- Está bem. Qualquer coisa me chame – Edward disse depois de pensar por alguns segundos, mas na verdade estava vigiando a mente de Luke. “Estarei por perto” ele pensou e correu para a casa dos Cullens.

- Oi, Mi. Quanto tempo – Luke disse abrindo novamente aquele sorriso irresistível, e se aproximando de mim em menos de um segundo.

De repente pude ver pela sua mente o nosso beijo há oito anos. Quando eu tinha exatamente seis anos de idade - aparentemente eu tinha por volta duns 13 ou 14 anos. Com a lembrança vinda em sua mente, ele aumentou ainda mais o seu sorriso e me puxou para um forte abraço com segundas intenções.

- Verdade, faz oito anos – falei refletindo e tentando me esgueirar do seu abraço – Falando nisso, o que você fez para virar um vampiro?

Ele segurou meu rosto – seus dedos apertavam tanto que chegavam a me incomodar – e, eu vi a decisão se formar abruptamente em seus pensamentos e em seus olhos.

- Não ouse... – comecei a objetar, mas era tarde demais.

Seus lábios esmagaram os meus, impedindo meu protesto. Ele me beijou com raiva, de maneira rude, totalmente diferente de oito anos atrás. Sua mão apertou minha nuca, impedindo a minha fuga. Sua boca continuava macia apesar da raiva, seus lábios moldaram-se aos meus novamente. Meu cérebro desconectou-se de meu corpo por um segundo e eu estava correspondendo o seu beijo.

Meus dedos agarraram seus cabelos, porém eu o puxava para mais perto.

A pequena parte de meu cérebro que manteve sanidade gritou “PARE!” E como se Luke estivesse escutado – o que eu não duvido nada que tenha acontecido -, ele se afastou.

- Você continua a mesma – ele disse com um sorriso torto no canto dos lábios – Tenta resistir, mas no final não aguenta.

- Olhe Luke se você veio aqui apenas para me agarrar, é melhor você ir embora, porque eu... – eu comecei a falar, irritada com a sua voz com ar de superioridade.

- Desculpa. De verdade. – ele disse me interrompendo e abaixando sua cabeça, como se estivesse mesmo arrependido – Vou tentar me controlar, mas é que não consigo resistir a essa sua boca... maravilhosa.

A sua voz, a sua expressão era a mesma de quando eu havia o conhecido. Uma expressão de um garoto ingênuo e tímido. Uma coisa que eu percebi que não era real. Mas mesmo assim não consegui ficar brava com ele.

- Mi depois daquele nosso beijo nunca mais consegui me esquecer de você. Assim que fiz 18 anos voltei ao castelo disposto a te pedir em namoro. Porém, você não estava lá. – ele visualizou a cena em sua mente – Mas mesmo assim eu insisti. 

“O garoto que estava lá se enfureceu comigo, e quando eu falei o seu nome, ele ficou completamente confuso. Levou-me para um lugar escuro onde tinha mais três pessoas. Notei no mesmo instante a semelhança entre eles: a palidez, e os olhos vermelhos. Mesmo com o meu subconsciente gritando que eu estava correndo perigo, eu ignorei. Estava feliz com a possibilidade de te ver novamente.”

Ele sorriu, entretido com a própria avaliação.

- Quando falei novamente o seu nome, o líder se levantou e me perguntou “Aonde você ouviu falar de Michelle, meu jovem?” eu inventei uma história qualquer, mas ele não pareceu acreditar em mim, e me tocou. Então de repente algo afiado cortou minha garganta.

“Depois um fogo começou a arder através de mim, e eu fiquei horrorizado. Implorei que ele não me matasse, porque eu a amava muito. Aro, o líder deles, se sentou ao meu lado e me disse o que ele era e o que eu estava me tornando. No inicio não acreditei nele. Lembro-me de ouvi-los discutindo sobre mim.”

‘“Em que você está pensando, Aro? ’, disse Caius. “Porque o transformar? Ele poderá gerar um grande problema para nós. ”’

Luke imitou com perfeição o tom irritado de Caius.

- Caius se referiu a mim, como se houvesse algo de errado comigo. 

‘“Ele realmente conheceu a Aya. Minha filha, o salvou. Deve ter gostado dele, e por isso não quero matar um amigo dela, ’ disse Aro em voz baixa. ‘Não matarei um amigo de Aya, não matarei”’.

