A outra dimensão; escrita por Val-sensei


Capítulo 17
Rumo a batalha




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Deci sentiu-se um pouco fraco em sentir a esperança e os sonhos de Décio voltar aos poucos. Gritou alto dentro de sua casa e olhou a parte de seu cristal e viu uma potinha roxa clara mostrando.

— Malditos, Malditos – Gritou mais uma vez e com muita raiva e ódio. – Eu vou vencer, vocês verão... – ele se deita um pouco cansado e acaba adormecendo.

*******

O sol entrou pela janela fazendo com que eu erguesse as cobertas e cobrisse o meu rosto, incomodada com a luz, logo escutei a voz divertida e anima de Kogu batendo a porta do quarto em que eu estava.

— Entre – eu disse a ele e o vi abrindo a porta e entrando.

Sentei-me a cama e vi que ele ficou rubro ao me ver com umas das camisolas de sua esposa e virou o rosto tentando disfarçar, o que era fofo, mas sabia que ele tinha respeito por mim.

— Só vim avisar que o café já está servido – ele saiu meio acanhado.

Dei um leve sorriso e me levantei, fui até a janela e a abri sentindo a brisa da manhã entrar e passar pelo meu rosto, o cheiro do mato fresco misturado com o orvalho da manhã entrou pelas minhas narinas, o som dos pássaros a piar nas árvores daquele lugar entraram em meus ouvidos e por algum motivo eu senti meu coração leve e com vontade de lutar e voltar para minha família e meu lar. Afinal a batalha final estava por vir.

Troquei minha roupa e fui até a cozinha onde estavam Fen, Kogu, sua esposa e seu filho sentados à mesa. Fen me olhou animado e disse:

— Pronta para a verdadeira guerra Ayane?

Sentei-me e os olhei com um grande sorriso no rosto.

— Sim Fen, estou ansiosa para acabar com o Deci – sorri animada.

Kogu a olhou assustado, mas Fen viu o olhar de Kogu e o olhou de uma forma para repreender sem que Ayane desconfiasse.

Kogu entendeu o recado e olhou para Ayane e disse?

— Bom vamos tomar café que eu estou morrendo de fome – Kogu deu um sorriso.

Depois de tomarmos café da manhã olhei para todos ali presente e Kogu e Fen estavam meio estranhos que o normal, não sei por que, mas eles me escondiam algo. Eu sabia por causa da sabedoria do oráculo, mas não conseguia verificar o que era.

Fen foi preparar o cavalo para irmos para o decimo guardião, Deci, mas algo me dizia que eu tinha que tirar o poder de maldade dele e não o matá-lo

****

Conversei muito com a esposa do Kogu e depois com ele até Fen voltar.

— VAMOS AYANE! – Fen me chamou lá de fora.

Despedi-me de Hichi e Kogu com carinho, sabia que não era a última vez que os veria e que de alguma forma tinha mais naquele mundo do que eu mesma imaginava, mas eu estava amando viver aquela aventura e agora viria a maior das aventuras, vencer Deci. Sorri a Fen ele estendeu a mão para me ajudar a subir no cavalo, sempre sendo um cavalheiro. Assim que montei, ele também subiu no cavalo e sorri aos nossos amigos, bateu com os pés na barriga do cavalo e o mesmo começou a andar, para depois Fen bater um pouco mais forte para o cavalo correr.

Senti o vento bater nos meus cabelos e dei um sorriso, não sei por que mais eu sentia que tudo ia dar certo naquele mundo, algo bom ia acontecer. Sentia o Fen cavalgar comigo sentada no cavalo, pela mesma estrada que havíamos percorrido para chegar aos guardiões anteriores e estaríamos a caminho do último guardião e por fim eu poderia ver o Royne pela última vez antes de voltar para o meu corpo, para minha casa.

****

Décio acordou meio tonto e viu que estava no quarto de Lin e se lembrou vagamente do ocorrido.

Levantou-se da cama e caminhou pelo quarto chegando até a porta quando ouviu o telefone residencial tocar várias vezes.

Ele atendeu já que ninguém atendia.

— Alô.

— Oi Lin, então cara eu quero saber mais desse mundo dos sonhos e por que você agiu estranho aquele dia aqui em casa. – ele fez uma breve pausa. - Vamos nos encontrar hoje – Gerson dizia animado achando que era o rapaz.

