The Girl Who Saved Lives escrita por Mia


Capítulo 2
"Arkar go, Wolv" - 2º Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Dicionário Altarbleteano
Arkar = Até
Go = Logo
Wolv = Lobo
Já vão treinando seu Altarbleteano aí!



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2º Capítulo

Estava no meu quarto, vendo pela janela Jade e Rickon brincando de pega-pega. Bran ria, deitado na grama. Fiquei observando-o. Brandon tem a mesma idade que eu, seus pais morreram por uma causa, tem um irmão pequeno e criados fiéis. Estava quebrado, ele fisicamente. Já eu, psicologicamente. Ele era igual à mim, ele era um lobo, eu uma coruja. Criaturas da noite. Conjurei uma maçã e a comi. Não havia me alimentado ainda.
Depois de comer, fui para o escritório do meu tio. Bati em sua porta, ouvi um ‘entre’. Ele parecia mais cansado do que nunca.
– Talvez deva voltar outra hora... – Sugeri. Vendo sua cara cansada.
– Não, querida... Sente-se. – Ele esfregou os olhos e voltou sua atenção em mim. – Sabia que iria vir, Asminne. Como está ficando sua relação com o Stark? –
– O conheci hoje, tio. Ele parece um tanto desconfiado, por ter tantos benefícios com a aliança. Se eu fosse ele também ficaria, até a criada dele está desconfiada. – O homem de 30 anos mostrava um meio sorriso.
– Como está o Vallen? – Perguntei pelo meu primo, justamente para não tocar nesse assunto.
Vallen era meu primo, não tinha direito à coroa de Lorde das Terras Altas pelo seu pai ter renunciado e ter dado o trono para mim.
Torblet era apenas minha, mas Vallen e meu Tio Yron me ajudam e ajudavam meu pai.
– Ah, ele está bem... Mandou uma carta para mim, dizendo que falta poucos dias para chegar com as damas até as Terras altas.
– Obrigada Deuses. – Agradeci. – O Stark estava preocupado pelas irmãs. No momento em que falei que a negociamos, parecia mais agradecido que nunca.
– Asmin... – Lá vem coisa... Se me chamou pelo apelido quer algo. Suspirei. – Recebemos propostas de jovens de casas de Westeros. São muito influentes...
– Influentes? Mais influentes que nós? – Perguntei, já apertando minhas mãos próximo ao meu vestido.
– Como você sabe, sou seu guardião, enquanto não tiver marido. Mas, nesse meio tempo você não vai aguentar a pressão de governar um país inteiro, embora pequeno. – Era muito para mim. Levantei. –
– Sinto lhe informar, Yron... Mas ainda não estou disponível para casamentos. Não quero pretendentes ainda, até por que não sou obrigada a me casar com 15 anos... com licença, mais tarde conversamos. – Peguei a saia do vestido e fui para o jardim, fui para o canteiro de rosas.
Sentei na fonte, sentindo o cheiro de diversas flores ao meu redor. Encarava o céu azul, estava um clima ameno. Ouvi um barulho estranho vindo até mim.
Era ele.
Bran estava diferente. Sua pele estava limpa, brilhando praticamente. Seus cabelos estavam úmidos e num tom entre o castanho e o ruivo escuro, estavam um pouco mais curtos. Seus olhos num azul escuro e profundo. Ele já estava treinando na cadeira. Hodor, o criado dele deveria estar tirando uma baita folga.
Ele sorriu para mim quando percebeu minha cara de assustada.
– Acalme-se, Asminne. Sou feio, mas não tanto. – Brincou ele.
– Fique quieto! Pare de falar bobagem, Brandon. – Senti minhas bochechas ficarem quentes. – Mas então, o que veio fazer aqui no jardim?
– Estava meio entediado, estava jogado no quarto e decidi conhecer o castelo. – Explicou.

– Ah... – Sorri. – Tenho companhia, agora, então? –
– Claro... – Fiquei atrás dele, empurrando a cadeira de rodas. Começamos a conversar, rir e até contarmos de coisas que já passamos. Era bom ouvi-lo, ter alguém da minha idade e tão experiente no tal do sofrimento. Sentei do seu lado e fiquei observando o sol se pôr.
– Amei estar em sua companhia, Rainha. – Ele beijou minha mão.
– Não sou rainha ainda... – Abaixei a cabeça.
– Pra mim... e para Torblet inteira, você é a rainha. – Sorri com suas palavras. Ele estava corado. Passei minha mão de leve em seu rosto, delicadamente. Fazíamos aquilo como agradecimento, ou até como um carinho para um amigo.
Sabia que os nortenhos de Westeros não eram muito carinhosos, mas ele parecia ser gentil.
Ele sorriu com o gesto.
– Vamos antes que fique muito escuro. – Empurrei sua cadeira de rodas até a entrada do castelo. Tentei o colocar nos degraus, mas ele era muito pesado para mim, mesmo sendo magro. Ele tentou se sentar no chão.
– Tenta se segurar nas minhas costas. – Peguei ele e ele se agarrou nas minhas costas. Coloquei ele no chão e peguei a cadeira novamente e coloquei na frente dele. Peguei-o novamente, só que de frente para ser melhor de colocá-lo na cadeira. Nossos rostos estavam muito próximos, sentia seus braços segurando meus ombros. Nossas respirações descompassadas. Nossos rostos vermelhos de vergonha e esforço. Coloquei ele de volta para a cadeira. Chamei Hodor, para ajudar. Bran agradeceu, meio envergonhado.

