Burning Love escrita por Yumenaya


Capítulo 4
Decisão




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- Sim, decidi o que irei fazer. Irei ficar com os Cullens - lancei um olhar significativo à Alec - Na minha nova vida gostaria de frequentar um colégio, e para isso estarei cercadas de humanos. Não gostaria de provocar dor em Jane e Alec, pois sei que eles irão sentir sede com isso. Eu quero ser uma adolescente normal, não rodeada de vampiros o tempo todo. Eu quero ter amigos humanos, quero me enturmar de verdade. Quero correr riscos, namorar, aproveitar a vida.

- Sentirei sua falta - Marcus disse se aproximando de mim. Aquilo me deixou surpresa, Marcus sempre ficava na dele, mas no fundo também me amava.

- Muita - Caius completou, e me lançou um sorriso.

- Também sentirei falta de vocês, mas chega! Não quero chorar, visitarei vocês com frequencia - Falei, já com os olhos cheios de lágrimas. Eu os amava muito. Eles eram a minha família, me davam amor, e muito carinho.

- Compras? - Jane disse com um sorriso no rosto, ele era a minha melhor amiga que sempre me escutava. Na verdade ela era mais que uma amiga, era como uma irmã que nunca tive. Apesar de tudo, ela e Alec alegravam os meus dias tediosos.

- Sim, vamos gastar dinheiro! - Concordei, com o melhor tom descontraído.

- Antes você tem que descansar minha filha, já está tarde. Hoje foi um longo dia. Hm quer jantar conosco? - Aro perguntou.

Fala sério, ter que dormir é um puro desperdício de tempo, ser a única que dorme em uma casa infestadas de vampiros.

- Não obrigada, vou comer algo humano - dei um sorriso - Aliás, não estou com muita sede. Estou bem, depois irei descansar.

Ele acenou.

- Heidi está se aproximando - Demetri me avisou.

- Certo. Estou indo. Bom jantar a todos - tentei soar normal. Mas minha voz saiu esganiçada no final, apesar de estar acostumada com isso, sentia receio por saber que vários humanos perderiam sua vida hoje.

Passei pelo corredor e encontrei Heidi, ela estava acompanhada de vários humanos.

"Ora, isso é tão incomum", um deles pensou.

"Tão medieval", pensou outro homem entusiasmado.

Uma multidão passou pela pequena porta, enchendo a câmara de pedra menor.

- Bem vindos, convidados! Bem vindo a Volterra! - pude ouvir Aro cantar da sala grande.

- Boa noite, Aya - Heidi me cumprimentou discretamente tentando não chamar muita atenção dos turistas, depois acrescentou com a voz inaudível para humanos - Não vai entrar e ficar para o jantar?

Sorri distraidamente, e neguei com a cabeça.

Heidi assentiu e passou pela porta com um último olhar dirigido a mim. Ela sabia que preferia não tomar sangue humano. Aumentei meu ritmo, mas ainda assim não consegui passar pela porta ornamentada no final do corredor antes de começarem os gritos.

 

Antes de ir até a cozinha - que fora feita exclusivamente para mim - passei na recepção onde Gianna, ainda estava em seu posto atrás do balcão encerado.

- Toda aquela gente - Eu disse me aproximando do balcão.

- Eu sei - sussurrou ela.

- É tão horrível. Não consigo me imaginar participando daquilo.

Gianna ficou em silêncio. Ela discordava de mim, eu sabia que ela se imaginava com grande frequencia fazendo aquilo, sendo uma vampira. Seu maior sonho.

- Vou comer algo, quer me acompanhar? - Perguntei educadamente.

- Não obrigada, Srtª Aya - ela respondeu.

 

Quando estava saindo da recepção um cheiro invadiu minha cabeça, era daquele vampiro, Edward Cullen. Então imagens tomaram conta da minha mente.

 

Isabella Swan passou os braços no pescoço do Cullen, e o abraçou com força.

- É muito doentio da minha parte ficar feliz agora? - Perguntou ela. Sua voz falhou duas vezes.

- Sei exatamente o que quer dizer - sussurrou ele - Mas temos muitos motivos para ficar felizes. Primeiro, estamos vivos.

