A fuga da herdeira escrita por Nathaly Switt


Capítulo 2
Aremdelle




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Estava sentada na cadeira do escritório de gancho, esperando ele voltar. Porque tanta demora? Será que ele lembra que eu estou aqui? Comecei a pensar na gravidade da situação, eu estava em um navio pirata por engano sendo obrigada a conviver com vários homens, que nesse caso não é um sonho de toda a mulher, eles não pareciam nada agradáveis. Minha família deve estar louca atrás de mim, talvez eu devesse mandar uma carta explicando que estou bem e não pretendo voltar, quem sabe acalmasse as coisas.
Como estava entediada resolvi mexer um pouco nas coisas, sou muito curiosa, e estar em um lugar desconhecido por mim aumentava ainda mais isso. Não achei muita coisa interessante, os livros eram apenas sobre navegação, sinceramente aquilo não me interessava já que eu não tinha um navio pra aprender, é mesmo que eu tivesse, com certeza eu não ia aguentar conduzir um. Havia papeis pela mesa, alguns deles estavam amassados, provavelmente eram rascunhos de cartas que não ficaram boas. Não tendo mais o que mexer na mesa, resolvi abrir as gavetas. A primeira gaveta tinha uma caixa preta dentro, assim que abri vi um sextante dourado, muito bonito por sinal. No canto da caixa avistei um papel velho, nele estava escrito "Para meu irmão mais novo, Killian Jones". Killian Jones? Provavelmente deve ser roubado. Guardei o sextante e voltei minha atenção pras gavetas. A gaveta debaixo só havia papéis. Comecei a revira-los, não sei porque, não estava procurando nada, mas na falta de ter algo melhor pra fazer, parecia algo bem lógico. No meio dos papeis achei um desenho de uma mulher. Seus cabelos eram escuros e meio encaracolados mas seus olhos eram claros, mesmo a pintura sendo preta e branca dava pra perceber, a área dos olhos estavam bem claras. Ela parecia ser mais velha, daria uns 35 ou 40 anos pra ela. Quem será que ela é?

– Swan! - gancho me chamou e eu rapidamente coloquei o papel de volta na gaveta - O que está fazendo?

Droga ele viu eu mechendo em seus papeis, pronto. Agora eu viro comida de peixe.

– E-eu ....

– Nunca sente na minha cadeira! Saia! - exigiu com o tom autoritário.

– Desculpe! - me levantei rapidamente agradecendo o fato de ele não ter me pegado mechendo nas suas coisas. Provavelmente a sua raiva seria bem maior.

– Não gosto de desculpas! - ele falou e eu continei em silêncio encarando o chão a minha frente - Falei com os homens. Alguns concordaram e outros não. Pra que não aconteça nada com você, sugiro que assim que terminar suas tarefas você fique aqui. Não invada o espaço deles!

– Invadir? - perguntei confusa, como eu poderia invadir o espaço deles?

– Eles não são acostumados a receber mulheres do navio, a não ser as que trago! - revirei os olhos, é claro que ele deve trazer mulheres aqui. Apesar de não ter ido com aquela carinha sedutora ele era bastante lindo, seu olhar marcante era capaz de deixar uma mulher hipnotizada. Eu ficaria hipnotizada, ou melhor, fiquei hipnotizada. Quando sai da caixa e vi seus lindos olhos azuis e brilhantes me encarando, me perdi neles.

– Então devo ficar trancada aqui quando não precisarem de mim? - perguntei mais que impaciente - Isso não é justo!

– A vida não é justa amor! É bom que me obedeça, tem sorte de não estar amarrado do jeito que uma prisioneira e devia estar.

– prisioneira? Disse que eu podia ficar no navio - contestei lembrando da nossa lutinha fajunta de espadas.

– Acha que é uma tripulante desse navio? Você é uma garota! - o deboche em sua voz era notável.

– Uma mulher, já tenho 21 anos. Sou mais do que dona do meu nariz!

– Que lindo, nada melhor que ser uma pessoa confiante. Pra mim auto confiança demais, forma um grande ego.

– Isso tudo é porque eu te venci em uma luta de espadas? Ah! - exclamei com minha mente clareando - o capitão não gosta de ser derrotado por uma mulher? Ou melhor, uma princesa? - perguntei em tom de deboche

– Não me desafie! - ele se aproximou de mim - você teve três sortes hoje. Primeira, não te devolvi pro palácio; segunda, te deixei ficar; terceira, não te dei de comida pros tubarões.

– De fato, tenho uma dívida com você por causa disso! - falei mesmo não gostando disso. Estávamos muito próximos, sentindo as respirações um do outro, dei um passo pra trás aumentando a distância entre nós. Precisava fazer isso, ou não eu não responderia pelos meus atos.

