Homenique? escrita por Liids River


Capítulo 1
Oneeeee


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas!
Tudo bem com vocês? Sumi? Eu acho que não!
Novidades : eu estarei em casa de segunda à sexta. Semana de conselho,então...
eu prometo fazer algo produtivo pra vocês.
Essa One é pra todo mundo que tem ido lá nas antigonas comentar. Eu amo vocês! Muito obrigada pelo carinho.
Para a Lí,pq bem... é a Lí. E a Maah. E a Lua.
Enfim,eu estava com isso na cabeça há...séculos? Mas não conseguia fazer algo bom mesmo. Não sei se vão gostar,mas se gostaram das que eu postei até agora... eu acho que vão gostar dessa ;
Eu ainda não creio nos números que eu vejo ali no gerenciar. Eu amo tanto vcs ♥



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Era tarde de sexta ensolarada aqui em New York.

Annabeth estava sentada em cima da toalha quadriculada de vermelha e branco no gramado de casa. Seus cabelos caindo ao redor do rosto,as bochechas vermelhas,o sorriso bobo no rosto. Eu podia ver o sorriso admirado do meu vizinho folgado pra cima dela.

Eu teria que ter uma conversinha com ele...

Ao seu lado,a pestinha mais curiosa do mundo.

Nina,com seus cinco anos e sua incrível capacidade de construir,fazia uma casinha com seus morangos. A pestinha é a coisa mais linda que já fizemos.

Os cabelos escuros como os meus,e os olhos acinzentados igual os da mãe. O formato do rosto,o nariz arrebitado e a personalidade forte. Nina é uma mistura de tudo que há em Annabeth,com o contraste de tudo que é meu.

E a extrema teimosia,que é só dela.

Hoje,fazíamos uma homenique.

O que Hades é isso? Bem,é um piquenique em casa.

“ – Temos um jardim,temos toalhas,temos comida. Por que não fizemos ainda um piquenique pra nossa filha? Que tipo de pais desnaturados nós somos,Cabeça de Alga? “ disse Annabeth.

Bem...esse negócio de sermos pais ainda é meio novo,vocês sabem.

--Vem papi! Vamo esfriar os frios se você não vir comer seus sanduíches! – Nina murmurou com a boca cheia de morango.

-Nina,não fale coma boca cheia!- Annabeth repreendeu-a.

-O papai fala!

-O papai é uma exceção - Annabeth me fuzilou com o olhar enquanto eu me sentava ao seu lado.

-Eu quero ser isso também – ela sussurrou com a boca ainda cheia.

-Nina...

-Mamãe.. – Nina sorriu.

Aí está outra coisa que eu sempre vou gostar de ver. Annabeth e Nina têm a relação mais bonita que já ví.

-Vocês duas são umas chatas - brinquei,enquanto comia – Vamos comer tudo isso e dormir muito.

-Eu voto no papai!

-Nem é uma votação –Annabeth resmungou – Vocês dois são tão parecidos que eu tenho vontade de apertar a orelha de cada um!

Nina e eu nos entreolhamos e rimos.

Era uma tarde tão tranquila. E estava dando tudo tão certo ... até o momento em que o meu vizinho quebrou a minha cerca.

Quero dizer...não propositalmente. Ele se transformou em uma das criaturas mais bizarras que eu já vi e quebrou a minha cerca.

Vizinhos não devem quebrar a cerca um dos outros.

Arthur – ou quem deveria ser o Arthur – começou a se transformar. Todo o seu corpo ficou da tonalidade verde e seus cabelos ainda mais escuros. O formato de seu rosto e a indignação nos seus olhos...me eram bem familiar. Seus pés sumiram,dando-lhe um ar mais...espera...ele era um sereio?

-Pai..? –Nina sussurrou,puxando minha camiseta. Annabeth ainda estava petrificada,olhando pro nosso vizinho que costumava tará-la.

-Você –o car...serei...a coisa disse,apontando seu dedo torto para Nina – Vem comigo.

...sua voz... não me é estranha.

Antes que eu pudesse piscar,Annabeth pegou Nina no colo já sussurrando alguma coisa e entregando-lhe algo. O cara/coisa/sereio olhou-me com ódio e eu senti minha pele formigar.

Deuses...eu conheço esses olhos.

-Perseu... –ele murmurou - Quanto tempo... Você tá bem hein? Casarão essa sua.

-Eu não conheço você –murmurei com a mão direita no bolso,já pronto para destampar minha caneta.

