I am incomplete escrita por Lolita Moe


Capítulo 24
Capítulo 23 - Incógnita




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O último corpo que havia sobrado de Ultron se arrastava pela floresta não muito longe de Sokovia, que estava sendo destruída por Thor e Tony Stark. Ele não esperava que aquele que deveria ser seu novo corpo fosse enganado pelos vingadores e agora era controlado por eles, aquilo era irritante.

Com certa dificuldade, conseguiu ficar de pé, encarando ao redor. Deveria achar um lugar seguro, se consertar, refazer seu exército, porém agora esta tarefa seria lenta demais por estar desconectado da internet. Irritante demais esta situação.

Para piorar, Visão surge, ficando a sua frente:

—Você está com medo. –ele constata ao encará-lo:

—De você?

—Da morte. Você é o último.

—Era para você ser o último. Stark pediu por um salvador, e ganhou um escravo.

—Pelo jeito nós dois somos decepções. –esta resposta arranca uma risada de Ultron, que olha para o lado, notando algo estranho, fazendo-o se arrastar para mais perto –Você sabe que não posso deixar que fuja.

—Não estou fugindo. –Ultron aponta para um dos pinheiros –Olhe.

Os dois encaram a árvore, seu tronco estava vermelho, e ao se aproximarem e olharem para cima, veem algo horrível:

—Como... –Visão recuou ao ver Elise empalada, o tronco atravessava suas costas e estômago, sua boca gorgolando de sangue, sufocando:

—Tire-a de lá, ela vai morrer se sufocar! –Ultron o encara, que assente e voa até ela, quebrando a ponta do pinheiro e tirando-a com cuidado, retornando ao chão devagar, colocando-a no chão.

Ultron a vira de lado, fazendo-a tossir o sangue que estava a sufocá-la. Ela encara os dois e perde a consciência em seguida:

—Ela... –Visão encara o sangue evaporando de suas mãos:

—Está viva ainda, mas por muito pouco. Se não fechar esse ferimento, pode ser que mesmo tendo todo o fator de cura, ele comece a falhar por estar tão sobrecarregado.

—Vou chamar o Stark...

—Não! –Ultron se levanta e o encara –Se ele souber que ainda estou vivo, vai me destruir!

—Eu estava certo, você está com medo da morte.

—Deixe para lá essas baboseiras! Eu sou o único que sabe como estabilizá-la, Stark teria que fazer um monte de pesquisas antes, eu já tenho todos os dados coletados!

—Por que se importa com ela? Ela está desse jeito por sua culpa também.

—Porque como vocês acabaram com meu plano de destruir tudo, uma das poucas chances de vencer a Umbrella é ela.

—“Umbrella”?

—Os responsáveis por ela ser o que é. –ele tenta pegá-la, porém em vão –Eu vou me arrepender disso mas, por favor, me ajude a levá-la a um lugar seguro.

Os dois se encaram por um momento, Visão estava visivelmente ponderando se realmente deveria ajudar, porém no final suspira e vai até Elise, pegando com cuidado seu corpo:

—Sabe de algum lugar para irmos?

—Obviamente que não, você me desconectou, se lembra? –Ultron fala com raiva:

—Certo, acho que sei um local para levá-la. –Visão se vira, liderando o caminho.

—-----

No momento que Elise abre os olhos, os fecha, a claridade doía:

—Se estou com dor... Então não morri... –ela murmura, ouvindo passos metálicos –Tony?

—Tente de novo. –a voz robótica a faz virar a cabeça e abrir os olhos de forma arregalada:

—U-Ultron?! –ela tenta levantar e recuar, porém uma dor aguda na região do estômago a faz grunhir de dor e encarar o local, vendo que estava enfaixado:

—Você teve sorte, se eu tivesse demorado um pouco mais, estaria morta. –ele chega mais perto dela, que nota que segurava uma seringa:

—V-você não vai... –ela é interrompida por ele agarrando-a e inserindo a seringa, injetando o conteúdo em seu sistema. Antes que ela pudesse fazer algo, ele retira a seringa e ri:

—Não se preocupe, isso é para lhe ajudar a se curar. Apesar de que não seja tão efetivo dado que estou com instrumentos precários aqui.

—P-por que está me ajudando? –ela ofega, sentindo dor enquanto o que quer que havia na seringa fazia efeito:

—Porque você é minha única chance de acabar com a ameaça da Umbrella.

—Desculpe, mas eu não sou uma salvadora, muito pelo contrário, meu irmão facilmente me vence.

—Sim, enquanto você é apenas esta criatura incompleta, não tem chance nenhuma contra seu irmão. –ele começa a caminhar, fazendo gestos enquanto fala, adicionando um pouco de drama –Porém se ficar completa, irá superá-lo.

—E-está louco? Não tem como me deixar completa, um experimento falho sempre será falho.

