Eu beijei minha irmã. escrita por Pão da Paz


Capítulo 5
Esquecer do sábado a noite


Notas iniciais do capítulo

Gente eu escrevi isso a um bom tempo, mas eu me esqueci de postar, foi beeeem mau



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POV’S AXEL OFF

POV’S NEIVA ON

Finalmente é segunda, quer dizer domingo foi um dia preguiçoso e que passou tão lento quanto as aulas da faculdade, as horas pareciam ter mais que apenas 60 minutos, os segundos pareciam estar em uma serie de câmera lenta, eu aproveitei para por meus estudos em dia assim como minhas series, nada de falar com Beca, quando brigamos não ligamos um para o outro, tudo parece fluir uma hora ou outra.

Neiva colocou sua mochila em ordem, seus livros de escola e documentos para levar a faculdade e arrumou a cozinha, o que deu a entender que a cozinha é toda de Neiva e nem ouso me intrometer, já que eu quase nunca a usava antes de tudo isso. Ayuno deu um trato no quarto deles e passou algumas roupas para amanhã ela dormiu um pouco durante a tarde e viu algum filme a noite, não me pergunte qual, porque eu não tive o prazer de bisbilhotar.

Acordo por volta das 6:50 e me deparo com o cheiro de café, e também pão na chapa eu acho, como Axel chegou tão cedo no Brasil e já sabe tudo sobre a culinária, pelo menos a do café da manhã. Chego na cozinha e ele está comendo quatro fatias de pão.

–Muita fome irmão? – pego um pão e passo margarina.

–Eu costumo comer um pote de feijão logo cedo, ajuda a levantar, mas não vi feijão

–Acho que tenho um no armário, mas não em lata.

–Serio! Que droga, mas os pães estão bons.

–Ainda bem – riu enquanto frito o pão. – Então que horas é a faculdade?

–Só a noite, mas vou sair cedo para resolver umas documentações, Ayuno sai antes de você, ela está se arrumando.

Não penso em ir de jeito nenhum em seu quarto, e ver de novo o sr. Me coma, preciso parar de pensar assim com minha irmã, não é lá muito normal. Logo depois que ele fala ela parece ter ouvido e entra na cozinha com um ar de sono.

–Bom dia – digo tentando não parecer muito animado.

–Sim – ele diz e se vira para a geladeira. -, tem café?

–Na mesa – Axel fala na maior naturalidade, como se já esperasse por isso.

Ela vai a mesa quase que rastejando, pega uma xícara que estava ali talvez para ela mesma, a enche e toma o café, sem açúcar, sem adoçante, sem nada. Me assusto, já que só consigo tomar café com leite e açúcar enquanto ela o toma sem nada quase quem sem esforços de não ter gostado.

Axel ainda está de pijama, mas Ayuno veste calças jeans, e uma blusa larga, gosto do estilo e penso que me visto assim quase todos os dias. Ayuno fica tão bonita com tão pouco, a blusa branca parece deixar o loiro do seu cabelo mais amostra, seus olhos escuros agora parecem um tipo de mel de abelha puro.

–Vou indo – ela deixa xicara na pia e se volta para a sala.

–Eu desço com você – não queria ficar muito com ela, mas preciso explicar onde fica a faculdade e fazer um agrado descendo com ela.

Ela chama o elevador enquanto pego minha mochila, penso que vou encontrar Beca, será que ela vai fingir que esqueceu?

–Neiva – escuto Axel me chamar.

–Sim – digo enquanto ponho os tênis.

–Se ver Beca peça a ela o número do João – ele se vira até a cozinha.

–Axel você é gay? – Digo da boca para fora quando penso no que disse – Quer dizer, não tem problema se você for...

–Gay? – Ele ri – Não eu – ele abaixa a cabeça. – Sou hetero.

A alguns anos um garoto gostava de mim, de verdade ele queria ficar comigo, e eu me dei conta que estava confuso sobre minha sexualidade, ele me deu um tempo para pensar, e eu não sabia como pensar naquela situação. Nunca passara pela minha cabeça a atração por homens, mas com o passar dos dias tudo ficava confuso, minha cabeça distorcia tudo que eu via e ouvia, eu me sentia tão pressionado por ele que acabei pensando em ser gay. No fim eu falei que não podia ficar com ele, e que ainda estava confuso. Depois eu fui para uma balada gay e ri de mim mesmo, eu não sentia nada, e finalmente tive certeza do que era. E do jeito em que Axel falou sinto que esta na mesma, é normal a confusão, a pressão a incerteza e o medo de ter se enganado, fico feliz de ter me achado na minha sexualidade, quem sabe se o tal amigo nunca tivesse falado nada, eu estava até hoje em minhas incertezas.

Me levanto e me despeço de Axel.

POV’S NEIVA OFF

POV’S AYUNO ON

O elevador chega e o seguro ate que Neiva saia do apartamento. Ainda nos falamos muito bem desde que tudo aconteceu, eu fico grata por ele não lembrar, por mais que eu desconfie, sabe eu realmente senti algo naquela noite, só que tudo se foi quando pensei “ELE É MEU IRMÃO”, ou será que isso realmente importa? Eu estou confusa sobre o que pensar, como agir e tudo mais. Deveria me abrir para esse sentimento? Ou fugir dele? E ainda tem a Beca. Mas eu sinto que hoje será diferente, sinto que poderei esquece-lo, manter o foco em tudo menos num sexo com seu irmão mais velho, que nem é tão íntimo assim.

