - ele se desncostou da porta e começou a andar em minha direção enquanto eu o observava se aproximar - Agora quer falar sobre o beijo?

— O que quer aqui Capitão? - pergungei impaciente e me levantando do chão. Minha capa estava ficando só poeira de tanto ficar no porão. Podia dizer que eu era parente da Cinderela, até dos ratos eu me tornei amiga.

— Apenas avisar que em menos de uma semana chegaremos em Andalasia.

— Já? - perguntei espantada com a "rapidez ". Ainda estava esperando por duas semanas de tortura visitando o bendito porão e limpando o convés.

— Os ventos estão ajudando bastante - ele explicou como se fosse óbvio. Na verdade era, a não ser o que o navio fosse feito de madeira encantada, até parece que existe - Além do mais o meu navio é feito de madeira encantada.

Opa!

— Como conseguiu madeira encantada? - perguntei curiosa e usando o rumo da conversa para fugir do assunto do beijo.

— Não consegui. Esse navio pertencia a um rei, eu era da marinha real.

O quê???

— Você trabalhava para o rei? - perguntei realmente interessada na conversa. Realmente estava interessada no seu passado, quem sabe assim eu descobriria do que ele tanto foge.

— Acho que se eu trabalhava para a marinha real quer dizer que eu trabalhava pra um rei - disse revirando os olhos sem paciência - Faça perguntas que tenham sentido princesa.

— Já vai começar? - bufei estressada. Detesto quando me chamam de princesa em forma de deboche, por mais que eu deteste meu título de realeza, eu tenho muito respeito por ele, afinal, não tenho culpa de ter nascido em berço de ouro.

— Não tenho culpa se você faz perguntas sem noção - disse com ar superior e revirando seus olhos azuis.

— Era da marinha de qual reino? - Não estava conseguindo disfarçar minha curiosidade. Eu estava aproveitando, ele estava respondendo minhas perguntas.

— Da floresta encantada mesmo - respondeu dando de ombros.

— Trabalhou para meu pai? - perguntei confusa. Não lembro de papai falando de traidores no reino - Como não tem cartaz seus de procurado por lá?

— Não trabalhei para seu pai - disse e eu me assustei. Como não?

— mas..

— Sou mais velho do que pareço Swan! - disse com um sorriso de lado.

— Como assim?

— Não é da sua conta princesa - disse gesticulando com o gancho para que eu parasse de fazer mais perguntas idiotas.

— Pare de me chamar assim? - Bufei me levantando.

— Meus Deus como você se estressa! -dessa vez ele bufou.

— Você começa - se defendeu.

— Vai me trancar no porão? Aproveita, estou aqui - falei voltando para o canto onde estava deitada enrolada em minha capa protetora.

— Não - falou e eu arregalei meus olhos surpresa com sua resposta. Ele mostrou um sorriso cínico e então continuou a falar - Tenho um serviço para vossa alteza.

Eu devia ter ficado calada. Prefiro mil vezes o porão que limpar o convés lá em cima.

..............

— Um livro? - perguntei olhando desconfiada e confusa para o grande e pesado livro de capa dura em minha frente, havia desenhos de linhas tortas nele.

— Um diário! - me corrigiu - pertenceu a uma poderosa feiticeira.

— Regina? - pergungei me referindo a rainha do Reino vizinho ao meu. Uma mulher com uma magia poderosa, que se tornou rainha de um Reino forte, um Reino com qual meu pai fez questão de fazer aliança.

Mas não entendo o porque de eles quererem tirar tanto os poderes de mim, eu não me tornei uma pessoa má. Uma vez tentei constestar isso com eles e me disseram que era porque raramente usava, mas não consegui acreditar, teve várias noites que usei um pouquinho, mesmo me assustando com as pequenas luzes que se formavam pelo movimento das minhas mãos, era incrível. Eu queria aprender a usar, mas tenho medo de machucar alguém. Esse foi um dos motivos de meus pais quererem que eu me livrasse dela.

— Cora. Mãe dela - respondeu e eu franzi o cenho confusa.

— Conheceu a mãe dela?

— Fomos parceiros em muita a falcatruas - disse se sentando na ponta de sua cama - Foram bons tempos, ganhei muito dinheiro naquela época. Mas sabe como é vida de pirata não é fácil, rápido fomos obrigados a desmanchar a parceria.

— Quantos anos você tem? - perguntei querendo entender como ele poderia ter trabalhado com a mãe de uma poderosa rainha, sendo que ele parece ser um pouco, mas só um pouco mais Velho que eu.

— Quer voltar para o porão? - perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

— Não obrigada - disse me sentando - O que quer que eu faça realmente?

—Que o traduza! - disse sério - Ela se envolveu com um inimigo meu, na verdade não é tão inimigo assim, preciso encontrar uma maneira de matar uma pessoa que é próxima dele. E ela sabe como.

— Não acha meio inútil se sacrificar por vingança? - perguntei arqueando as sobrancelhas igual ele fazia.

—Amor, nessa vida eu me sacrfico por duas coisas - falou se inclinando um pico mais pra frente pra continuar a frase quase que em um sussurro - Amor ou vingança.

—No caso é a segunda opção - falei O óbvio.

— Na verdade é uma junção. Vingança por amor - disse levantando - traduza o diário - ordenou indo em direção a porta.

— Mas eu não sei essa língua - avisei.