—Aí que se engana. –Ultron ri –Quando eu ainda estava conectado, consegui fazer diversas simulações acerca de seu DNA e seu projeto. Basta apenas termos os “ingredientes” certos que você será quase tão perfeita quanto seu irmão.

—Isso não pode ser verdade...

—É verdade. –ele fica cara a cara com ela –E eu vou completá-la para acabarmos com a ameaça deste mundo.

—----

—Onde você estava? –Elise pergunta ao ver Ultron chegando, uma seringa em mãos:

—Vendo seu enterro. –ele olha para algo que estava deitado ao lado dela –Que bola de pelos é essa?

—Meu bichinho de estimação. –ela faz carinho na cabeça do Birdie, que faz um som feliz:

—E como ele chegou aqui?

—Faço a menor ideia. –ela sorri:

—Você é estranha as vezes. –ele pega o braço dela e injeta o conteúdo da seringa –Me diga, não quer mostrar pros seus amiguinhos que está viva? Achei que ia fugir de meus cuidados.

—É melhor que achem que estou morta. –ela fica com o semblante triste –Tipo, olha o estado que tô, isso não vai se curar, essas suas seringas só estão adiando o inevitável. –ela levanta um pouco a blusa, mostrando as bandagens encharcadas de sangue –Eu não vou me curar.

—Tão pessimista... –ele finge um suspiro –Eu já lhe disse, vou lhe curar, vou fazê-la ficar completa.

—Agradeço a “preocupação”, mas sabemos muito bem que você não vai conseguir. –ela o encara –Para me completar, você teria que invadir a Umbrella, que no momento, não temos a menor ideia de onde esteja, além do fato de ter que passar pela segurança deles e o Hector. Seria mais fáacil se você ainda tivesse um exército de robôs, mas meio que destruímos todos menos esse que você usa.

—Está bem falante hoje. –ele chega mais perto dela –Não se preocupe, eu tenho um plano.

—Como aquele do meteoro?

—Um menos violento.

—Boa sorte, apesar de eu não levar fé nenhuma. –ela ri:

—Veremos isso minha cara Elise, veremos... –e ele sai do quarto.

—---

Snake Eyes e Deadpool encaravam incrédulos Elise, sentada na cama com Birdie ao lado, dormindo e alheio a tudo:

—Não me diga que o seu grande plano era trazer eles... –ela encara Ultron, que ri:

—Na realidade não, meu plano era outro...

—Elise... Você realmente está viva... –Deadpool começa a caminhar em direção a ela –Você não morreu...

—É, eu sobrevivi, mas seria melhor que não tivesse... –ela ri sem emoção enquanto ele se aproximava mais –Wade, não se aproxime mais.

—Por quê?

—Por causa disso. –ela retira os cobertores de cima de si, mostrando que os mesmos estavam cheios de sangue, que cobria também a blusa dela. Birdie, que estava dormindo, acorda e desce da cama, ficando longe do sangue –Meus ferimentos não se fecharam, e duvido muito que vão. A mão que arranquei não se regenerou totalmente também –ela mostra a mão esquerda, que não tinha carne nenhuma, o que seria seus ossos era metal, com a ponta formando garras:

—C-como...

—O fator de cura dela foi além do limite. –Ultron fica ao lado de Deadpool, segurando seu ombro –E dado que ela também estava quase morrendo quando a resgatei, afetou todo o corpo.

—Ou seja, estou aos poucos morrendo porque não consigo me curar mais. –ela dá de ombros:

—Como pode falar isso assim, como se fosse algo sem importância? –Deadpool pergunta:

—Porque eu deveria estar morta. –o semblante dela o faz recuar um pouco –Falando nisso... –ela finalmente olha Snake Eyes, que continuava parado no mesmo lugar, encarando-a –Você... É você mesmo? Não... Se tornou um zumbi? –ela mexe em suas mãos, a voz falhando, mostrando apreensão:

Sim, sou eu mesmo.—ele responde, fazendo-a encará-lo, um sorriso em seus lábios:

—Que bom... –el balbucia, seus olhos se enchendo de lágrimas, que escorrem por seu rosto –Se você tivesse se tornado um zumbi, não conseguiria aguentar, eu… Eu só te dei meu sangue por uma escolha egoísta, não queria te ver morrer, mas também não queria te ver virando um zumbi...

Vendo ela se encolhendo enquanto chorava, Snake Eyes se aproxima dela, Ultron não tenta pará-lo, e ele fica na frente dela, que o encara e o abraça:

—Hei, por que ele pode abraçar e eu não? –Deadpool protesta:

—Porque ele já tem o vírus e não tem como virar zumbi. Se você for e se infectar, imagine o caos que daria? Você tem um fator de cura acelerada e mesmo que o vírus destrua suas células, sua cura vai ficar agindo, ou seja, você é um zumbi indestrutível. –Ultron explica, rindo:

—Deve ser mó daora isso. –isso faz o robô revirar os olhos:

Você não vai voltar? Falar pros outros que está viva?—Snake Eyes pergunta enquanto continuavam se abraçando:

—Não, é como eu disse, já deveria estar morta, Ultron só está protelando isso. –ela responde:

Por quê?

