Fios vermelhos abraçavam as pontas compridas da grama que se estendia pelo terreno enquanto a respiração calma e compassada dele chegava até a ponta de seu nariz, fazendo cócegas.

Ela comprimiu os lábios, seus olhos caramelos desfocados em meio aos seus pensamentos e a visão diante de si. Embora sentisse algumas pontas secas pinicarem suas pernas e pescoço, ela não parecia se importar muito, estava se sentido leve demais para se importar.

Subaru percebeu como os cílios dele eram um pouco maiores do que imaginara, como a pele dele não parecia ter quaisquer marcas igual a de um bebê ou até mesmo igual a um boneco de porcelana e como seus lábios se mexiam deixando que murmúrios passassem em meio ao sono.

Apenas seus dedos pareciam ter pequenos calos, devido aos seus constantes cuidados com o jardim da escola, como ela pode perceber já que mantinha os seus presos aos dele. A garota o tocara por acidente e ele fechara seus dedos, a prendendo gentilmente assim como fazia uma planta dormideira.

E ela não encontrou coragem, nem vontade para se desvencilhar do mesmo.

Na verdade, uma pequena parte no fundo do seu ser sentia que aquilo não era suficiente. De fato, talvez aquela parte não fosse tão pequena assim, já que encontrou sua mão indo de encontro ao rosto do jovem, balançando levemente sua franja.

Minato tremeu e isso a fez recolher a mão, assustada. Depois, quando o silêncio voltou a estaca zero e ele pareceu que não iria acordar tão cedo, a garota de cabelos rosados levantou sua mão outra vez.

-Um toque e apenas um. - Ela prometeu futilmente para si mesma.

Porém, quando ela entrou em contato com o quente da bochecha dele, sentiu milhares de batidas de borboleta fazerem carinho em seus braços, pernas, ouvidos, pescoço, nariz até se condensarem dentro de seu estômago.

Recuperou o fôlego sem perceber que o tinha perdido e o tocou outra vez, deslizando dois dedos por sua bochecha e reprimindo um sorriso ao ver a expressão dele se suavizar ainda mais.

A distância, de repente e mesmo que fosse pequena, pareceu incomoda demais. Queria envolver seus braços ao redor dele, queria sentir o cheiro de flores, grama e sol que ele emanava e queria perder-se nas suas estrelas favoritas que eram seus olhos azuis.

Queria tocá-lo, queria abraçá-lo e queria segurá-lo para impedir que ele escapasse por entre seus dedos outra vez.

Sentiu-se envergonhada por querer tudo aquilo, sentiu-se egoísta e ainda mais quando percebeu que todos aqueles pensamentos a proporcionavam tamanha alegria que Subaru não podia evitar de sentir seu peito esquentar.

Um choque atingiu-lhe a nuca quando sentiu algo quente envolvendo sua mão e deparou-se com as suas estrelas.

-Subaru. – Ele murmurou.

Silêncio, ela engoliu em seco.

-S- Sim?

-Sua mão tá gelada.

-A- Ah... – Um jato de frio percorreu suas costas e ela começou a puxar sua mão, relutantemente...

Só para que o ruivo a segurasse mais firmemente e a trouxesse de volta para sua bochecha. Ela segurou sua respiração.

-... Deixe-me tocá-la mais um pouco. – E fechou os olhos. – Por favor.

Sua respiração saiu junto de sua resposta, curta e simples, mas incrivelmente aliviada.

-Tudo bem.

Sentiu, mais uma vez, as asas de borboleta quando Minato sorriu e aconchegou-se ao seu toque.