Unmei na Hito escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
one-shot


Notas iniciais do capítulo

essa é a quarta fanfic da série, a anterior se chama "Predestinados"



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Takanori estava sentado no sofá da sala do the GazettE com seu violão nos braços, tocando algumas notas baixas que não lhe saíam da mente há muito tempo. Era uma melodia muito bonita para ser desperdiçada, mas o vocalista não conseguia dar-lhe uma letra apropriada.

Enquanto o loirinho se concentrava tranquilamente na música, Akira abriu a porta da sala cuidadosamente e se aproximou, ficando em silêncio, apenas escutando.

- É uma música muito bonita, Taka! – o mais velho quebrou o silêncio, atraindo a atenção do amigo.

- Ah... Arigato, Akira... – Ruki dedilhou compenetrado as cordas do violão.

- É... Diferente... – o outro se sentou, franzindo o cenho enquanto escutava ao amigo tocar. – Das que você tem se concentrado em fazer... Parece mais calma... Mais feliz... – o mais novo deu risada.

- É o que parece para mim também...

- O que foi que te inspirou?

O vocalista se virou pensativo para o amigo, ainda em silêncio.

- Acho difícil explicar... – ele terminou dizendo e o baixista gargalhou.

- Faltam-lhe as palavras? – ele disse espantado. – Isso é novidade...

- É... Meio... Maluco...

- Não querendo ofender a sua genialidade, Ruki, afinal, é graças a ela que nós estamos ainda estamos, mas... O que desde o início não parece meio maluco no the GazettE?

- Você tem razão... Eu me expressei mal... É completamente maluco e eu sei que você não vai acreditar se eu lhe contar...

- Por que tem tanta certeza? – o mais velho deu risada. – Eu tenho uma capacidade fantástica de compreender as coisas...

- Bom... A primeira vez que eu... Pensei nessa melodia... Foi algo como... Autoconhecimento, sabe?

- Sei... É uma maneira eficaz de não pirar...

- Bom... Então... Mas, eu não tenho muita certeza se fui eu mesmo que a inventou...

- Eu tenho certeza absoluta de que nunca ouvi essa melodia antes...

- Não... Eu também não acredito que a tenha “roubado” de uma música que a inventou...

- Mas você disse que não tem certeza se foi mesmo você que a inventou...

- É por que... É onde começa a... Parte doida da história...

- Ah, eu estava mesmo começando a ficar ansioso... – Reita deu risada.

- Você acredita em Destino, Reita?

- Acredito – o mais velho respondeu convicto, franzindo o cenho, sem entender o que aquela pergunta tinha a ver com a conversa que eles estavam tendo. – Seria hipócrita da minha parte não acreditar...

- Por quê?

- Porque tudo o que nos trouxe até aqui... Que nos fez ter o sucesso que temos hoje... Bom, que ideia explica melhor tudo o que conseguimos fazer do que estar destinado a isso?

- Uruha não acredita... – o mais novo argumentou. – E ele passou exatamente pelas mesmas experiências que você...

- E no que é que o Uruha acredita além de sakê? – o baixista brincou. – Desde criança, ele sempre soube dosar muito bem seu ceticismo e suas ideias confusas... É por isso que eu acho fascinante conversar com ele sobre diversos assuntos... Ele sabe argumentar e pensa de maneira bem diferente da maioria... Mas, você me perguntava sobre acreditar em destino... Espero que me perdoe, mas eu andei conversando com os outros e tenho duas perguntas a lhe fazer... Por acaso, tudo isso que está dizendo tem a ver com a garota sobre quem você falou ao Uruha?

- Tem... – Ruki não se surpreendeu do amigo ser tão direto. – Você fez apenas uma pergunta...

- Não era Cassis que falava sobre o destino de vocês estar ligado? Eu andarei junto ao futuro não prometido que continua andando juntamente com o futuro em que você está? – ele citou.

