Ela fez uma trança com seu cabelo castanho, penteando os nós com os dedos pálidos e torcendo os lábios a cada pontada de dor que sentia. Os olhos focaram-se na figura sonolenta ao seu lado, os belos cílios negros adornando as pálpebras fechadas.

A boca era fina e rosada, a pele branca como uma folha de caderno.

Ele era delicado.

Parecia tão vulnerável preso no mundo dos sonhos.

Ela sabia que se acordasse toda a magia desaparecia, e caso os orbes escuros dele flagrarem-na o encarando o resultado não seria nada agradável.

Como era mesmo seu nome? O observava tanto que se perdia nas próprias palavras.

Sugar. Era o que lembrava. Ela nunca prestou atenção chamada.

Ele era belo. Ela queria que ele nunca acordasse.

Era como se fosse a Bela Adormecida, vulgarmente falando, que quando acordada virava Hades.

Ela continuava gostando de sua figura, porém, da face pacífica e do nariz esculpido.

Das orelhas pequenas.

Das mãos esguias.

Já se imaginara tomando aqueles beiços, tocando aquela pele, abrindo seu sorriso, acariciando aquele cabelo enegrecido.

Ela desviou os olhos, e quando os voltou, ele a fitava.

Ela engoliu em seco, e sorriu sem graça.

Saiu da sala.

Ela desejava ser corajosa o suficiente para um dia lhe dirigir a palavra.