Descobrindo o amor escrita por Lailla


Capítulo 3
Namoro surpresa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642281/chapter/3

Akashi-kun me beijou... Mas por quê? Eu estava no meu quarto, sentada na cama e olhando pela janela com aquela pergunta ainda batendo e voltando em minha mente. Suspirei e acalmei o olhar, acho que ele deveria se sentir a vontade em beijar qualquer uma. Eu só era mais uma, ne. Comecei a mexer em minha franja enquanto pensava nisso.

Minha mãe entrou no quarto.

— Mina...? – Ela sorria – Eh? Nani?

— Hum? – A olhei e sorri levemente – Nada.

— Hum, ne? Pode vir me ajudar com o jantar? – Ela sorriu.

— Hai. – Disse, levantando.

Minha mãe gostava muito de cozinhar e me chamava quando estava em casa. Ela era viúva e trabalhava em tempo integral. Eu cortava os legumes para ela enquanto ela mexia o macarrão na panela. “Hum... Deve ser isso mesmo, ne?”, pensava. Deve ser isso mesmo, deve ter dado vontade nele para me beijar e ele me beijou, ne. Só fiquei chateada por ele pensar que eu era uma dessas garotas. Isso parece que fixou em minha mente, não saía de jeito nenhum! Nem no colégio!

Eu andava pelos corredores de cabeça baixa como sempre.

— Mina-chan! – Yue exclamou, me despertando.

A olhei.

— Uh? O que houve?

— Hum, nada. – Desviei o olhar.

— Nee, Mina. – Naoko apareceu de repente, pondo o braço ao redor do meu pescoço.

— Ohayou. – Disse sem emoção.

— Como foi ontem? Akashi saiu logo depois de você. – Ela disse tampando a boca com a mão e dando risadinha.

— Hum, nada. – Virei o rosto e corei um pouco.

— Não parece. – Ela dava risadinhas.

— Não houve nada. – Insisti na mentira.

— Hum... Hai, hai. – Ela disse, parecendo decepcionada.

Naoko tinha uma regra: dormir apenas quando saísse com o garoto por quatro vezes. Eu, claramente, era diferente dela. Não a entendia e muito menos compreendia a razão de ela fazer isso, mas pelo menos ela não me pressionava a fazer essas coisas também.

— Kotarou-kun é tão fofo! – Yue dizia com as mãos na bochecha.

— Hum. – Assenti.

Nós fomos para a sala e Naoko me guiou ainda com o braço em volta do meu pescoço. Por que aquilo me perturbava tanto?

...

Depois do fim das aulas daquele dia, fui ao banheiro. Quando desci e fui para os armários dos sapatos, não havia mais ninguém. Os calcei sem expressão e ao me virar gaguejei com as palavras ao ver Akashi.

— Kon’nichiwa. – Ele disse.

— Hum. – Disse.

Ele se aproximou de mim e eu recuei até bater as costas de leve no armário. Ele ficou surpreso.

— Nani? – Perguntou com aquela voz calma.

— Nada.

Ele se aproximou mais e eu abracei minha bolsa para ter algo entre nós, o que o fez deixar uma risada escapar.

— Não vou fazer nada.

— Hum. – Virei o rosto.

— Tudo bem?

Franzi um pouco a testa.

— Não sou como elas. – Disse inaudível, sem olhá-lo.

— Eh?

— Eu não sou como as garotas que você beija! – Exclamei apertando os olhos.

Ele ficou surpreso. Abri os olhos lentamente, mas ainda com o rosto virado. Ele se aproximou e abaixou um pouco para ficar na minha altura. Me encolhi.

— Eu sei que você não é como as outras.

O olhei surpresa ao ouvir aquilo.

— Por isso eu sou seu namorado. – Ele sorriu.

— Eh? Mas... Pensei que isso fosse só pra...

Ele deu um sorriso alegre com os olhos fechados.

— Ne? Vamos? – Perguntou.

— Uh?

— Vou te levar em casa. – Ele disse simplesmente.

— Uh?!

Akashi pegou em minha mão, o que me fez ficar nervosa por sentir sua pele. Andamos pelas ruas de mãos dadas e eu corada. Ele parecia estar bem e eu não entendia a razão de tudo aquilo.

— Por que está fazendo isso? – Perguntei.

— Hum? Nani? – Ele me fitou.

— Por que me beijou? Por que está me levando pra casa?

— Porque sou seu namorado. Isso é algo normal de se fazer. – Ele disse – Lembra da última vez que você foi pra casa sozinha?

— Eh? – Disse em dúvida e abaixei o olhar, franzindo a testa – Você é um perseguidor maluco? – Perguntei.

Ele riu.

— Não.

— Então por que está fazendo isso?

— Porque você é minha namorada. Ne, Mi-na? – Ele cantarolou, sorrindo.

Depois de mais alguns minutos, chegamos na minha casa. Ele não disse mais nada depois daquilo. Paramos em frente ao meu portão e ele sorriu gentilmente.

— Ja ne. – Ele disse beijando minha bochecha.

O olhei surpresa e muito corada.

— Ja. – Disse sem olhá-lo.