- Hai... Cassis também é sobre isso... – Takanori começou. – Talvez, esse seja o meu problema em colocar letra nessa melodia em minha cabeça... Eu não sei explicar tudo isso em palavras... Tudo o que eu sei, já está em Cassis... Mas essa nova música... É uma coisa que eu ainda não conheço tão bem assim... Tem a ver com os sentimentos dela também... E não apenas os meus...

- Parece perturbador... Não acha que devia procurar um psicólogo?

- Eu não estou louco, Reita! – o outro disse, ficando um pouco bravo.

- Foi só uma sugestão... – o mais velho deu de ombros. – Mas, tem uma coisa que eu realmente não entendo...

- O quê?

- Como isso é possível? Não que eu esteja achando que você está louco ou alguma coisa assim, mas... Eu nunca ouvi falar sobre uma coisa parecida...

- É claro que já ouviu! A história da Unmei Ito então seria o quê?

- Você entendeu o que eu quero dizer... É completamente diferente seu destino estar ligado ao de outra pessoa pela Unmei Ito e duas pessoas serem assim tão conectadas antes mesmo de se conhecerem que podem escutar o pensamento uma da outra!

- São vínculos mais fortes do que qualquer explicação que eu possa lhe dar, Akira... Nunca se sentiu, de repente, ansioso ou desesperado com alguma sem saber o que é?

O baixista parou um instante em silêncio, refletindo. Já tinha sentido exatamente o que o outro descrevera diversas vezes, cada vez com mais intensidade e mais frequente.

- Já... Já, mas... A primeira explicação que eu arranjei não tinha nada a ver com ser outra pessoa sentindo aquilo... E eu nunca escutei os pensamentos de ninguém... Pelo menos, eu acho que tudo que está dentro da minha cabeça é meu mesmo...

- Ah... E você queria que fosse exatamente da mesma maneira, né? Nós dois somos completamente diferentes! E eu tenho certeza de que elas duas também são... De alguma maneira, eu também sei que as duas pessoas precisam acreditar muito nisso... Não é fácil... Às vezes, eu sinto que cometo erros tão grandes que a magoam... É tão desesperador não saber o que fazer pra consertar... Que, só quando eu a sinto pensando em mim com felicidade, eu consigo me acalmar...

- Com esse seu bocão, eu teria medo de perdê-la antes mesmo de conhecê-la – o baixista brincou.

- Acha que eu não tenho? Quando eu mais preciso me policiar para não fazer nada errado é que eu ando cometendo mais erros... Nem faço ideia de como ela me perdoa... Você deve saber um pouco como é... Se já sentiu um sentimento repentino que não era seu, deve ter uma leve ideia do que é sentir isso...

- Eu acho que o Yuu seria a pessoa mais indicada pra falar com você sobre isso, Ruki, ele quem tem mais sentimentos conflituosos do que uma mulher com TPM... E uma mente mais aberta também... Talvez Yutaka entenda um pouco também... – Takanori bufou descontente.

- Você e Uruha são mesmo dois bakas! Dizem que vão manter a mente aberta, mas é mais fácil passar um elefante por baixo da porta do que fazê-los acreditar nisso! Quero só ver que cara os dois vão fazer quando vocês a conhecerem! Vou fazer questão de esfregar na cara lavada de vocês que eu estou certo!

- Eu terei prazer em admitir quando esse dia chegar, Taka! – o baixista revirou os olhos. – Trabalhe duro na música, sei que, uma hora, vai saber como terminá-la... – ele brincou, se levantando do sofá e caminhando para a porta. – Você sempre soube ser um baixinho talentoso...

- Vá pro inferno! – o vocalista vociferou para a porta que se fechava ficando sozinho.

Ele pegou novamente o violão e começou a dedilhar as notas que não lhe saiam da cabeça.

- Eles vão ver, Chibi... Eu sei que vão...


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Notas finais do capítulo

mereço reviews?
a próxima fanfic se chama "Azul como o Céu Azul"



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