You're gone and I gotta stay

High all the time

To keep you off my mind

Há um tempo, na verdade dois dias, aprendi algo, uma lição.

Nada de bom acontece depois das duas da manhã.

Lembrem-se disso, eu ignorei por muito tempo e dois dias atrás isso foi comprovado.

Fui coroado e descoroado rei do baile em dois minutos, fui traído pela garota que eu achava ser minha futura namorada e fui perseguido por minha ex-namorada ruiva maníaca que me mostrou a traição e queria me agarrar e finalmente terminei aquele dia na minha cama cansado e sem conseguir dormir.

Tudo isso após as duas da manhã.

Poderia relembrar tudo de ruim que aconteceu por causa desse horário, mas acho que nesse momento não estou com cabeça para isso.

Neste exato momento estou sentado em um banquinho de frente para um bar improvisado no meio da praia num luau em plena véspera de ano novo.

Um dia atrás tive que arrumar minha mala pra vir para esta maldita casa de praia junto com toda minha família passar o ano novo, ou seja, uma casa gigante com todos os meus amigos, com garotas chatas – vulgo Calipso, Drew e Rachel, não que elas sejam minha família, mas seus pais tem certa importância nos negócios da minha família o que faz eles sempre estarem presentes – E Annabeth.

Eu não queria vê-la. Eu sabia que em algum momento a veria, que teria de falar com ela, mas adiaria aquele momento ao máximo que pudesse. Estar em uma casa com ela não ajudaria muito, mas tentaria.

Na noite que tudo aconteceu eu não voltei para casa, fui direto ao encontro de Nico, eu não sabia se ela voltaria para lá e o que eu menos queria fazer era encontrar ela de madrugada depois de tudo.

No momento que tudo aconteceu... Foi rápido de mais para eu pudesse assimilar e o fato de tudo aquilo ser sobre a Annabeth fez tudo ficar pior do que era. Não era para nada disso acontecer, eu a odiava, pelo menos pensava que sim, mas então ela voltou e estragou tudo.

Era o quarto copo de alguma bebida com gosto estranho que eu tomava.

— Vai com calma, Pers – a voz assustadoramente irritante de Rachel anunciou aparecendo ao meu lado e passando a mão pelo meu pescoço.

— Não me chama assim

— Ah, qual é Percy! Vai ficar ai sentado nesse bar sem fazer nada? Ou prefere ficar comigo – disse se aproximando

Tirei suas mãos de mim.

— Se você acha que eu ficaria com você depois do que fez, Rachel, sinto muito, porque não procura outro para dar uma de maníaca? – falei deixando a bebida ali e saindo em direção a Silena, grover, Charles, Juniper, Clarisse e Chris.

— Até que em fim saiu daquele bar, achei que teria que ir até lá te arrastar até aqui! – Falou grover jogando as mãos para cima.

Revirei os olhos.

— Fique tranquilo, Rachel já me expulsou de lá

— As investidas de Rachel serviram para alguma coisa! – Clarisse falou sorrindo.

— Clarisse sorrindo em uma festa da família, tem algo errado aqui – falo arqueando a sobrancelha, ela me dá um leve tapa e Chris passa seus braços pela sua cintura – Epa, muita informação pra processar.

— Isso mesmo, Jackson, eu não morrerei cercada de gatos – falou mostrando a língua.

Ri por um momento.

— Isso não impede teu destino, flor – pisquei para ela recebendo outro tapa.

— Vamos gente! – silena pronunciou – Falta 10 minutos para meia noite e precisamos pular as sete ondas!

— Essas superstições são tão bestas, Silena – Juniper falou rindo.

— Não é sua roupa que vai te mostrar o que vai ter em 2016!

— Nem no ano novo larga o rosa – falei fazendo uma careta para Silena.

Silena devolve mostrando a língua, que maturidade.

— Cada cor trás algo, Percyto, e tudo o que quero é amor! E claro, a paz mundial, mas vamos focar no amor esse ano, um passo de cada vez!

Ri do seu entusiasmo. Ela correu para o mar puxando Charles para ir pular as benditas ondas.

— Percy, querido! – Ouvi Athena me chamar, fui até ela. – Esse é Malcolm, aposto que serão amigos! – disse me apresentando um cara loiro de olhos cinzas, cópia da Annabeth eu diria.

Athena saiu de cena me deixando sozinho com o tal Malcolm.

— Ainda com a mania de juntar amigos – disse dando um leve sorriso – Então, qual seu nome?

— Percy Jackson, e infelizmente convivo com ela todos os dias

— Ah, o meio irmão da Annabeth! Ela já me disse sobre você

— O que exatamente? – perguntei arqueando a sobrancelha.

— Tenho a sensação que não deveria contar – piscou pra mim rindo – Mas agora tenho que ir, a loira ainda não sabe que eu estou aqui!

E foi em direção a Annabeth que estava sozinha em um canto mais afastado da praia, ela observava o mar quando ele se aproximou. Eu poderia considerar a ideia de serem irmãos, mas a única filha de Athena era Annabeth e pelo o que eu sabia Frederick teve mais dois filhos, Bobby e Mathews.

Podem ser primos, mas eu provavelmente o conheceria, as opções de parentescos acabaram.

Fui em direção ao bar de novo encontrando novamente Rachel.

— Percyto! – falou alegremente, claramente estava bêbada – Como você está? Demorou pra voltar! – falou se aproximando de mim.

Revirei os olhos, eu precisava de uma distração, algo que não me lembrasse a Annabeth, que me deixasse esquecê-la pelo menos por um tempo.

Aqueles pensamentos estavam me corroendo por dentro, eu poderia jurar que estava em um filme do crepúsculo de tão dramático tudo poderia estar, ou talvez em um filme preto e branco, quem sabe. Eu só queria uma noite. Uma noite de folga de tudo o que estava acontecendo, se tem uma coisa que aprendi com os filmes idiotas de comédia romântica que fui obrigado a assistir pela Silena, foi que a ultima coisa que você faz quando se termina com alguém é ficar chorando pelo acontecimento.

Tudo bem que não foi um término real e essa “lição” a verdade está bem distorcida, mas quem liga.

 Então quando a Rachel investiu pela segunda vez, eu não a impedi. Olhei uma ultima vez Annabeth sentada na areia ao lado de Malcolm antes de beijar o pesadelo ruivo.