O que? Algumas coisas nunca,nunca mudam.

-Olha só ! – ele disse,sorrindo. Eca – Sua filha já fez você esquecer de mim? Por favor,eu ouço dessa menina todos os dias. Todas as horas.

- Eu sugiro ... –suspirei,chegando mais para perto de Annabeth,que tinha Nina no colo - ..que você conserte minha cerca e vá embora.

Annabeth puxou minha camiseta,pelas costas.Ela tinha os olhos atentos,a boca reta e escondia a cabeça da nossa pestinha no ombro.

Não era a primeira vez que isso acontecia.

-Você continua abusado – murmurou o sereio bobalhão.

Ele olhava atentamente para a minha menina.

Eu precisava pensar. Pense,Percy.

De onde diabos essa cauda lhe é familiar? De onde...?

-Eu realmente não conheço você - murmurei,ainda calmo – Sai do meu jardim.

O sereio olhou para Annabeth e inclinou a cabeça para o lado esquerdo. Um sorriso intimidador surgiu nos seus lábios esverdeados,arrepiando-me os cabelos da nuca.

Quem diabos é você.

-Eu sei que terei problemas depois-

-Você terá problemas agora se não sair do meu jardim –murmurei.

Cacete.

Eu podia ouvir o choro baixo da minha menina nos braços de Annabeth.

Minha menina corajosa chorando.

-...mas eu preciso ver o porquê dele amar tanto essa menina – ele continuou como se eu não tivesse dito nada.

Aproximou-se,ainda com os olhos vidrados na minha menina.

Destampei contracorrente,e suspirei.

Tão leve. Perfeitamente confortável.

- Eu direi apenas mais um vez – murmurei,empurrando discretamente,Annabeth em direção da porta – Minha cerca. Meu jardim. Fora.

Então ele sorriu e avançou.

Eu não quem diabos esse sereio bobalhão pensa que é,mas ele avançou.

Não pra mim. Pra minha menina.

Ele pulou por cima da minha cabeça,porém Annabeth já corria em direção à entrada de casa. Corri atrás do bobalhão, pisando em cima do meu sanduíche de frios.

Ah não. Minha cerca tudo bem,mas meu sanduíche...ah não.

O mexilhão puxou os cabelos de Annabeth fazendo-a cair no chão,com a nossa menina por cima dela. Corri ainda mais rápido.

O bobalhão estava de costas pra mim,porém no mesmo momento em que levantei minha espada para cortar a sua cabeça em duas,ele transformou uma de suas mãos em uma espada maior ainda,e tentou atingir à mim.

Nina já corria para o jardim vizinho. Minha garotinha corajosa colocando o plano de fuga, à prova.

Annabeth já estava de pé quando o sereio bobalhão tentou correr atrás da nossa menina,porém ela não tinha a sua adaga em mãos. Ela olhou desesperada por um momento,e pegou uma das madeiras quebradas da nossa cerca,já atacando o mexilhão maldito.

Minha mulher forte e corajosa lutando contra um ser desconhecido com uma madeira.

Que quente.

O mexilhão pegou a madeira em mão e a desintegrou,ainda sorrindo em direção à Nina.

-Annabeth! –gritei.

Logo de imediato ela entendeu. Correu atrás da nossa menina,enquanto eu tentava lidar com o sereio.

-Eu juro que se você não consertar a minha cerca-

-Você fala demais – o mexilhão cortou alguns dos meu fios,ao tentar arrancar a minha cabeça. Abaixei-me,dando-lhe uma rasteira e fazendo com que ele caísse no chão.

Ele reclamou de dor,porém ainda sorria quando finquei minha espada em seu pescoço.

-Você deveria concertar minha cerca agora – murmurei tentando recuperar o folego.

Foi fácil....

-Você deveria ter dito adeus.

...fácil demais.

Então ele se desintegrou deixando apenas um poça de água para minha espada.

Ter dito adeus?

Pense Percy.

Cacete².

Corri na mesma direção que Annabeth e Nina.

O jardim do Sr.Omar era maior que o nosso. Seu plano de fuga era da direita,direita,direita..

Não,não,não!

...esquerda na quinta planta,esqueda,direita,divisa com o bosque,direita....

Vou arrancar a cabeça dele se ele encostar um dedo nelas.

...direita,direita

Vou fazer ele comer o próprio vômito se ele pensar em encostar em uma delas.

