As Crônicas de Gelo e Ferro escrita por Miss Greyjoy


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Depois de um longo ano...estamos de volta! Enjoy it!



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— Bom dia.

Os lábios de Theon plantaram um casto beijo na testa da jovem, que abriu os olhos vagarosamente. Quando os mesmos se focalizaram, encontraram um rapaz de cabelos desgrenhados e sorriso zombeteiro a encarando,  sentado na cama com uma rosa nas mãos.

— Bom dia. Posso esperar receber flores todos os dias depois que casarmos? – Ela riu se levantando e ele fez o mesmo.

— Se você for uma boa esposa...eu trarei os melhores buquês de Jardim de Cima só para agradá-la, minha senhora.

— E o que uma boa esposa faz? – Os olhos verdes eram pura malícia; Theon gostava daquilo.

— Faz seu marido feliz.

— E como eu posso te fazer feliz?

— Acho que você já sabe a resposta.

Suas bocas se atraíram e mais uma troca de beijos começou. As mãos do kraken dançavam timidamente sobre os quadris de Mereena, entrando na camisa de dormir da garota, que gemeu com a descoberta da nova sensação. Apesar de ser errado, aquilo era tão bom que ela não conseguia afastá-lo. Sentiu os dedos ágeis capturarem a ponta de um seio, mas não reagiu; aquele com certeza era um de seus pontos fracos.

Como resposta, mordeu o canto dos lábios do rapaz e correu as mãos involuntariamente até seu baixo ventre, dando uma leve apertada naquela região. Num impulso, Theon gemeu  e isso interrompeu os beijos. Ela o fitou confusa: teria feito algo de errado?

— O que houve? Te machuquei? – Greyjoy não pôde evitar de rir.

— Olhe, quando eu gemo...é sinal de que você fez algo muito bom pra mim. Então...

— Isso quer dizer que eu posso fazer de novo? – Numa pequena mas intensa troca de olhares, fogo se fez presente nos dois pares de  íris – Ótimo. Quem sabe outra hora. Agora saia do meu quarto que eu preciso me trocar. Nos vemos mais tarde.

— Vai me colocar para fora assim?

— Vou. E vá de uma vez antes que cruze com Robb no corredor – Contrariado, o protegido de Ned preguiçosamente se levantou e caminhou até a porta, não sem antes puxar a donzela para um beijo demorado.

— Eu amo você. Nos encontramos mais tarde?

— Eu também te amo. Vou ficar esperando.

A expectativa pela caída da noite acompanhou Theon durante o dia que se seguiu. Mereena, depois de ter feito suas tarefas, foi treinar sua mira no pátio com as irmãs a acompanhando. Arya corria de um lado para o outro com um arco de madeira não muito maior que um cachorro, sentindo-se como a mais velha das Stark. Sansa se entretia com seus bordados e vez ou outra lançava olhares para as garotas. “Selvagens”, era o que pensava.

Cansada, Meri sentou-se ao lado da ruiva e pôs-se a trançar os cabelos displicentemente.

— Você parece um guerreiro – A lady disse, torcendo o nariz.

— Ótimo. Prefiro ser guerreira a uma princesa, algo que nunca vou ser.

— Que bom que sabe disso. Papai me disse que deu minha mão à Joffrey – Sansa sussurou, sorridente – Não é incrível? Você não consegue me ver em Porto Real dançando e rodopiando e encantando e...oh, essa é minha vida! – A garota falava com tanta paixão sobre seu futuro que a loba mais velha se permitiu sorrir também. Se estava feliz, era o que importava. Mas não estava muito confiante com aquele Baratheon...

— Vai ser incrível, irmã.

Puseram a fofocar sobre alguns dos comensais do rei até que a Septã veio chamá-las para o jantar. Arya correu para dentro da cocheira, marota. As outras duas seguiram a senhora até passarem pelo quarto de Bran.

— Septã...avise meu pai que ficarei aqui esta noite. Minha mãe está exausta, e eu quase não vi meu irmão depois que tudo aconteceu.

— Lorde Stark não vai gostar disso, senhora.

— Eu insisto – Mereena disse convicta, abrindo a pesada porta – Diga a ele que se tiver algum problema, venha e conversaremos pessoalmente.

— Quanta petulância, Lady Mereena! Eu vou...- A ruiva pousou uma das mãos sobre os ombros da ama, já começando a ficar vermelha de raiva.

— Septã, por favor! Conhece esse animal já fazem mais de catorze anos e ainda não aprendestes sobre sua teimosia? Deixe-a aí. Será melhor para todos nós – Ressentida, Mordane se virou e começou a caminhar novamente.

— Obrigada – A mais velha sibilou, recebendo um aceno de cabeça da irmã. Para algumas coisas, Sansa era muito útil.

Bran estava com os olhos fechados, mas a feição era de quem possuía os mais belos sonhos. Mereena se sentou ao seu lado e o admirou por alguns instantes. Como seria seu futuro? Conseguiria alguma moça se apaixonar por alguém coxo como ele? Ela mesma traria barreiras no seu coração se fosse esse o caso. Agradeceu mentalmente aos deuses por Theon estar inteiro, e pediu para que continuasse assim. Rezou também para que o irmão acordasse logo, para que pudessem continuar com sua rotina de contar e inventar histórias sobre heróis e princesas. Pediu com todo o coração para que Bran se mexesse, que pelo menos abrisse um olho – só um! – mas nada parecia adiantar. Lágrimas escorreram de seus olhos, salgando seus lábios e pousando suavemente em seu decote. Algumas, mais ousadas, caíram na mão do menino, sem despertar qualquer tipo de reação. Delicadamente a loba mais velha tocou o rostinho adormecido, e quando as peles se encontraram, algo estranho aconteceu.

A sensação era a de que Mereena havia sido puxada pelo umbigo por alguém muito, muito forte. Sua cabeça rodou e seu corpo tremeu; a visão ficou turva e de repente ela estava no chão. Mas não no do quarto do irmão: aquilo era neve. Como o outro sonho. Só que suas pernas já não estavam mais congeladas, pelo contrário: pareciam estar muito bem adaptadas ao clima. Olhou para baixo e quase gritou quando viu o que havia acontecido.

Suas pernas já não eram pernas...ela tinha patas. Patas de lobo. A sua frente, um grande pássaro negro a observava com três olhos. Ela já havia ouvido falar naquele ser!  Ele estava presente nas histórias da Velha Ama. Bran adorava as histórias dela.

— Está na hora, filha do Norte – O corvo de repente falou como num sussurro. Ela tentou responder, mas de sua boca, apenas um uivo foi ouvido. Um uivo agonizante, que teria assustado Mereena em outras situações – Não tente falar. Apenas me escute. Seu irmão ficará bem, e você...lembre-se da profecia. Ela virá no momento certo. Agora acorde.

Acorde, Mereena.

— Mereena?

A Stark mais velha abriu os olhos e se deparou com uma cena que jamais esqueceria.

Os espertos olhos de Bran a encarando.


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Notas finais do capítulo

Está curto, mas...se preparem para o melhor! ;)



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