 Décio queria saber mais de tudo afinal tinha acontecido tanta coisa e ele queria intender melhor.

— Claro que sim, onde? – Décio perguntou animado afinal podia ajudar a sua irmã.

Gerson passou o endereço para ele que anotou logo em seguida assim que desligou o telefone ouviu uma voz atrás dele.

— Curioso pelo mundo dos sonhos Décio? - Lin havia entrado e escutado a conversa do rapaz com o blogueiro.

— Desculpa Lin eu acabei atendendo ao telefone.

— Não se preocupe – Lin sentou-se na cama dele. – Lembra-se do que aconteceu aqui mais cedo?

— Alguns flashes de você me chamando – ele o encara de forma meio perdida.

— Me diz Lin tudo que sabe, por favor? – ele senta ao lado dele preocupado com a irmã e quase em suplica.

— Está preocupado com o Deci voltar e machucar sua irmã.

— Muito... – ele olha a parede do quarto só com a pintura marrom clara.

— Tudo que eu sei é que a Ayane está presa nesse mundo por uma profecia, e que cada guardião guarda parte do cristal dos sonhos... – ele fez uma pequena pausa. – Cada parte desse cristal e parte de sonhos e vida de alguém aqui e cada guardião e o reflexo de alguém do nosso mundo. Mas por algum motivo Ayane não é reflexo, ela está presa por causa dessa profecia e como havia lhe dito antes se ela morrer aqui ela morre lá e se ela morrer lá ela morre aqui.

— Mas como esse Deci se comunica comigo.

— Tem a sintonia de pensamentos e no seu caso são os pensamentos de desesperanças e tristeza que traz essa sintonia com o Deci, pois pelo que eu sei ele é o seu reflexo e por algum motivo ele se deixou levar pelas trevas.

— Royne se comunica comigo, ele é o meu reflexo no mundo dos sonhos.

— Se eles são nossos reflexos o que aconteceria comigo se a Ayane matasse o Deci nesse mundo?

— Não sei... - Lin uniu suas mãos sobre suas pernas e olhou para baixo. – Há muitas coisas que não tenho respostas ainda... Só sei que conectamos com eles de alguma forma, por isso pedi para você pensar diferente para não deixar o Deci te dominar.

Décio ficou um pouco pensativo e o olhou de uma forma meiga e sem raiva...

— Esse Gerson pode ter respostas?

— Ele apenas está curioso também para saber sobre o mundo dos sonhos, pois tem apenas fotos e imagens de uma caverna antiga e histórica.

— Só quero a Ayane bem e sorrindo para mim.

— Você também tem que conversar com os seus pais, eles ainda acham que você tentou matar a Ayane – Lin fala consciente da citação.

— Não fui eu... Eu nunca faria isso com ela... – ele deixou uma lágrima cair dos seus olhos.

— Eu sei, mas seus pais não sabem.

— Acha que eles acreditariam nessa história de mundo dos sonhos.

— Melhor deixar isso só para nós – ele colocou a mão no ombro de Décio. – Vamos, temos que encontrar um certo blogueiro e ver o que ele quer.

Décio deu um sorriso e o acompanhou para o encontro com o blogueiro.

****

Fen e eu logo chegamos a última aldeia, era tudo seco e escuro, tudo morto e negro, as criaturas de braços longos e orelhas pontudas perambulavam pelo local e a terra não dava mais nada. Era tudo muito triste e deprimido, cinza e pesado, estava me sentindo estranha com a visão daquele lugar, melhor daquela vila, a última vila.

— Acho que chegamos Ayane – Fen parou o cavalo e desceu para depois me descer. – Preparada? – ele perguntou com um sorriso no rosto.

— Estou um pouco nervosa – respondi esfregando minhas mãos umas nas outras e sentindo o suor nas mesmas, além de uma sensação estranha que não passa – olhei tudo minuciosamente e algo me dizia que eu não podia matar o Deci.

— Estou com você, vai dar tudo certo – Fen segura a minha mão de uma forma amigável e me olha nos olhos de uma forma estranha.

— Tudo bem Fen? – perguntei o olhando nos olhos também.

— Acho que eu sei por que o Royne se apaixonou por você – ele se afastou desviando olhar de mim e olhando a vila.

