Blue Butterflies escrita por Pamisa Chan


Capítulo 15
Você vai morrer, seu desgraçado!


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM NOVAMENTE A DEMORA, TÁ CADA VEZ MAIS DIFÍCIL DE ESCREVER ESSA HISTÓRIA!!!!!!
Muito obrigada a todos os que comentaram ♥ Especialmente meus novos leitores, que queriam muito a atualização!!
Espero que gostem do capítulo de hoje, MAS TÁ SUPER DRAMÁTICO!



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Max abriu os olhos ao sentir a claridade e ouvir o som suave de um flash. Antes de entender o que estava se passando, ela tentou se mover, mas foi em vão. Sentiu uma forte dor nos punhos, que estavam atados com uma fita muito apertada. Sua vista estava embaçada, e ela ouvia algumas palavras que não conseguia decifrar. Após alguns segundos, recuperou plenamente seus sentidos. Quem estava disparando era Jefferson, o professor. Olhando ao redor, Max percebeu que havia mais duas pessoas na mesma situação: Victoria e Chloe.
Logo ela conseguiu ouvir o que o professor estava dizendo enquanto as fotografava:

— Que privilégio... Meu primeiro ensaio com três modelos... Três é um número tão ideal... Os três elementos básicos de um átomo, as três esferas terrestres, os três poderes do Estado... — disse ofegante entre disparos em sua potente câmera — Ah... a santíssima trindade...

Max começou a se mexer sutilmente, tentando se livrar daquela situação, sem entender exatamente o que estava se passando.

— Oh... vejo que uma das partes do meu ensaio está acordando?

— O... o quê você está fazendo?!

— Querida Max, a principal parte desta trindade... Fico feliz que tenha perguntado... E ainda mais feliz que tenha trazido sua... — não parou de fotografar e logo mudou o tom de voz para algo mais agressivo — ...amiguinha intrometida... Respondendo sua pergunta... eu amo a ideia de capturar pessoas num momento de desespero. O momento onde a inocência se destrói e se transforma em medo... Medo da morte, especificamente.

— O... o que você quer dizer com isso?! — A feição de Max mudou de um ar nervoso e irritado para ansioso e assustado.

— Isso, minha cara Max... é exatamente isso que eu quero capturar! Essa feição recheada de desespero por saber que estas serão suas últimas fotos... Fique feliz que elas não são "selfies"... Aliás, ainda odeio essa palavra. Essa é a primeira vez que uso três modelos para um ensaio.

— Não somos suas modelos! Victoria! Chloe!

— Elas não vão acordar tão cedo... As doses foram fortes. Aliás, a sua também foi. Não sei como você acordou tão cedo! Isso só comprova ainda mais o quanto você é especial, Max... Entre todas as garotas que fotografei, você é única. Tome por exemplo suas duas colegas, Victoria e... Chloe. Victoria deu tudo para estar aqui. Ela sempre sonhou em ter um momento a sós comigo. Ela ter sido expulsa de Blackwell foi a oportunidade perfeita de roubar seu pobre coração... Sua inocência já se fora faz tempo. Ela chegou aqui e esperou por beijos e amassos. Não veio com aquele desespero típico das garotas que acordam aqui. Apenas começou a se debater quando a amarrei. Fiz questão de fazer isso antes de dosá-la.

—Você é um monstro!

— Já a outra garota... Ela já era mais experiente. O Nathan já havia a usado como teste.

— O Nathan o quê?!

— Bom, essa história é interessante, porém longa... digamos que o Nathan não teve muito a presença de seus pais, e usei a oportunidade como uma maneira de ganhar... investidores. O grande clichê de professor como figura paterna para seu aluno rejeitado. O acolhi como meu pupilo e em troca recebi grandes investimentos e proteção da família Prescott. Este lugar espetacular foi inteiramente pago por eles. Voltando ao foco... — Jefferson mexeu no foco da imagem para capturar Max mais nitidamente e deu um sorriso irônico — Nathan como meu pupilo e ajudante quis ser como eu... E um de seus testes foi com sua amiga de cabelos azuis. Enquanto eles estavam metidos em negócios ilegais, Nathan a levou para seu quarto e a dosou. Ele disse que ela era apaixonada por ele, e após embebedá-la foi ainda mais fácil de a enganar. Deve ser por isso que ela ficou revoltadinha e foi tentar chantageá-lo aquele dia... no banheiro do colégio. Obrigado por impedir que meu pupilo fosse pego por homicídio, Max...

