A tosse era perturbadora, mas usufruir do cachimbo da feiticeira havia se tornado algo compulsivo. Watanuki estava esparramado no sofá de veludo vermelho, enquanto Maru e Moro arrumavam algumas coisas: uma tábua de cadeira e uma grande almofada azul. Mokona pulava de um lado para o outro repetindo inúmeras coisas em uníssono com as gêmeas.

- Watanuki! As fadas irão vir hoje mesmo? - perguntou o manjuu negro.

- Sim.

 O rapaz dos cabelos negros deu uma última tragada no cachimbo, e guardou-o; ajeitou-se um pouco no extenso sofá apontando para a porta.

- Elas chegaram.

- Chegaram. - disseram as gêmeas, que por pouco não o fizeram em uníssono novamente.

 Correndo para uma das portas, as meninas as puxaram uma para cada lado, revelando as clientes do dia. Ame-Warashi estava com as mãos na cintura enquanto Zashiki-Warashi se escondia atrás dela.

- Sentem-se. 

Elas obedeceram o rapaz, a ruiva sentou-se na madeira, a morena sentou-se na almofada.

- Então..? - perguntou ele, quase que retóricamente.

- Uma vez eu lhe pedi que salvasse as flores do parque, mas não paguei nem a você nem a outra. Esse é o meu pagamento, é sobre a feiticeira das dimenções e seu paradeiro... - disse Ame-Warashi, sériamente.

- Nós achamos uma pista, um rastro dela. Se o seguirmos, podemos encontrá-la. - disse Zashiki-Warashi, melancólica.

 Watanuki arregalou os olhos saltando do sofá. Uma pista dela? Iria imetiatamente!

- E onde está essa pista?

- A árvore do desfile dos monstros, ela sabe.

- Mas o desfile é daqui a apenas três dias!

- Terá que esperar até lá.

 O jovem bufou. Três dias? Ele morreria até lá, não suportaria ter uma pista daquela mulher na sua cara, e ter de ficar parado. Ame-Warashi tentou levantar-se da madeira, mas acabou tropençando o que obrigou Zashiki-Warashi se levantar e segurá-la.

- Arrume algo melhor pra mim ná próxima, humano. - disse a ruiva, irritada.

- Humano?

- Desculpe. 

 O que o moreno pode fazer, foi dar um sorriso. Zashiki-Warashi sentia-se angustiada, seu amado nem mesmo a notava. Abaixou a cabeça sóbriamente enquanto puxava a maior pelo braço, praticamente implorando para ir embora. A ruiva assentiu, e aderiu a proposta.

- Até, Watanuki Kimihiro.

- Até.

 E breve, desapareceram. Maru e Moro entraram na sala e recolheram a madeira e a almofada. Mokona pulou no ombro do maior, afagando seu cabelo.

- O que elas queriam?

- Nada. - disse o jovem, má e friamente, voltando a jogar-se no sofá vermelho.