Dont Leave Me escrita por Akirayagami


Capítulo 1
Dont leave me




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Duas batidas repetitivas ecoam quarto a dentro, despertando os gêmeos. O primeiro a levantar-se é o mais novo dos gêmeos, Kaoru. Este fica a observar por alguns minutos a face do irmão adormecido, um pouco perplexo ao vê-lo com uma expressão tão serena; mas logo sua contemplação é perturbada pelas duas empregadas que rompiam porta à dentro, falando em uníssono: O café da manhã esta servido! Acordando Hikaru, que ao abrir os olhos visualizou seu irmão olhando-o, um olhar que há tempos não via- porem conhecia muito bem. Após acordar os gêmeos avisando-os que o café estava servido, as duas empregadas logo saíram do quarto e desceram para seus afazeres.

- Bom dia, Kaoru! – exclamou Hikaru enquanto espreguiçava-se.

- Bom dia, Hikaru. –Retribuiu calmamente Kaoru, amarrando o lençol em volta da cintura e direcionando-se rapidamente ao banheiro, para o espanto de Hikaru: essa era uma atitude incomum,geralmente o irmão o abraçaria, faria alguma caricia ou algo parecido. Podia sentir, havia algo de diferente com Kaoru , e já fazia algum tempo que notava isso,  mas resolveu não comentar por enquanto, afim de tomar um banho e refletir sobre o que era exatamente.

 

                                                       ***

 

Sentindo a água fria cair em seu corpo recém acordado, Kaoru deixou por fim escorrer sobre sua alva face uma lagrima, que confundia-se com as gotas de água; “ Não era isso o que procurávamos...Ou melhor, não era isso o que eu procurava...Mas se ele esta feliz com isso...” balançando a cabeça o gêmeo tentou afastar os pensamentos, inutilmente. Derramara lagrimas durante todo o banho.

 

 Apos terminado o banho, que durou por volta de 25 minutos, Kaoru fora para o quarto trocar-se, encontrando Hikaru de toalha a cintura, sentado na cama, ainda um pouco molhado, pois acabara de terminar seu banho também.

-  Demorou. – Comentou Hikaru, dando uma sutil olhada para os olhos inchados de Kaoru; sabia que o gêmeo havia chorado.

- Um banho frio pela manhã é bem agradável com um clima desses... -declarou um pouco sem jeito Kaoru.

- Sei de algo que pode ser bem mais agradável... -Insinuou Hikaru, com um delicioso sorriso, levantando-se e indo até a janela, seguido por seu gêmeo, que se postou do seu lado.

- E o que seria ? –questionou um pouco cinicamente; Kaoru sabia bem do que se tratava. Ou ao menos pensava saber. Estava errado.

 Observando distraidamente pela janela os empregados trabalharem lá em baixo, e a manhã azul que fazia, Hikaru declarava com certo receio, porem abstraidamente:

-  Há tempos que não passamos momentos juntos. Só eu e você. E está uma bela manhã... Lembra-se como nos divertíamos na casa de veraneio? O que acha d...- Hikaru não pode concluir sua proposta, pois abalou-se ao ver  que Kaoru estava ao seu lado, de cabeça baixa, entre soluços e lagrimas.

 - O que houve?! Kaoru?! – questionava Hikaru, angustiado, mas não obteve resposta, Kaoru não parava de chorar e soluçar, não conseguia falar. O mais velho então abraçou seu irmão, apertando-o entre seus braços calorosamente, acalmando-o, até que este voltou a si:

- A casa de veraneio, nós... Isso... Isso era antes. - afirmou um tanto debilmente Kaoru.  

   - Antes de que.. ? – Hikaru ainda não compreendia o que se passava com seu igual, com seu Kaoru, até que este pareceu juntar forças e em um enorme esforço desabafou seus sentimentos:

- Antes do Host Club, antes das mentiras, encenações, antes deles todos... Quando éramos somente nós. Nós dois: eu e você!!

 Hikaru não pôde acreditar no que acabara de ouvir. Seus olhos verdes, duas esmeraldas com um tom amarelado, arregalados, olhavam para seu irmão com espanto. Seus braços, que antes envolviam Kaoru tão fortemente, agora trêmulos e soltos em volto do corpo do ruivo semelhante, deixando-o displicentemente procurar apoio á parede.

 

. “Eu realmente ouvi isso... Kaoru sente isso...?  Kaoru realmente sente isso também?!” os pensamentos agitados de Hikaru iam colocando-se em ordem. Nunca imaginara que esse sentimento era mútuo. Sempre pensara estar sendo egoísta em relação ao irmão, não podia querer te-lo só para si, - embora quisesse isso mais do que tudo-, e se aquilo estava fazendo Kaoru feliz, não importava mais nada. Mas o fato era que também sentia-se apreensivo, triste, distante da única pessoa que verdadeiramente estimava. Eufórico por saber que não havia nada de errado com Kaoru; e sim com os dois, e que isso poderia ser facilmente revertido, - pois sabia que o elo entre eles  não havia se fragmentado - Hikaru atirou-se em cima  de Kaoru, derrubando-o no chão, deixando seu gêmeo atônito.

- Ah, Hikaru! – protestou Kaoru, sem entender aquela reação afoita.

- Também me sinto da mesma forma... Eu, eu n-não quero te perder! ...não quero... M-mais ninguém além de você! – Emocionado e eufórico, Hikaru atropelou as palavras, falando de pressa demais, porem não houve problema:  mal terminara de expressar-se e Kaoru já tomara-lhe os lábios, em um beijo aflitivo e empolgado, tanto quanto as mãos de Hikaru que logo passeavam entusiasmadamente pela cintura de Kaoru, agarrando-o e entrelaçando-se á  ele...”É tão perfeito, é como se sempre...Voltássemos a ser...Um só” pensavam os gêmeos.

Com todo o “egoísmo” que um sentimento intenso possa ter: eles simplesmente pertenciam um ao outro, e sabiam disso melhor que qualquer um.


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