Passei pelo portão e entrei em casa sem olhar para trás. Ele sorriu e foi embora. Eu estava escorada contra a porta e me deixei escorregar até sentar no chão. “O que ele quis dizer com eu ser namorada dele?”, pensei. Acalmei o olhar, me perguntando que se era isso mesmo... O que ele viu em mim?

...

Akashi disse que nós estávamos namorando... E isso não demorou em se espalhar. Quando saímos naquela hora, o colégio não estava totalmente vazio e algumas garotas nos viram. Eu chegava no colégio de cabeça baixa como sempre e várias meninas me encaravam com um olhar curioso. Eu não entendia por que, apenas desviava daqueles olhares que pareciam ser mais acusadores do que curiosos. De repente Yue veio correndo em minha direção.

— Mina-chan!

Levantei um pouco a cabeça e a fitei. Naoko se aproximou com a mochila no ombro.

— Akashi e você estão namorando! – Ela disse – Por que não nos contou?

— Uhm... Anou...

— Ahhh! Sem problema! – Yue exclamou animada – Isso é tão legal!

— Hum? – A olhei – Por quê? Eu nem sei a razão dele ter dito aquilo.

— Dito o que? – Naoko perguntou.

— Depois que eu fui embora do Karaokê... Um garoto me abordou na rua falando que queria sair comigo. – Contava – Eu disse não, mas ele queria me forçar. Então Akashi-kun apareceu e disse pro garoto que ele era meu namorado. Ele foi embora e depois a gente também.

— Sugoii! – Yue exclamou sorrindo – Akashi-kun é um herói!

— Hum. – Disse de cabeça baixa ainda desviando o olhar das garotas que me encaravam – Pensei que aquilo era só pra me ajudar, mas... Depois ele apareceu nos armários e disse que ia me levar em casa.

— Que romântico! – Yue se balançava.

— Hum. – Naoko disse e abriu um sorriso – Se beijaram já? – Cantarolou.

A olhei e abaixei a cabeça, corando. Ela riu, percebendo que minha reação era uma confirmação.

— Como foi? – Yue perguntou.

— Hum. – Pensava, apertei a alça da mochila – Os lábios deles são... Quentes. – Cochichei.

Naoko riu e Yue se balançou.

— Kawaii! – Yue exclamou.

Corei mais.

— Não sei por que ele fez isso... – Disse com a cabeça baixa.

— Hum? – Elas disseram em coro.

— Não sei o que ele viu em mim.

— Você é fofa, isso é óbvio. – Naoko disse.

“Óbvio”? Será que ela não confundiu de algum modo com “estranha”? Eu ainda pensava em o que exatamente ele viu em mim. Será que Akashi era atraído por pessoas antissociais por ele ser muito popular?

...

Depois da aula eu tentei não demorar muito nos armários, mas mesmo saindo rápido dali Akashi estava me esperando escorado ao lado do portão.

—Mina. – Me chamou.

Exclamei engolindo a seco e o olhei, encolhida. Ele sorriu gentilmente e se aproximou, pegando em minha mão.

— Uhm...

— Tudo bem? – Ele perguntou.

“Não.”, pensei.

— Hum. – Assenti de cabeça baixa e encolhida.

Ele começou a andar, o que me fez fazer o mesmo. Passávamos pelas ruas e não falávamos nada, mas eu queria perguntar. Queria perguntar o que ele viu em mim, queria perguntar por que do nada ele começou a falar que eu era a namorada dele. Abaixei mais a cabeça e minha franja tampou meus olhos.

— O que foi? – Ele perguntou.

Passávamos por um pequeno playground naquele momento e eu parei de repente. Ele continuou a andar, mas parou um pouco mais a frente quando eu parei. Me olhava em dúvida, eu ainda estava de cabeça baixa.

— Nani? – Ele perguntou em dúvida.

Encolhi meus ombros, envergonhada. Ele acalmou o olhar e me levou até um banco, onde nos sentamos. Meu olhar estava baixo e ele me olhava em dúvida. Cerrei minhas mãos no colo, querendo muito perguntar e ele percebeu.

— Por que...? – Me virei para ele e parei.

Akashi estava muito perto do meu rosto e eu corei ao ver aqueles olhos tão de perto.

— Uhm... – Gaguejava.

Ele parecia olhar cada detalhe do meu rosto. Corei mais e me afastei num impulso. Ele deixou uma risada escapar e se aproximou, me beijando. Exclamei e tentei me afastar, mas ele me beijou de novo, me deixando ofegante. O afastei com as mãos.

— Quem você pensa que é? – Exclamei, vermelha.

— Somos namorados. – Ele disse com obviedade.

— Pára com isso! – Exclamava – Por que você disse isso do nada e continua dizendo?!

— Por que você não negou? – Ele tombou a cabeça.

Desfiz a expressão rígida, ficando boquiaberta. Abaixei lentamente as mãos, desencostando-as do peito dele. Abaixei o olhar, perplexa. Isso mesmo... Por que eu não neguei? E por que eu não nego agora?!

— Eu...

— Não se preocupe. – Ele disse, se aproximando e mexendo na ponta do meu cabelo.

O olhei em dúvida, levemente corada.

— Eu vou fazer você se apaixonar por mim. – Ele sorriu.

Arregalei os olhos, indignada. Levantei de repente e comecei a andar. Ele deixou uma risada escapar e me seguiu, me levando para casa. Quem aquele garoto pensa que é?!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!