(Bill)

            Eu estava a esperando perto da porta do salão do hotel, quando a vi chegando não consegui esconder que a olhava dos pés a cabeça, ela estava linda, extremamente sensual, e ao mesmo tempo comportada e moderna.

            - Oi! – Beijei sua mão outra vez – vamos pra área vip? Os outros já estão lá, inclusive o Tom, Any!

            - Ah, sim, vamos para lá! – Any corou, ela realmente tinha uma paixão pelo meu irmão, e ele também a queria, mas como sempre por uma noite.

            - Você quer ficar na área vip Giovanna? – Ela ainda não tinha parado de sorrir nem de me olhar, com aquele brilho perfeito nos seus olhos.

            - Claro...

            Eu as guiei até a área vip, e me sentei em um sofá e chamei Giovanna para sentar do meu lado, olhei para o Tom e este já estava indo falar com a Any para não deixá-la sozinha.

            - Giovanna, eu adorei seu nome sabia? E adorei seu verso, mas gostaria de saber o início... – Ela sorriu como quem já esperava pelo pedido que eu fiz.

            - Bom que você tinha adorado meu nome eu não sabia, mas que você pediria o início do verso eu já imaginava. – Ela estava mais solta, acho que o escuro do salão, apenas iluminado por algumas luzes coloridas a fez ficar menos nervosa.

            - Pois é, eu só estava esperando poder conversar a sós com você. – Não resisti e passei as pontas dos meus dedos em seu rosto.

            Ela fechou os olhos, apenas concentrada no meu toque. Minha vontade era abraçá-la, beijá-la, mas não podia, tinha medo, de estar me precipitando, preferi continuar a conversa.

            - Então, você poderia me falar o primeiro verso? – Ela abriu os olhos lentamente.

            - Claro...“Já passei por muitos furacões, Mas você foi o mais arrebatador, Deixou-me no chão, cheia de amor, Algumas emoções, E no final só você, Só o que eu sinto por você...” - e eu não consegui acreditar no que estava ouvindo, era lindo, cheio de comparações, eu nem sabia o que dizer, mas percebi que ela ficou com medo de eu não gostar.

            - É lindo, eu simplesmente achei lindo. Mas me conta uma coisa, quem é a pessoa que merece tantos versos lindos e cheios de dor por amor? – eu queria que a resposta fosse eu, algo dentro de mim gritava pedindo pra que fosse meu nome que ela dissesse.

            - Nossa obrigada, e hum... – Ela desviou o olhar, encarou o teto por alguns segundos e voltou a me olhar – é uma pessoa linda, que também escreve coisas lindas, cheias de dor por amor, cheias de sentimentos reais, cheias de verdades, cheias de vida...

            Ela não disse meu nome, mas a descrição estava cada vez mais parecida comigo, eu fiquei com medo de perguntar se era eu, e acabar como convencido, mas ela não dizia meu nome, e eu queria muito ouvir o meu nome.

            - Hum, essa pessoa deve ter muita sorte, não é mesmo? – Ela me olhou assustada – pois poder desfrutar do seu amor mais sincero e verdadeiro deve ser muito bom.

            - É deve ser... – Seus olhos ficaram tristes, sim ela devia estar falando de mim, e eu queria apenas o meu nome sendo dito por sua boca.

            - Mas me conte outra coisa, você escreve só pra se expressa? Assim só pra alivia o que você sente por dentro?

            - Sim, eu escrevo apenas pra me sentir melhor, como você disse “alivia o que eu sinto por dentro”. – às vezes parecia que ela estava triste por todo este meu interesse pelos versos, por pensar que eu só estava interessado nos versos.

            - Eu também sou assim, mas eu geralmente expresso tudo que me vem à cabeça, sabe qualquer idéia eu escrevo em um papel e depois a monto em palavras e o Tom me ajuda com o ritmo e vira música... – Ela parecia interessada em saber como eu lidava com isso.

            - Eu sempre quis saber de onde você tira toda a sua inspiração? Sabe, às vezes vocês lançam uma musica linda que fala de amor mesmo, e depois uma que fala da falta do sentimento... – ela realmente tinha interesse por isso, o que me surpreendeu.

            - Bom é ai que está, eu acostumei a transforma tudo a minha volta em música, sabe às vezes eu acho que vivo um musical da Disney, pois se for ver, muitas das músicas que eu já escrevi falam do que eu realmente sinto, mas outras são apenas das coisas que eu vejo acontecer, entende?

            - Pra ser sincera entendo bem pouco, tipo você escreve o que sente quando você sente? Mas também observa outras coisas, e quando vem a inspiração escreve? – Foi nesse instante que eu percebi que sempre confundia as pessoas e não as ajudava a me entender...

            - É mais ou menos isso, mas vamos deixar isso pra lá, se não passaremos a noite discutindo e não chegaremos a lugar nenhum. – Ela riu, estava tão linda, minha sorte é que estava escuro, pois a cara que devo ter feito devia ser de bobo.

            - Bill – ela sussurrou - é pra você que eu escrevi esses versos, e você é a única pessoa que me desperta esse lado romântico, talvez eu já não saiba mais como me expressar diante o que eu sinto, e então apelo para os versos... – Era tudo o que eu queria ouvir.