— Essa vila era a mais bonita de todas... – ele suspira fundo enquanto eu ainda tentava entender aquele olhar para mim e depois disfarçar olhando um ponto qualquer daquela aldeia sem vinda onde o decimo guardião estaria.

 - Vamos esperar? – Eu chutei uma pedra pequena tentando afastar a ansiedade e a sensação ruim que tinha daquele lugar.

— Creio que sim, acho que ele deve estar tramando alguma coisa antes de te enfrentar – Fen ficou do mesmo modo e ficou quieto e calado.

Tudo ser tornava agoniante, a tristeza ia entrando cada vez mais em mim, a ansiedade crescia junto com o medo, o nervosismo, e para piorar som das mãos dos pequenos monstros arrastando no chão causava mais angustia, além daquele silêncio constrangedor do Fen. Aquilo estava me deixando estranha, eu me sentia sozinha, solitária e me deixava inquieta e sem ação. Não sabia se era o lugar, ou se era eu, mas queria o Royne perto de mim, naquele momento e não o Fen.

****

Logo Décio e Lin chegaram ao endereço que o bloqgueiro havia passado e assim que parou o carro ele foi até eles.

— Tenho algumas coisas novas – ele disse assim que cumprimentou os rapazes.

— Vamos para sua casa? – Lin perguntou a ele e o viu entrar no carro.

— Não, vamos à caverna.

— Como? – Décio perguntou sem entender. – Essa caverna é aqui perto?

— Não muito, mas tem algo que eu vi e preciso mostrar para vocês sem ser nas fotos.

— Vai indicando o caminho que iremos te seguindo com o carro – Lin ficou entusiasmado e foi seguindo o blogueiro com o seu carro.

****

Ayane estava na UTI no hospital e sua mãe velava o seu sono que a levava para o mundo dos sonhos, tudo estava tranquilo e estável.

***

As horas se passaram  Lin, Décio e Gerson andavam dentro de uma pequena mata bem distante da cidade, onde a caverna foi achada a centenas de anos atrás, a mata era um pouco fechada e eles já sentiam o peso da caminhada e dos arranhados dos ganhos que passavam pelas suas pernas pelo caminhos, o trecho era difícil para andar, mas o trieiro marcava o chão onde as pessoas passavam para visitar a caverna histórica que falava do mundo dos sonhos.

Não demorou muito e eles viram a entrada, onde pelas laterais ganhos desciam como cipós em pleno verde, as pedras de terra desenhavam a entrada em uma forma meio arredondada e meio fina, nada muito definido, as plantas espalhadas pelas laterais impediam um pouco o acesso à entrada, além de alguns desenhos pré-históricos nas laterais das paredes da caverna que marcavam que ali teve presença de vida a milhões de anos atrás.

— Prontos para entrar? – Gerson pegou uma lanterna e ligou.

— Sim – respondeu Décio e Lin ao mesmo tempo e entraram na caverna.

As paredes eram úmidas, o chão tinha barro formado pela água que escorria do teto, algumas pontas de pedras formadas pela água que pingava pelo caminho, desenhos escritos pelas paredes, teias de aranhas espalhadas no teto da caverna, alguns morcegos dormindo sossegados dependurados de ponta a cabeça como se enfeitasse o telhado da caverna.

Lin observava tudo minuciosamente e tentou conectar-se com Royne, mas não conseguia usar sua sintonia.

Até que viu Gerson parar e encarar uma figura que falava da profecia.

— Então o que tem para nos mostrar Gerson? – Lin estava meio cismado até por que não conseguiu sintonizar com o seu reflexo no mundo dos sonhos.

— Os desenhos nas paredes fala da lenda, cada um deles, se você observar bem tem o desenho de cada guardião dos sonhos aqui e aqui - ele aponta para figura na parece que era um desenho de uma espécie de porta onde tinha uma pessoa de fora e uma de dentro.

Lin observou bem e viu Gerson abrir o noteboock dele e mostrar as fotos.

— A lenda diz que cada guardião guarda uma parte do cristal e que se um dos guardiões fica com o coração negro e começa a querer acabar com o mundo dos sonhos ira parecer alguém para purificar o mundo deles e salvar, mas caso não ocorra isso o mundo real vai junto com a destruição... Quando o salvador ou a salvadora aparece ele pode salvar os dois mundos, mas tem um porém – ele encara de uma forma tensa para eles.

