Do Not Look Back escrita por Little Vit


Capítulo 2
Parte 2




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O dia seguinte chegou, e com ele perguntas e suspeitas recaíram sobre Sophie, as pessoas do pequeno vilarejo não conseguiam acreditar, que a jovem moça tinha conseguido salvar-se do temível monstro, do qual todos ali temiam.

Alguns, os mais bisbilhoteiros, insinuavam que Sophie pudesse ser uma bruxa, outros simplesmente não entendiam como ela tinha sobrevivido, e preferiam continuar a não saber.

A ignorância é uma benção de poucos.

O dia no pequeno vilarejo estava chegando ao seu fim, ao horizonte o sol escondia-se atrás das montanhas, colorindo o céu de amarelo, laranja e lilás.

Sophie sempre gostou de observar o pôr-do-sol, gostava mais ainda pois fazia isso sozinha.

Conforme as horas passavam, mais a ansiedade de Sophie aumentava, a jovem ainda não decidirá se iria ou não, ao encontro da criatura.

“Ora, mas é claro que eu vou, eu tenho que ir, caso eu não apareça, ele matará minha família, não posso e não devo arriscar. ” – Sophie pensava.

“Sophie, menina entre, vai acabar por pegar uma doença, se continuar na janela. ” – Seu avô repetia pela terceira vez.

Sophie suspirou virou-se e pôs-se a andar em direção a mesa de sua residência, onde sua família a esperava para jantar. Sophie não tinha uma família muito pequena, nem muito grande, porém para os padrões do vilarejo, a família de Sophie era pequenina.

Sophie tinha uma mãe bondosa, um pai autoritário, um irmão mais velho estúpido, uma irmã mais nova mimada, uma tia solteira, que Sophie tinha certeza que nunca se casaria, e por fim seu avô, um senhor que vivia para contar como conseguiu sobreviver ao terrível monstro que rondava o vilarejo, o mesmo monstro que Sophie beijará na noite passada, o mesmo monstro que Sophie iria reencontrar em breve.

Depois da ceia, muitos foram dormir, menos Sophie, que ainda pensava em como faria para sair de casa sem ser pega.

“Sophie, minha querida, não vai se recolher? ” – O avô indaga curioso, a neta que passará o dia pensativa, e agora sua feição era de ansiedade e preocupação.

“Não estou com sono. ” – Sophie murmurou.

“Estou indo me recolher, deveria fazer o mesmo. ” – O velho falou.

“Vou sim, daqui a pouco. ” – Sophie respondeu e observou o velho caminhar com dificuldade pelo corredor, até desaparecer por completo. Essa era a hora, Sophie precisava sair, e saiu.

Correndo o máximo que pode, foi assim que a jovem chegou a floresta, incrivelmente, desta vez Sophie não tropeçou nenhuma vez em seus pés, parecia que o destino conspirava para ela reencontrar a criatura.

Chegou ao local, exatamente no mesmo horário da noite anterior, seu coração pulava, pelo cansaço da correria, e por saber que logo a criatura apareceria.

“Pensei que não viria. ” – A voz grave e potente da criatura, chamou a atenção de Sophie.

“Você iria matar minha família, caso eu não tivesse vindo, não podia arriscar. ” – Sophie murmurou em resposta

“Não está nem um pouco curiosa, de porque eu pedi para retornar? ” – A criatura indagou.

Um certo som de divertimento pairou no ar.

“Porque você vai me matar? ” – A voz de Sophie saiu quase que como um sussurro.

A criatura riu, foi igual da última vez, baixo e grave.

“Não vou matar você. ” – A criatura respondeu.

“Não? ” – Sophie não conseguia entender, porque aquela criatura não iria matá-la.

“Não penso desta forma, vou lhe oferecer uma oportunidade. ” – A criatura respondeu.

“Que oportunidade? ” – Sophie indagou.

“Vida eterna. ” – A criatura sibilou. “ O que acha que se tornar protegida da lua? ”.

Sophie não sabia o que pensar, aquela criatura estava lhe oferecendo a oportunidade de se tornar igual a ele.