— Então a culpa de tudo isso é sua?! Isso não vai ficar assim! Você vai morrer, seu desgraçado!

— Isso, Max... assim mesmo. Mostre a ira nos seus olhos, o desespero... Fuja da inocência. É isso que eu quero de você — Jefferson tirou três fotos da garota de ângulos diferentes — Sabe... vocês me lembram a Rachel. Victoria é o desejo ardente, a vontade de estar comigo; Chloe é a rebeldia, a ideia equivocada de independência; Você... você, Max... você é a essência. Você é quase tão ideal quanto a Rachel... pobre Rachel...

— O que você fez com ela, seu inútil?!

— Bom, Chloe foi o primeiro teste de Nathan. Rachel foi o último. O garoto pensava que seria igual a mim. Mas o discípulo não está acima de seu mestre... E em uma de suas tentativas ele usou Rachel como cobaia. Gostava demais dela. Até que errou na quantidade e acabou fazendo ela sofrer uma overdose...

A pobre garota não sobreviveu.

— E-então foi culpa do Nathan?! E eu pensei que ela podia ser uma boa pessoa!

— As aparências enganam, não é mesmo, Max? Aliás, temos que terminar logo com isso, pois daqui a pouco será a festa do Clube Vortex. E eu preciso estar lá para indicar o vencedor. Uma pena que você não participou. Talvez se estivesse preocupada com a foto, não teria tempo de ficar bancando a detetive!

— Que bom que eu não participei do concurso. Pelo menos se eu ganhasse não teria que passar um tempo com um inútil metido a artista como você. Você acha mesmo que isso é arte?

— Oh, você não acha que isso é arte? Eu diria pra você ver quando minhas obras estiverem nos maiores museus, como já estiveram por muito tempo... Mas você não vai estar lá. Você não vai estar em lugar nenhum! — Jefferson começou a ficar nervoso e perder a compostura e foi em direção à mesa onde estavam as drogas que usou nas meninas — Aliás, o que você acha que é arte? Essas fotos ridículas que você tirou?! Olha isso! — Ele pegou o diário que estava na mesa e jogou próximo de Max, deixando em evidência as últimas fotos que ela tirara. — Eu sempre achei que você tinha um dom, Max. Um dom que foi completamente desperdiçado! Mas agora vou acabar de uma vez com esse desperdício. Vocês serão minha obra prima. Pena que não estarão lá para ver seus rostos nas maiores exposições! Já falei demais. Vamos logo com isso. Como você está acordada, será a primeira.

Mark foi novamente em direção à mesa e deixou Max no chão, sem esperança alguma. Sua melhor amiga estava presa e desacordada, seu melhor amigo estava morto, e o garoto que achou que poderia ajudá-la era um assassino que trabalhava para o homem que ia a matar em alguns minutos. Max encarou as fotos de seu diário e lágrimas começaram a rolar por seu rosto apavorado. Ela viu o sorriso de Warren no reflexo da janela da qual tirara a foto e sentiu falta dele. Não via mais esperança, pois não conseguia voltar no tempo estando atada e mesmo que pudesse, não sabia quanto conseguiria rebobinar. Após encarar a foto com uma sensação desesperadora, como que tentando consumir a imagem com sua mente, algo inusitado e assustador começou a acontecer.

Max sentiu uma relação metafísica com a foto, começou a ouvir vozes embaralhadas de Chloe e Warren dentro dela e seus olhos começaram a enxergar tudo embaçado. Ela deu um pulo de susto e fechou os olhos, fazendo a sensação desaparecer. Logo ela resolveu tentar novamente. Encarou a foto, com esforço focou seus olhos nela e somente nela. Sua cabeça começou a doer e ela passou a sentir um frio na barriga, uma ansiedade. Seu corpo começou a enfraquecer e formigar. As vozes vindas da foto ficaram cada vez mais intensas e altas em sua cabeça. Ela conseguiu ver as árvores na foto se mexerem e logo fechou os olhos com força.

Quando os abriu, não pôde acreditar. Estava livre, com uma câmera na mão, pegando dela a foto que acabara de tirar da janela, enquanto Warren sorria calorosamente. Max começou a mover seus braços, como que testando os movimentos de seu corpo. Ela soltou a máquina fotográfica e abraçou Warren, chorando.

