Delírio escrita por Rain Chase


Capítulo 1
Delírio




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Hospital Arkham, Gotham city.

Na sala especial de Bruce Wayne, a Doutora Harleen Quinzel dava-lhe um tranquilizante para que parasse quieto e dormisse. Os outros médicos entraram e levaram Bruce para sua cama, logo depois ficaram ao lado de Harley e suspiraram quase em um uníssono.

– O Senhor Wayne está cada vez pior... – Soltou em meio a um suspiro o Doutor Joseph Kerr, que poderia ser julgado como paciente por sua cicatriz nos lábios (feitas por Bruce) e seu cabelo verde bagunçado, se seu nome não fosse tão renomado. – Todos os dias essa historia do Batman, Mulher Gato... E ainda tenta nos atacar afirmando que somos vilões. Desde que a Senhorita Rachel Dawes parou de visita-lo por ter de cuidar das empresas Wayne e o Senhor Harvey Dent veio até aqui, ele tenta me matar de todo jeito... E ainda conversa com a tal de Mulher Gato e o Comissário Gordon...

– Se não estivesse louco poderia ser um bom escritor. – Murmurou Oswald Chesterfield Cobblepot, um enfermeiro baixinho e gordo. – Desde os trinta anos aqui, enlouquecendo cada vez mais... Será que não vai conseguir nós matar mesmo? – Completou tremendo de medo.

– Meu caro Oswald... – Disse docemente Harley ao enfermeiro baixinho. – Nosso medo não é esse. É se ele vai se matar... Sem ele a Senhorita Rachel iria ficar deprimida, e seu filho teria que lidar com isso... Fora o fato de seu pai estar louco.

– Damian já é bem crescido Harley, não surtará como fez antes quando Senhor Wayne foi mandado para cá. – Falou calmamente Eddie Nashton, outro enfermeiro de Bruce, enquanto entrava na sala branca. – Vai saber se controlar...

– Para mim ainda é uma criança... – Sibilou Harley se lembrando de quando conheceu o pequeno, era animado e sorridente apesar de tudo. – Espero que não tenha perdido toda aquela essência feliz e doce que tinha.

– Todos vocês juntos? – Gritou Wayne de sua cama e se sentando. – Talvez eu precise mesmo da ajuda de vocês, Liga da Justiça!

Wayne se levantou e correu desengonçado até Eddie, quando foi tentar chuta-lo caiu de cara no chão. Todos na sala contiveram o riso, Harley se sentou no chão atrás do homem, o puxou sentando-o em seu colo, enquanto Joseph se agachava a frente dele e observava atentamente seu rosto procurando feridas do tombo. Um fino fio de sangue começou a escorrer pelo canto da boca de Wayne, o doutor foi abrir sua boca para limpar o sangue, porém o paciente começou a se debater no colo da psiquiatra. Alguns minutos e várias tentativas depois, finalmente conseguiram cuidar de Bruce, saíram da sala isolada e foram observa-lo em um computador que se conectava as câmeras da sala dele. Uma enfermeira entrou onde os doutores e seus enfermeiros estavam. Ela estava acompanhada de Damian, que a deixou lá e foi cuidar de outra coisa.

– Damian querido. – Harley o cumprimentou sorrindo, mas sem tirar os olhos da tela do computador. – Veio visitar o “Batman”? – Disse fazendo aspas com os dedos. – Ele está meio ocupado na Batcaverna... Meu senhor! – Ela se virou para o primogênito de Wayne levando um susto. – Como você está bonito, nem parece que era aquela criança.

– Eu disse que ele tinha crescido Harley. – Eddie disse observando Bruce digitar em um computador invisível e depois deitar. – Ele deve ter seus vinte anos... Estamos ficando velhos.

– Vocês estão ficando velhos, eu estou conservada. – A psicóloga riu. – Claro que Joseph também está... Mas Damian é muito bonito, se eu fosse mais nova um pouco te roubava.

– Obrigada Harley... Eu acho. – Damian foi até o computador. – Como ele está? Ainda delirando?

Após os médicos resumirem praticamente vinte e poucos anos em dois minutos, o filho de Bruce entrou sozinho na sala isolada e foi até onde o pai estava deitado na cama bagunçada. Wayne encarou o filho e ficou um bom tempo assim. Durante esse tempo, Damian se continha para não chorar ou dar um abraço no pai, não queria que seu pai achasse que ele era um “vilão”.

– Robin... – Finalmente o silencio foi quebrado pelo internado. – Meu menino prodígio. O que... – Ele parou respirando fundo. – O que aconteceu com aqueles malditos? Você os pegou?

– Batman... Eu não quero mais isso. – “Robin” ignorou a pergunta do outro, mas entrou no seu papel da mente louca de Bruce. – Eu entrei para policia, vou fazer justiça de verdade.

– Policia? Você é louco? – O Bruce gritou furioso. – Eles querem minha cabeça... Robin, por favor, não dê minha localização a eles.

– Certo Batman. Não conto a ninguém, mas tem que aceitar a Batgirl em nossa família. É uma promessa.

– Eu prometo... – Disse enquanto o garoto se levantava e ia até a porta. Abriu-a e pouco antes de fechar pode ouvir uma ultima coisa. – Meu filho.

Ficou um pouco com as pessoas que ajudavam seu “velho” todos os dias, contou que a “Batgirl” era sua noiva e que realmente havia virado policial. Harley perguntou como sua noiva era, quando seria o casamento e se estava convidada. Ele respondeu que todos estavam convidados e que depois mandava o convite. Então, após horas de conversas atrasadas, Damian foi embora com um peso no coração, seu pai não iria para casa com ele.

– Charada... – Wayne suspirou fechando os olhos. – Eu terei de derrota-lo sem a ajuda de Robin. Alfred pode trazer-me a ficha de Eddie Nashton? O Comissário Gordon descobriu que ele é o charada, com a ajuda da Mulher Gato iremos pegar esse maluco e por fim a isso.

– Maluco é você seu doente... – Sussurrou Eddie bravo. – Que cara chato. Vamos embora, já é tarde.

– Será que um dia ele voltará ao normal? – Disse Harley quando todos já estavam no estacionamento. – Eu queria vê-lo com a mente no lugar, vendo o filho...

– Deixe para lá Quinzel, isso ai não cura... – Soltou Joseph sem deixar a mulher terminar a frase e abrindo a porta do carro para ela. – Agora que tal um jantar doutora?

–Claro... – Antes que ele fechasse a porta completou. – Pudinzinho.

Algumas horas depois, todos já no conforto de suas casas, Bruce acorda em um pulo, bufando levanta e começa a bater em todas as paredes. Falava a seu oponente imaginário, desta vez o “Super-Homem”, que como a justiça e a noite o julgaria. Após uma hora e meia, exausto pela idade, joga-se na cama e apaga voltando a sonhar como o Batman, no mundo em que realmente viveria se não tivesse enlouquecido há anos atrás.


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