— Se vira. De feiticeira pra feiticeira, você deve entender - piscou com um sorriso debochado no rosto.

— Nao sou feiticeira - falei, mas era inútil.

Ele bateu a porta saindo do quarto. Eu estava sozinha com uma tarefa impossível de se fazer. Como eu ia traduzir um diário de sei lá quantas páginas sem ao menos ter o mínimo de conhecimento sobre a língua, uma língua na qual eu nem sabia qual era, nunca vi rabiscos como aqueles antes. Eu estava ferrada, comecei a me preparar psicologicamente para ir para o porão passar um tempo com os ratos. Limpar o convés não estava parecendo tão ruim mais.

..................

Posso dar graças a Deus por Gancho ter me dado esse diário? Posso sim. Graças a esse bendito caderno de capa dura, minha vida no navio ficou melhor, com a vontade que Killian tinha em descobrir como matar seu maior inimigo, ele me deu tempo para que traduzisse algo, pois ele achava que eu ia conseguir, eu por outro lado, sabia que não. Mas me aproveitei disso, voltei a dormir no escritório, estou ganhando uma comida melhor e sem falar que meu trabalho no navio diminuiu bastante. Uma coisa eu sei sobre esse caderno, eu vi aquela língua em algum lugar, infelizmente não consigo lembrar, ultimamente tenho forçado muito minha memória, o que me fez ficar com muita dor de cabeça, o problema maior, foi que a dor de cabeça trouxe febre junto.

— Isso está me preocupando - Killian disse enquanto passava o pano molhado em minha cabeça.

— Não devia ficar preocupado Capitão, eu sou só uma princesa mimada - falei em tom de deboche.

— É verdade - concordou rindo levemente - mas por enquanto preciso da princesa mimada viva. Quando começou a sentir febre? - agora perguntou sério.

— Já disse, os sintomas apareceram quando eu comecei a tentar traduzir o livro - expliquei deixando escapar uma leve tosse - Piorou quando cheguei na página dez.

— Isso é muito estranho - falou se levantando e entregando o balde com água para Smmee que logo saiu da sala levando o baldinho de madeira com o pano molhado -Por via das dúvidas, não toque mais nesse livro, acho que ele está lhe causando mau.

— O livro? - perguntei arqueando as sobrancelhas com a teoria absurda que acabei de ouvir. Um livro me causando mau. Minha amiga Belle detestaria ouvi isso.

— O livro pertenceu a uma poderosa feiticieira, vai saber se não há algum feitiço invisível no meio dessas folhas

— Não havia pensado nisso - falei me encolhendo na capa marrom que eu usava.

— Descanse um pouco. Está precisando.

— Gancho? - o chamei e ele parou na porta - Se importa em ficar? - ele me olhou confuso e antes que pensasse besteira, avisei - Sem segundas intenções, apenas... não tenho conseguido dormir esse e dias.

Dessa vez ele fechou e porta e foi em direção a sua mesa.

— Tenho percebido que não tem dormido a noite - comentou se sentando na cadeira - Seus passos são pesados - falou se referindo ao barulho que meus passos faziam pelo fato de que quando todos iam deitar, eu ficava andando pelo navio, o que deve fazer um barulho irritante para quem está embaixo tentando dormir.

— Nossa, e que milagre não ter ido chamar minha atenção, ou ter me colocado para andar na prancha, ah é mesmo, não poder me dar de comida para os tubarões - falei a última com uma falsa lamentação.

— Quer que eu fique para brigar? - perguntou arqueando suas sobrancelhas - Posso esquecer que está doente e te mandar limpar o convés.

— Você não fará isso, pelo menos não enquanto eu estiver doente - falei dando de ombros.

— E porque? - perguntou unindo as mãos sobre a mesa e se inclinando um pouco mais em sua cadeira.

— Porque você precisa de mim viva - respondi com convicção.

Ele me olhou com uma certa raiva esquentando seu sangue. Ele odiava quando uma princesinha mimada conseguia vencer ele em uma discussão. Mas ele devia agradecer ao fato de que nunca mais quis lutar com ele.

— Tenho tido pesadelos - confessei me deitando no colchão e me encolhendo no lençol de lã que havia ganhado. Ele me olhou com uma expressão curiosa e eu entendi que queria saber com o que tem me perturbado - Estou em uma terra desconhecida, parece uma ilha, parece que eu estou sozinha, mas não estou - comecei a contar - Há um menino, eu não consigo ver o rosto dele. E ele me diz que logo haveria a troca. É sacrifício estaria feito.

— Uma Ilha? - perguntou espantado.

— Sim - confirmo com a voz tão baixa que pode se dizer que eu estava sussurrando.

— Há um menino? - perguntou e eu voltei a confirmar - Não consegue se lembrar nenhuma característica dele?
— Não, foi só um sonho gancho - falei dando de ombros. Ele parecia preocupado, o que é estranho, tudo bem que ele se preocupa com o fato de eu estar viva, mas é diferente de se preocupar com consciente, afinal, era só um pesadelo - Ou melhor um pesadelo - completei o que estava em meus pensamentos.

Ele continuava olhando espantado para o nada. Como se estivesse paralisado, não sabia o que estava passando em sua cabeça. Mas então ele finalmente falou.

— Pode ter sido um aviso.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curiosos? Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A fuga da herdeira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.