Avatar - A Lenda de Daichi escrita por avatardaichi


Capítulo 1
Um Toque do Destino


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic! Espero que gostem! :D



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Mestre Karuma caminhava lentamente sobre a areia alaranjada, que reluzia refletindo os raios de sol intensos do meio da manhã. Pouco atrás dele, um grupo de seis soldados faziam sua escolta. Após pouco mais de uma hora de caminhada, pareciam ter encontrado a origem do sinal de pedido de socorro via rádio que haviam recebido horas antes, na madrugada anterior. Todos trajavam seus uniformes militares, túnicas branco-prateadas que desciam do alto da cabeça até pouco abaixo da cintura, com calças justas feitas exatamente do mesmo tecido bem presas na cintura que desciam até entrar pelo cano alto de botas de material metálico resistente, porém flexível, de forte tom prateado. Todos usavam luvas brancas que cobriam até pouco acima de seus pulsos, até onde as mangas das túnicas se estendiam. Os soldados traziam uma bandana amarrada sobre suas bocas e narizes e os olhos protegidos por visores especiais protegendo contra a forte iluminação e rajadas de areia. Mestre Karuma usava uniforme semelhante, porém com faixas prateadas se estendendo ao redor de todos seus contornos, indicando sua posição como líder do exército, e não trazia o rosto coberto por bandana nem visor.

O mestre sabia como os soldados se sentiam; ele compartilhava do mesmo sentimento. Desde a morte da avatar Korra há cerca de dois meses, já haviam encontrado quatro vilarejos atacados daquela forma, nenhum dos quais houve sobreviventes. Os ataques de espíritos do deserto às pessoas pareciam ter ficado cada vez mais agressivos e frequentes agora, sem a avatar. Karuma sabia como aquela situação era perigosa para seu povo, mas ele – e seus soldados – sabiam que em breve encontrariam o que estavam procurando, sabiam que deveria estar em um local de alta atividade espiritual.

À distância, podiam ser vistos destroços espalhados por vários metros sobre a areia: reboco, tijolos, telhas partidas, toras de madeira e pedaços de parede que resistiram em pé ou foram derrubados completavam a cena de destruição que se estendia por todo um pequeno vilarejo. Com um aceno de cabeça, mandou seus homens seguirem em frente para iniciarem a busca, enquanto continuava seu caminho lentamente, até chegar à beira da área onde a quantidade de destroços aumentava. Com um movimento rápido de seus pulsos, fez com que a base de suas botas se abrisse com dobra de metal, sentindo seus pés tocarem na areia quente. Contudo, no meio do deserto e sem rocha firme para se sustentar, seu sentido sísmico não era de grande ajuda na busca por pessoas soterradas na areia ou escondidas sobre escombros. Voltando a fechar a base das botas para proteger os pés da quentura da areia, voltou a caminhar, alcançando a beira de um pequeno oásis, cuja água era suficiente somente para sobrevivência dos moradores do local. Contemplando seu reflexo distorcido nas águas turvas, mirou seus olhos claros envolvidos por grossas sobrancelhas negras, feições duras e pele queimada pelo sol e castigada por anos de muito treino e muitas batalhas no deserto. Mirou as rugas que começavam a tomar conta em seu rosto e seus cabelos que, embora muito negros, começavam a timidamente embranquecer.

Observando aquela imagem por vários minutos, conseguia ouvir os soldados dobrando as paredes caídas das edificações e grandes quantidades de areia, cavando buracos profundos. Ao ouvir exclamações de surpresa vindas de alguns dos homens, virou-se e começou a caminhar rapidamente para a direção onde o pequeno grupo havia se aglomerado, bem em tempo de chamarem-no.

- General Karuma, rápido! Encontramos um sobrevivente. - disse um dos soldados, conforme Karuma se aproximou e o grupo de soldados abriu um espaço para sua aproximação.

Karuma pode ver na sua frente uma mulher caída no chão, totalmente suja por areia e ferida no meio dos escombros de uma das casas. Havia sido soterrada quando as paredes e o teto entraram em colapso. Sob seu colo, havia um bebê que parecia ser muito novo, também completamente sujo por areia e pó dos escombros, mas vivo, diferente da mulher.

- Ela era dobradora de fogo, mestre. Notamos pela parede que os cobriu que estava levemente queimada. Deve ter conseguido manter fogo aceso durante à madrugada para evitar que congelassem, foi assim que o bebê sobreviveu. Pobre mulher, talvez tivesse conseguido fugir, mas um pedaço da parece caiu sobre suas pernas. Imagino que ela não tenha resistido devido ao pequeno sangramento do ferimento, que não conseguiu parar… - explicou um dos soldados, enquanto pegava o pequeno bebê, que dormia, em seus braços.

- Há algum outro sobrevivente? - perguntou o general, já imaginando a resposta negativa que veio em seguida.

“E o que estamos procurando, foi encontrado aqui? - questionou em seguida, ao que recebeu outra resposta negativa. - Então vamos embora, se não quisermos que a criança morra também, devemos levá-la para o Complexo. Mandarei vocês de volta aqui com mais soldados e animais para fazerem o resgate dos corpos. - disse Karuma, aproximando-se do soldado que segurava o bebê.

O general mirou fixamente o rosto da criança, de pele negra clara típica das antigas comunidades descendentes de dominadores de areia, e imaginou que seu pai fosse um deles. Seus olhos claros e duros examinavam o rosto do infante com determinação militar, imaginando porque aquela criança havia sido a única sobrevivente em tantas outras vítimas, em tantos outros ataques. Não parecia ser coincidência, já haviam encontrado vítimas em situações semelhantes, não era típico dos espíritos não perceber a presença humana só porque fora coberta por escombros. Retirando a luva de sua mão direita, Karuma levou-a até a testa do bebê, passando cuidadosamente o dedo e retirando um pouco da poeira que o cobria. Isso pareceu ter incomodado a criança, que franziu a testa e fez uma cara de estar desconfortável.

- Um toque… do destino. Uma criança que encontra a tragédia logo cedo em sua vida… sem dúvida, há um toque do destino. - Repetiu o mestre, virando-se e começando a caminhada de volta a seus veículos, fazendo sinal para que os homens o seguissem.


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Notas finais do capítulo

Espero muito que gostem. Capítulo inicial conta sobre como o jovem avatar Daichi foi encontrado pelo chefe do Complexo habitacional-militar onde ele passará grande parte de sua vida, e onde nossa história começa. Por favor, deixem críticas, sugestões, feedback e opiniões! Estou ansioso para continuar essa história!

Capítulo 2, O Pilar de Luz, disponível dia 06/09! :D



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