...esquerda,esquerda...

E lá estava ele.Com a minha menina no colo,o sorriso intimidante,os olhos maldosos....continuei a correr na direção deles.

-Não! Percy,ele vai levar ela! – Annabeth me parou antes que eu chegasse mais perto.

Ela estava com o rosto corado e os olhos molhados.

Minha mulher forte e corajosa...chorando.

Desgraçado.

-Você quebrou a minha cerca –murmurei. – Você bagunçou o nosso dia. Você me fez estragar meu próprio sanduíche...e você está assustando a minha esposa.

Nina abriu os olhos cinzentos,o rosto tão corado quanto o de Annabeth. As mãos fechadas em torno de alguma coisa...

tô com medo” moldou com os lábios sem voz.

Não!

-...e a minha filha. –terminei,já com fúria. Comecei a sentir a pressão de todos os canos,de todas as casas da rua,e da rua vizinha.

Corri em direção à eles e no mesmo segundo,o mexilhão sorriu :

-Nah,eu sabia. Até mais,irmãozinho!

E sumiu,deixando mais um poça no lugar onde deveria estar.

-Não,não,não,não – Annabeth suspirou,e gritou em frustração - Que droga!

Ela estava mais vermelha que antes,as lágrimas já escorriam pelo rosto e mordia o lábio inferior desesperadamente.

-Ele...ele levou a minha filha! –ela gritou –Percy,ele levou a minha filha!

...irmãozinho.

Cacete³.

Corri até Annabeth,pegando-a pelo braço.

..não pode ser.

-Não,me solta! –ela gritou,se debatendo – Eu vou atrás deles agora! –puxei-a com mais força.

...teria ele coragem...coragem de fazer isso com a minha filha?

-Perseu!- Annabeth gritou,soltando-me – Você não percebe a burrada que você fez?

Essas palavras da minha moça,me despertaram.

- Eu? – murmurei – Eu sumi com a Nina?

-Você se moveu!- ela gritou em pleno pulmão – Você moveu!

Annabeth olhava ao redor,parecendo perdida.

Eu sei amor,eu tô com medo também.

Como parecemos idiotas aqui.

- E ficar ali parada igual uma anta ia ajudar muito! – gritei também.

Deuses,por que não podemos...podemos simplesmente tentar resolver isso como dois semideuses adultos que deixaram que um sereio bobalhão levar a sua única filha e fazer sabe-se lá os Deuses o que com ela????

- Seu idiota,eu tinha um plano! –ela passou por mim,trombando no meu ombro.

-Eu lá sei ler mentes,Annabeth Chase! – puxei seu pulso pra mim.

-Você e a sua falta.. –ela socou o meu peito – ...de miolos...- socou novamente -...colocou a nossa filha... –socou novamente- ...em risco!

-Será que dá pra você parar de agir como uma criança!? –gritei,empurrando-a contra a árvore.

-Ele ...seu amigo,levou a minha filha – gritou ela,novamente se debatendo contra mim.

Deuses...ela é tão...descontrolada.

E linda.

-Ela é minha filha também –sussurrei suspirando e....diabos,apoiando minha cabeça em seu ombro. Senti meus olhos começarem a marejar...comecei a ver a minha menina,machucada,gritando por nós.

Droga.Mil vezes droga.

Caindo na realidade de que :

a) um sereio bobalhão levou a minha filha.

b) o sereio bobalhão me conhece.

c) se for quem eu penso mesmo....é bom que a minha garotinha coloque em prática as suas escapadas.

E lá estava eu... prendendo Annabeth na árvore,apoiando minha cabeça em seu ombro e chorando igual um idiota.

Sua filha precisa de você.Acorda.

-Ei – Annabeth sussurrou – Ei,não. Não ouse desmoronar agora.

Levantei minha cabeça,olhando em seus olhos cinzentos,agora escuros certamente de raiva.

Um lado meu...

Não...não tenha raiva de mim,eu vou concertar tudo.Prometo.

O outro lado..

Ah mulher,me deixa chorar!

- Vamos pegá-la de volta,não é? –ela sussurrou,colocando suas mãozinhas trêmulas no meu ombro. –Vamos Percy.

Eu não encontrava a porcaria da minha voz. Que droga.

-Volta Percy –ela bateu no meu rosto,de leve – Volta pra mim,ok?

Ok.

Anda,idiota.Fala logo isso em voz alta.