– Nos vemos no jantar? – Ele perguntou se ajeitando na cadeira.
– Nos vemos no jantar. – Subi as escadas, indo em direção ao meu quarto. Tirei as sandálias e fui em direção ao banheiro. Preparei meu banho com água fria. Mergulhei minha cabeça. Abri meus olhos, eu podia ficar o tempo que quisesse ali, sem respirar, mas decidi tomar um banho rápido. Me lavei e coloquei um outro vestido, era todo preto, com detalhes brancos nas mangas e barras.
Fui para a sala de refeições, já ouvindo o barulho baixo do sino, era um aviso que o jantar já estava sendo posto à mesa. Desci junto com Jade, que estava suja de terra.
– Devia ter tomado banho, Jade! Scarlet vai me encher de reclamações. – Olhei para ela.
– Minhas criadas não estavam no meu quarto quando entrei. – Revirei os olhos.
– Essa vai ser a única vez que vai ir suja para a mesa, mocinha. – Ela me acompanhou até a sala de refeições. Quando chegamos, Scarlet olhou Jade e eu dos pés à cabeça. Bran estava saboreando um vinho.
– Peço desculpas pelo atraso. – Sentei na ponta da mesa. Jade sentou-se no seu habitual lugar. Scarlet olhava para Jade com nojo e voltou seu olhar para mim.
– Já pensou em educar a princesa? – Scarlet olhou com um ar de superioridade.
– Já pensou em cuidar dos seus filhos, da sua vida e do seu corpinho, querida tia? – Ironizei. – Acredito que não tenha perdido nada na Jade, para estar encarando-a desse jeito, não? – Ela olhou para seu prato. Bran estava segurando para não rir.

Scarlet era mãe de Vallen, Vienna e Arabell. Esposa do meu tio Yron. Sempre foi ambiciosa e nojenta. Seu ar de arrogância e ignorância era tremenda. Vinda de uma família rica, nunca passou fome ou coisa do tipo. Meu sonho é jogá-la em uma masmorra. Vallen nunca foi um filho ligado com a mãe, resolveu seguir os passos do meu tio: Louco pelo mar, já que controlava os ventos e as águas. Vivia fazendo missões no mar, buscando novas terras. Vienna era a gêmea dele. Casou-se com 13 anos, está vivendo no interior de Torblet. Em uma família rica. Sua lua vermelha não chegou até hoje.
Arabell era um pobre menino, tinha 11 anos, nunca teve atenção de sua mãe, essa cobra de 7 cabeças. Yron praticamente criava o garoto sozinho, ensinando-o a lutar.

Comi a sopa lentamente, saboreando os pães e vinhos que ali estavam. Terminei a janta, esperando os outros terminarem. Eu sempre teria que ser a última a sair, besteiras mais conhecidas como tradição. Scarlet, Arabell e Yron saíram. Jade estava me olhando, louca para ir para o quarto.
– Maya... – Chamei a criada de Jade. – Prepare o banho da Jads, por favor. – Sorri. Jade se levantou e foi para o quarto com a Maya.
– Então, Osha... O que está achando do castelo? – Perguntei observando a mulher.
– Majestade, achei muito bonito mesmo. Agradeço pelos vestidos e pelo quarto meu e de Hodor. – Ela se ficou de cabeça abaixada. Sorri, de alguma forma estava ganhando a confiança deles aos poucos.
– Amanhã posso brincar com a Jade e o Arabell? – Perguntou Rickon. – Com a Jade é óbvio que pode brincar, Rickon. Mas Arabell já não sei, só se a mãe dele deixar...
– Está bem... – Se convenceu. Bran me olhava, estava sorrindo.
Osha se levantou e foi até Rickon.
– Temos que ir dormir, Rickon. – Ela pegou a mão do menino. Antes de ir ele me deu um abraço.
– Obrigado por nos proteger, Rainha. – Abracei ele. Senti como se ele fosse meu irmão.
– Não à de que, pequeno Rickon. – Ele saiu do meu abraço e correu até Osha, para ir para seu quarto. Só faltava ele. O Bran. Ele foi lentamente até mim, Hodor acompanhando atrás da cadeira, o empurrando.
– Não preciso lhe agradecer mais, não é? – Ele sorriu. Deuses, que sorriso.
– Só se você quiser, Lobo. – Arqueei as sobrancelhas.
– Vai me acostumar mal, Coruja. Seu banquete é ótimo.
– Dizem por aí que a comida nortenha de Westeros é melhor que a Torbleteana. – Brinquei.
– Discordo plenamente. A comida Torbleteana é melhor.
– Acho bom que fale isso, se não iria chutar seu traseiro para fora do castelo... – Rimos junto.
– Vou indo, deve estar cansada de aguardar todos saírem, com licença. Até logo, Coruja. – Ele beijou levemente minha bochecha. Hodor saiu empurrando-o até o quarto.

Coloquei minha mão na bochecha em que ele beijou.
Arkar Go, Wolv. – sussurrei para mim mesma.

“Até logo, Lobo”


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Notas finais do capítulo

Braminne? Sim ou claro?
.
.
Maybe...



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