Ela é Quente escrita por BellatrixOrion


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey hey meu povo lindo! Minha primeira tentativa Gruvia sendo publicada!

Os trechos entre aspas fazem parte de uma musica chamada Março, da Daniela Araujo. Fiz algumas pequenas adaptações para se encaixar na finc.

Particularmente, eu gostei bastante do resultado. Espero que vocês também gostem!!
Ja'ne!
E aproveitem!



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Ela é Quente

Sabe aquele tênue momento na vida, onde você simplesmente não sabe mais diferenciar o real do inventado? O verdadeiro do falso? O certo do errado? Aquele momento em que o mundo puramente parece desmoronar de vez, com escombros caindo por toda a parte e você tendo altas chances de ser atingido mais cedo ou mais tarde? Pois bem, Bem-vindos ao meu subconsciente.

Por longos anos eu fui ensinado em uma escola chamada vida, e nela adquiri todo o conhecimento que um dia eu acreditei ser o certo. Aprendi a superar a perda dos meus pais. Aprendi a superar a morte da Ur. Aprendi a ter amigos, nakamas. Aprendi com o sacrifício de Ultear. Aprendi que mesmo sendo feito de gelo, eu podia me permitir abrir um pouco minhas barreiras. Que eu podia amar as pessoas. Eu sempre aprendi.

Mas naquele dia, eu vejo que talvez eu não tenha aprendido tão bem. Ela estava ali, na minha frente, surpreendendo-me mais uma vez.

—Juvia...! Você me seguiu até aqui?!

Parada, estática, no meio daquela sublime nevasca, me encarando com os olhos transbordando em lágrimas, lá estava a figura tão familiar que sempre conseguia aquiescer meu peito e fazer meus lábios repuxarem suavemente. Era um calor que por muitas vezes eu reagi com raiva, ou vergonha, mas não estava me importando muito com aquilo naquele momento. Ela gaguejava, mas tamanho era o meu espanto, que por alguns breves segundo eu nem ao menos consegui ouvir o que ela me dizia, ou pelo menos tentava. Ela estava bem. Aquilo anuiu meu coração, no entanto, o nobre momento se foi no instante em que ela proferiu sua ultima sentença.

—Quem matou o necromante que estava controlando seu pai... Foi a Juvia. Juvia... Não tem mais o direito de amar o Gray-sama. Juvia foi aquela que... Matou seu pai.

Pai...

Muitas coisas transpassaram a minha cabeça em uma questão de segundos, diversas reações que jamais poderiam ser expressa em quantidades numéricas. Eu não soube se deveria acreditar, ou desejar que fosse um sonho. Não soube se saia correndo ou avançava até ela. Mas, a dura realidade estava a espreita, sussurrando em meu ouvido a verdade cruel.

Juvia matou o meu pai.

Se eu dissesse que não senti raiva, estaria mentindo. Foi como uma mistura tão louca de sentimentos, girando e fazendo voltas  e mais voltas, que eu em verdade não sabia o que pensar. Como ela poderia cogitar em dizer que não tinha mais o direito de me amar? Ela matou meu pai? Sim, mas... Mas, eu sei que foi preciso. Sei que ela o libertou! Eu ainda estou com... Raiva? Não! Ela não teve culpa! Não, não era por isso... Talvez... Seja medo? Como eu poderia suportar se eu perdesse ela também?! Várias questões me atormentavam, e tudo acontecia em uma fração de segundos, até que o meu cérebro chegou a uma conclusão, conclusão está que eu por muitas vezes me esquivei e fugi com todas as minhas forças, busquei por becos e buracos dentro de mim mesmo para poder me esconder, mas, mesmo assim, não foi o suficiente para conter a decisão final da minha consciência.

Foram tantas as saídas que eu teimei em me apegar pra me esquivar, mas é difícil abandonar tudo que insiste em ficar dentro do meu peito. E o que ela representava para mim, naquele momento, foi o que prevaleceu.

“E mesmo que doa,

E mesmo que eu sofra,

Sozinho eu não consigo,

Não posso continuar.”