— Que, porém, Gerson? – Décio perguntou.

— Eu descobri que o salvador e a salvadora não pode matar o guardião do mal.

— Por quê? – Perguntou Lin

— Por que ele é o irmão dela e mesmo sendo reflexo dele lá e sendo malvado ele morre aqui também, por que a partir do momento que a salvadora vai de alma para esse mundo dos sonhos essa porta que vocês vêm se conecta e os dois mundos ficam interligados em todos os sentidos.  Então se sabem de algo tem que me dizer agora.

— Sabemos da profecia, também sabemos que o Deci o decimo guardião é o reflexo do Décio e ele... – apontou para o rapaz ao seu lado. É o irmão da Ayane, a menina que está presa no mundo dos sonhos e em coma no hospital por um acidente de carro, no caso eu a atropelei sem querer... - Lin ficou triste, mas continuou. – Sou o Royne no mundo dos sonhos, ele é o meu reflexo.

Gerson ficou pensativo e disse:

— Encontraram mais alguém por acaso além de mim?

— Por que a pergunta? – Décio ficou curioso.

— De acordo com minhas pesquisas e com a profecia dessas paredes, quando no caso a salvadora entrar no mundo dos sonhos algumas pessoas que tem o reflexo vai ajudar ela aqui de alguma forma, ou seja, eu sou alguém lá, mas não sei quem – Gerson encarou os dois.

— Bom teve dois amigos meus que estavam no carro comigo no atropelamento, vi uma médica de olhos verdes no hospital que não a vi mais, e teve uma menina que gostava de mim que me ligou e agora você.  – Preciso encontrar eles por acaso?

— Não, não – ele respondeu observando um pouco mais os desenhos na parede. – Aconteceu mais alguma coisa depois daquele lance esquisito do Royne no seu corpo Lin?

— Sim, Deci entrou em sintonia com o Décio e quase o fez matar a irmã e depois ele lutou comigo.

— Sintonia em? – ele ficou pensativo. – consegue entrar em contato com o Royne daqui?

— Não consegui, mas posso tentar com um espelho.

— Ótimo – ele deu um pequeno espelho para ele. – Tente contactar com ele.

Lin pegou o espelho e colocou a mão chamando Royne, mas nada aconteceu, fez mais uma vez e nada.

— Estranho no hospital eu consegui e na sua casa também, mas aqui... Eu não sei por que não consigo;

Gerson olhou todos os desenhos novamente procurando algo, alguma coisa que estivesse interferindo na comunicação deles.

— Então vai ficar olhando essas figuras aí até quando? – Décio estava ansioso.

— Acho que tem alguma coisa nessa caverna que impede a sua comunicação com o mundo dos sonhos – ele estava meio intrigado. – Precisamos descobrir se tem alguma coisa e se podemos descobrir mais sobre o assunto.  

— Então vamos descobrir – Lin estava determinado a ajudar a olhar a caverna.

Eles procuravam qualquer vestígio para desvendar os mistérios de todo aquele mundo que interligava ao outro.

****

Sentia-me cada vez mais triste e comecei a abraçar meus braços, lágrimas caiam dos meus olhos e tudo que eu queria era que Royne estivesse ali comigo. Olhei para frente e Fen ainda continuava do mesmo modo.

Caminhei até ele bem devagar.

— Fen... - coloquei a mão no ombro dele.

Ele virou e me olhou por um tempo e viu minhas lágrimas.

— Aconteceu alguma coisa Ayane? – ele perguntou preocupado e viu uma fumaça cinza descendo bem devagarinho.

— Essa não – ele a abraçou ela.

— Acho que eu vou...  – eu o abracei e comecei a chorar desesperadamente.

— É tão fácil manobrar sentimentos – a voz ecoou forte pela aldeia. - Cada vez que a tristeza invadir o coração dela e cada vez você achar que não pode tê-la para você com sentimento de amor por que ela gosta do seu amiguinho, mais a minha fumaça escura vai encobrir vocês e tirar a esperança que fizeram chegar até aqui. – Deci ri malignamente. - Aqui é o meu mundo, aqui e tudo negro e triste – ele passa a mão na bola de cristal. – Vocês vão definhar antes mesmo de chegar até mim.