– CAPITÃO!!

Um dos homens do navio chamou por ele, antes de sair, seus olhos azuis estavam fixos em mim, e em meu decote.

– Com licença, alteza! - ele se curvou pra mim. Sou da realeza, para os piratas, pessoas da realeza são injustas, além de serem seus maiores inimigos. Apenas revirei os olhos. Não ia aguentar isso por muito tempo. Como ele deixou a porta aberta eu resolvi segui-lo, o máximo que ele podia fazer era me mandar pra dentro de novo. O céu estava escuro, com certeza uma tempestade estava se formando, com certeza aquilo era ruim.

– O que você faz aqui fora? - O capitão explodiu - Desça, eu estou com um problema enorme aqui.

– Não posso ficar aqui? Pra onde irei fugir, pro mar? Onde tem vários tubarões esperando o lanche. Sei que não tem condições de eu consegui pegar um bote, tem vários homens vigiando esse navio.

– Muito espertinha você Swan! Tem uma tempestade vindo, precisamos mudar de rota e fugir dela.

– Capitão? - O homem baixinho que usava uma touca vermelha chamou pelo capitão. Seu Tom de voz mostrava preocupação.

– Diga Smee! - gancho tirou seus malditos olhos de mim e se voltou para seu tripulante.

– Os homens estão achando que podemos seguir viagem! Talvez a tempestade demore a cair.

– O talvez é que me incomoda! Acho que é melhor ancorarmos naquela ilha!

– Não acha que devemos arrisca? Temos um tempo calculado pra chegarmos em Arendelle.

– É, vamos continuar. Isso pode ser mais uma coisa na nossa lista de aventuras.

– Com licença senhor! - o homem voltou para junto com seus outros colegas.

– Vejo que devo voltar pra minha cela! - ironizei antes de descer de volta pra seu escritório.

– Se quiser! - ele gritou - Pode e ficar na minha cabine. Não recuso companhia - ele sorriu maliciosamente pra mim, é eu rapidamente entendi. Sorrindo de volta eu disse:

– Obrigada Capitão, mas você não faz meu tipo!

– Seu tipo? - ele me olhou confuso.

– Covardes que fingem ser corajosos! - completei antes se descer de volta até o escritório. Meus olhos estavam vermelhos, eu precisava dormir, não tinha dormido nada noite passada, os cavaleiros do meu pai me procurando não me fizeram ter paz, eles quase me pegam,"quase". Olhei para os lados procurando algum lugar confortável pra dormir, meus olhos pararam em um pequeno colchão que havia no canto do escritório, então rapidamente tirei meus sapatos e deitei. O sono estava tão forte que eu peguei no sono muito rapidamente.

......

Acordei tremendo com o frio que invadia qualquer abertura de meu vestido. Na verdade o frio chegava a passar pelo leve tecido que estava cobrindo minha pele. Como ficou tão gelado de repente?

– Swan? - ouvi me chamarem, era gancho - Acorde! Precisamos sair daqui!

– O que aconteceu? - perguntei sonolenta - Porque ta tão frio?

– a tempestade foi embora, mas com o vento forte chegamos mais rápido, só que, mas quando estávamos perto do Porto a tempestade caiu, estávamos com dificuldade pra escapar, quando de repente tudo congelou, não sei como! Os cavaleiros da rainha nos solicitaram no Castelo dela.

– Como assim? - estava muito cansada pra absorver tudo que ele tinha falado.

– Em poucas palavras! PRECISAMOS SAIR DAQUI! - ele disse praticamente gritando.

Me levantei rapidamente e peguei a minha capa marrom que tinha tirado antes de deitar. Na verdade eu roubei ela no meio da fuga, o varal estava cheio de roupas, com certeza não iam dar falta. Quando subi ao deck levei um susto ao ver o mar completamente congelado e o céu escurecido, provavelmente eu dormi bastante. Os homens estavam esperando por nós, cada um estava com alguma bolsa na mão, descemos do navio com dificuldade, o e haviam cavaleiros da rainha nos esperando.

– Boa Noite, desculpem o transtorno! A rainha gostaria de falar com vocês! Nós acompanhem.

– É sobre qual assunto ela gostaria de falar? - Gancho perguntou receoso.

– Isso é só com ela!

– maldição! - murmurou pra si mesmo
– O que foi? - perguntei querendo entender o motivo de tanta preocupação.

– Somos piratas Swan! O que a rainha iria querer conosco!

– Bom, vamos descobrir, mas nos caso eu queria que você não revelasse minha identidade a ela!

– Porque não?

– Não sei se também sou procura da por lá, é caso eu não seja, não quero me preocupar com alguém reconhecendo meu nome.

– Não quer mesmo voltar ne?

– claro que não, se eu quisesse eu não estaria passando por isso.


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