Teacher escrita por Le Sterwinche


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, como vocês estão?
Então, minha semana foi bem corrida e ocupada (e ainda estamos na quarta) por isso não deu para responde-las, mas prometo que amanhã responderei todos os comentários.
Bom, espero que gostem desse capítulo (estamos quase saindo da fase "começo de fic" graças aos céus)
Boa leitura à todos e até a próxima.



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– O prazer é inteiramente meu – respondo com a voz cheia de malícia e Oliver percebe, pois olha para o chão sorrindo envergonhado.

– Bom, tenho que ir agora. Vai ficar por aqui? – ele pergunta.

– Não, também tenho que ir. Obrigada novamente – passo em sua frente, puxando os cabelos para frente, deixando minhas costas à mostra, pois o vestido que estava usando continha um decote traseiro.

Evito olhar para trás e demonstrar meu interesse em ver sua expressão e vou para meu quarto. Ao abrir a porta logo vejo Sarah deitada, aparentando ainda estar estressada. Resolvo não falar com ela, não queria brigar novamente, não pela terceira vez no dia. Troco de roupa e me deito, faltava algumas horas para terça-feira e eu não via a hora de começar a ter minhas aulas com Oliver. Sorrio e fecho os olhos.

Meu celular toca às 5:30 da manhã, minha vista ainda estava embaçada e eu não conseguia ver com clareza quem estava me ligando, viro para o outro lado e fecho os olhos novamente. Mal pego no sono e o celular toca novamente, passo a mão pelos olhos e leio “Mom”. Atendo, estressada. Por que raios ela estava me ligando àquela hora?

“Que foi mãe? – digo impaciente”.

“Sweety, seu pai passou mal e estou aqui no hospital com ele. Não queria lhe atrapalhar, sei que hoje seu dia vai ser cheio, mas estou tão preocupada... – minha mãe soluçava tanto que suas palavras mal eram entendidas. Ao escutar dei um salto da cama.”

“Relaxa mãe, já estou indo”

Desligo o celular, visto um moletom por cima da blusa que estava usando e uma calça. Pego a chave do carro de Sarah e dou uma olhada para ver se ela ainda estava dormindo, fecho a porta vagarosamente e saio em disparada para o estacionamento.

Chego ao hospital e logo a vejo sentada em uma cadeira com o rosto enterrado nas mãos e caminho até ela

– Oi mãe – eu não sei como reagir então apenas a abraço. Havia anos desde que parei de ser tão próxima de meus pais, claro que eu os amava, mas era tão difícil ser uma filha dedicada e presente o tempo todo.

– Não queria lhe perturbar – ela repetiu.

– O que ele teve? – mudo de assunto, querendo saber logo como papai estava.

– O médico disse que foi um infarto – arregalo os olhos então ela passa a mão por minha perna – Dr. Diggle disse que ele ficará bem, só precisará passar por mais alguns exames e permanecer aqui no hospital durante dois dias para que eles possam acompanha-lo – ao escutar passo a mão em meus cabelos, me sentindo culpada por nem ter falado com meu pai direito nos últimos dias.

– Bom, o importante é que o médico disse que tudo irá ficar bem.

– Vocês são família do paciente Smoak? – um moreno alto, musculoso e sério perguntou, deveria ser o médico.

– Somos – respondo por ela.

– O paciente chama por vocês, me acompanhem – ele gesticulou com a mão e o seguimos.

Papai estava impaciente querendo tirar os fios do aparelho de seu corpo e sorriu ao me ver.

– Como está se sentindo? – indago.

– Com muita fome – doutor Diggle soltou uma leve gargalhada e saiu da sala, deixando-nos à sós.

– Se não estivesse com fome não seria meu esposo – Donna brinca.

Depois de ficar um tempo com eles no hospital resolvo olhar a hora em um relógio que ficava próximo a TV na sala de espera. Eram dez e quinze.

– Mãe, tenho que ir – digo desesperada, vendo que já havia perdido duas aulas inteiras e que com certeza iria perder mais duas.

– Claro querida. Ligarei para lhe dar notícias – concordo com a cabeça e saio do hospital.

Para minha verdadeira sorte acabo enfrentando um transito lindo na volta, o que faz com que eu apenas tome um banho rápido e coloque uma roupa qualquer.

Ao chegar à sala vejo Oliver reunindo alguns papéis e colocando-os dentro de uma pasta, a sala está vazia.