Continuava a olhar em seus olhos,sem conseguir nem por um milésimo encontrar a minha voz...pedir desculpa,despejar minha fúria nela,gritar os piores palavrões conhecidos por mim,xingar à todos os monstros,criaturas,titans e Deuses da mitologia.

Não conseguia.

-Percy –ela sussurrou – Nina.

E então eu acordei.

Nina. Ele levou a minha menina.

-Finalmente – Annabeth brincou,tristonha e suspirou aliviada. Ela observou todo o meu rosto atentamente,e fincou o seu olhar no meu.

Eu podia olhar para o seu rosto pelo resto da minha vida.

-Você sabe quem fez isso,não sabe? –sussurrou,encostando seus lábios de leve na minha testa.

Olhei em seus olhos cinzentos. Deuses....seus olhos são iguais.

E sem medo algum,desta vez,murmurei :

-Tritão.

Annabeth andava de um lado para o outro na sala,tirando toda a minha concentração. Ela batia o pé´,suspirava diversas vezes,mordia a própria unha,batia os dedos na mesa...e voltava a andar ao redor,tirando a minha concentração.

-Querida –suspirei,abrindo os olhos – Eu preciso que você fique...em silencio.

Ela arqueou as sobrancelhas....

-Estou em silêncio!

-Annie..

-Ok,farei silencio –ela suspirou – Só..anda logo com isso,ok?

O que diabos esse semideus idiota está fazendo? – é o pensamento de vocês.

Estava tentando contatar Poseidon.

Se há alguém que possa saber onde Tritão está...esse alguém é ele. Eu só não vejo porque o filho de Anfitrite com o meu pai,posso querer fazer algo para me afetar.Eu,obviamente,farei algo para afetar ele.

Eu vou torcer aquele pescocinho,arrancar os miolos dele e-

-Concentre-se,Percy –Annabeth sussurrou.

Tentei imaginar meu pai,sentado no seu trono no Monte Olimpo,mas não me veio nada. Algo,alguma coisa na minha cabeça...dizia que ele estava em seu palácio.Tentei imaginá-lo assistindo televisão,jogando alguma coisa,lendo.... e lá estava ele.

“Paí”

Nada.

“Pai”

...nada.

“Pai,é o Percy”

Consegui sentir a sua surpresa ao ouvir minha voz...ou meu pensamento,no caso.

“Olá,meu filho”

“Pai...pai,ele levou a minha filha.O Tritão...era meu vizinho,veio até aqui,quebrou minha cerca,pai.Ele-“

“Meu filho,calma” Poseidon resmungou – “Calma.Respire fundo Você precisa se acalmar e respirar”.

“Eu não preciso respirar! Eu preciso quebrar a cara do seu filho mimado”

“Cuidado” Poseidon alertou.

“Cuidado? Como você pôde deixa-lo vir até aqui e roubar a minha filha-“

“O que? Tritão...Tritão levou a sua menina?” Poseidon parecia irritado. Isso mesmo.

“Isso mesmo,pai. Pelo Deuses...só...encontre-a”

Poseidon não disse mais nada. Deuses,eu-

“Encontrei” quer dizer...

“Ela...ela está bem.Na verdade...bem,você precisa ver isso. Segure-se em Annabeth”.

Agarrei a mão de Annabeth,sob seus protestos,é claro.

E no instante seguinte,estávamos embaixo d’água. Na frente do grande palácio de Poseidon.As pilastras novas ao redor estavam quase completas. A parte de cima,onde eu sabia que ficava o seu trono,ainda estava deformada e parecia demorar à ficar pronta.

“No andar de cima”.

Agarrei Annabeth novamente e passei a correr em direção ao castelo.

Minha menina.

Passei pelas sereias que serviam alguma coisa em grandes taças.

Eu não qjero essa porcaria. Quero a minha menina.

Subimos dois lances de escadas,correndo,sem nem respirar direito...até que lá estava ela.

Era o ultimo corredor do palácio. Em frente a uma grande vidraça,estava a minha menina. O corredor erra escuro e cheio de portas,mas nenhuma delas parecia estar aberta.

Minha garota corajosa estava sentada em cima do idiota do meu meio-irmão.

Ele estava amarrado,e com uma fita na boca. Estava deitado de bruços e a minha garotinha tinha a adaga da mãe em mãos. Ela estava com as perninhas cruzadas,em forma de índio,e bebia um copo de limonada.

Poseidon estava ao seu lado,como sempre. A barba rala,camiseta havaiana,shorts e sandálias.

