(Giovanna)

            Não tive como conversar com o Bill, ele tinha que trocar de roupa, Georg e Gustav também, então eu não pude entrar no camarim. Os gritos do banheiro pararam, pensei que eles tivessem feito as pazes, mas me enganei, vi Tom saindo de lá bufando, e não vi Any sair. Corri até o local e ela estava sentada no chão, no canto, chorando, e completamente arrasada.

            - Any, o que aconteceu? Porque o Tom agiu desta forma? – A abracei e ela me abraçou, ela chorava em silencio, era melhor eu deixar minhas perguntas pra depois.

            Vi uma sombra na porta, e quando olhei pra traz Bill estava nos olhando com tristeza nos olhos. Ele se abaixou me deu um selinho e saiu. Bill era tão lindo comigo, e eu que deixava algumas partes a desejar do nosso namoro, e no final era a Any que sofria, por fazer de tudo pelo relacionamento dela, e Tom simplesmente impor as vontades dele. Eu me senti mal por fazer Bill sofrer com minhas escolhas.

            - Me leva pro hotel? Me deixa dormir com você hoje? Amanhã mesmo eu vou voltar pra Berlim... – Any ainda chorava muito, decidi que isso seria o melhor a fazer por esta noite, talvez ela não conseguisse falar mais nada.

            - Claro, vamos! – A levantei e abraçadas fomos falar com os seguranças, dois deles nos acompanharam e o resto ficou para ir com os meninos.

            Durante o caminho Any não chorou mais, ela simplesmente olhava as ruas, provavelmente não via nada, apenas o que tinha em sua mente. Passamos pela recepção quase que correndo, e no elevador estávamos sozinhas novamente.

            - O que o Tom te disse no banheiro? – Any me olhou cautelosamente, como que se julgasse se valeria a pena me contar. E por fim falou.

            - Ele me mandou escolher... – Ela abaixou a cabeça – me mandou escolher entre você ou ele.

            - O que? Porque ele tem todo esse ciúme de mim? – Isso era algo que eu realmente não entendia.

            - A única pessoa que o Tom tinha durante vinte e quatro horas por dia, pra ajudá-lo em qualquer decisão que fosse tomar, era o Bill, mas depois que você entrou na vida dele, Tom perdeu parte significativa da presença do Bill em sua vida, e desde que chegamos aqui, Bill apenas quer estar com você, ou sozinho, ele quase nem fala mais com o Tom, e quando conversavam Bill sempre duvidava do que o Tom sente em relação a mim. Isso o chateou, e ele sempre me falava sobre isso, e aos poucos eu fui percebendo que tudo o que ele fazia era tentar me tirar de você pra te mostrar como é perder o melhor amigo...

            - Egoísta, é isso que o Tom é, um egoísta idiota... – Nem percebi que enquanto xingava Tom o elevador se abriu, saímos dele e fomos pegar as coisas da Any no quarto de Tom. Nem perguntei qual era sua escolha, mas eu já sabia que ela havia me escolhido, e que queria que o Tom entendesse que escolheu o pior caminho pra resolver seus problemas.

            - Any, porque você aceitou isso? Você me disse que o Tom havia gostado de ficar com você por causa do sexo, mas e depois, porque você deixou ele te distanciar de mim? – Isso ainda não estava claro.

            - Como eu estava te falando lá no show, Tom não queria me deixar passar uma noite que fosse com você, pra por a conversa em dia, e ele me falou muito bobeira, me deixou com medo de perdê-lo, ele me disse que o sexo que havia atraído ele poderia não ser mais importante, me fez acreditar que não estava mais satisfeito, eu realmente fiquei com medo de perdê-lo. Pois depois da briga nós transamos, fizemos as pazes, e ele me propôs deixar de lado minha amizade com você pra poder ter ele apenas pra mim. E assim ele parava de impor tanto a vontade dele, mas a condição era essa, eu deveria estar ao lado dele o tempo todo.

            Enquanto Any me contava tudo nós saímos do quarto de Tom e fomos para o meu e do Bill. Depois eu pediria para o Bill dormir com o Tom.

            - Então Tom estava esse tempo todo com ciúme da minha relação com o Bill? Mas Any então ele não te ama? – me sentei na cama tentando absorver tudo o que tinha ouvido.

            - Ele me ama, eu sei disso, pois ele nunca me traiu, ele tentou, mas não conseguiu, não teve coragem, isso pra mim é amor. – Any se sentou ao meu lado.

            - E como você sabe disso?

            - Eu o segui, na noite que eu me recusei a transar com ele, eu fiz de propósito, eu precisava saber se ele me amava ou não, e só assim eu conseguiria avaliar, já que o Tom é uma caixa de mistérios.

            - Uau, eu achava que sua relação com o Tom fosse completamente diferente...

            - Até eu achei que fosse até eu acordar aos poucos e ver meus erros por medo de perder o Tom, e ver tudo o que ele me forçou a fazer. – Ela segurou minhas mãos e me olhou nos olhos. – Me perdoa? Eu já te escolhi.

            - Claro que te perdôo Any, você será pra sempre minha melhor amiga! – Abracei-a.