Descobrindo o amor escrita por Lailla


Capítulo 17
Paz...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/642281/chapter/17

Começamos mais uma semana e eu estava tão calma quanto à água de um lago. Akashi e eu voltamos de Amayaoi no domingo e chegamos em casa à noite. O mordomo dele foi nos buscar de carro na estação e ele me levou em casa. Mandei mensagem para as meninas, dizendo que já estava em casa e elas mandaram várias mensagens perguntando como foi, se era tão lindo quanto todos diziam e se eu havia finalmente dormido com ele – Essa mensagem foi especificamente de Naoko. Eu mandei mensagens a elas, dizendo que contaria tudo no colégio por eu estar cansada e ainda ter que desfazer as malas. Enquanto eu o fazia, dobrando as roupas limpas em cima da cama, minha mãe entrou no quarto.

– Como foi? – Ela sorriu, sentando ao meu lado.

– Divertido. – Sorri.

Mayu correu até nós e latiu, pedindo carinho. Minha mãe a pegou e começou a fazer carinho em sua cabeça. Ela já estava adulta e seu latido ficou um pouco mais grosso, o que a deixava um pouco irritante quando queria algo. Mas ela ainda era fofa e nós a amávamos. Eu continuava a dobrar as roupas e contava o que acontecera nos passeios dos parques de Amayaoi. Minha mãe prestava atenção, sorrindo e achando romântico.

– Nee, mãe.

Ela fazia carinho em Mayu, que quase dormia, e não prestou atenção. Eu não soube identificar sua expressão, mas ela parecia levemente angustiada.

– Mãe?

Ela despertou, me olhando.

– Ah. – Sorriu – Gomen, gomen. Estava pensando em outra coisa.

– Nani?

– No seu pai. – Ela sorriu levemente.

– Saudades dele?

– Hum, claro. – Ela sorria levemente – Nee, você se lembra dele?

– Mais ou menos. – Pensava – Me lembro de um passeio que nós fizemos num parque de diversões, um pouco antes de ele morrer.

– Hum. Lembra de como ele era?

– Não. – Disse, sem entender a razão daquela conversa.

Meu pai morreu há nove anos. Quando aconteceu, minha mãe chorou por semanas, mas sempre sorria quando eu me aproximava. Ela não queria me deixar triste e explicou o que houve. Disse que ele estava num lugar melhor, que sofreu um acidente e que infelizmente não voltaria mais para casa. Eu fiquei triste e chorei, mas nunca perguntei qual tinha sido o tal acidente e ela também não me contou. Acho que como eu estou namorando Akashi, ela talvez tenha se lembrado do meu pai.

– Bem. – Ela sorriu – Tínhamos nossos altos e baixos, mas fazíamos tudo para manter a casa de pé e você com a barriguinha cheia.

A olhei surpresa.

– Ele era engraçado, bom, carinhoso... Eu o amava.

– Não o ama mais? – Perguntei suave.

Ela me olhou e pareceu ter ficado nervosa.

– Claro, filha. – Ela gaguejou um pouco – É que, sabe, ele não está mais entre nós. Apenas estou dizendo isso.

– Hum. – Assenti.

– Nee, mas eu quero que saiba que ele era bom, ok?

– Hai. – Disse sem entender.

Ela sorriu e em abraçou, saindo do quarto em seguida. Eu não entendi nada sobre a razão daquela conversa, mas se talvez minha mãe estivesse triste por sentir falta do meu pai, eu a escutaria para pelo menos ela ter alguém para desabafar. Eu terminei o que estava fazendo e fui dormir. No dia seguinte, no colégio, eu cheguei na sala e sentei. Naoko se virou rápido com um olhar que acentuava sua curiosidade e Yue sorria animada.

– E...? – Naoko cantarolou – A cama era confortável?

– Hum... – Fiz cara de tédio – Hai.

Ela comemorou.

– Como foi?

– Passeamos nos parques, comemos em um restaurante...

– Eu digo com ele. – Naoko me interrompeu.

– Naoko-san, não fizemos sexo. – Disse, deixando claro.