– Acho que chegou um pouco tarde – ele pesa seu olhar sobre mim e me sinto deslocada – Quer tentar repor parte da aula? – apenas balanço a cabeça e me sento em uma cadeira próxima à dele.

Oliver começa a me explicar várias coisas. No começo eu estava até entendendo algo, depois não consegui mais raciocinar direito e ele havia percebido.

– O que aconteceu? – ele se virou um pouco, me encarando.

– Nada – menti descaradamente.

– E você espera que eu acredite? – ele arqueia a sobrancelha.

– Meu pai enfartou, mas não quero falar sobre isso – Oliver me olha com pena e reviro os olhos – Pena é o que eu menos quero que sinta por mim – lhe lanço um olhar desafiador e Oliver se move na cadeira.

– E sobre o que quer falar? Porque estudar você também não quer.

– Oliver, você ama sua esposa? – aparentemente o pego de surpresa e ele arregala os olhos.

– Então é sobre isso que quer conversar? Sobre meu casamento? – dou de ombros com as perguntas – É... Bom.... – ele gagueja um pouco – Amo.

– Acho que pensou demais para responder – abro um sorriso sarcástico.

– Não demorei não – ele afirma.

– Demorou sim.

– Não estou acostumado com esse tipo de perguntas – Oliver se defende.

– Porque não?

– Felicity a maioria dos casamentos são complicados, porém há amor envolvido.

– Então o seu é complicado? – dou um meio sorriso, estava adorando deixar ele entre a cruz e a espada – Sua mulher é complicada ou o complicado da relação é você?

– Felicity ela é... Ela não é... – ele não conseguia falar e aquilo era hilário – O que você quer com tudo isso? – Oliver indaga curioso – Minha vida pessoal nunca foi interessante para meus alunos.

– Então eu devo ser a primeira – fiquei alguns segundos tentando dizer algo, mas não conseguia.

– Pode falar, eu sei que você quer falar.

– Acho que você se precipitou demais quando casou – digo finalmente.

– Acha que me precipitei? Felicity eu tenho 30 anos, não me precipitei coisa alguma – ele meneia a cabeça.

– É verdade, você tem 30 anos e já está super comprometido, isso não me parece tão interessante – arqueio a sobrancelha – Você não parece ter trinta anos e eu diria que está perfeito assim... Digo, jovem para estar casado – queria que ele soubesse o que eu estava fazendo, mas se era para jogar, não podia deixar tão exposto.

– Diz isso por que ainda tem... – ele percebeu que não sabia minha idade e então o interrompi.

– Dezenove – falo com amargura.

– Dezenove anos.

– Não falo isso porque tenho dezenove anos, falo isso porque acredito que não tenha aproveitado muita coisa da vida – disparo totalmente séria e pela sua reação eu estava indo pelo caminho certo.

– Felicity...

– Talvez devesse .... – brinco passando os dedos em seus bíceps e deixo a frase no ar – Ih olha é hora de ir para outra aula. Até quinta, Ollie – enfatizo o “Ollie”, ouço um suspiro vindo dele, pego meus livros e saio da sala com um pequeno que havia brotado dos meus lábios.

À princípio eu não queria saber como era seu relacionamento e estava até com medo de ouvir as respostas, não vou mentir, fiquei um pouco gelada, mas ao ver o jeito que Oliver falou dela me senti mais segura, claro que ele gostava da esposa mas nada radical demais e eu poderia tirar casquinha disso. O melhor de tudo foi saber indiretamente que o problema não estava nele e sim nela, o que deixava tudo mais maleável, pois se ela fosse a esposa perfeita seria um pouco mais trabalhoso para mim.

– Oi Felicity – Sarah diz assim que entro na sala quase vazia.

– Até que enfim hein – murmuro.

– Sua mãe me ligou dizendo o motivo de você ter pego meu carro – ela cruza os braços e franze o cenho – Seu pai está bem?

– Sim, os médicos vão ficar tomando conta dele. Vai ficar tudo bem – Sarah me abraça – Ele não morreu, certo? – digo a afastando um pouco, fazendo com que a mesma sorria.

– Onde você estava? Quero dizer...

– Em minha aulinha particular – dou uma piscadela e ela arregala os olhos.

– Você está tendo aulas com Mr. Queen?

– Estou. Ollie é uma pessoa incrível, muito prestativo – sorrio.

Ollie? Agora o nome dele é Ollie? – reviro os olhos.

