As Aventuras de Merlin - Final alternativo escrita por Fatima Vargas


Capítulo 9
Cap. 9 – O Banquete




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A semana seguinte se passou em torno dos preparativos para a recepção aos reis amigos de Camelot. Faltando um dia para a chegada deles, o castelo estava um brinco, a sala do banquete ricamente ornamentada, os quartos dos hóspedes arrumados e a comida já estava sendo preparada.

Arthur, por mais de uma vez, teve que brigar com Merlin, que teimava em fazer seus antigos afazeres, o que fazia Gwen se divertir muito. Logo foi mandado um novo servo para o Rei e Merlin teve de passar a se dedicar mais aos treinamentos com os cavaleiros e as reuniões do Conselho.

No dia da recepção o castelo fervilhava desde cedo. Merlin terminava de se arrumar em seu quartinho, nos aposentos de Gaius, quando Beriand, novo servo de Arthur, chegou dizendo que o Rei queria vê-lo, o mais rápido possível.

– Diga ao Rei que já estou a caminho – falou ajeitando sua espada e colocando a capa (“Acho que nunca vou me acostumar com essa coisa – pensou”).

– Arthur deve estar ansioso para a reunião de hoje – disse Gaius – já está de pé há essa hora.

– Ansioso ele deve estar, mas ele se acostumou a acordar cedo em Avalon, para meditar.

– Meditar? Isso é algo que eu nunca imaginei Arthur fazendo – riu Gaius.

– É importante para a manutenção da saúde dele. Aimos insistiu muito nisso.

– Deve ter sido bem convincente. Mas anda logo, para de enrolar que o Rei te espera – falou Gaius ajudando Merlin a abotoar o fecho da capa.

– Já estou indo. Até mais.

Merlin foi rápido para os aposentos de Arthur sabendo que, provavelmente, levaria outra bronca por não ter se mudado para a ala dos cavaleiros, que agora era seu lugar. Mas Merlin não se sentia confortável com a ideia de, estando em Camelot, deixar Gaius sozinho, e estava tão acostumado com seu quartinho, que não interessava a ele sair de lá. Chegando ele bateu e entrou.

– Bom dia Arthur, Gwen – falou cumprimentando os Reis que estavam tomando seu café.

– Bom dia Merlin – falou Gwen.

– Quantas vezes eu já te disse que precisa passar para o castelo, junto com os outros cavaleiros.

– Muitas, e eu continuo dizendo que não vou deixar Gaius sozinho.

– Você é a pessoa mais teimosa e irritante que eu já conheci.

– Me desculpe majestade, mas esse título é seu.

– Parem vocês dois – falou Gwen, quase sem fôlego de tanto rir – Temos coisas mais importantes a discutir do que onde Merlin dorme – falou olhando para Arthur.

– Esta bem, mais ainda vamos discutir isso. Merlin, recebi um comunicado de Avalon. Aimos e Eoin aceitaram o convite e estão vindo para o banquete – falou Arthur com um sorriso.

– Então foi essa a mensagem que você mandou por Aithusa – disse Merlin.

– Hoje vou anunciar aos meus aliados que vou permitir a magia em Camelot novamente, e colocar os termos em que poderá ser usada. Escrevi pedindo a Aimos que viesse, afinal Avalon também é nossa aliada, para que juntos pudéssemos por fim a todos esses anos de perseguição e mortes. Eu gostaria que você estivesse ao meu lado, tanto quando formos receber as delegações, quanto no banquete. Preciso que você preste atenção e veja se consegue perceber alguma hostilidade entre os presentes, antes e depois do meu anúncio.

– Pode deixar, estarei atendo. Se você permitir, gostaria de preparar a sala do banquete para repelir qualquer tipo de violência. Como ela já está arrumada, preciso que ela fique fechada, sem ninguém lá dentro além de mim, e não posso ser perturbado durante uma ou duas horas. Que horas eles começarão a chegar.

– Estão sendo esperados após o almoço.

– Ótimo, então tenho a manhã toda para preparar a sala. Peço que me libere dos meus afazeres durante esse empo.

– Tudo bem Merlin. Só espero que se reúna a nós, na sala de refeições dos cavaleiros, para o almoço.

– Estarei lá, pode deixar. Vou pegar umas coisas que preciso em meu quarto, e vou para o salão. Preciso que esteja vazio quando eu voltar, daqui a mais ou menos uma hora.

– Pode ficar tranquilo, vai estar.

– Com sua licença Arthur, Gwen.

– Tem toda Merlin – falou Gwen. Arthur apenas balançou a cabeça.

Merlin foi para seu quarto feliz por ter aprendido técnicas de defesa mais avançadas em Avalon. Se tudo corresse como esperado, ninguém sequer saberia o que havia sido feito naquela sala.

Quando chegou a hora do almoço, Merlin foi se juntar a Arthur e aos Cavaleiros. Chegando lá cumprimentou a todos e fez um sinal para Arthur, comunicando que tudo estava preparado. Durante o almoço conversaram sobre o encontro e o que esperavam dele.

– Acho que isso servirá de aviso a quem pretendia nos atacar, de que os cinco reinos estão unidos e que o Rei de Camelot está de volta e conta com o apoio deles – falou Sir Leon.

– Isso e as tropas conjuntas espalhadas pelas fronteiras dos cinco reinos – disse Gwaine.

– Mesmo assim devemos estar atentos. Hoje receberemos mais dois convidados – todos os cavaleiros olharan para Arthur – Convidei o Alto Sacerdote Aimos de Avalon e Eoin, que se tornou um bom amigo durante nossa estadia por lá. Vou aproveitar que os representantes de todos os reinos aliados estão aqui, para comunicar minha decisão de permitir a magia em Camelot, e os termos para seu uso.