- Sim - ela concordou. - Esse é um bom motivo.

- E juntos - Sussurrou ele.

 

E então a imagem desapareceu da minha mente com a mesmo rapidez que havia surgido.

Suspirei. Quem dera ter um grande amor, como Isabella. Ela era uma garota de sorte. Passei rapidamente pela cozinha para pegar algo para comer. Corri até chegar ao alto da torre mais alta do castelo, onde é meu quarto, e bati a porta. Fui até uma das altas janelas e a abri, fiquei em pé na borda e apalpei em volta até encontrar a barra de ferro da escada que levava pra cima do telhado. Subi e me deitei.

Já deviam ter passado horas, mas eu não conseguia as contar.

- Posso subir Aya? - ouvi a voz e logo vi um corpo subindo. Sinceramente não conseguia acreditar no que eu via.

- Aro? - comecei a rir, a visão do poderoso Aro Volturi em cima do telhado era hilária! - O que está fazendo aqui?

- Vim atrás de você.

- Como soube onde eu estaria? - Perguntei enquanto ele se sentava ao meu lado.

- Como assim "como eu soube"? Fui eu quem te mostrou esse lugar, não lembra? - E era verdade. Eu lembrava-me bem do primeiro dia em que subi em cima do telhado, Aro tinha me levado para lá pra vermos as estrelas - Você adorou olhar o céu, lembra da vez que quase caiu daqui?

- Você me segurou...

- Pela manga do vestido. Você tinha quantos anos? – Ele disse pensativo. Mas eu sabia muito bem que ele só estava tentando puxar conversa, nem precisava ler sua mente para verificar. Vampiros têm memórias fotográficas.

- Sete anos, aparentemente. Na verdade tinha três - Rimos um pouco na lembrança que vieram nítidas a minha mente. E na dele também.

- Porque deseja partir? - A pergunta me pegou de surpresa e, notando isso, Aro colocou-se a minha frente para me analisar.

- Simplesmente não quero que me manipule, e me mantenha prisioneira. Cansei de tudo isso.

- Eu não quero te manipular - fiz uma careta de descrença e ele voltou a falar - Realmente não quero te manipular. Só quero tentar fazer com que você seja o melhor que puder ser. É o que os pais geralmente querem para os filhos - Fiquei um tempo tentando absorver as palavras de Aro, a frase soava muito doce para ter saído da boca dele, mas incrivelmente eram verdadeiras.

Quando dei por mim Aro estava me abraçando.

“Uma coisa: você é muito especial até para uma meia vampira, meia humana.E eu tive a honra de ser seu pai. Sentirei muitas saudades, eu e todos os Volturi. Você fará muita falta”

- Eu te amo.

- Mi, preciso falar com você. – Alec disse, aparecendo no topo do telhado.

- Minha princesa, depois vá descansar. Amanhã será um longo dia. – Aro disse e me beijou no alto da testa. Eu assenti.

Alec se aproximou de mim.

- Mi, por favor, não vá. Não irei suportar viver sem você. – ele implorou.

Vi que seus olhos estavam tristes, e pretos, incrivelmente negros. Aquilo me sobressaltou como podiam estar escuros se ele havia acabado de beber sangue?

- Alec, seus olhos estão negros... – murmurei – você não “jantou”?

Ele me ignorou completamente.

- Mi, eu te amo. – Ele disse, e deu mais um passo para perto de mim.

Ele se aproximou lentamente de mim, eu fiquei paralisada. Podia ver o que ele pensava, mas não conseguia mover um só músculo. Alec puxou-me e colou nossos lábios, tremi. Eu fiquei completamente sem ação. Que diabos ele estava fazendo? O começo do beijo foi calmo. Assim que nossos lábios se tocaram começou a chuviscar. Pequenas gotas acariciavam meu rosto levemente. Aquilo me fez recobrar a consciência e o poder do meu corpo, que estava entorpecido.

Empurrei ele gentilmente, mas ele pareceu não perceber. Então disse:

- Alec, pare – disse entre suspiros, tentando recuperar o fôlego.

 


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