I'll Always Be With You escrita por Rafa Borges


Capítulo 1
Capítulo 1 - One-shot


Notas iniciais do capítulo

Yey gente! o/
Primeira One de Percy Jackson, me julguem. u.u
Eu deveria estar estudando para as provas, mas to aki!
En tão quero reviews! u.u/
Enfim, vou para de enrolar e deixar vocês lerem.
Ah! E se escutar Soldatino enquanto le fica legal! ^-^b
Boa leitura!



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Haviam se passado três anos desde a guerra contra Gaia. Nico estava com seus 18 anos. A relação com o namorado estava cada vez melhor, assim como com os novos amigos. Ter Jason, Reyna e Hazel o apoiando já era de certa forma normal há muito, mas, ver Annabeth ser gentil e se tornar sua melhor amiga, era bem intrigante.

Algumas vezes, em que Reyna e Hazel deixavam seus afazeres para outros campistas e vinham do Acampamento Júpiter para o Meio-Sangue, as meninas o chamavam para uma “noite de garotas”.

Na maioria dessas vezes, ele ficava quieto e apenas escutava Piper e Annabeth se gabarem sobre seus “irresistíveis” namorados; Reyna reclamar – com muito apoio de Piper – sobre a maldita declaração de Afrodite e insultar a deusa com palavras bastante impróprias; e ver a irmã corar ao escutar as afirmações das outras meninas de como Frank era “fofo e os dois lindos juntos”. Na última parte ele concordava em palavras, no restante, se permitia concordar em pensamento.

Mas, em outras – pouquíssimas e raras – vezes, Clarisse participava e Nico era obrigado a falar sobre Will e sua opinião sobre outros campistas, claro que o filho de Hades não podia sequer citar o nome de Chris Rodriguez, do acampamento.

Ele não tinha escolha. Ou falava, ou a filha de Ares – junto com o restante das meninas – o obrigava a fazer as tarefas diárias usando apenas o terrível e temível biquíni cor-de-rosa Pink com bolinhas brancas. Então, ele acabava falando. Mesmo que fosse pouco.

Andava pelas ruas de Nova York perdido em seus pensamentos. Pensamentos que acabaram por se tornar dolorosos, tristes, que o faziam querer sentar encolhido em qualquer lugar e chorar como se fosse uma criança pequena.

Naquele dia fazia exatamente oito anos. Fazia oito anos que Bianca di Angelo se fora.

Ela se fora e Nico continuava a não aceitar tê-la perdido para sempre. Nico se recusava a aceitar que ela havia o deixado ao escolher reviver.

Ele apertou os punhos ao se lembrar da frustração e da sensação de derrota que sentiu quando soube o que ela havia feito.

Ele dissera a ela que voltaria; que conseguiria um jeito de trazê-la de volta e mesmo com tantas promessas, ela...

Suspirou frustrado. Como gostaria de voltar no tempo para ter Bianca junto de si. Não que o filho de Hades se arrependesse de ter Hazel consigo. Longe disso. Ele amava a irmã romana como se fosse a própria Bianca. Mas, se ele pudesse escolher, preferia ter as duas ao seu lado.

Continuou a andar indo em direção ao cemitério. Sim, ele tinha feito um túmulo para a irmã, mesmo que o corpo tivesse desaparecido.

No caminho ele passou em frente a uma pequena praça, onde crianças brincavam na neve; correndo uma atrás da outra. Aquela imagem lhe trouxe uma pequena lembrança de quando era pequeno. Não devia ter mais que seis anos, e era uma lembrança vaga de quando viveu na Itália. Bianca reclamava de ter que usar aqueles vestidos grandes para a mãe, que ria da pequena, enquanto ele gozava da irmã por ter tropeçado na roupa e caído ao correr atrás dele em uma brincadeira boba e infantil.

E por mais que tentasse afastar lembranças como aquela e o sentimento de perda, e esquecer-se do dia em que Percy lhe disse que Bianca morrera, a lembrança continuava o atingindo como se fosse um punhal em seu estômago.

Lembrou-se da raiva que sentira naquele fatídico dia. Uma ira tão grande que ele não conseguira se segurar e acabara por descontar no filho de Poseidon.

“Você prometeu...”, ele havia dito.

Mas, aquilo não era apenas para Percy, também era para si. Nico tinha prometido a si mesmo que protegeria Bianca custasse o que custasse; que ele nunca a abandonaria; que nunca a deixaria.

