Alqmy: um mundo sem volta escrita por LC_Pena


Capítulo 2
Capítulo 1.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy.



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Capítulo 1.

Então Gabriel havia acreditado de novo no que Charles havia dito. “Vai ser fácil, a vaga já é sua!”, ele disse. Bem, alguém certamente tinha esquecido de avisar aos outros vinte caras que esperavam na antessala dos testes de elenco para o filme Alqmy.

Para ser completamente justo com aquele agente sem noção, todos os outros atores da sala pareciam ter deixado a puberdade a pelo menos duas décadas, o que lhe dava boas chances. Se o seu agente fosse um exemplo do que tinha por aí no mercado, esses caras provavelmente ouviram:

“Você tem essa covinha, isso te dá todo um ar de inocência!”

“É um jogador de futebol americano, todos sabem que esses garotos são bem desenvolvidos...”

Ou talvez um “Você ainda tem um par de anos no mundo teen, não se preocupe!”, isso no caso de um loiro com aparência de uns trinta anos, meio envergonhado ali no canto.

São uns grandes escrotos todos os agentes de Hollywood, Gabriel decidiu.

Olhou para o relógio impaciente, mas que grande merda, pensou. Faltava 5 minutos para as 16 horas, nem se teletransportando conseguiria chegar na UCLA para ensaiar para a peça do fim de semestre da turma. Isso porque o ensaio tinha começado à 25 minutos atrás.

Reed, apenas avise ao professor que fiquei preso no teste.

Matarei aquela horta do meu agente.

*Orca

Merda de corretor!

Crazy Reed

Relaxe, amor, eu aviso ao prof.

Mas ele vai comer seu fígado, de qq forma.

Isso não será nenhuma surpresa.

Não sei se ainda tenho um fígado pra ele comer...

Crazy Reed

Diminua a tequila e terá, não estamos ficando mais jovens, vc sabe...

Tene

*Tenho que ir. Ele tá me olhanmdk feio

Haushsuahsua

As conversas com Reed nunca eram normais, Gabriel decidiu isso também. E ela sempre digitava coisas erradas, devia haver mais asterisco do que letras no seu histórico de mensagens.

Guardou o celular bem à tempo de ver a assistente do diretor de elenco chamar seu nome. Quando se encaminhou para a sala de teste, não viu nenhum sorriso tranquilizador, naquele mundo competitivo não havia muito espaço para a solidariedade.

Bem é isso. Essas três pessoas sentadas atrás de uma mesa comprida, com uma câmera profissional gravando tudo, iriam dizê-lo se era bom o suficiente para seu filme ou não. Não que isso dissesse muito do talento do ator em si, era uma só vaga pra muitos no fim das contas.

Era esse o tipo de pensamento que deveria guia-lo em seu teste para um papel, mas a única coisa que Gabriel conseguia pensar era que aquela sala estava bastante fria para um quase verão da Califórnia, o que era um grande alívio, na verdade.

–Boa tarde, querido! – Uma senhora com uma aparência de mãe cuidadosa o cumprimentou. Era uma visão estranha, tinha que admitir, muito natural e suburbana para os padrões de LA. – Seu nome, por favor!

–Gabriel Benckiser. – Dava sempre um friozinho na barriga antes de começar um teste, independente se era para uma peça bacana ou um filme trash que seu agente mais trash ainda havia indicado.

–Aqui diz que você não tem experiência em cinema, Gabriel, está correto? – A matrona que parecia ser a chefe ali, perguntou enquanto analisava seu currículo. – Alguns trabalhos como modelo e algumas peças independentes no entanto... Não se interessa pela sétima arte, querido?

Que teste estranho era esse, meu Deus? Havia estudado as falas indicadas, tinha chegado no horário combinado, duas horas atrás, diga-se de passagem, para ser entrevistado assim? Seu agente já tinha passado seu currículo completo, todas as informações relevantes estavam aí!

Esse tipo de coisa, o imprevisto, o deixava nervoso de um jeito ruim. Uma ironia para um ator de teatro, ele sabia muito bem.

–Err... De todas as áreas, teatro é minha favorita... Mas não excluí as outras, no entanto. Acho que apenas não tive contato com o cinema ainda.

Ok, essa resposta foi passável. Inexperiente, mas interessado, Gabriel achou que uma resposta assim era satisfatória. Aparentemente os entrevistadores também.

–Fomos bem específicos quando solicitamos um latino para o papel. – O senhor, esse com a cara de entojo típica de Hollywood, perguntou por cima de seus oclinhos nada funcionais. – De onde é o sobrenome Benckiser mesmo?