“Quer me transformar em uma protegida da lua? ” – Sophie murmurou, sentindo pela primeira vez, um medo verdadeiro.

“Quero lhe oferecer uma oportunidade de viver eternamente, linda, jovem e sedutora. ” – A criatura completou.

“Porque eu? ” – Sophie não pode controlar a curiosidade, afinal, se a criatura era um protegido da lua, podia ir a qualquer lugar, podia ter quem ou o que quisesse, então porque ela?

“Posso andar por onde eu quiser, posso ter quem eu quiser ou o que eu quiser neste mundo, porém você me deixou, curioso. Nunca tinha conhecido uma moça tão linda e tão viva, seu sangue canta para mim, sinto que tenho um forte instinto de proteção em relação a você. ” – Algo no interior de Sophie pulou, algo comemorou, Sophie apenas não sabia o porquê.

“E se eu não aceitar? ” – A indagação foi quase impossível de não lançar.

“Você quer aceitar. ” – A criatura murmurou.

“Será que eu posso pelo menos, ver o rosto da criatura que me oferece a vida eterna? ” – Sophie indagou confusa.

“Não, terá que confiar em si mesma. ” – A criatura respondeu.

“Só me dê uma explicação, porque eu? Porque quer a mim? ” – Sophie não aguentava mais essa dúvida.

“Minha condição não me permite sentir as mesmas emoções que vocês, humanos. Porém, sinto que devo lhe proteger, que preciso ter você junto a mim. Se eu pudesse amar, lhe amaria. ” – A criatura respondeu.

O coração de Sophie saltou, era exatamente desta forma que ela se sentia, Sophie já sabia o que iria responder.

“Você me ama? ” – Sophie tentadoramente indagou.

“Eu disse que se pudesse amar, eu lhe amaria. É diferente, minha espécie não ama, sente. ” – A criatura respondeu, sua voz parecia cansado.

“Eu aceito. ” – Sophie falou rápido, talvez por medo de arrepender-se.

Nada a prendia ali, talvez sua família, porém eles nunca realmente preocuparam-se com ela.

“Tem certeza? Sabe que estaria abdicando de muita coisa. Da sua família e amigos. Não poderia mais sentir o sol na sua pele, teria que viver na escuridão, escondendo-se do medo dos humanos. ” – A criatura explicou.

“Quero ficar com você. ” – Sophie lançou, nem ela sabia o que falava.

“Agora é a minha vez de ficar curioso. Como saber que quer ficar comigo? ” – A voz da criatura soou divertida.

“Eu sei o que eu não quero. E não quero viver neste vilarejo, cheio de pessoas invejosas e mal-intencionadas, pessoas mentirosas, quero ter uma vida diferente, onde eu possa ter o que eu quiser, ser quem eu quiser. ” – Sophie falou.

“Quer ver o rosto do seu criador, minha presa? ” – O monstro falou sedutoramente.

O coração de Sophie parou, depois de tantas tentativas falhas, ela finalmente iria ver o rosto da criatura que lhe daria a vida imortal.

Aos poucos a criatura se revelava a luz da lua, os raios lunares traçavam apenas alguns de suas feições, primeiro seus pés, com passos confiantes e fortes, depois suas pernas, grosas e imponentes, depois seu peitoral, as marcas em seus braços o deixava mais convidativo, braços fortes, um abdômen viril, depois seguido, finalmente por sua face, branca como a neve, a primeira coisa que Sophie observou, foram os olhos, vermelhos como sangue, hipnotizantes, cabelos castanhos claros, curtos, lisos e rebeldes, caiam pela a face da criatura, lhe dando um ar, jovial e sedutor.

Seus traços eram tão perfeitos, que definitivamente, só poderiam ter sido esculpidos por anjos, ou no caso da criatura, por demônios.

“Está pronta? ” – A criatura perguntou, lançando um sorriso torto.

Sophie ainda se recuperando da maravilhosa surpresa que recebeu, demorou alguns inquietantes segundos para responder a criatura.

“Sim. ” – O sussurro saiu quase que imperceptível ao ouvido humano, mas não ao ouvido da criatura.