– Você acha que pode haver alguma resistência a isso? - perguntou Percival.

– Acho que não. Em alguns desses reinos a magia pode não ser usada livremente, mas seus adeptos não são perseguidos – disse Arthur – Mas sempre é bom estarmos prevenidos.

– Merlin, onde você esteve pela manhã? Não estava arrumando o quarto de Arthur novamente, estava? - perguntou Gwaine rindo, no que foi acompanhado por todos à mesa.

– Não, mas estava fazendo um trabalho para ele, e aproveitei para colher umas ervas para Gaius – falou Merlin rindo tembém.

– Você não muda mesmo, não é? Agora é conselheiro e cavaleiro de Cametot, mas ainda arruma tempo para ajudar Gaius – falou Sir Leon.

– Eu sempre que puder vou ajudar Gaius. Sem ele, não sei o que teria sido de mim quando cheguei a Camelot. Além disso, enquanto estava em Avalon, fiz um treinamento intensivo sobre ervas e vários tipos de cura. Estou aproveitando para passar esses conhecimentos para ele – os cavaleiros aprovaram acenando com a cabeça – Por falar nisso, Arthur, precisamos arrumar um auxiliar para Gaius. Ele já não tem mais idade de cuidar de toda Camelot sozinho, e eu nem sempre estarei disponível.

– Já tinha pensado nisso. Enquanto você estudava as ervas em Avalon, comentei com Eoin sobre Gaius, de como ele gostaria de conhecer Avalon e também que precisava de alguém para trabalhar com ele. Eoin me falou que existiam muitos alunos das artes de cura em Avalon que, apesar de terem magia, não viriam a ser sacerdotes e ficou de falar com Aimos sobre nos mandar um desses alunos, ao término do curso. Seria uma boa troca de experiência para os dois.

– Seria ótimo. Gaius, apesar da idade, adora aprender coisas novas e é um ótimo professor. Vai ser muito bom para ele.

– Bem, agora que terminarmos o almoço, é melhor nos prepararmos para recebermos nossos convidados – disse Arthur.

– A segurança já está toda montada, desde as fronteiras dos cinco reinos, como disse Gwaine, até o castelo. Nossos mensageiros informaram que está tudo calmo – falou Sir Leon – As delegações começarão a chegar em pouco tempo.

– Ótimo. A tarde será movimentada. Vamos meus amigos, é bom nos apressarmos – falou Arthur.

Com isso, todos se levantaram e foram se preparar para receber os convidados.

A tarde e o início da noite se passou com os Reis e os Cavaleiros recebendo os convidados. Todos estavam muito contentes com o retorno de Arthur. Annis, rainha de Carleon, brincou com Merlin, dizendo que tinha sido uma grande evolução passar de bobo a Cavaleiro. Merlin, de bom humor, concordou com a rainha e agradeceu. A princesa Mithian e o Rei Rodor também cumprimentaram Merlin, com a princesa dizendo que ele sempre tinha sido mais que um servo para Arthur.

Quando Aimos, Eoin e um jovem médico chegaram de Avalon, todas as atenções se voltaram para eles. Essa era uma novidade, um grupo de sacerdotes da Antiga Religião, sendo recebidos em Camelot. Arthur e Merlin foram recebê-los e abraçaram Aimos e Eoin e foram apresentados ao jovem Deryl. Como foram os últimos a chegar, foi anunciado o início do banquete para uma hora mais tarde.

Apesar da surpresa, todos os representantes aliados trataram muito bem, os convidados de Avalon. Merlin, apesar de parecer estar aproveitando o banquete, prestava atenção em tudo, mantendo-se sempre vigilante. Gaius foi apresentado ao jovem médico e informado que ele tinha sido convidado para trabalhar junto com ele em Camelot. Depois da surpresa inicial, juntou-se ao jovem na mesa e conversaram, longamente, sobre as novidades na arte da cura e mostrou-se ansioso para começar a trocar experiências com Deryl. Quase no final do jantar, Arthur se levantou para se dirigir aos seus convidados.

– Caros amigos e amigas de Camelot. Hoje é um dia muito especial para mim. Depois de um mês posso me juntar a vocês para comemorarmos a paz em nossa terra. Uma paz duramente conquistada, mas que espero que dure por muito tempo. Tenho que dizer que estou aqui, nesse momento, graças a um grande amigo, que sempre esteve ao meu lado e que com muito esforço, após eu ter sido mortalmente ferido em Camlan, conseguiu me levar a tempo até Avalon, onde fui acolhido e tratado pelos Altos Sacerdotes da ilha. Graças a Merlin, Aimos e os demais sacerdotes, posso estar aqui hoje. Durante o tempo que passei na ilha, aprendi muita coisa e é por isso que os representantes de Avalon estão aqui, também como aliados que prometo honrar e proteger. Quero também informar que, a partir de hoje, está liberada a prática da magia em Camelot – um forte murmúrio percorreu o salão – Entendi que, durante muitos anos, fui levado a crer que toda magia era má, pelas crenças erradas de meu pai. Existe magia negra, sim, e esta continuará a ser combatida, mas aqueles que usam sua magia para o bem, para a cura, para ajudar os outros, estão liberados para usá-la sem medo. Graças à magia estou aqui hoje. E os sacerdotes de Avalon não me pediram nada em troca. Eu ofereci proteção a Avalon em caso de necessidade, e eles aceitaram. Proponho um brinde aos novos amigos e a todos os representantes dos cinco reinos. À amizade!

– À amizade! - responderam todos.

Merlin permaneceu atento durante todo o discurso de Arthur, mas não sentiu nenhuma hostilidade de nenhuma das partes, apenas curiosidade e … alívio. Isso fez o jovem mago relaxar um pouco e realmente aproveitar o banquete.


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