-Oi mamãe. –Nina sorriu. – Oi papai.

Annabeth foi a primeira a correr. Agarrou a menina no colo e beijou-lhe o rosto dezena de vezes...Poseidon respeitosamente olhava para baixo.

Eu tirei meus olhos das minhas moças,que Graças..bem,Graças a Poseidon estavam bem,e olhei para Tritão.

Minha visão se tingiu de vermelho. Ele continuava com os olhos intimidantes.

Não.Não pra mim.

Minha cerca...meu jardim...meu sanduíche e minha menina.

Não.

Passei por Annabeth,que tentou segurar meu braço,porém eu o arranquei de sua mão com um puxão.

-Percy!

-Papai!

Peguei a corda que prendia as mãos de Tritão e puxei-o para cima,fazendo-o ficar cara a cara comigo. Arranquei a fita mal cortada da sua boca....minha menina.

-Você deveria concertar a minha cerca –murmurei.

Pela primeira vez,seu sorrisinho maroto vacilou.

Isso mesmo.

-Percy – Annabeth murmurou. –Ela tá bem...deixa ele.

-Você levou a minha menina pra longe de mim – andei com ele até a parede de vidro – Você quebrou a minha cerca. Meu..meu sanduíche,irmãozinho.

Poseidon tocou em meu ombro,mas eu saí de seu alcance.

-Perseu.

Afastei-me,jogando aquele bobalhão no chão.

Empurrei Poseidon pra longe do meu caminho,e fui até a minha menina.

Seus olhinhos estavam brilhantes,e suas mãos logo apontaram para mim ansiosa.

- Não to com medo mais,papai –sussurrou,assim que peguei-a. Beijei seu rosto,seu cabelo.

Queria enfiá-la no meu bolso. Chequei rapidamente para ver se Annabeth estava bem,mas ela conversava algo com Poseidon. Apertei a minha mocinha no meu peito. Arrumei seu cabelo atrás da orelha,e beijei-o. Apertei-a ainda mais,sentindo seu coração teimoso batendo calmamente...ao contrário do meu,que parecia explodir a cada batida. Afastei sua cabeça do meu peito,e olhei em seus olhinhos.

-Olá,baby bird –sorri.

- Oi papai – ela limpou os olhinhos timidamente e virou para olhar para Poseidon . Então eu vi.

Tinha uma marca ali.

Exatos...cinco dedos.

-Ele bateu em você? –perguntei,puxando seu rosto pra mim. Ela olhou para baixo,e ficou vermelha,porém não disse nada. – Nina?

-Oi papai.

-Ele bateu em você? – silencio – Nina! – gritei.

Seus olhos amedrontados viraram pra mim,e depois de suspirar,ela assentiu rapidamente.

Novamente,eu senti raiva. Não,não raiva.

Fúria. Ódio.

- Annabeth – murmurei – Leva ela daqui.

-Não papai,eu não quero deixar você –ela pediu,enroscando os braços ao redor do meu pescoço.

-Annabeth –ignorei-a – Agora.

Poseidon revirou os olhos pra mim e assentiu para Annabeth.

-Ela quem prendeu e amordaçou ele,isso não é genial? –ela murmurou em apreciação,pegando Nina do meu colo.

Não,não é. Ele bateu na minha menina.

-Ele bateu nela. – disse estridentes – Ele bateu na minha filha.

-Ela é minha filha também. – resmungou e logo depois assentiu pra mim.

Dei uma ultima olhada para a minha garotinha. Amedrontada agora,comigo. Os olhos arregalados,agarrou a mão da mãe e apertou.

Ela estava com medo de mim. Tudo bem,eu não tinha tempo pra lidar com aquilo ainda.

Annabeth desceu com ela,e Poseidon apenas assentiu pra mim.

Certo...tenho liberdade pra lidar com ele da forma que eu quiser.

- Você quebrou a minha cerca...meu jardim está destruído,perdi metade de um sanduíche,você raptou e bateu na minha filha – murmurei,abaixando-me para ficar da altura dele,que estava largado no chão.

-E-eu-

- Você...irmão.. –passei a mão pelos meus cabelos,tentando em vão me tranquilizar. - Invadiu a minha casa , assustou a minha família.

-Eu achei que seria engraçado –ele resmungou.

-Eu não tô rindo – sussurrei amargamente – E você não vai fazer isso por um bom tempo também.