— Maldição... – ele faz uma cabana de terra para evitar que a fumaça cinza desça.  – Ayane fica firme, por favor, precisamos achar onde ele está – ele a abraça. – Seu covarde apareça – Fen tenta mudar o foco de seus pensamentos por que ele era o mais positivo da turma, por que tudo estava mudando agora.

— Eu... preciso do Royne aqui... – ajoelho diante dos seus pés e tento me concentrar, pois sabia que era um tipo de manipulação daquele maldito.

— Ayane lembra de tudo que aprendeu, lembra de tudo que fez chegar até aqui.  – ele a abraça já dentro da casa tentando manter-se firme com a sua amizade. - Royne pode não estar aqui fisicamente mais tenho certeza que ele está na aldeia dele pensando em você – ele passa a mão nos cabelos castanhos dela. - Vamos Ayane, não se deixei levar tão fácil assim... – Fen sentia a dor no seu coração, havia se apaixonado por ela no caminho, sabia que ela era especial, mas ela amava outro, seu amigo e guardião Royne... Ele sabia que sentiria essa dor, mas sentiu o desejo de beijá-la, mas virou-se de costas para ela mas continuou abraçado com ela, mostrando que ela não estava sozinha em momento nenhum.

Senti os braços do Fen em minha volta, tentava assimilar o que ele disse, mas meu coração se sentia triste... Tentava ter acesso aos meus poderes, mas a concentração estava difícil, não conseguia raciocinar direito com tudo aquilo, não conseguia ver uma saída, mesmo com todos os poderes que tinha adquirido pelo caminho então me lembrei da varinha que o Ruan tinha emprestado para mim; segurei a farinha com toda a força, com ela em mãos comecei a usar a sabedoria do Oráculo, sexto guardião, a luz do Royne que ele havia lhe me ensinado com tanto carinho a usar, a cura da Tiana e comecei a unir tudo junto à varinha do afeminado Ruan.

Fen segurou a varinha com uma das mãos e a outra continuou em minha cintura e deu um sorriso.

— Você não está sozinha lembre-se disso – ele me deu um sorriso acolhedor e da varinha começou a sair um foco de luz e começou a se espalhar lentamente pela casa de terra que Fen havia feito e aos poucos ela ia saindo do local indo em direção à aldeia de Deci.

****

Décio, Lin e Gerson estavam procurando algo que eles pudessem descobri para ajudar a Ayane, foi quando Lin passou a mão na parede e sem querer ele apertou uma pedra que afundou para dentro da parede fazendo o barulho tremendo assustando os outros.

— Espero que não seja uma armadilha. – Gerson encarou e viu uma pedra subindo como se fosse uma passagem secreta.

Uma luz começou a surgir de dentro e eles colocaram a mão sobre os olhos para tampar, pois sentiram a retina doer com a claridade...

A claridade baixou um pouco e Lin entrou pela passagem secreta e viu dez espelhos um emendado no outro e um de cada cor.

Colocou a mão no espelho branco como a luz e mentalizou o Royne.

— Chamou Lin – ele perguntou aparecendo para ele.

Gerson e Décio ficaram abismados.

— Sim eu estou chamando há um tempo – ele deu um sorriso tímido. – Como está Ayane? – ele o perguntou preocupado.

— Vou lhe mostrar – ele apontou para sua bola de cristal e mostrou-a dentro da casa de terra sendo abraçada por Fen enquanto ela segurava a varinha que iluminava tanto que chegou ali.

— Minha irmã está bem! – Décio sorriu feliz.

— Não por muito tempo Décio, ela está caindo na magia de Deci, mas onde vocês estão? – ele perguntou vendo os espelhos na sua frente.

Gerson olhou a sala de espelhos e olhou para cima a forma que os espelhos faziam era de um diamante, um cristal ou algo parecido.

— Gente será que estamos dentro do cristal dos sonhos? – ele perguntou fazendo os demais olhar em volta, foi quando a passagem secreta começou a se fechar fazendo o lugar tremer um pouco pelo movimento e nem deu tempo deles pensar  em sair e a porta já havia se fechado.

— Que ótimo ficaremos presos aqui para sempre. – resmungou Gerson emburrado.

— Talvez não – Lin encarou o espelho onde estava o Royne e o encarou como se estivesse tendo uma ideia. – Royne aqui é aonde atravessamos as dimensões, certo?