Ela fez cara de tédio.

– Você é tão sem graça. – Ela disse, cruzando os braços e fazendo bico.

– Ne, ne! Naoko! – Yue exclamou.

– Nani?

– Conte a Mina o que houve com você nesse final de semana!

Naoko corou. Eu a olhei surpresa, ela nunca corava. Por nada.

– Anou... Reo... Me pediu em namoro.

Fiquei surpresa.

– Que bom. – Sorri feliz.

Ela me olhou, corada.

– Bom? – Ela disse em dúvida – Agora eu vou ficar presa a ele.

– Então por que aceitou? – Perguntei em dúvida.

– Porque... Hum... – Ela abaixou o olhar.

Nem Yue entendeu. Naoko parecia perturbada com seu novo namoro. E eu também fiquei surpresa, já que Mibuchi-kun e ela estavam dormindo juntos há quase um ano.

– Naoko-san deve no fundo gostar de Mibuchi-kun para ter aceitado. – Eu disse – Não é vergonha gostar de alguém.

Ela me olhou, surpresa assim como Yue.

– Hum. – Assenti e sorriu em seguida – Arigatou, Mina.

– Hai. – Sorri feliz.

– Pensei que ele nunca fosse pedir. – Yue riu.

Naoko fez cara de tédio.

– Nee, Yue. – Ela disse – Não quer contar a novidade para Mina?

– Nani? – Perguntei, a olhando.

Yue corou e se encolheu um pouco, sorrindo sem graça.

– É que...

– Yue perdeu a virgindade com Kotarou. – Naoko sussurrou pra mim.

Eu corei.

– Naoko! – Yue exclamou – Fofoqueira.

– Você já ia contar, baaaka! – Naoko riu.

– Hum. – Ela corou.

– Yue-san, foi ruim? – Perguntei.

– Hum, não. – Ela disse envergonhada – Foi... Muito bom.

– Então porque está assim?

– Porque é vergonhoso, sabe. – Ela disse – A gente fica... Sabe... Nus.

– Sempre é vergonhoso com o primeiro. – Naoko disse – Depois você perde a vergonha com ele.

– Hum. – Ela assentiu – Mas eu quero que ele seja o único, sabe.

Acalmei o olhar, entendia isso. Uma das razões para eu não perder logo a virgindade com Akashi é que eu não sei se nosso futuro será juntos. Eu quero que fiquemos juntos, mas ninguém sabe, ne.

– Yue-san, não acho que deva ter vergonha. – Eu disse, pensando.

Elas me olharam surpresas.

– Yue-san escolheu Hayama-kun pra fazer isso. – Eu dizia – Tenho certeza que ele deve estar feliz por ter você de todas as formas agora. Deve ser realmente vergonhoso ficar nu com alguém, mas estar com alguém por vontade própria não. Se você o ama, apenas demonstre. Se for isso mesmo que você quer.

Naoko ficou de boquiaberta.

– Mina... – Ela disse surpresa.

Yue me olhava admirada e me abraçou de repente.

– Arigatou, Mina! – Ela começou a chorar de uma forma engraçada.

– Yue-san... – Eu disse sem entender.

– Por tudo o que disse... – Ela dizia – Arigatou!

Ela me abraçava e chorava, me balançando. Eu a olhava fazer aquilo e Naoko nos olhava. Ela acalmou o olhar e sorriu.

...

Kime se sentiu estranha depois que Chihiro disse aquilo a ela. Ela parecia se importar com ele e pensava se o tinha magoado com o que disse. Ela não sabia o porquê, mas começou a ter afeição por ele. Enquanto andava pelos corredores do colégio, o viu conversando com alguns colegas e entre eles estava Akashi. Ela ficou cabisbaixa e se virou, voltando a andar para o lado oposto. Aquela era sua chance de chamar a atenção de Akashi, como já queria há meses. Mas ela se sentiu mal em pensar em fazer aquilo com Chihiro presente. Ela queria na verdade falar com ele, mas como eles estavam sem se falar desde o final da semana passada, ela não sabia se ele falaria com ela.