Ele sai do apartamento e tranca a porta, minha mão começa a soar, tiro o braço da porta do elevador, ele parece nervoso também, será que ele realmente se lembra? Fico tremula ao lembrar. Levo meu dedo em direção ao botão de 0, mas parece que ele também tem essa ideia, esbarramos nossos dedos, mas somente ele o recua, aperto 0, olho para o chão como faço quando tenho vergonha, já criei uma mania por observar meus passos enquanto ando.

O silencio fica intenso, até que ele o quebra.

–Vai querer carona, assim você saberá o caminho sem muita dificuldade!

–Eu na verdade quero sim -, eu deveria ter negado, mas eu não sei onde é a faculdade, ir andando seria um desafio imenso, ou pegar ônibus seria pior ate. O elevador abriu então fomos até seu carro, na verdade eu apenas o segui, não fazia a mínima ideia qual seria seu carro e onde estaria, o estacionamento era um labirinto para mim, havia mais carros pretos, seguimos a um preto com os vidros totalmente escuros, o alarme soou por toda a garagem, reconheci o carro era um Hyundai, alto e espaçoso, me lembro do meu pai ter um desse modelo, talvez tenha o dado a Neiva.

Entro no carro e tento ficar quieta diante de tantas perguntas que passam a minha cabeça sobre o tal dia, mas fiquei quieta, e me segurei sobre qualquer coisa sobre o sábado a noite, só falei coisas sobre o caminho, e tentei ficar calma, depois de um tampo ambos esqueceremos realmente sobre o sábado á noite.

***

Era um local diferente, era amplo e grande, mas tinha seus baixos. A faculdade na qual sempre sonhei em estudar era coberta por tijolos alaranjados, e isso mantinha seu charme, sem falar que tinha pessoas intelectuais por onde quer que se olhe, havia uma nova oportunidade uma nova fase em tudo aquilo, aqui eu vejo um esconderijo de mim mesma.

Era uma faculdade paga então não se viam muito intelectuais quanto a faculdade onde me escrevi antes de Axel passar para a de culinária aqui, eu teria que fazer uma prova basicamente, mas eu tinha tanta certeza que passaria que não me importava mais nada.

Um sinal toca, não sei para onde ir, não entendo o que essas pessoas falam, de repente estou em um pais desconhecido com uma língua que não reconheço muito bem.

A uma grande quantidade de pessoas em frente a um tipo de grande lousa cheia de clip arts e papeis aleatórios, vou ate lá e percebo que os papeis na verdade nos falam a sala em que devemos ir.

Primeiro ano da faculdade de cinema sala – 20; segundo andar

Me dirijo para a esquerda a procura de uma escada, nada. Então vou um pouco pra frente, nada. Procuro algum tipo de placa que indique o segundo andar, acho uma que indica a direita, um pouco no fundo, mesmo assim não avisto a escada, saio andando para a direita então sinto algo batendo na minha cara, fecho os olhos e tropeço no chão, estou prestes a chorar quando sinto a mão de alguém passando por mim e me levantando.

–Desculpe, você está bem senhora?

–Ayuno – digo porque senhora é um jeito horrível de se dirigir a uma garota de 17 anos. –Não, mas vou ficar.

Olho para cima, de primeira o sol me atrapalha que veja seu rosto, é um rapaz de uns 20 anos talvez? Me levanto mais ereta e posso ver, ele é um pálido dos cabelos pretos como carvão seus olhos são marrons que ficam cor de mel com o encontro do sol.

–Quer ajuda?

–Yes, please – digo quando percebo que estou falando em inglês. –Sorry – pauso novamente. – Eu gostaria de saber onde é a escada?

–Bem no final daquele corredor, estou indo para lá quer que eu a acompanhe?

–Pode ser – sorriu.

Realmente era no final do corredor, muito fácil de ser encontrada, subimos a escada em silencio, mas eu gostaria de puxar assunto com ele.

–Em que ano você está Aiu...? – ele diz e fico surpresa.

–Ayuno – digo e riu -, estou no primeiro.

–Ah, claro! – ele ri para si mesmo -, se você estava perdida não deveria estar em outro dã

–Dã – riu disso.

–Você não é daqui é?

–Não, originalmente sou brasileira com japonesa, mas morava no Estados Unidos ate a três dias – fala disso me abre um sorriso, é engraçado pensar que a três dias eu falava inglês e morava na minha residência em um dos melhores bairros da Califórnia.

–Ual, por isso o nome Ayuno, compreendido.

Avisto a sala 20 e fico triste porque adorei conversar com...

–Qual o seu nome?

–Lucas. Sua sala é a 20?

–Sim – dou um sorriso meio que pena.

–Porque não almoçamos juntos, eu e uma galera da minha sala vamos no mc donalds, ele fica a duas quadras daqui, nos encontramos no portão principal e seguimos ok?

–Ok, eu vou aceitar, muito obrigada.

–Tchau americana, japonesa e brasileira.

Por um momento esqueço a maioria das coisas que antes me faziam chorar, acho que tudo que precisava era um amigo.


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Notas finais do capítulo

Gente se você quiserem mais capitulos, mais rapidos me cobrem ai eu não esqueço, bjs bjs



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