— Warren! Me diz que isso não é só um sonho! Por favor! Você está bem, Warren?! Você está vivo!

— Max... o que aconteceu?! Você tá estranha! Por que isso de repente?!
Max sequer respondeu e apenas olhou para o outro lado, onde estava sua melhor amiga. Fez o mesmo gesto com ela e Chloe empurrou Max assustada.

— O que é isso, Max Caulfield! Está tentando matar todos nós?! O que foi dessa vez?!

Max parou para olhar o que havia a seu redor e percebeu que tudo fora da caminhonete estava estranho. Do outro lado das janelas tudo estava branco e embaçado, brilhante, algo como uma luz celeste. À frente do para-brisa também. Mesmo assim, Chloe parecia enxergar o caminho perfeitamente. Max ainda não entendia bem o que estava acontecendo.

"Eu voltei no tempo por meio de uma foto? Eu tenho esse poder?" Pensou, atônita. Não satisfeita, jogou-se por cima de Warren e abriu a janela do automóvel, tentando descobrir o que era o clarão que cobria os arredores do carro. Ao tocar lá, sentiu um tipo de choque correr por seu corpo e se recolheu assustada. Era como uma barreira que não a permitia sair do ambiente onde tirara a foto.

— Max, o que tá acontecendo?! — Warren e Chloe perguntaram quase juntos, confusos sobre as ações de Max.

— Eu... eu acabei de descobrir que consigo voltar no tempo por meio de fotos. E eu preciso urgente que você pegue o retorno e saia imediatamente daqui, Chloe!

— Por quê?! Eu estou a um passo de descobrir o que aconteceu com a Rachel! Não posso desistir agora! Se alguma coisa acontecer, o seu poder vai nos salvar!

— Chloe, é sério! Isso não vai dar certo! A gente precisa voltar agora!

— Por quê, Max?! Você não quer que eu descubra a verdade?! Já não basta vocês terem defendido aquele idiota do Prescott?!

— Olha, Chloe, me perdoa! Eu sei o que o Nathan fez com você! O Jefferson me contou tudo! E se você seguir esse caminho, ele vai estar lá e as coisas só vão piorar, me escuta, Chloe! A gente precisa voltar!

— O quê?! O Jefferson? O professor?

— Sim, é uma longa história, Chloe! Vamos voltar logo, por favor!

— Eu não posso desistir agora! — Chloe pisou no acelerador.

— Então eu vou ter que te impedir! — Max meteu as mãos no volante e começou a girá-lo, tentando mudar o rumo.

Descontrolada, a caminhonete começou a ir para o lado, onde não havia estrada, apenas árvores. Chloe tentou parar o veículo, mas o freio falhava. Ela gritou vários palavrões e brigou com Max, que sequer prestava atenção. No meio da gritaria, Warren também se desesperou e começou a implorar que o carro parasse. Ele só parou quando trombou com uma enorme árvore de tronco grosso, fazendo os três voarem para frente. Max levou uma pancada na barriga, mas não demonstrou dor no momento. Warren apenas sofreu alguns arranhões, pois estava usando cinto de segurança. Quando Max olhou para Chloe, porém, ela estava debruçada sobre o volante. Max tentou levantá-la dali e viu que a testa da garota estava coberta de sangue e ela estava desacordada.

— Warren! — Max gritou aflita — Liga pra ambulância, agora!

Em seguida, ela tentou se mexer e sentiu uma grande dor na região do abdómen e soltou um gemido. Warren pediu para que ela se acalmasse e logo após ligar para a ambulância e relatar a emergência, segurou a mão de Max e tentou tranquilizá-la.

De repente, os sentidos de Max sumiram, e todos os acontecimentos daquele momento em diante foram mudados. Em vez de chegarem no celeiro abandonado, uma ambulância chegou até o local onde estavam. Em vez de serem surpreendidos por Nathan e Jefferson, foram levados até o hospital da cidade. Em vez de Warren ser morto por um tiro, ele ficou no corredor do hospital, sentado, esperando as duas. E em vez de Max e Chloe serem presas e drogadas pelo professor Jefferson, elas ficaram no leito de um hospital. Chloe, prestes a morrer, e Max com uma hemorragia interna causada por um trauma abdominal contuso.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? XD Não me matem!!



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