POV’S NEIVA ON

Acordo esgotado olho para o lado Beca esta dormindo profundamente, vou ao banheiro e lavo o rosto, penso o quanto estou louco, ainda penso em Ayuno, mas dessa vez de quando éramos crianças, eu tenho poucas lembranças, ela sempre era nervosa, batia o pé quando estava com raiva, resmungava quando estava com dor e chorava para chamar atenção.

Será que ela mudou desde dessa época? Será que ainda quer atenção, apesar que mesmo que tivesse ela ainda tem seus problemas psicológicos e não quero me meter com isso, como vou saber se é um ataque psicológico ou ela mesmo? Faço xixi, então escuto o barulho de panela, será que alguém já acordou?

É nossa primeira manhã juntos, eu fico nervoso, minhas manhãs são silenciosas, eu tomo café sozinho vendo jornal ou alguma serie, quando tenho tempo, mas a partir de agora, terei sempre companhia. Isso me deixa meio assustado, não sei se gostaria de companhia, ás vezes é bom ficar só tomando um cafezinho e pensando sobre coisas desnecessárias, como a probabilidade de existência de pôneis cor de rosa.

Vou ate a cozinha devagar ao passar pela cama para não acordar Beca, ela costumava dormir angelicalmente, mas de um tempo para cá, eu estou confuso, a alguns anos eu soube de uma traição, eu a perdoei, só que agora não a vejo mais como minha namorada perfeita, ela não passa de uma garota que transo e isso me deixa ansioso para contar a ela que perdi o sentimento que me deixava nas nuvens, seja lá qual for ele.

Passo pela porta e vejo a porta do quarto dos gêmeos fechada, será que uma panela caiu? Vou ate o cabideiro de casaco e pego meu roupão, o coloco e vou direto para a cozinha, tomo um susto ao ver Axel no fogão.

–Axel? – sorriu e vejo o que esta fazendo.

–Ah, bom dia! – ele sorri e volta para a frigideira.

Há ovos sendo mexido, um pão no prato ao lado. Lembro-me que comprei bacon para que eles se sintam nos Estado Unidos, me lembro de comer isso quando criança, hoje eu odeio bacon. Vou ate o congelador e o pego.

–Axel eu comprei bacon, imaginei que gostassem de comer durante o café!

–Valeu Neiva! Não precisava cara – ele pega e os abre.

–Quero que se sintam em casa – sorriu e ligo a cafeteira.

–Não queremos nos sentir em casa brother! Estamos aqui agora é queremos nos sentir brasileiros – ele ri e posso pela primeira vez perceber seu sotaque americano.

Tomamos café, e aprovo a comida de Axel, ele não salga o ovo como sempre faço, quando esta terminando o café Ayuno entra, ela esta com cara de sono.

–Ayuno fiz seu café – Axel entrega um prto com ovos e bacon a ela, sem dizer nada ela senta e come observando a parede atrás de mim.

–Bom dia! – digo me levantando pra por o prato na pia.

– Dia – ela diz e come diretamente uma fatia de bacon.

Seguido dela chega Beca, ela também tem cara de sono.

–Oi – ela se senta e observa Ayuno comendo o bacon enquanto observa ainda a parede.

–Beca eu fiz ovos para você! – Axel os entrega a Beca que o encara e encara o prato e sorri.

–Valeu Axel, adoro ovo mexido – ela se volta a comer, mas não tem uma feição agradável.

Finalmente Ayuno tira o olhar da parede e volta a me encarar rapidamente, enquanto lavo os pratos, posso vê-la agora encarando os ovos de Beca.

–Se não quiser não precisa comer – ela sorri e põe o prato na pia, lançando a mim um olhar de nojo.

Então sai da cozinha.

E assim foi a primeira manhã com meus irmãos, feliz, deliciosa, estranha e sonolenta. Penso que agora todas as manhãs serão desse jeito. E não sei o que pensar.

***

POV’S NEIVA OFF

POV’S AYUNO ON

Beca me dá um desconforto, e Neiva se parece com ela, ou pelo menos seguir seu jeito desagradável, desde que ela veio caçou de mim e isso me deixou nervosa. Arrumo minha cama e de Axel e vou ao quarto de Neiva, e só penso como a noite foi boa. Não sei porque sou tipo uma detetive das boas, mas não se precisa adivinha, o travesseiro esta no meio da cama, os lençóis estão saindo do colchão, sem falar que estão amarrotados demais, Beca colocou seu sutiã dentro de uma bolsa, bem mal colocado. Da nojo arrumar essa cama, então saiu do quarto, mas esbarro com Neiva.

Tento passar direto, mas ele me olha fixamente.

–Eu só tava procurando a vassoura digo e passo reto sem esperar resposta.

Sigo para o meu quarto, o meu único pontos de descanso da casa.

***

Eles finalmente foram embora, eu não quis ir para esse lugar, sabe os brasileiros podem nos olhar mal por sermos americanos, sem falar que meu português esta caindo bem, como vou pedir uma bebida se nem sei o que eles costumam beber. E outra aquela coisas asquerosa vai estar lá, não esqueço o tom de ruivo do seu cabelo, nossa chego a ficar agitada.

Sento no sofá e vejo a maratona de American pie, enquanto como frutas. Mas a portas abre, me tremo, ainda é tão cedo.

–Quem é? – saiu do sofá e vou ate a porta, Neiva.

–Ayuno ainda acordada! – ele entra e repara o meu pijama.

É na verdade uma calcinha e uma blusa larga de Axel, odeio usar short no calor, pensei que não viria ninguém, mas ele é meu irmão, então não me incomoda.

–Vendo American Pie? – ele ri e senta no sofá interessado.

Sento-me ao seu lado.

–Porque veio cedo? – continuo vendo o filme.

–Porque eu simplesmente falei a verdade, o que ganhamos por ser sinceros?

–A vida é um poço de mentiras, continue fazendo a verdade Neiva! – digo e chego mais perto.

Minha cabeça parece estar de cabeça para baixo, Neiva agora esta elegante, ele sorri para mim e meu coração começa a palpitar forte, sinto um calor na minha barriga. Passo a mão no cabelo e me levanto, preciso escrever como sempre faço como minha cabeça sempre pede, quando ando um pouco, sinto um calor nas mãos, Neiva esta me puxando, volto pra ele por mais que queira escrever, escrever, preciso vomitar as palavras se não ficarei maluca.

Ele me faz virar-me para ele, e então me abaixo a fim de tirar suas mãos de mim, mas ele me beija, e sinto suas mãos no meu corpo, eu gosto e continuo. É errado, preciso escrever essas sensações, Neiva pare, pare, deixa-me escrever. Jorro as palavras com minha língua e funciona, alivia as palavras que querem sair, quero gritar o que sinto, mas simplesmente não sei como gritar, o beijo mais profundo passo minha mãe pelo seu cabelo e sinto que as palavras simplesmente não devem ser escritas, e sim feitas, as faço.