– Voltando para os dramas, é claro que eu sabia que ficaria nisso.

– Quer saber? Eu falarei mais nada – concordo com a cabeça, me sentindo feliz por isso – Sério. Lavo minhas mãos.

– Ótimo, eu não poderia ficar mais feliz – me ajeito na cadeira e olho para frente, vendo de rabo de olho a ainda desaprovação de Sarah.

[...]

OLIVER

Chego em casa, jogo minha bolsa em cima do sofá e caminho para a cozinha, vejo biscoitos e um bilhete escrito com a letra de Laurel. “É claro que ela não está” penso.

Laurel e eu somos casados há quatro anos e até hoje ela não aceita muito bem minha profissão, diz que tenho potencial, que eu poderia ser algo muito melhor e cisma com minhas alunas. Ela é meio ciumenta, mas nada que afete tanto nosso relacionamento.

Laurel é uma mulher de aparências e por mais que minha profissão nos proporcione boa quantia de dinheiro (pois sou um professor nomeado), o que afeta nosso relacionamento é a preocupação dela. Como ela é uma promotora, acredito que seu sonho seria ter se casado com um advogado ou coisa assim, então às vezes acabo percebendo certo desconforto em suas palavras ao dizer para as pessoas que sou um engenheiro, mas resolvi lecionar.

Hoje uma aluna perguntou se eu a amo. Foi uma pergunta estranha pelo fato de em quatro anos nunca ninguém a tê-la feito. Afinal eu e Laurel namoramos dois anos para que eu pedisse ela em casamento então as pessoas que me rodeia acreditam que se estou casado é por que a amo e apesar de Laurel ter seus defeitos, é claro que... Que ela é uma boa esposa.

Tomo um banho e fico na sala assistindo à filmes, olho o relógio, eram dez da noite. Ouço um ruído de porta abrindo, Laurel.

– Oi am... – não dá tempo de dizer muita coisa, pois sou interrompido.

– Por onde você esteve Oliver? – ela pergunta.

– Trabalhando, onde mais eu estaria?

– Vim em casa à tarde e você não estava – Laurel coloca a mão na cintura e passo a mão pelo rosto.

– Esqueci de lhe avisar, estou dando aulas à uma aluna, ela tem dificuldades na matéria e é por isso que tenho chegado um pouco mais tarde – achei que ela iria fazer um escândalo, mas ao invés disso ela apenas foi para o quarto sem dizer nada.

Vou para o quarto após o fim do filme e a vejo deitada na cama usando um óculos de descanso preenchendo algumas coisas. Me aproximo aos poucos e começo a beijá-la, de início Laurel se entrega aos beijos tanto quanto eu.

– Tenho que dormir, estou cansada – ela me afasta tirando o óculos do rosto. Apenas concordo com a cabeça e desligo o abajur.

Eu sabia o que estava acontecendo com Laurel. Ela estava tentando mudar e mostrar que havia se tornado uma mulher menos ciumenta e que não brigaria mais por conta disso, mas a verdade é que ela não conseguia e já que não iria brigar, resolveu fazer isso, dizer que estava cansada. Como se eu fosse acreditar. Laurel nunca estava cansada quando se tratava de sexo ou de simplesmente ficar comigo, porém se ela iria fazer isso eu que não reclamaria.

A quinta-feira chegou mais rápido do que o esperado e eu teria que ver Felicity novamente, o que fazia com que eu ficasse sem reação. Não tire conclusões precipitadas de mim. Felicity é uma garota espontânea e tem um jeito bem despojado, ela não tem medo de falar o que pensa ou se expressar e eu até apostaria que não tem muito juízo e era isso o que chamava tanto minha atenção, mas devo admitir que não confiava muito nela.

– Olá Mr. Queen – ela disse ao entrar com aquele ar de petulância só dela, dei um sorriso em resposta.

Existia um imenso problema: Felicity me pediu ajuda e eu quis ajuda-la na mesma hora, porém Felicity é diferente das outras alunas. Desde que havíamos nos aproximado mais por conta dessas aulas, ela tem brincado de querer me tirar do sério. Claro que ela é uma garota linda e que se eu fosse mais jovem com certeza acabaria não resistindo a ela, mas eu era um homem casado e bem mais velho. Dava para perceber em seu jeito de olhar, mesmo querendo disfarçar, o olhar dela indicava que ela quer alguma coisa e isso estava começando a me perturbar.


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