–Ei bicho, paz e amor?- falei com minha típica voz arrastada para meu irmão.

–Sinceramente, Amanda, quando é que você vai parar com esse lance de ser hippie?- ele disse, dando risada da minha cara.- Tá indo encontrar seu namorado, aquele punk?

–Tô indo sim, meu. – falei, ajeitei meus óculos redondos e saí calmamente em direção ao parque.- Falou!

Chegando lá, encontrei Samuel, vulgo meu namorado. Fui em direção a ele.

–E aí, cara! – quase gritei enquanto dava um selinho nele.

–Ei, garota- ele disse, já acostumado com meu jeito.- Tudo bem? Meditando muito?

Soltei uma risada.

–Tô jóia, meu velho que chamou uma patota¹ lá pra casa e me atrasou. E sim, estou meditando normalmente.- meio que resmunguei.

–Ah, claro.- ele disse e afagou meus cabelos- Mas você não saiu de lá no meio da visita, né?

–Corta essa, não dá nada.- eu o respondi, com um sorriso sonhador no rosto.

–Sério isso, ruiva? – ele riu- Esse lance de ser hippie mexe com a sua cabeça, só pode.

–Falou o cara que curte Daft Punk, Hora da Aventura,usa jaqueta de couro e ama assistir Taxi Driver- brinquei.

–Ok, você ganhou, ‘’hippie’’, eu realmente curto essas coisas.

Eu não sei o que dá na cabeça desse bicho pra me dar esses apelidos.

–Vai me dar o que de recompensa?- brinquei

–Aceita um CD do Nirvana?- ele entrou na minha brincadeira.

–Que psicodélico² você querer me dar isso, eu passo.

–Brincadeira ruiva, eu te pago uma bebida, vem – ele me puxou para a lanchonete lá perto

Quando sentamos, ele pediu uma bebida e eu verifiquei a mensagem do meu irmão no celular.

‘’Eu não sei como vocês conseguiram se juntar tão perfeitamente. É sério, quando eu escrever meu próximo livro vai ter um conto de romance só pra vocês dois: O exemplo perfeito de opostos que se amam

Deus, isso vai parecer aqueles clichês românticos’’

Dei risada com a mensagem dele.

O melhor era que isso era verdade.

Nunca me senti tão feliz de ser oposta dele.