—Porque ela é a chave para destruirmos a Umbrella. –ele responde como se fosse simples:

Por isso ficou dizendo que você era a solução de tudo?

—Sim. Apenas eu sou capaz de achar a Umbrella sem acabar chamando um exército, e só eu sei como curá-la.

—Como?

—Teria que invadir a Umbrella pra isso. –ela suspira –Eles que tem os DNAs necessários e aquelas parafernálias de química.

—Porém isso não é possível enquanto estou com este corpo frágil e sem ter nenhuma conexão.

—E os únicos capazes disso são o Visão ou o Tony, e eu preferiria que o Tony não soubesse de mim...

Mas ele pode ajudar.

—Eu sei, é só um desejo egoísta meu de não querer fazê-los sofrer mais. –ela encara Snake –Mas acho que não temos outro jeito.

Antes que ele falasse algo, ela começa a tossir dolorosamente, o corpo todo tremendo.

—Atrasamos seu remédio. –Ultron volta para a sala de onde haviam saído, voltando segundos depois com uma seringa, pegando o braço dela e injetando o conteúdo.

Aos poucos as tosses diminuem, Snake Eyes a encarava, preocupado:

—Você sabe que não aguentará mais tanto tempo, e meus recursos pras injeções estão acabando. –Ultron fala:

—Eu sei... –ela ofega, dando as últimas tosses e encarando Snake Eyes –Você e o Wade... Podem trazer o Tony até aqui? Eu queria poder fazer isso, mas né...

—Claro, vamos arrastar um milionário pra esse cafofo! –Deadpool fala de longe, arrancando umas risadas dela:

—Obrigada. –ela olha os dois, sorrindo. Deadpool bufa:

—Droga, queria te abraçar. –ele resmunga:

—Eu também Wade. –ela ri:

—Diria para vocês irem logo, quanto antes eu voltar a ter conexão, mais rápido poderemos resolver todos nossos problemas. –Ultron quebra o momento:

—Tá mãe, estamos indo. –Deadpool zoa, chamando Snake Eyes e se virando:

Não vamos demorar.—Snake Eyes pega na mão de Elise, que concorda com a cabeça e ele vai até Deadpool:

—Ui, tá querendo dar uma de cavalheiro... Auch! –Deadpool recebe um tapa na cabeça de Snake Eyes, que continua caminhando.

Quando eles saem do local, Ultron finge um suspiro e encara Elise:

—Está preparada para encarar o Stark?

—Não. –ela o encara –Mas eu sei que você está super feliz que vai voltar a ter conexão.

—Mas é óbvio! Finalmente poderei ter meu exército de volta! Um corpo menos frágil que esta carcaça! Farei o que desejo!

—Não se esqueça do motivo que vamos reconectá-lo.

—Claro que não, iremos destruir a Umbrella e fazê-la completa. –ele aproxima o rosto metálico do dela –E tirarei minhas conclusões se você será uma grande ameaça.

—Você não mudou nada depois de falhar em seu plano cabeça de lata. –ela revira os olhos, vendo que o chão estava com uma trilha de pelos brancos e algo que parecia uma gosma –Mas o que? –ela começa a se levantar com esforço:

—O que pensa que está fazendo? –ele a segura antes dela cair no chão:

—Aquilo... Não são os pelos do Birdie? –ela aponta, ele pensa um pouco:

—Acho que seria mais prudente eu ir olhar...

—Eu quero ir também, o Birdie é minha responsabilidade.

—Você mal consegue ficar de pé.

—Então me carregue. –sabendo que ela não pararia mesmo se ele a amarrasse na cama, Ultron dá um suspiro e a pega no colo com cuidado, seguindo a trilha estranha.

Quando saem do cômodo e se encontram no corredor, o seguem até o final, e no final do mesmo, em um canto, estava Birdie, imóvel:

—Birdie? –Elise pergunta, Ultron a coloca no chão, ela estende a mão e toca na cabeça dele, que cai no chão e a faz arregalar os olhos.

A região da barriga dele estava com um grande rombo, como se algo tivesse saído de lá, rasgando-o de dentro para fora:

—O-o que... –ela não consegue formar uma frase, tentando entender o que estava vendo:

—Parece que algo saiu de dentro dele. –Ultron analisa –Sabe, tipo aquele filme Alien. Agora o caso é, o que estava dentro dele? E onde está.

—Acho que vamos descobrir em algum momento... –ela engole em seco, a tristeza caindo em seus ombros por perder um dos que mais se importava.


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Notas finais do capítulo

Mais longuinho dessa vez e yay, a protagonista não morreu de verdade!



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