A descoberta do Oeste escrita por Isabella Cullen


Capítulo 2
O oeste e suas desventuras




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Conquistar o Oeste não era tão agradável como parecia de noite quando eu e James conversávamos. Nós tínhamos pegado o trem de Chicago para Santa Bárbara e tínhamos passado dias dentro dele esperando para chegar nem na metade do nosso destino. Santa Bárbara era a última cidade contemplada pela ferrovia, eu ouvi uma senhora afirmar sobre a construção de mais alguns quilômetros, mas isso seria algo para daqui a uns anos. O único hotel da pequena cidade não era muito confortável e havia no restaurante embaixo, uma agitação fora do comum e isso não nos deixou dormir bem na única cama que tínhamos conseguido em dias. Pela manhã James tinha pedido que eu não saísse do quarto e foi ver a caravana que tínhamos que seguir. Mas algo deu muito errado, eles não queriam mulheres porque isso atrasava tudo e a próxima caravana só sairia no final do mês, o que segundo James era péssimo. O inverno estava chegando e com ele muitas dificuldades para viajar. Não conseguia entender como o inverno poderia atrapalhar já que era muito quente ali, talvez fosse até mais agradável. Mas James afirmou que isso trazia nevascas em certos pontos e nos deixaria mortos de frios.

– O que vamos fazer agora que não conseguimos ninguém para seguir conosco?

James estava inquieto o dia todo, depois de um almoço simples ele e eu subimos para nosso quarto.

– Eu consegui o cavalo e a carroça, o jeito será seguirmos sozinhos.

– Sozinhos? James e se alguém aparecer? E se formos atacados?

– Seguiremos um caminho mais longo e mais seguro. Passaremos por três cidades antes de chegar ao nosso destino, mas poderemos nos abastecer e também nos refrescar um pouco. Um rio corta a região e poderemos sempre ter um pouco de água fresca, mas sem demorarmos. Água trás pessoas e animais.

– Deus James! Talvez devêssemos voltar para casa de papai.

– NÃO! – Eu me assustei. James nunca gritou comigo. Meus olhos encheram de lágrimas e me virei envergonhada pela fraqueza. – Desculpa... tem sido....

– Eu sei. – consegui dizer com um fio de voz.

– Entenda meu amor, eu não sou nada naquela cidade além de um genro pobre. Todos ficam se perguntando como seu pai permitiu que nos cassássemos. Todos ficam nos olhando com um ar superior quando passamos pelas ruas, não sou bem visto pelos seus amigos e seu próprio pai tenta me inferiorizar.

– Papai sempre te tratou bem James, não seja ingrato. – falei firme.

– Sim, sou grato por ele ter permitido me casar com aquela que eu amo de todo meu coração, mas eu não quero viver a sombra de seu pai. Sendo chamado de oportunista e sem respeito dentro de uma casa. – ele me abraçou – Eu quero te dar uma casa, muitos filhos e ter respeito dos que nos rodeiam Isabella.

– Eu sei.

Mais cinco dias se passaram desde que resolvemos seguir sozinhos. James comprou um rifle e isso me assustou por demais, ele disse que seria para caçar e também nos proteger. Ele me deu uma pequena faca que deveria estar sempre comigo escondida no meu vestido e a realidade que não estávamos mais em Chicago onde éramos respeitados e conhecidos me tomou com violência na noite antes de nossa partida. Eu chorei com saudade de casa e de tudo que eu conhecia e me aventurar pelo Oeste não era um sonho meu e sim de James.

Quando começamos nossa viagem, a carroça estava cheia com coisas que ele comprou para que não passássemos fome e nem frio. Uma senhora muito gentil me ensinou uns truques para não morremos de fome durante a viagem e eu acho que se houvesse caça eu conseguiria fazer uma comida. Os dias eram quentes e as noites frias demais, nem as duas mantas que James havia comprado conseguiam nos aquecer. O que era bonito no deserto? As estrelas. O céu parecia estar na distancia de nossas mãos. Parecia que poderíamos tocar elas a qualquer momento ou nos sentirmos pequenos com tantas estrelas. Eu e James passávamos um longo tempo deitados de noite apreciando cada uma delas e suas formas.

– Estamos perto de um rio. – ele disse parando a carroça. – Podia se refrescar, o que acha?

– Muito bom! – sorri descendo carroça sentindo minhas pernas fracas pelas longas horas sentada. Não costumávamos parar de dia, ele geralmente fazia o cavalo ir até o seu limite. – Posso também preparar algo rápido para comer o que acha?

– Vou alimentar o cavalo, tem algumas árvores ali. – apontou para uma vegetação um pouco longe. O lugar tinha um clima mais agradável do que todos os outros. As montanhas ao longe davam um ar mais selvagem e as árvores ao longo do caminho balançavam me dando esperanças. Eu estava cansada de viajar, cansada de não ter mais ninguém para conversar ou até mesmo das festas que mamãe dava só para animar a cidade como ela mesma dizia.

Eu fui até o rio me refrescando o máximo que podia, lavei meus cabelos e sorri sentindo ele molhado e fresco. Lavei meu rosto e meus braços sentindo as forças renovarem todo meu ânimo. Se havia um rio, deveria ter uma cidade próxima, essa era a lógica não? Eu esperava que sim. Quando voltei não encontrei James, comecei a preparar a comida tirando da carroça um pouco de comida e esquentando como ele tinha me ensinado e agora eu já tinha certa pratica. Olhei para o sol que se punha e me preocupei com James, ele nunca demorava mais que alguns meros minutos longe de mim, sempre protetor e preocupado. O que tinha acontecido? Foi a pior noite da minha vida. Eu estava sozinha e chorei metade dela pensando que James me abandonou. Pensando que nunca mais o veria.

– Senhora... senhora...

A voz que soou me despertou em um salto. Não era a de James. Não eram os olhos de James me olhando. Assustada eu me afastei com um pulo temendo o homem forte que estava na minha frente. Ele era enorme.

– Não tema...

Atrás dele eu vi uma mulher loira que sorria para mim. Uma mulher. Deus eu não sabia mais o que era isso depois de quase um mês vagando com James.

– A deixe Emmett, está assustando a pobre. – ela afastou o homem alto e forte. Ele tirou o chapéu e ficou nos olhando de longe. A mulher loira era linda apesar de seu vestido gasto. – Prazer, Rosalie Cullen. Noiva desse homem que te assustou.

– Oh... Isabella Hunt.

– Está sozinha senhora? Essa parte é perigosa, é caminho para muitas coisas boas e ruins. – o homem disse me olhando com curiosidade.

– Meu marido... ele...

– É casada? – ela perguntou com admiração e então olhou para minha mão vendo o pequeno anel de ouro que eu tinha. – Que maravilha! Conte-me tudo...

– Disse que seu marido está aqui? Onde ele está?

– Não sei... ele saiu...

Nessa hora ouvimos o som de vários cavalos e eu me assustei. Não via tantas pessoas assim ao que parecia anos. Deus amado quem eram aquelas pessoas?

– Encontramos um homem morto perto de algumas pedras, venha Emmett!

Eu olhei para o homem que estava no cavalo preto tentando entender. Emmett me olhou com compaixão e então eu entendi o que estava acontecendo. James estava morto. James estava morto.

– Senhora!

Alguém gritou e então eu desmaiei.


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