A criatura sorrio, mostrando seus maravilhosa caninos, brancos como o gelo, afinados como uma agulha.

A passos vagarosos a criatura chegou a centímetros de Sophie, podia ouvir e sentir sua respiração pesar.

“Não tenha medo, só vai doer um pouquinho. ” – A criatura sussurrou.

“Vou sentir dor? ” – Sophie quis saber, não que fosse mudar sua resposta, porém sua curiosidade não lhe deixava segurar esta pergunta.

“Apenas o necessário. ” – A criatura respondeu. – “Feche os olhos, respire pela última vez e relaxe, logo você será como eu. ” – A criatura pediu e Sophie obedeceu.

Seus olhos fecharam-se calmamente, e seguida, Sophie sentiu como se duas agulhas fossem enfiadas em seu pescoço, primeiro não sentiu nada, depois começou a sentir seu sangue seu sugado de dentro dela, porém Sophie não se debateu, a criatura estava a matando, era perfeitamente normal que ela tentasse fugir, mas ela não o fazia, era como se sua mente a mandasse correr, e seu corpo a mandasse ficar, acho que já sabemos quem ganhou esse cabo de guerra.

Sophie dormiu, nada mais foi sentido, ela entrou em um estado de que ouvia e sentia tudo ao seu redor, porém não podia mexer-se ou acordar.

“Acorde. ” – A voz de ser criador foi rapidamente capitada pelos havidos ouvidos da jovem.

Sophie via tudo negro, aos poucos seus olhos foram adaptando a escuridão da noite, rapidamente percebeu que estava no mesmo lugar da floresta.

Braços fortes e experientes a puxaram e a colocaram em pé.

“Como se sente? ” – Seu criador indagou curioso.

“Eu me sinto, diferente, porém ótima. ” – Sophie sussurrou, ela sentia uma forte sede, sua garganta ardia, ela pedia, e Sophie sabia o que queria, ela queria sangue.

“Sente sede? ” – Seu criador indagou.

“Muita. ” – A jovem moça, já não era mais igual, agora Sophie era uma protegida da lua.

“Venha comigo, reine comigo, minha rainha. ” – Seu criador sussurrou a centímetros da boca de Sophie,

“Posso saber qual o nome do meu criador? ” – A jovem protegida indagou.

“Eu me chamo Adark, sou filho de Drácula, e eu sou seu rei. ”

Sophie sorriu, ela era agora igual a ele, uma protegida da lua, e se dependesse dela, seria assim por muito, muito tempo mais.

Um século depois.

“O que eu tenho que fazer para ser igual a vocês? ” – O jovem indagou as duas criaturas brancas e frias a sua frente.

“Esqueça sua vida aqui, seus amigos e família. ” – A Vampira de cabelos negros, pele branca e olhos vermelhos falou.

“Só isso? ” – O jovem a falou surpreso.

“E mais uma coisa. ” – O vampiro de cabelos castanhos claros murmurou. – “ Não olhe para trás. ”

“Qual o nome de vocês? ” – O jovem indagou.

“Me chamo Sophie. ” – A jovem de cabelos negros respondeu.

“Me chamo Adark, filho de Drácula, e nós somos seus reis. ” – O protegido da lua revelou, mostrando seus dentes perfeitamente brancos.

O jovem sorriu, ele sabia o que queria, e o que iria se tornar, logo ele seria como as criaturas a sua frente, um protegido da lua.

E você caro leitor, tenha cuidado ao andar sozinho à noite, principalmente nas noites de lua cheia, os protegidos da lua caçam sobre a proteção dela, se você os encontrar, diga sim para as suas perguntas, pois não há alguém que tenha dito não que sobreviveu, como eu sei disso?

Eu sou Sophie, e sou a Rainha dos protegidos da lua, e você, quer ser um também?


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Notas finais do capítulo

Meio clichê colocar o Drácula?
Ele é o maior protegido da lua de todos os tempos...

Cuidado mortal, meu criador está entre vocês...

Ele está caçando, presas, para se exército imortal, de que lado você ficará?



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