E a raiva, apenas uma pequena parte era realmente direcionada ao amigo. Ele sentia raiva de Percy por ter prometido protegê-la e falhado; ele sentia raiva de Bianca por tê-lo deixado e preferido estar com aquelas “menininhas de prata”; ele sentia raiva de Ártemis por ter tirado a irmã de si; ele sentia raiva do pai por este não ter feito nada – mesmo que ainda não soubesse quem era o velho -; sentia raiva da mãe por não estar ali para confortá-lo e dividir o sofrimento com ele; e por fim, ele sentia raiva de si mesmo por ter deixado a irmã ir.

Nico apertou os punhos mais ainda e rangeu os dentes num misto de raiva e tristeza. Sentiu uma lágrima quente, silenciosa e solitária escorres pela bochecha e a limpou como dorso da mão.

O filho de Hades seguiu seu caminho remoendo aqueles sentimentos em seu coração e as lembranças em sua mente.

Continuou caminhando de forma distante até chegar aos portões de ferro que se encontravam abertos. Observou o letreiro e se permitiu sorrir e balançar a cabeça negativamente. A ignorância mortal era uma benção.

O nome do lugar era uma verdadeira ironia. “Jardim da Esperança” não era um bom nome para um cemitério, ainda mais quando nem metade dos que estavam ali não tinham chegado aos Elíseos.

Entrou no local e sentiu mal por se sentir reconfortado. Era sempre daquela forma. - Com exceção de quando esteve em Pompéia com Reyna e o treinador Hedge -. Desde pequeno, tudo relacionado à morte o reconfortava; ele se sentia bem ali. Era um sentimento egoísta, ele sabia, mas não podia evitar.

Chegou à lápide e seu coração falhou uma batida. Passou os olhos pelo nome inscrito, e os dedos sobre a frase em seguida: “Amada irmã, amiga fiel.”. Nico optou por colocar a data de nascimento como se Bianca houvesse nascido depois de Percy realmente.

Agachou-se diante do túmulo e retirou uma rosa branca da jaqueta de aviador a depositando no solo em seguida.

_Sei que não gosta de flores – murmurou, percebendo a voz embargada. – mas, é melhor que trazer McLanche Feliz, certo? – riu desgraçadamente, sentindo as lágrimas irritantes queimarem-lhe os olhos.

Nico não se permitia chorar em outras ocasiões - “chorar é ridículo” – mas, mas quando se tratava de Bianca, ele liberava todas as mágoas presas em si.

Mas, mesmo imerso em sentimentos e lembranças, o garoto não podia deixar a guarda baixa. Ainda que os acampamentos estivessem em paz, ainda que os malditos monstros tivessem dado uma trégua por medo; ele ainda continuava sendo um semideus, continuava sendo filho de um dos três grandes. O filho de Hades não podia se dar ao luxo de ficar com a guarda baixa.

E por isso, escutou soluços e olhou para o lado. Viu uma garotinha que não devia ter mais que seis anos. Ela chorava ruidosamente em frente a uma lápide.

Nico se levantou – e por mais relutante que estivesse – foi até a menina.

_Hey. – ele murmurou para chamar a atenção da pequena, e percebeu a voz rouca.

A garotinha ergueu a cabeça em direção a ele e seus olhinhos chorosos se arregalaram, aterrorizados.

“Ótimo.”, pensou. Assustara outra criancinha. Ele era não amedrontador assim? Fez uma careta e agachou ao lado da menina.

_Ahñ... – começou meio incomodado por não saber ao certo o que dizer. – Tudo bem? – ele realmente tinha dito aquilo?

A garotinha colocou uma expressão abismada no rosto.

_Eu estou num cemitério, chorando. Eu pareço estar bem?

Nico se espantou. Ele merecia aquela resposta? Definitivamente sim. Mas, como uma garotinha de seis anos sabia falar daquela maneira?

_É... Bem, você tem razão. Desculpe.

A menina espremeu os lábios, e com uma expressão carregada de dor, lágrimas brotaram nos olhinhos que o fitavam.

_Ah... – Nico murmurou – Não chore, por favor.

Por que diabos ela tinha mudado tão de repente?

A garotinha grunhiu, se jogando nos braços do filho de Hades, o deixando sem reações. Ele piscou os olhos, e a também a abraçou.

_Chore. Isso chore. – Nico falou. – Não guarde as mágoas apenas para você. – “não faça como eu.”, completou mentalmente. – Isso só piora as coisas.

O moreno passou a mão sobre os cabelos castanhos da menina, que se encolheu chorando ainda mais.