Aquela antessala cheia de caras caucasianos, negros e até orientais dizia a Gabriel que dessa vez, só dessa vez, a culpa não era de Hartman que ele não tivesse sido avisado disso. Parecia que alguém da equipe deles tinha pisado na bola. Estagiários...

– Eu acho que é alemão... – Eles olharam, meio decepcionados, mas não inteiramente surpresos, o cabelo comprido preto em contraste com os olhos muito azuis, já apontavam para algo nesse sentido. – Mas a família do meu pai tem nascido e vivido no Brasil por gerações.

Os três olharam com interesse renovado.

–Brasil? – Gabriel apenas acenou com a cabeça. Que seu pai tenha se mudado para o U.S. à 30 anos atrás era só um mero detalhe, não tinha porque ser mencionado, não é? – Interessante...

–Você fala o idioma? – A pequena oriental vestida com cores vibrantes demais para aquele ou qualquer ambiente, perguntou com uma voz anasalada.

–Claro, talvez a gramática seja um pouco precária... E certamente o sotaque faria um brasileiro rir... – Ele deu um breve riso no meio da resposta, ganhando três sorrisos simpáticos em retorno, a vulnerabilidade repentina em meio a respostas quase automáticas sendo exatamente o que estavam procurando. – Mas acho que dá pro gasto.

A mamãe da equipe falou muito mais naturalmente do que antes seu próximo pedido:

–Pode fazer a cena três do roteiro, querido? – Ela sorriu de um jeito muito, muito materno, adorando a mistura de rebeldia do cabelo comprido e desleixado com a inocência do sorriso levemente torto.

Sim. Gabriel não sabia ainda, mas ele era o Erick perfeito.

Assim que ele saiu da sala, Lucy, a nova secretária, que estava tomando nota de tudo levantou para chamar o próximo candidato. Viviene pediu para a mocinha esperar um segundo.

–O que acharam, pessoal? – Ela se virou para Ethan, seu braço direito, que sempre tinha um comentário venenoso pra dizer, apesar do bom coração.

–Ele é lindo! – Uou! Isso foi inesperado! A primeira frase que saiu da boca de seu amigo extremamente crítico e cruel foi um elogio? Então ele realmente percebeu que havia uma joia ali. – E atua bem, o que é sempre um bônus...

Ethan falou em sua maneira pouco séria enquanto tentava pegar mais um daqueles deliciosos biscoitos feitos pelas netas de sua chefe. Como duas pestinhas de sete anos conseguiam fazer uma massa tão boa?

–Eu achei a atuação dele bem consistente e ele resinificou aquela frustração com o status quo do personagem, ficou bem mais sutil e ao mesmo tempo...

–Você apenas pode parar? – Ethan levantou a cabeça irritado para Christine, aquela estagiaria nova, que só Deus sabe como conseguiu um lugar naquela audição de elenco, estava lhe dando nos nervos. Com quem ela dormiu pra conseguir um lugar ali, hein?

–Ethan, se comporte. – Viviene olhou repressora, mas já conhecendo muito bem o assistente. – Continue, querida.

–Bem... Talvez ele não seja exatamente o que Costner gostaria, mas acho que o público, quero dizer... As garotas! E alguns garotos também... Err... Ele perdeu o apelo latino com sua questão pungente de crítica ao tratamento com os imigrantes? Com certeza sim, ele não parece latino de forma alguma... Mas... Mas! Ele tem um apelo mais sutil, como eu disse antes, que é o fato dele não ser visivelmente latino e ainda assim... Você vê ele se identificar com a causa do seu povo... Bem, não tanto do Brasil, mas do México talvez. Ou o contrário...

Aff, hora do intervalo, eu apenas preciso de um cigarro. – Ethan levantou sem nem se preocupar em ferir os sentimentos da pobre garotinha da China. Esqueça o sexo, aquela menina com certeza foi adotada por algum figurão do estúdio.

–Iniciaremos o próximo teste sem você, rapazinho. – Rapazinho significava que Viviene estava quase no seu último estágio de irritação. Ela era apenas muito doce para aquela carreira, como havia conseguido chegar tão longe?

–Fará apenas porque não consegue dispensar os outros... “Partiria o coração deles!”. Já sabe que tem o seu cara, né? – Viviene apenas o dispensou com a mão. – Seja boazinha, mas rápida, preciso ver o último episódio da terceira temporada de “Drop Dead Diva”, é a minha série com nome gay da lista de “Séries com nome gays” desse ano.

Ele apenas deu de ombros, não era bom com títulos para listas. Nem com listas, sendo totalmente honesto.

Viviene passou um último olhar no currículo: Gabriel A. Benckiser. Ela gostava realmente desse garoto.

