Eu Não Preciso Disso, Sou de Humanas escrita por TheLB


Capítulo 4
O Rapaz do Copo de Café


Notas iniciais do capítulo

Vou botar fé nessa fanfic!



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NARRAÇÃO TOBIAS

Fiquei observando a garota que havia esbarrado em mim sair andando pelo campus, não percebi que continuava olhando para a direção em que ela tinha ido mesmo depois de ter sumido em meio as pessoas até que Nita me chamou.

— Quem era ela? – Nita perguntou.

— Esbarrou em mim. – respondi, mostrando o copo de café vazio.

— Ela é bonita. – ela estreitou os olhos – Vamos procurar mais café pra você.

Nita me puxou pelos braços pelo campus todo. Observei a faculdade, como era linda, mais bonita que a minha, seria ótimo estudar aqui sentado nessa grama verdinha com um copo de café do lado, embaixo de uma árvore grande. Os alunos que iam participar aquela semana iam ficar nos dormitórios improvisados da faculdade, cada semana era uma coisa.

Parei de andar quando escutei o meu celular tocar no bolso.

— É meu pai. – falei atendendo em seguido. – Olá, Marcus.

Sabe que não gosto que me chame assim, garoto.— eu odiava aquela voz.

— Claro, tanto faz. – revirei os olhos e Nita sufocou uma risadinha – Por que ligou?

Hoje começa o torneio, espero que tenha estudado bastante.

— Estudei, olha, vou para minha faculdade. Não é a minha semana! – desconversei – Tchau.

E desliguei em seguida.

— Ele vai ficar puto com você. – Nita riu, mexendo no cabelo castanho – Eu melhorei em matemática graças a você, eu te devo muito. Mesmo que eu não fique em primeiro lugar, estar entre os 3 primeiros já vai deixar minha mãe e meu pai um pouco mais felizes comigo, vão falar um “não fez mais do que sua obrigação”, mas ficarão felizes com um progresso.

— Não me agradeça, Nita. Você é minha amiga e amigos se ajudam!

Ela sorriu.

Nita era uma mulher bonita, os olhos cor de mel e os cabelos castanho escuro, tinha um pouquinho de sardas e o olhar doce, sempre discreta, usando tons claros, seus pais não permitiam que ela tivesse seu próprio estilo que pelo que eu sei é muito extravagante.

— Ano que vem é o último ano, glória a Deus. – ela pulou do meu lado.

Eu só pude dar risada dessa figura.

NARRAÇÃO TRIS

Eu estava perdida em pensamentos.

Christina contou que Will a pediu em namoro e eu e Marlene ficamos muito animadas, até mais que ela que foi pedida em namoro. Depois de 5 minutos eu já tinha me perdido totalmente nos pensamentos que se voltavam sempre aqueles olhos azuis que eu tinha visto mais cedo hoje.

— Ei, Tris. – Marlene me jogou uma almofada – Terra chamando Tris.

— Ah, desculpem. – cocei a cabeça – Me distraí em pensamentos.

— O que é mais importante do que pensar que eu desencalhei? – Christina brincou mostrando a aliança.

— Eu conheço esse olhar, Chris. – Marlene arqueou as sobrancelhas – Tem algum gatinho na parada.

— O que você é, garota? Uma cigana? – dei risada – Tá, eu estava pensando em um garoto, satisfeitas?

Christina e Marlene bateram palmas, pareciam duas crianças.

— Quem é o gato? – Marlene se sentou do meu lado na cama.

— Não sei, eu só esbarrei nele e acabei derrubando o copo dele. – dei risada – Ele parece ser gentil, mas só me desculpei e saí.

— Ele é daqui? – Christina perguntou.

— Nunca vi ele por aqui e ele não parece tão velho, provavelmente deve ser um dos universitários que vieram pro torneio. Se for, posso ver ele mais vezes, já que admito que estou interessada em saber quem é o rapaz do copo de café. – mordi os lábios.

Lynn entrou no quarto e fechou a porta sem tirar os olhos do celular, murmurou um “oi” e se sentou na cama sorrindo.

— Pelo visto, eu sou a única que não tem um pretendente aqui. – Marlene apontou para Lynn – Olhar bobo de gente apaixonada.

— Cala a boca, sua idiota. – Lynn respondeu sem ainda tirar os olhos do celular.

— Quem é o gato? – Christina perguntou.

— Será que vocês não podem crescer? Que coisa de adolescente de 13 anos. – Lynn bufou e entrou no banheiro.