_Mas, acredite. Vai melhorar depois de um tempo – disse com a voz amargurada. – Porém, todos os dias em que se lembrar dela, a dor será insuportável. Se sentirá um maldito filho da mãe que sequer conseguiu proteger a irmã que morreu por sua culpa. Os sentimentos de raiva, culpa, tristeza e saudade esmagarão seu peito de forma dolorosa. Terá vontade de gritar para os deuses de como eles são desgraçados e inúteis. Ficará se perguntando por que diabos a levaram, a tiraram de você. – ele nem sabia por que estava falando aquilo. Era cruel com a garota. Era cruel consigo. Mas, parecia necessário, parecia ser o certo. – E a cada minuto a dor da perda só vai piorando e piorando, rasgando seu peito de dentro pra fora. – àquela altura, o filho de Hades já havia desistido de conter as lágrimas irritantes. – Não dá pra superar a morte. A filha da mãe é tão desgraçada que não larga você. E então, toda essa dor passa a ser apenas saudade. E arrependimento. Arrependimento por não ter dito a cada segundo, de cada minuto, de cada momento que vocês passaram juntos, o quanto a amava. E por fim, toda vez que se lembrar dela. – fungou. – Vai querer dizer e gritar a plenos pulmões: Eu sinto sua falta! E queria tanto que você estivesse aqui comigo! – Nico apertou a garotinha em seus braços, deixando as lágrimas grossas rolarem livremente por seu rosto.

Ela o empurrou levemente, de maneira gentil, e o encarou. O rosto não tinha sinal algum que há alguns minutos estava chorando escandalosamente. As bochechas e o nariz não estavam vermelhos, nem os olhos inchados. Os olhos. Olhos castanhos tão parecidos com os de Bianca.

De repente um brilho de reconhecimento passara pelos orbes amendoados da menina.

Foi como se Nico visse a própria Bianca ali. Na sua frente. Sorrindo.

_Também sinto sua falta, Nico. – a menina disse.

_Bianca... – ele murmurou incrédulo e confuso. – Bianca. – repetiu – Bianca!

Nico a apertou novamente em seus braços, e sentiu como se tivesse dez anos novamente, quando estavam fugindo do Dr. Streep com Percy, Annabeth, Thalia e Grover.

Mesmo estando morrendo de medo, assim como ele, Bianca o protegera, ficando sempre ao seu lado.

Lembrou-se da primeira vez que invocara o espírito da irmã, usando McLanche. Eles se sentaram, e conversando e rindo, comeram juntos.

_Bianca. – uma voz grossa soou atrás de Nico, porém um pouco distante.

O filho de Hades se virou e viu um homem magro e esguio usando um sobretudo negro. A pele tão pálida fazia parecer que nunca tivesse saído no sol alguma vez na vida. O cabelo perfeitamente penteado e o rosto carregando uma expressão indecifrável.

Hades.

O garoto piscou e tornou a fitar o homem, que agora sorria de maneira amigável, e com uma aparência completamente diferente.

_Papai. – a menina disse, já a caminho do senhor.

O homem sorriu e acenou com a cabeça em um cumprimento. Pegou a filha no colo e saiu pelo portão do cemitério.

Nico sorriu e se levantou colocando as mãos nos bolsos.

Fitou o céu e deixou uma ultima lágrima escorrer por sua face.

Ele finamente tinha percebido, que por mais que não parecesse, Bianca e Hades sempre estariam ali com ele. Cuidando e desejando vê-lo feliz. O fazendo ver que tinha uma família.

Nico tinha uma família, que sempre estaria ao lado dele.

Uma família bem estranha, mas ainda assim uma família.

_Nico. – ouviu a voz inconfundível, soar indignada.

O garoto se virou e fitou o namorado, ainda sorrindo.

Will Solace estava completamente fofo, um pouco encolhido no casaco que usava. Os cabelos loiros balançavam para todos os lados devido o vento frio de inverno. Nas mãos, aquecidas pelas luvas, estavam dois copos de papel cheios de café fumegante.

O loiro estendeu um deles e Nico aceitou de bom grado.

_Eu disse para nós virmos aqui juntos. – Will inquiriu – Sei que fica mal quando o assunto é... Bem, você sabe.

_Não se preocupe. – o filho de Hades respondeu. A voz um pouco rouca. – Eu estou bem. – sorveu um pouco do café.

_Tem certeza? – o filho de Apolo arqueou uma sobrancelha, duvidoso.

_Melhor que há muito tempo, na verdade. – Nico sorriu e começou a andar.

Will sorriu e acompanhou o namorado.

_Bem, se é assim, vamos pra casa, então.

Nico assentiu e os dois andaram pelas ruas cobertas de neve de Nova York rumo ao acampamento.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Vocês choraram? Eu chorei -qEnfim! Comentem, favoritem, divulguem, mostrem aos pais, avós, tios, cachorros, gatos, cobras e etc! E se quiserem recomendar também eu super apoio a decisão, ok? ^-^Obrigada por lerem! o/Bjus seus gatus! =3



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