Ela passou mais alguns dias pensando. Percebeu que com a ausência dele, sua afeição e falta dele aumentavam. Ela começou a parar de pensar tanto em Akashi e no que aconteceu a dois anos entre eles dois, e agora pensava apenas em Chihiro. Ela desenvolveu a mania de apertar a blusa na altura do peito ao pensar nele e, deitada em sua cama numa noite, tomou uma decisão: conversaria com Chihiro.

No final da aula do dia seguinte, Kime o esperou na frente de seu armário, nos armários dos sapatos. Se passaram alguns minutos e ele chegou, andando calmamente até seu armário. Ele a fitou, vendo-a escorada ali e não demonstrou expressão, apenas se aproximou abrindo a pequena porta e trocando seus sapatos para ir embora.

– Nee. – Ela disse, corando levemente – Você... Vai me levar em casa... Hoje?

Ele fechou o armário e começou a andar. Kime abaixou o olhar, triste e Chihiro parou, a fitando.

– Você não vem? – Ele perguntou.

Ela o olhou surpresa e sorriu levemente, feliz. Se apressou e começaram a andar juntos. Haviam andado poucos quarteirões, Kime sorria levemente e Chihiro não demonstrava expressão. Ele virou uma esquina de repente e Kime não entendeu, aquele não era o caminho.

– Anou... – Ela disse.

– Preciso passar em casa antes. – Ele disse.

Ela corou e assentiu, o seguindo mesmo sem entender. Depois de alguns minutos, chegaram à casa de Chihiro e Kime viu como ela era modesta, além de parecer que ele morava sozinho. Chihiro deixou a mochila no sofá e mexeu em alguns papéis que estavam em cima da mesa.

– Você... Mora sozinho? – Ela perguntou.

– Hai. – Ele disse – Só vim pegar uma conta. Depois de te deixar em casa, vou passar no banco.

– Hum.

Kime o olhava e abaixou o olhar, escorando na porta e corando. Ela estava na casa dele e se senti envergonhada. Chihiro pegou a conta e a guardou na mochila, pondo-a nas costas de novo. Viu Kime escorada na porta e se aproximou.

– Nani? – Ele perguntou.

– Nee, Chihiro. – Ela disse sem olhá-lo – Você... Gosta de mim?

Ele a olhou levemente surpreso, ela estava com as mãos cerradas e parecia nervosa.

– Hai. – Ele confirmou.

Kime ficou surpresa e acalmou o olhar, querendo chorar.

– Eu ainda gosto do Seijuro... – Ela disse chorosa, balançando a cabeça.

Ele acalmou o olhar.

– Eu posso esperar você gostar de mim. – Ele disse.

Os olhos dela marejaram e ela o abraçou, apertando sua roupa. Chihiro retribuiu o abraço, mas Kime se afastou de repente. Ele não entendeu e arregalou um pouco os olhos ao vê-la começar a desabotoar a blusa do uniforme.

– O que você está fazendo? – Ele perguntou.

– E-Eu... Quero deixar de gostar logo dele. – Ela corou – Não faz mais sentido atrapalhar o namoro deles.

– Ne... – Ele a olhava – Você faz isso com todo mundo?

Ela o olhou, vendo-o corado e corou mais por vê-lo demonstrar aquela expressão.

– Não. – Ela disse – Eu... Quero dormir apenas com você.

Ele acalmar e a viu tirar a blusa. Kime usava uma blusa de alças por baixo e ia tirá-la, mas Chihiro se aproximou dela e pegou gentilmente em seu rosto. Ela o olhou e viu que ele estava um pouco nervoso.

– Não tem que fazer isso. – Ele disse.

– Eu quero. – Ela disse suavemente – Você... É virgem?

– Você ficaria surpresa se eu fosse? – Ele perguntou – Não sou muito simpático. – Ele sorriu, querendo rir.

Ela acalmou o olhar.

– Seu sorriso é bonito... – Disse admirada.

