Stark mexia furiosamente em seu tablet super fino, tentando chamar Jarvis enquanto encarávamos aquele robô parcialmente destruído. Por que o Jarvis não está respondendo?

—Perdão, eu adormeci. –o robô volta a falar e olha para os lados –Ou estava sonhando acordado. –ele nos encara, meu medo era crescente –Tinha um barulho terrível... E eu estava preso... Por... Cordões. –ele faz uma pose para ilustrar, aquilo estava indo de mal a pior –Tive que matar o outro cara. Era um cara legal.

—Você matou alguém? –Steve pergunta, totalmente sério:

—Não era minha primeira escolha. Mas no mundo real, temos que enfrentar escolhas cruéis.

—Quem o enviou? –olho o Thor, acho que seria melhor a gente correr do que ficar tentando dialogar...

—“Vejo uma armadura em volta do mundo.” –era a voz do Stark que saía do robô. Espera, não me diga que...

—Ultron. –Bruce me encara e o Stark, eu arregalo os olhos:

—Em carne e osso. Ou, não, ainda não. –Ultron nos encara e depois encara a si mesmo –Não essa crisálida. Mas estou pronto. –vejo movimentos sutis no canto do olho, todos estavam se preparando para destruir aquele robô –Estou numa missão.

—Que missão?

—Paz para nossa época. –e dois Legião de Ferro quebram a parede atrás dele, atacando todos.

Rhodes é jogado longe, quebrando um vidro e caindo no chão, Thor usa seu martelo para destruir um dos robôs, e mais surgem, atacando a todos. Eu e a doutora Helen Cho vamos para trás do piano, tentando deixar para que os vingadores cuidem desse apocalipse.

Thor acerta outro robô, ele fica pela metade, o robô ativa seus propulsores nas mãos e nos encara, ele iria atirar. Um arrepio passa por minha espinha, se ele atirasse, eu teria que usar meus tentáculos de escudo, estragando assim todo meu disfarce de garota normal. Ouço o robô aquecendo, ele ia atirar, não tenho escolha...

O robô para. O que? Por que ele parou? Olho o robô Ultron, ele olhava diretamente para mim e a Helen Cho, e aquilo era ainda mais amedrontador. Steve agarra o robô e joga para o Thor, que o destrói. Suspiro aliviada, não é hoje que eu estrago meu disfarce:

—Isso foi dramático. –Ultron fala, vendo todos os robôs destruídos –Desculpem-me. Sei que têm boas intenções. Só não pensaram direito. –ele andava de um lado a outro –Vocês querem proteger o mundo... Mas não querem que ele mude. Como a humanidade será salva se não for permitido que evolua? –ele pega um dos robôs no chão –Com isso? Essas marionetes. –ele quebra a cabeça do robô e o joga de volta ao chão –Só existe um caminho para paz. A extinção dos Vingadores.

Thor arremessa o martelo, quebrando Ultron. Antes de desligar, eu o ouço cantando uma canção que quase tenho certeza que já ouvi em algum momento quando era pequena... E aquilo era assustador.

Thor se vira para nós:

—Vou atrás do robô com o cetro. –e sem sequer nos deixar falar algo, ele sai da sala:

—Estão todos bem? –Steve nos encara, confirmo com a cabeça –Ótimo, então vamos ir para os laboratórios.

—----

Aquilo era um desastre. Tony mostrou que Ultron havia destruído completamente o Jarvis, por isso ele não respondia quando ele o chamou. Genial, a inteligência artificial que eu ajudei a criar “matou” o Jarvis e nos atacou, muito bom Elise!

Estava tão absorta em meus pensamentos que nem notei o rebuliço que deu com Thor agarrando Tony pelo pescoço e ele rindo como um maníaco. Quando dei por mim, cada um estava indo para um canto, raiva em seus semblantes:

—Elise? –olho para Bruce, ele me encarava preocupado:

—Me desculpe, eu estava aérea. –sorrio amarelo:

—Não quer ir para seu quarto? Quer que eu a acompanhe?

—Tanto faz. –dou de ombros, me levantando:

—Tem certeza que está tudo bem? Não se machucou?

—Sim, estou bem, é só que... –suspiro –É minha culpa também que agora temos um robô maluco homicida a solta com a droga do cetro que faz lavagem cerebral.

—Elise, ninguém imaginaria que Ultron nos atacaria, na verdade, nem estávamos levando fé que ele iria funcionar.

—Mas funcionou, e está querendo matar vocês. –olho para frente, vendo que chegávamos em meu quarto:

—Vamos dar um jeito, não se preocupe. –abro a porta de meu quarto e o olho:

—Se tiver alguma maneira de eu ajuda-los...

—Deixe com a gente, você veio para cá para tentar ser uma garota normal, não é?

—Mas...

—Nada de “mas”, os Vingadores darão conta dele, já salvamos o mundo uma vez, Ultron será fichinha. –ele sorri e vai embora, me deixando com a sensação que não será tão fácil assim.

—-----

As coisas iam de mal a pior. Os Vingadores estavam em constantes brigas, principalmente pelo fato de ter sido o Tony a criar o Ultron, e parecia que eles se esqueciam do fato que eu e Bruce o ajudamos.

Tony e Steve ficavam um alfinetando o outro, e aquilo já estava insuportável. Me levanto fazendo um barulhão e com cara de poucos amigos:

—Elise? –Tony me olha assustado:

—Cansei de ficar vendo vocês agirem como crianças, vou tomar um ar! –rosno pra eles, saindo em seguida, com o Birdie em meu ombro –“Nós vamos dar conta dele”, desse jeito vão ser derrotados! –imito a voz do Bruce, resmungando para o nada –Ninguém ali é capaz de ver que desse jeito não vão conseguir salvar as pessoas?

Entro no meu quarto e fecho a porta, suspirando e indo até minha cama, porém um arrepio sobe por minha espinha, eu estava sendo vigiada. Me viro para trás, não havia ninguém, será que estou alucinando?

—Sim, todos eles são um bando de idiotas, até você.—ouço uma voz atrás de mim, paraliso. Não, não pode ser, como ele me achou? –Não vai falar nada, maninha?

—Como que... –viro lentamente minha cabeça para ele:

—Ora, da mesma forma como nos encontramos da outra vez. Alguém acessou os seus arquivos, alguém dentro deste prédio. –meu irmão sorri, desfrutando de meu medo.