‘“Talvez ele sirva para algo’, interrompeu Marcus sem emoção nenhuma na voz ‘Caso ele tenha algum talento poderá entrar em nossa guarda.”’

“Eu não percebi direito que estava quase acabando – que eu estava ficando mais forte e que eu conseguia me concentrar no que eles diziam. A dor cessava a partir da ponta dos meus dedos.

‘“O que vamos fazer com ele? ’, perguntou Caius, enojado.

“Aro suspirou. ‘Cabe a ele decidir, é claro. Caso ele possua algum talento poderá participar da nossa guarda. ’

“Então a partir daí eu acreditei no que ele me disse, o suficiente para ficar feliz. Sabia que minha vida tinha apenas começado e que eu teria você para mim.”

“A dor, enfim, cessou e eles me explicaram novamente o que eu era. Dessa vez eu acreditei. Sentia sede e minha pele doía.”

Ele me fitou com os olhos insondáveis.

- Desculpe – disse eu numa voz pesarosa - Tudo isso ocorreu por minha culpa. A sua vida foi interrompida por minha causa. Se eu-

Ele me interrompeu de repente, e sacudiu a cabeça.

– Mi, não foi culpa sua. Você não saia da minha mente por isso decidi te procurar novamente.

– Por quê? Você não podia simplesmente cumprir com a sua promessa, Luke? Eu te avisei sobre o perigo, por isso pedi para que você nunca mais me procurasse.

- Desde que te vi, me apaixonei por você, Mi. Foi amor a primeira vista. – ele disse pegando minha mão delicadamente – Vim aqui para lhe fazer um pedido, Aya Michelle Volturi, aceita casar comigo?

Eu o fitei, esperando que desse um sorriso e dissesse “Brincadeira!”.

- Tudo bem. Qual é a piada?

Ele suspirou.

- Está ferindo meus sentimentos, Mi. Acabo de lhe pedir em casamento e você acha que estou de brincadeira.

- Luke, por favor, fala sério.

- Estou falando completamente sério – ele me fitou sem humor algum no rosto.

- Ah, sem essa – eu disse com uma pontada de histeria na voz – Nós nem nos conhecemos direito. E, aliás, só tenho 15 anos.

- Bom, e eu tenho 23 anos. E sobre nos conhecermos, temos uma vida inteira para isso.

Dessa vez foi a minha vez de suspirar.

Teria que ser sincera com ele, não estava a fim de casar nem com ele nem com ninguém.

- Tá legal, você acha mesmo que eu vou me casar com você? Luke, eu não te amo. Não sinto nada por você. Apenas quero sua amizade nada mais, entenda isso.

Pude notar uma pontada de angústia passando rapidamente em seu rosto. Mas isso não bastou para desanimá-lo.

- Está bem, está bem. Mas saiba de uma coisa: não se livrará de mim tão fácil assim. – ele disse abrindo o sorriso encantador – Estarei sempre ao seu lado te lembrando que EU TE AMO.

Eu não sabia mais o que dizer a ele.

Ele ficou pensativo por um momento, mas então ele sorriu para mim triunfante.

- Aro me convidou para participar da guarda, ele ficou maravilhado com o meu poder, que segundo ele era “um talento incrível” – ele disse, exagerando um pouco sobre a parte do talento incrível – Fui enviado para várias missões. Sabe qual é o meu poder?

Eu apenas neguei com a cabeça.

- Eu posso ficar invisível – ele disse sorrindo – e também posso me transformar em quem eu quiser. Pelo que soube você pode ver o passado das pessoas.

Eu acenei concordando.

- Acho que você não sabe, mas eu adquiri um novo poder. Eu posso ler mentes.

Seus olhos se estreitaram um pouco, mas logo ele relaxou e abriu um sorriso.

- Fico feliz. Assim você deve saber que eu só falei a verdade.

- Não Luke, você não falou somente a verdade, você mentiu.

Ele franziu um cenho, e lembrou-se de tudo aquilo que ele havia falado, então ele abriu um sorriso zombeteiro.

- Bom Aro disse que meu talento era adorável, é quase a mesma coisa que ‘incrível’.

Eu sorri concordando com ele.

- Acho que está na hora de ir, você ainda é parte humana e precisa descansar. – ele hesitou e pensou em me dar um beijo, mas decidiu dar um beijo no alto da minha testa – Boa noite, e tenho bons sonhos, minha princesa.

- Até mais Luke.