— Não sei Lin, nunca ouvi falar que tivesse como atravessar as dimensões – ele tentou olhar pelo espelho, porém não viu nada. – Vou ver no livro, vocês esperem um pouco – ele saiu do espelho e foi pegar o livro para olhar.

— Acha mesmo que podemos atravessar a dimensão e encontra a Ayane, Lin? – Décio o encarou meio aflito e preocupado com a irmã.

— Acho sim, vamos esperar o Royne ver se tem algo nos livros. – ele sentou-se no chão e ficou a espera.

****

A luz foi se espalhando pela última vila e tudo foi se tornando verde e voltando a água, os pássaros a piar nas árvores, quando Deci saiu bufando em raiva e disse:

— Sua vadia, você vai me pagar caro por ter sobrevivido e por ter chegado até aqui e ainda ressuscitar as plantas e os animais da minha aldeia. – ele pegou o seu cajado e junto com alguns supiers do seu lado a encarando. – Eu vou acabar com você – ele balançou o cajado e dele saiu uma fumaça negra e começou a se espalhar pelo local.

Senti um calafrio vindo para o meu lado e quando olhei para a fumaça que ficava cada vez mais densa e pesada, o ar foi ficando rarefeito e eu vi algumas imagens do meu irmão sendo morto por mim, me apavorei, senti meu coração apertar forte e gritei...

— DÉCIOOOOOOOOOO... NÃOOOOOOO – me ajoelhei no chão com lagrimas, mas ao mesmo tempo a varinha do Ruan começou a espalhar corações por todos os lados e um deles se tonou uma espécie de espelho em forma de coração diante de mim.

— Olá minha doce e bela amiga – o jeito afeminado e com olhar doce.

— Ruan... – Limpei minhas lágrimas e encarei de forma meiga.

 – Tudo que o Deci te mostrar é verdade, porém há um jeito de salvar o seu irmão basta você... – coração se partiu ao meio e caiu em pedaços no chão.

— Ninguém vai se intrometer no meu caminho... E você vai pagar caro por ter me desafiado sua mocreia azeda – ele ri maliciosamente para mim e eu busco com os olhos o Fen, mas não o encontro, percebendo que eu procurava algo Desci dá um sorriso lateral puxou o corpo do guardião da terra com uma das mãos e o jogou com força no chão.

— Está procurando por isso – ele apontou o cajado para o guardião e eu não consegui acreditar em quando e como ele havia feito aquilo com o Fen.

— FEN... – corri até ele em meio à neblina negra, mas nunca chegava a ele, era como se fosse um labirinto sem fim. – FENNNNN! – comecei a me desesperar, pois ele estava machucado e longe de mim.

Minha mente estava muito preocupada para usar os poderes que aprendi e quando mais eu me desesperava, mais densa a neblina ficava, mais difícil ficava de respirar e andar, foi ai que veio um estalo na minha cabeça, a sabedoria do Oráculo, eu estava deixando ela de lado. Respirei fundo e tentei me acalmar e então usei o vento do Dil e a forma que eu ia me acalmando ia conseguindo dissipar a nevoa até que ela sumiu completamente e eu pude ver o Fen deitado no chão. Toquei em seu pulso para ver se ele ainda estava vivo e senti seu coração bater fraco.

— Fen... – estendi a mão para usar a cura que Tiana me ensinou quando um raio negro passou por mim e quando vi ele já tinha atingindo o Fen em cheio.  

Olhei para trás e vi Deci com uma cara sínica me encarando e sem dó nem piedade em seu rosto, só a maldade.

— Você me paga Deci – eu me levantei com raiva, muita raiva esquecendo tudo que Ruan havia me falando e juntei fogo com terra e comecei a jogar nele com toda a força que eu tinha, porém ele só desviava flutuando no ar como se fosse nada.  

— Isso garota coloca a sua raiva para fora – ele aproximou de mim e a neblina negra começou a escurecer novamente e o ar a ficar pesado e rarefeito, mas eu não podia acreditar que Deci matou o Fen na minha frente.

— Eu vou acabar com você, seu... A raiva subia cada vez mais.

E nada naquele momento podia parar os meus sentimentos de ódio e rancor de eu ver o Fen morto...


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