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–Viviene, você perdeu o seu mojo? – Ted Costner apenas olhava para a foto do garoto bonito com exóticos olhos azuis em suas mãos. – Fui bem específico, quero fazer uma saga juvenil sem recorrer a esse tipo de coisa, Viv!

–Eu sei que você está numa fase toda “quero apresentar uma visão nova para os adolescentes”, sem recorrer à beleza, aos artistas da moda e toda essa coisa...

–E porque me trouxe um maldito modelo de cuecas?

–Está falando sério? Você nem viu a audição dele! – Ted apenas a encarou irritado, não precisava ver, ele conhecia bem o tipo depois de duas décadas de carreira. E só havia mandado uma opção, pelo amor de Deus! – Assista o vídeo, por favor!

–Ok, Viv, apenas porque a respeito como profissional...

Certo, Ted sabia admitir quando estava errado. O garoto era bom. Não parecia muito confortável no início da entrevista, travado e impaciente, como se quisesse estar em outro lugar naquele momento, mas então houve a cena 3.

A cena era simples: apenas um momento de crítica de Abby, a protagonista, à respeito de como Erick sempre parecia muito interessado em valorizar seu país, México, soou muito errado no fenótipo do garoto, mas Brasil seria perfeito, os roteiristas poderiam cuidar dessa alteração, sem se importar em ignorar seus conterrâneos no colégio, no entanto.

O interessante é que o garoto, Gabriel, ele olhou no currículo novamente, fez parecer que Abby estava sendo absurda, tamanho era seu charme rebelde. Ele era o típico antagonista por quem todos se apaixonam.

–Pode funcionar... Talvez com aquela ruivinha com a carinha de atrevida, como é mesmo o nome dela? – Viviene apenas revirou os olhos com a descrição desagradável de uma menina tão adorável. Se ele não fosse tão bom na direção, nunca teria construído uma sólida carreira em Hollywood, Ted apenas não tinha tato.

– O nome dela é Rachel Flemyng e ela realmente funcionaria bem com ele, mas só vendo ao vivo para ter certeza.

Rachel era uma belezinha de 18 anos vinda diretamente da Carolina do Sul, com uma juba ruiva e um carisma de menina sulista, embora fizesse um sotaque do Brooklin muito convincente. Ela ficou entre as três melhores da audição para Abby.

Ethan se irritou com o jeitinho brejeiro da menina, mas Viviene havia achado muito engraçadinha a maneira como ela soletrou seu sobrenome com aquele sotaque. Estava disputando a vaga com duas garotas de NY, uma loira de 26 com cara de 16 anos e outra morena, que olhando bem, se pareceria muito com a irmã de Erick, se feito por Gabriel Benckiser, claro.

–Marque um teste em conjunto, vamos ver se você ainda leva jeito pra coisa, Viv. – Costner levantou, já atendendo um telefonema de seu personal trainer, o único que ele realmente atendia na mesma hora.

–Bem... Essa é com certeza a parte mais divertida! – Viviene saiu animada, pronta para fazer as ligações.

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Rachel estava atrasada, de novo. Mas sua dentista nova ia ter que perdoá-la, ela ainda não entendia muito bem os horários das linhas dos ônibus de LA. Mas estava feliz de qualquer forma, era a penúltima sessão de clareamento que iria fazer, sua agente lhe disse que os seus dentes estavam quase perfeitos.

Talvez o protetor das ruivas desastradas resolvesse intervir por ela e fizesse com que Elizabeth achasse que seus dentes já estavam bons, porque aquele laser deixava tudo muito sensível, aquela sorveteria do final da rua não a via a alguns dias por conta disso.

Estava finalmente chegando, o que são 5 minutinhos de atraso afinal? Ou talvez... 22 MINUTOS! Meu Deus, não! A Dra. iria querer remarcar a consulta!!! Quando finalmente entrou no prédio, Rachel avistou um dos elevadores fechando a porta.

–SEGURA, SEGURA, MOÇO! Não!!! – Ela olhou para o lado à tempo de ver o porteiro tentando disfarçar a risada. Bem, a corridinha da vergonha era a história de sua vida, basicamente. Começou a correr aos 13 e até hoje estava no mesmo caminho.

O telefone tocou dentro da bolsa. Aquela bolsa que cabia o seu apartamento novo com folga dentro, parecia ter engolido seu celular. Só faltava essa agora, perder a ligação também. Conseguiu pegar e atender o telefone, praticamente no mesmo movimento.

–Rachel Flemyng, bom dia, em que posso ajudar? – Mas que diabos! Havia virado uma pizzaria delivery? O que havia acontecido com o simples “alô”? Se bateu mentalmente.