Chihiro corou e acalmou o olhar, aproximando o rosto do dela e a beijando gentilmente. Ela corou e fechou os olhos. Ele a levou para o quarto e estavam sentados na cama apenas com as roupas íntimas. Kime corava, o olhando. Ele se aproximou e a beijou, deitando-a lentamente. Ela se encolheu quando ele começou a beijar seu pescoço e ele a olhou.

– Ne... Você é linda.

Ela o olhou e corou, sorrindo gentilmente em seguida. Fizeram amor logo depois e ficaram deitados na cama de Chihiro quando terminaram. Ele estava com o braço em cima de sua cintura e ela mexia gentilmente em seu cabelo.

– Eu gosto muito de você. – Ela disse docemente.

Ele sorriu, achando graça e a abraçou.

– Você me fez perder o horário do banco, baka. – Ele disse.

Ela deixou uma risada escapar, se aconchegando em seus braços.

...

Havia se passado algumas semanas e eu suspeitei quando Naoko disse que Kime parou de tentar pôr seus planos em prática. As coisas ficaram calmas e aquilo ficou bem estranho, mas eu estava gostando já que agora todos nós estávamos em paz. Numa dessas vezes, as meninas e eu estávamos sentadas no banco do pátio, conversando e Kime veio até nós, pacificamente. Ela se aproximou e Naoko a fitou séria, o que nos fez voltar nossa atenção para onde Naoko olhava. Percebi que Kime estava agora com a saia do uniforme com um comprimento maior que antes, agora era apenas um palmo acima do joelho. O que ficava em contraste com a saia anterior onde ela mostrava quase toda a coxa.

– Nani? – Ela disse.

– Anou... – Kime disse sem jeito – Mina... Posso falar com você?

– Hai. – Disse em dúvida.

– Pode dizer aqui. – Naoko disse séria.

– Hum. – Kime assentiu, como se já soubesse qual seria a reação de Naoko – Bem... Hum... Eu queria falar que não vou mais tentar fazer nada pra atrapalhar você e Seiju... Hum, Akashi.

Arregalei um pouco os olhos, surpresa. Yue e Naoko também.

– Uhm... Hai. – Disse suave, porém ainda sem entender.

Nós demos espaço para ela sentar e Kime começou a dizer por quê.

– Bem... – Ela dizia, corando um pouco – Eu sabia que Akashi gostava de você, mas não queria aceitar. Achava que só porque fomos próximos daquele jeito ele tinha que gostar de mim, mas vi que não era assim. – Ela dizia um pouco chateada, mas sorriu em seguida – Mas agora eu tenho alguém que gosta de mim de verdade.

A olhamos surpresas, ela sorria feliz e levantou de repente.

– Anou... Eu só queria dizer isso mesmo. – Ela sorriu e fez uma revência – Gomen nasai.

Arregalamos os olhos.

– Uhm... Hai. – Disse surpresa.

Ela se endireitou e sorriu.

– Bem, preciso ir.

Assentimos. Vimos Kime se virar e se distanciar. Quando ela chegou na porta para o prédio do refeitório, a vimos sorrir e dar as mãos com Chihiro, entrando com ele em seguida. Ficamos ainda mais surpresas.

– Não imaginava isso... – Naoko disse – Pensei que eram só boatos sobre eles dois.

– Hai... – Eu disse.

– Nande? – Yue disse.

Nós a olhamos em dúvida.

– Chihiro sempre a olhava pelo colégio, desde que ela chegou. – Ela disse – E não como os outros garotos a olhavam. Ele só se manifestou quando ela começou a atrapalhar o namoro de Mina e Akashi. Eu estou feliz por eles estarem juntos. – Ela sorriu contente – Fazem um casal bonito.

– E como você sabe disso? – Naoko perguntou desconfiada.

– Kotarou. – Ela sorriu.

Naoko fez cara de tédio. Eu sorri, me voltando para frente. Fiquei feliz por Kime, tanto por agora ela nos deixar em paz, como por ela estar gostando de alguém que gosta dela. Acho que agora nós finalmente ficaremos em paz. Porém... Apenas acho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!