Antes mesmo que eu ordenasse, minhas pernas começaram a se mexer, o som dos meus sapatos se chocando contra a neve mais parecia com um zumbido distante e insignificante durante aquelas minhas pequenas passadas. Meus punhos estavam cerrados e eu podia sentir o meu corpo tremer, tendo plena consciência de que não era por culpa do frio. Eu ia em direção a ela, somente para ela.

Ela era importante pra mim. Fato.

Eu jamais me perdoaria se eu a perdesse. Minha nakama, minha amiga... Não, ela era muito mais que isso. Na verdade eu não sei como defini-la, é confuso, é novo, mas ao mesmo tempo bom. Muito bom.

Agarrei-a pelo seu colarinho e a trouce para mais perto, minha mandíbula estava travada e minha cabeça baixa, eu não suportava vê-la chorando. Por um longo tempo, desde que ela entrou na guilda, para ser mais exato, eu sempre a vi apenas como a garota estranha e perseguidora. A garota ciumenta e que tinha sérios problemas com seu imaginário fértil. Mas, apesar disso, todos esses defeitos jamais seriam sobrepostos as qualidades dela. Ao seu sorriso encantador que passou a me prender e viciar a cada dia que passávamos juntos, a sua inocência para certos assuntos que a tornavam incrivelmente fofa, como se fosse uma simplória boneca de porcelana, imaculada de todo e qualquer mal. Seu jeito infantil e ao mesmo tempo cativante também me fisgou, a sua bondade para com os seus amigos... E, acima de tudo, o seu amor por mim foi o ponto decisivo para que eu lhe separasse um lugar especial dentro de mim.

Mas, eu sempre fui um estúpido, admito.

Nunca reconheci os sentimentos dela abertamente, nunca me preocupei em lhe dar algum tipo de satisfação, ou ao menos uma simples resposta. Que eu realmente me importava. Até mesmo Erza percebeu que eu precisava ter alguma atitude. Mas eu criei verdades próprias, tentando me esconder. Mesmo depois do que aconteceu nos Grandes Jogos Mágicos, mesmo eu tendo me jogado na frente dela, mesmo depois da minha quase morte, parece que minha mente de cubo de gelo não conseguia aceita-la por completo.

Mas, ali, eu via.

Via que sempre foi ela que esteve ao meu lado.

Sempre ela que me ajudava.

Que queria o meu bem.

“Quantas verdades eu

Criei sem medo de errar

Pra me aliviar

Mas na verdade sei

Que a Verdade dói

Algumas vezes dói”

E mesmo quando se sentia insegura, ela vinha até mim, ignorando qualquer tipo de orgulho, coisa que eu jamais fui capaz de abandonar, vinha até mim pedir por um pequeno e humilde apoio, onde ela poderia se fortalecer e levantar mais uma vez. Se levantar para estender a sua pálida e delicada mão para mim, me chamando para acompanhá-la, em direção a uma nova história, uma história que criaríamos juntos.

Por fim, eu decidi que estava mais que na hora de me desprender um pouco do meu orgulho.

— Obrigado.

Repousei minha cabeça em seu peito. Sei que ela me encarava sem entender muito bem o que estava acontecendo, mas, pouco me importando com aquilo, depois de muito tempo, finalmente me permiti chorar.

—Me desculpe... – Por ter te tratado tão mal.

—Por favor... Me desculpe – Por nunca ter feito nada.

—Gray-sama... – Estávamos ajoelhados, abraçados em meio a neve. Quase podia ver seus grandes olhos azuis profundos a me encarar em confusão, talvez tenha esperado uma reação muito diferente... Mas isso não importava.

Em meu íntimo gosto de acreditar que ela entendia o que as minhas desculpas significavam.

—Me... Desculpe – Sou egoísta e não posso te perder.

“Eu não temo mais a dor

Preciso saber o que é Amor”

—Você é tão... Quente.

Sim, ela é quente.


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Notas finais do capítulo

Bem........ é isso!
Espero que tenham gostado!^^
E me digam a opinião de vocês também! Isso é super importante pra mim!
Beijinhos e espero vê-los por ai!