–Olá, Srta. Flemyng, aqui é Viviane Duran da equipe do filme Alqmy... – Rachel parou de tentar fechar o zíper daquela armadilha que chamava de bolsa e parou de respirar também no processo. – Estamos ligando porque gostaríamos de ter a oportunidade de vê-la em um teste com nosso elenco, a Srta. estaria disponível essa sexta às 14 horas?

Oh, céus, isso estava mesmo acontecendo? Seu primeiro retorno de Hollywood!!! Queria gritar, queria fazer uma dancinha da vitória ridícula que a faria dar mais alguns passos na corrida da vergonha. O que ela estava pensando? Ela era uma vencedora agora, nada de vergonha para a pequena Rachel. O quê? Não! Ela falou teste, menina, não seja estúpida, você não está dentro ainda!

–Querida, você está aí? – A voz da senhora do estúdio soou divertida do outro lado.

–Oh, meu Deus, claro! – Rachel respirou fundo para sua voz não parecer tão desesperada. – Acho que a ligação cortou, eu disse, sexta está perfeito!

Demandou uma boa parte da sua capacidade de atuação, já que seu coração parecia estar batendo à 300 por minuto!

–Isso é fantástico. Sua agente ainda tem o nosso pre-roteiro, sim?– O quê? Elizabeth deve ter até a certidão de nascimento de Marlon Brando, se essa tiver alguma utilidade em alguma realidade alternativa!

–Creio que sim.

–Nos vemos, sexta às 14 horas então, obrigada pela atenção, Srta. Flemyng.

–Obrigado a senhora pela oportunidade, até mais!

A linha do outro lado ficou muda, mas a ruiva do saguão não.

–Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!

O porteiro agora deveria estar se dobrando de tanto rir da sua cara, mas quem se importa? Ela com certeza não! Rachel e seus dentes “quase perfeitos” haviam recebido uma chamada para retornar para um teste!

–Senhorita, há algo errado com o elevador? – Um senhor grisalho perguntou, a distraindo da sua comemoração, parecendo mais preocupado com sua saúde mental do que com a situação do elevador em si.

–Eu... Err... Creio que não, por que? – Agora ela estava corando um pouco.

–A senhorita chamou o elevador? – A ruiva olhou para o botão a sua frente, não estava aceso. Ela apertou o botão, não apertou? - Apertou o botão?

–Err... – Agora definitivamente estava vermelha.

O senhor apenas fez uma careta de desagrado e apertou o bendito botão. Bem, que não houvesse nova amizade com esse senhor grisalho ou que sua consulta tenha sido desmarcada, ainda assim estava nas nuvens! Ela tinha um teste na sexta-feira! Sua mãe precisava saber disso.

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Então os óculos escuros não eram a única coisa que informava ao mundo que Gabriel Benckiser não era um completo quebrado. A academia fazia parte do seu investimento na carreira, todo ator sabia disso, até seus pais sabiam disso.

Ele não queria fazer a linha do “galã de cinema”, não era pra isso que malhava, na verdade precisava de um bom condicionamento físico para a maratona de ensaios, apresentações, aulas e jelly shots... O quê? Apaga essa última parte. Estava parando com as festas por um tempo, precisava focar nas provas de fim de semestre que estavam vindo.

A trilha sonora do Darth Vader interrompeu a sua música de malhação, que era apenas um remix de alguma coisa que devia estar no top list da Billboard por esses dias. Atendeu a ligação, sem diminuir o ritmo da corrida na esteira.

–Benckiser falando. – Seu treinador de jiu jitsu do ensino médio ficaria orgulhoso se visse como ele nem sequer perdeu o fôlego ao falar.

–Sr. Benckiser, aqui quem fala é Viviene Duran, estou ligando para convidá-lo para participar de um segundo teste para o filme Alqmy. – Olha só, não é que Hartman estava certo sobre o papel ser dele? Tudo bem que ainda era um teste, mas mesmo assim.

–Qual o horário, Sra. Duran?

–Sexta-feira, às 14 horas. – Sexta-feira... Sexta-feira... Não, não tinha nada marcado pra essa hora.

Sim, senhora. Estarei lá. – Ela continuou no seu tom que lembrava muito a sua mãe nos seus melhores dias.

–Obrigada pela atenção, querido.

–Obrigado à senhora! – Desligou a ligação, aumentando o som da música e o ritmo da esteira em seguida. Agora sim não precisaria se preocupar mais com como iria montar o cenário da peça dos meninos do Fishbait. Agora tudo ia dar certo finalmente.


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Notas finais do capítulo

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