Nos entreolhamos.

— O que deu nela? – Marlene indagou.

— Eu não sei, mas ela tem razão. Hora de crescer, vamos estudar! – eu disse me levantando e pegando meu caderno para pensar em mais alguns detalhes do filme que eu e meus colegas estávamos produzindo.

A história seria sobre uma menina órfã que vai tentar a vida na cidade e consegue o emprego de empregada na casa de uma família rica e é desprezada por todos mas no fim dá a volta por cima. Não tivemos ideias melhores, a maioria das histórias que pensamos já estava proposta no filme da outra faculdade, fala sério, eles enfiaram tudo quanto é problema social num único filme.

Lynn apareceu no quarto e se sentou ao meu lado entrando no seu notebook.

— Então, Lynn. – puxei assunto e ela olhou pra mim – Por que foi tão agressiva agora há pouco?

— Só não gosto que se intrometam na minha vida.

— E eu não gosto de gente que é grossa comigo sendo que eu não fiz nada. – olhei sério para ela.

Ela suspirou.

— Tem razão, desculpe. Depois eu me desculpo com elas! – ela olhou pra mim – Só que eu acho que não devo contar com quem ando saindo, sei lá, nem estou saindo ainda, comecei a conversar hoje.

— Não precisa contar se não quiser. – sorri colocando minha mão na dela.

— Obrigada, Tris. – ela sorriu de volta – Agora vamos estudar.

***

Já era fim da tarde e minha cabeça estava latejando de tanto pensar.

A ideia do filme era boa mas precisava de algo a mais, um tempero especial e eu não consegui pensar em nada que desse mais sabor a essa história, tornando-a mais gostosa. O sol estava se pondo lá fora e o frio estava forte. Coloquei só uma blusa pois não pretendia demorar, queria dar uma volta pelo campus, os alunos das faculdades parceiras iriam embora só no fim da tarde.

— Aonde vai? – Marlene perguntou do banheiro com a escova no dente.

— Dar uma volta.

Me arrependi de não ter pegado uma blusa mais grossa, mas ficar um pouco lá não ia fazer mal. Ah, quem eu quero enganar, não estou nem aí!

Não tinha tanta neve, mas é porque essa semana o Sol foi bem generoso. Os raios solares tinham um calor fraco e a brisa gelada fez minhas bochechas arderem um pouco, andei um pouco mais em direção a entrada para ver se ele ainda estava lá, até que senti alguém tocar meu ombro.

— Pode ficar doente se ficar no frio só com essa blusinha. – reconheci a voz em instantes.

— Ah, oi. – eu disse sem graça – O que está fazendo aqui ainda?

— Estava batendo um papo com os professores daqui, e eu não vou com os outros, tenho motorista particular.

Um rico, pelo visto.

— Ah, sim. Que legal! – coloquei uma madeixa do meu cabelo atrás do cabelo, e percebi que estava tremendo.

— Aqui, pegue meu casaco. – ele tirou o casaco dele, mas viu que eu ia protestar – Não se preocupe, estou com uma blusa de lã por baixo. Aqui está.

— Obrigada. – coloquei e ela ficou enorme.

— Vamos sair dessa friagem.

Caminhamos até a lanchonete do campus que ainda estava aberta, mas não tinha ninguém. Nos sentamos no balcão para não ficar muito exposto ao frio que estava fazendo agora que anoitecia. Peguei o cardápio para dar uma olhada nas coisas e ele fez o mesmo. Caramba, saí pra ver se encontrava o cara e fiz mais do que isso: acabei num encontro!

— Um chocolate quente, por favor. – eu pedi.

— Eu vou querer um café.

— Café, hein. – eu dou risada e ele também.

— Como é o seu, desastre ambulante? -  ele perguntou colocando a mão no queixo e me fitando com aqueles olhos azuis.

— Há, desastre. – eu ri – Beatrice, mas pode me chamar de Tris.

— Tris, gostei. Sou Tobias! – ele me esticou a mão e eu a apertei.

— Nossa, você é quente.  – franzi a testa quando percebi a temperatura da mão dele.

— Acontece quando eu fico nervoso – ele ri, mas depois para – Ou quando uso roupas muito quentes como agora.

O chocolate quente e o café foram entregues, e eu beberiquei um pouco do meu chocolate quente, apreciando a beleza do rapaz do copo de café... ou Tobias!


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Odiaram? Querem um chocolate quente e um café também?



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