Ele olhou-me assustado ....os olhos intimidantes bem longe de serem intimidantes agora.

-Sabe qual foi o seu maior pecado hoje,irmão? –perguntei.

Ele negou.

- Ser preso e amordaçado por uma garota de cinco anos.

Com isso,desci minha mão fechada em punho no seu rostinho dengoso.

-x-

-Ela quer que você a coloque pra dormir – Annabeth disse da porta do quarto.

Que dia,hein? Depois que Poseidon nos deixou em casa novamente,eu não...bem,eu não fui conversar com a minha menina. Bem...Tritão? Digamos que ele vai ficar um bom tempo sem dar aquele sorriso maníaco. E sem sentar. E sem correr. E sem.. bem,sem muitas coisas.

-Você não tem que sentir vergonha,amor – Annabeth disse,subindo em meu colo. Ela usava aquela camisola.

Aquela camisola que deixaria meu vizinho todo atento.

Se eu tivesse um vizinho.

-Ela morria de medo de mim –sussurrei.

-Ela estava assustada –ela surrou,beijando-me – Ela nunca teria medo de você.

-Eu...bem,talvez eu fale com ela amanhã – sussurrei,passando os braços ao redor dela.

Tão quente.

Annabeth parou,e olhou-me,passando sua mão em meu cabelo.

-Hm...bate no cara que sequestrou sua filha até quebrar a mão,mas não tem coragem de ir falar com ela depois – ela coçou o queixo,sarcástica – O curioso caso de Percy Jackson.

Joguei-a na cama,cuidadosamente e revirei os olhos.

-Você não presta.

E saí em direção ao quarto da nossa menina.

-x-

A porta azul Tardis estava aberta.

Do lado de dentro,Nina estava em pé na parede de desenhos,com uma caneta em mãos. Vestia seu pijama de estrelas e os cabelos estavam bagunçados,como se ela tivesse acordado apenas para dormir de novo.

-Toc toc. –murmurei,sem bater na porta.

- Não seja bobo,papai. –ela riu,e virou-se. Os olhinhos brilhantes e o sorriso nada nada contagiante.

Minha boca parecia rasgar.

-Hora...de dormir? –perguntei.

-Eu queria falar com você antes,papai –ela sussurrou – Senta aqui. – ela apontou para a grande poltrona em frente a parede.

Puxei-a para o meu colo e sentei-me.

-Pois não,senhorita? – beijei seu cabelo.

Ela virou-se de frente pra mim,e pegou em minha mão. Exatamente como fez antes de ir embora com Annabeth e me deixar para trás com Tritão.

-Papai... –ela sorriu – Você nunca colocaria medo em mim,viu?

-Eu nunca disse que-

-Papai – ela revirou os olhinhos – Você sabe que pensou que sim.

-Eu-

-Deixa eu falar agora – ela sussurrou – Você,papai, é a pessoa mais importante pra mim. Você e a mamãe,claro. – ela olhou-me nos olhos – Eu fiquei com medo do tio Tritão-

-Não...não chame-o assim –resmunguei.

-Ppai,não me interrompa – ela franziu a testa e fez biquinho – Eu fiquei com medo ...do que seu irmão malvado-

-Meio irmão –resmunguei.

-Papai,eu vou amarrar você e amordaça-lo – ela resmungou – Que coisa,viu. Eu achei que ele ia bater em você igual ele fez comigo antes.Eu não podia deixar ele bater em você,porque..bem ele me bateu. E isso doeu,muito muito. Papai,eu nunca vou deixar nada acontecer com você...porque você é meu protegido agora. Eu vou amarrar e amordaçar qualquer pessoa que tentar machucar você.

Continuei olhando para o seu rosto rosado.

-Eu..amo você,sabia? – perguntei,beijando seu rostinho – Eu fiquei desesperado...eu prometo nunca mais deixar nada acontecer com você,ok?

Ela olhou pra mim sorrindo.

-Jura juradinho? –perguntou mostrando o dedinho.

- Juro juradinho –sorri,entrelaçando seu dedo no meu. –Agora...vá dormir.

-Você também. –ela sorriu,me puxando para sua caminha pequena.

Deitei-me ao seu lado,puxando seu edredom para o seu corpinho.

-Boa noite,amorzinho. –beijei-a.

...

...

-Sim?

-Papai?

-Amanhã a gente conserta a cerca,arruma o jardim,e eu faço um sanduíche pra você.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
beijosss ♥